Comitê Lausanne – O Evangelho e a Cultura - Juvep
Comitê Lausanne – O Evangelho e a Cultura - Juvep
Comitê Lausanne – O Evangelho e a Cultura - Juvep
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
formas da vida econômica, ecológica, social e artística de Israel, das formas d<br />
trabalho e produção e daí de riqueza e bem-estar. Este modelo proporciona<br />
uma perspectiva para a interpretação de todas as culturas.<br />
Talvez possamos tentar condensar estes diversos significados da seguinte<br />
maneira: a cultura é um sistema integrado de crenças (sobre Deus, a<br />
realidade e o significado da vida), de valores (sobre o que é verdadeiro, bom,<br />
bonito e normativo), de costumes (como nos comportar, como nos relacionar<br />
com o s outros, falar, orar, vestir, trabalhar, jogar, fazer comércio, comer,<br />
trabalhar na lavoura, etc), e de instituições que expressam estas crenças,<br />
valores e costumes (governo, tribunais, templos ou igrejas, família, escolas,<br />
hospitais, fábricas, lojas, sindicatos, clubes etc.), que unem a sociedade e lhe<br />
proporcionam um sentido de identidade, de dignidade de segurança e de<br />
continuidade.<br />
3. <strong>Cultura</strong> na Revelação Bíblica<br />
A auto-revelação pessoal de Deus na Bíblia foi dada em termos da própria<br />
cultura do ouvinte. Assim, nos perguntamos que luz isso projeta em nossa<br />
tarefa atual de comunicação transcultural.<br />
Os autores bíblicos usaram criticamente todo o material cultural que<br />
dispunham, a fim de expressar sua mensagem. Por exemplo, o Velho<br />
Testamento faz várias referências ao monstro marinho da Babilônia <strong>–</strong> o<br />
leviatã <strong>–</strong> enquanto que a forma da “aliança” de Deus com seu povo lembra o<br />
antigo “tratado” do suserano hitita com seus vassalos. Aqueles autores<br />
também fizeram uso das imagens conceituais do universo “de três níveis”,<br />
embora ainda não afirmassem com isso uma cosmologia pré-copérnica.<br />
Ainda fazemos algo semelhante quando falamos do sol que “nasce” e do sol<br />
que “se põe”.<br />
Semelhantemente, a linguagem e as formas de pensamento<br />
neotestamentárias estão arraigadas tanto na cultura judaica como na<br />
helenística, e tudo indica que Paulo fez uso do vocabulário filosófico grego.<br />
No entanto, o processo pelo qual os autores bíblicos se utilizaram de palavras<br />
e imagens de seu meio cultural, usando-as criativamente, estava sob controle<br />
do Espírito Santo, permitindo-lhes depurá-las de implicações falsas ou<br />
nocivas, transformando-as, assim, em veículos da verdade e bondade.<br />
Esses fatos indubitáveis levantam uma série de questões com as quais temos<br />
10