18.04.2013 Views

Comitê Lausanne – O Evangelho e a Cultura - Juvep

Comitê Lausanne – O Evangelho e a Cultura - Juvep

Comitê Lausanne – O Evangelho e a Cultura - Juvep

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

lutado. Mencionamos cinco:<br />

a. A natureza da inspiração bíblica<br />

Será que o uso que os autores bíblicos fazem de palavras e idéias extraídas de<br />

sua própria cultura é incompatível com a inspiração divina? Não. Já fizemos<br />

notar os diferentes gêneros literários presentes na Escritura, e as diferentes<br />

formas do processo de inspiração que implicam. Por exemplo, a forma da<br />

obra dos profetas, que recebiam visões e palavras do Senhor, é bastante<br />

distinta da utilizada nos relatos de historiadores e epistológrafos. No entanto,<br />

foi o mesmo Espírito que inspirou a todos. Deus usou o conhecimento, a<br />

experiência e a bagagem cultural desses autores (embora sua revelação<br />

constantemente ultrapassasse tais dados), e em cada caso o resultado foi o<br />

mesmo, ou seja, a palavra de Deus através das palavras humanas.<br />

b. Forma e significado<br />

Toda comunicação tem ao mesmo tempo um significado (o que desejamos<br />

dizer) e uma forma (a maneira como o fazemos). Ambos <strong>–</strong> forma e significado<br />

<strong>–</strong> são inseparáveis, tanto na Bíblia como em outras formas de<br />

pronunciamentos. Como, então, traduzir a mensagem de uma língua para<br />

outra?<br />

Uma tradução literal da forma (“correspondência formal”) pode ocultar ou<br />

torcer o significado. Em tais casos, a solução é procurar na outra língua uma<br />

expressão que produza no ouvinte o mesmo impacto produzido pela<br />

expressão original. Isso pode acarretar a mudança da forma a fim de que se<br />

preserve o significado original. A isso chamamos “equivalência dinâmica”.<br />

Consideremos, por exemplo, a tradução ERAB de Rm 1:17, a qual afirma que<br />

“a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé”. Essa é uma tradução<br />

palavra-por-palavra do original grego, ou seja, uma tradução à base da<br />

“correspondência formal”. Mas ela deixa obscuro o significado das<br />

expressões gregas “justiça” e “de fé em fé”. Uma tradução como a BLH <strong>–</strong> “o<br />

<strong>Evangelho</strong> mostra que Deus nos aceita por meio da fé, do começo ao fim” <strong>–</strong><br />

abandona o princípio da correspondência linear entre o grego e o português,<br />

mas exprime o sentido da frase original mais adequadamente. A tentativa de<br />

produzir uma tradução à base desse processo de “equivalência dinâmica”<br />

pode bem levar o tradutor a uma compreensão mais profunda da Escritura e<br />

tornar o texto mais significativo a pessoas de outra língua.<br />

11

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!