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Comitê Lausanne – O Evangelho e a Cultura - Juvep

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Algumas formas bíblicas (palavras, imagens, metáforas), entretanto,<br />

deveriam ser mantidas, pois são símbolos importantes decorrentes da<br />

Escritura (p.ex. cruz, cordeiro, taça). Enquanto mantêm a forma, os<br />

tradutores esforçar-se-iam por reproduzir o sentido. Por exemplo, em<br />

Marcos 14:36 a BLH traduz: “Afasta de mim este cálice de sofrimento”. A<br />

forma (i.e. a imagem do “cálice”) é mantida, ao passo que a expressão “de<br />

sofrimento” é acrescida, a fim de dar maior clareza ao significado.<br />

Escrevendo em grego, os autores neotestamentários usavam palavras que já<br />

tinham uma longa história no mundo secular mas revestiam-se de significado<br />

cristão, como quando João se referiu a Jesus como “o Logos”. Esse era um<br />

procedimento perigoso, pois “logos” tinha uma larga variedade de<br />

significados na literatura e na filosofia gregas, e a partir daí idéias não-cristãs<br />

sem dúvida se associavam à palavra. Assim João teve que fixar o título dentro<br />

de um contexto doutrinário, afirmando que o Logos era no início, era com<br />

Deus, era Deus era o agente da criação, era a luz e a vida dos homens, e se<br />

tornou um ser humano (Jô 1:1-14). Do mesmo modo, alguns cristãos da Índia<br />

assumiram o risco de tomar emprestada ao sânscrito a palavra “avatar”<br />

(descendente), usada no Hinduísmo para traduzir as assim chamadas<br />

“encarnações” de Vishnu, e aplicaram-na com uma cuidadosa ressalva<br />

explicativa, à única encarnação que realmente ocorreu, a de Deus em Jesus<br />

Cristo. Outros, entretanto, recusam-se a fazer o mesmo, sob a alegação de que<br />

nenhuma salvaguarda é capaz de impedir adequadamente o desvio de<br />

interpretação.<br />

c. A natureza normativa da Escritura<br />

O Pacto de <strong>Lausanne</strong> declara que a Escritura é “isenta de qualquer erro em<br />

tudo quanto afirma” (§2º). Isso coloca em nosso ombros a séria tarefa<br />

exegética de discernir com rigor o que a Escritura afirma. O significado<br />

essencial da mensagem bíblica deve, a qualquer custo, ser mantido. Embora<br />

se possam substituir algumas das formas originais utilizadas para produzir<br />

esse sentido, em favor da comunicação transcultural, achamos que elas<br />

também têm um aspecto normativo. Pois foi o próprio Deus quem as escolhei<br />

como veículos inteiramente apropriados de sua revelação. Assim é preciso<br />

verificar a fidelidade de toda nova formulação ou explicação para cada<br />

geração ou cultura, remetendo-a sempre ao original.<br />

d. O condicionamento cultural da Escritura<br />

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