nosso desafio é o futuro Caderno de Resoluções ... - Sindipetro Bahia

nosso desafio é o futuro Caderno de Resoluções ... - Sindipetro Bahia nosso desafio é o futuro Caderno de Resoluções ... - Sindipetro Bahia

sindipetroba.org.br
from sindipetroba.org.br More from this publisher
18.04.2013 Views

Caderno de Resoluções aprovadas no Congresso do sindipetro-BA hegemonia se firma, preconizando a não intervenção do Estado na economia - Estado mínimo - e a livre concorrência – com total desregulamentação dos mercados. Cristalizam-se, assim, as bases do neoliberalismo. É neste contexto produtivo e político que a terceirização ganha força como instrumento de organização da produção e do trabalho. As empresas, em nome de maior competitividade, passam a focar suas atividades naquilo que as diferenciam, transferindo para terceiros os setores fora deste “núcleo de diferenciação”. A estratégia é clara: focar em suas atividades principais. O forte crescimento da demanda agregada, impulsionada pelo aumento dos investimentos, gerava a renda e o consumo suficientes para dar vazão à produção. Em outras palavras: no geral, o que era produzido era vendido porque a demanda era maior que a oferta. O padrão de produção japonês, centrado na empresa integrada e flexível, passa a ser o modelo a ser seguido. A hegemonia é a novidade, mas não as ideias, que resgatam as bases do liberalismo. Competências principais, economizando “energia”, reduzindo custos e, se possível, enfraquecendo a ação sindical. . Naquele momento, final da década de 70, o Brasil apresentava um parque industrial complexo, com elevado grau de competitividade; nos moldes do padrão de produção fordista, copiado dos países centrais. Entretanto, o parque industrial brasileiro se consolidou quando este padrão de produção apresentava claros sinais de esgotamento no plano internacional. Já em meados dos anos oitenta, este parque industrial começa a apresentar os primeiros sinais de mudanças, acompanhando, timidamente, a reestruturação internacional. Relatos de sucessos da indústria japonesa – paradigma do novo padrão de produção – ocupavam as páginas nobres da mídia brasileira e as empresas multinacionais e algumas nacionais começavam a importar os novos padrões de gestão e produção adotados pelas empresas líderes no mercado internacional ou pelas matrizes, no caso das multinacionais. Este é o caso da Petrobras que em meados dos anos oitenta tentou impor a seus empregados a participação nos Centros de Controle de Qualidade – CCQ. Esta experiência acabou fracassando. Este processo vai se acelerar no início da década de noventa - já no governo Collor -, com a implantação da agenda neoliberalmarcada pela abertura da economia, pela desregulamentação dos mercados, privatização etc. A rápida abertura da economia brasileira provocou um processo de desindustrialização no qual as empresas que conseguiram sobreviver adotar geral, a redução página 154

Caderno de Resoluções aprovadas no Congresso do sindipetro-BA de custos como estratégia central para manutenção de suas participações nos mercados. A terceirização se generalizou como um dos elementos centrais deste processo. Os trabalhadores sentiram na pele os impactos desta política: milhões de postos de trabalho foram fechados; as relações de trabalho se precarizaram, o emprego informal sobrepôs o emprego formal nos novos postos de trabalho que eram gerados, a participação dos trabalhadores na renda gerada passou de 53%, em 1994, para 43%%, em 2003. A TERCEIRIZAÇÃO NA PETROBRÁS Os impactos das atividades petrolíferas no contexto regional e nacional, são ainda pouco estudados e com a quebra do monopólio estatal do petróleo, em 1997, seguindo diretrizes do Consenso de Washington, ocorreram profundas mudanças através das novas formas de regulação que vêm reconfigurando o setor, principalmente nas relações trabalhistas. O setor de extração e produção de petróleo e gás natural representa hoje, em off-shore, uma das áreas mais dinâmicas da economia nacional. O Estado do Rio de Janeiro desfruta de uma situação privilegiada, pois os campos da plataforma continental das Bacias de Campos, Santos e Espírito Santoconcentram cerca de 83% da atual produção brasileira. Por outro lado, na extração e produção de petróleo em terra (on-shore), temos alguma dispersão maior pelo Brasil, principalmente nos Estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo e o Estado do Amazonas. O Vale do Jequitinhonha mineiro aponta num cenário futuro com uma nova fronteira de exploração e produção terrestre, onde já atuam algumas empresas de perfuração inclusive operadoras privadas. Nessas Regiões/Estados, temos hoje uma forte presença de empresas privadas do setor petróleo. A FUP possui ACT com não mais que duas dezenas dessas empresas. Todas estas regiões foram ameaçadas porprojetos de Lei que tramitaram no Senado Federal, que tratavam da entrega dos campos terrestres para a iniciativa privada, o que impactaria de forma significa num desaquecimento da economia, nessas regiões, onde a presença da Petrobrás, desde o governo Lula, voltou a investir e garante emprego e renda a inúmeras famílias. A FUP e seus sindicatos mobilizaram os trabalhadores e a sociedade, garantindo o veto presidencial do Lula ao projeto entreguista. página 155

<strong>Ca<strong>de</strong>rno</strong> <strong>de</strong> <strong>Resoluções</strong> aprovadas no Congresso do sindipetro-BA<br />

hegemonia se firma, preconizando a não intervenção do Estado na economia<br />

- Estado mínimo - e a livre concorrência – com total <strong>de</strong>sregulamentação dos<br />

mercados. Cristalizam-se, assim, as bases do neoliberalismo.<br />

É neste contexto produtivo e político que a terceirização ganha força como<br />

instrumento <strong>de</strong> organização da produção e do trabalho. As empresas, em<br />

nome <strong>de</strong> maior competitivida<strong>de</strong>, passam a focar suas ativida<strong>de</strong>s naquilo que<br />

as diferenciam, transferindo para terceiros os setores fora <strong>de</strong>ste “núcleo <strong>de</strong><br />

diferenciação”. A estrat<strong>é</strong>gia <strong>é</strong> clara: focar em suas ativida<strong>de</strong>s principais.<br />

O forte crescimento da <strong>de</strong>manda agregada, impulsionada pelo aumento dos<br />

investimentos, gerava a renda e o consumo suficientes para dar vazão à produção.<br />

Em outras palavras: no geral, o que era produzido era vendido porque a<br />

<strong>de</strong>manda era maior que a oferta.<br />

O padrão <strong>de</strong> produção japonês, centrado na empresa integrada e flexível, passa<br />

a ser o mo<strong>de</strong>lo a ser seguido.<br />

A hegemonia <strong>é</strong> a novida<strong>de</strong>, mas não as i<strong>de</strong>ias, que resgatam as bases do liberalismo.<br />

Competências principais, economizando “energia”, reduzindo custos<br />

e, se possível, enfraquecendo a ação sindical. .<br />

Naquele momento, final da d<strong>é</strong>cada <strong>de</strong> 70, o Brasil apresentava um parque<br />

industrial complexo, com elevado grau <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong>; nos mol<strong>de</strong>s do<br />

padrão <strong>de</strong> produção fordista, copiado dos países centrais. Entretanto, o parque<br />

industrial brasileiro se consolidou quando este padrão <strong>de</strong> produção apresentava<br />

claros sinais <strong>de</strong> esgotamento no plano internacional.<br />

Já em meados dos anos oitenta, este parque industrial começa a apresentar os<br />

primeiros sinais <strong>de</strong> mudanças, acompanhando, timidamente, a reestruturação<br />

internacional. Relatos <strong>de</strong> sucessos da indústria japonesa – paradigma do novo<br />

padrão <strong>de</strong> produção – ocupavam as páginas nobres da mídia brasileira e as<br />

empresas multinacionais e algumas nacionais começavam a importar os novos<br />

padrões <strong>de</strong> gestão e produção adotados pelas empresas lí<strong>de</strong>res no mercado<br />

internacional ou pelas matrizes, no caso das multinacionais. Este <strong>é</strong> o caso da<br />

Petrobras que em meados dos anos oitenta tentou impor a seus empregados a<br />

participação nos Centros <strong>de</strong> Controle <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> – CCQ. Esta experiência<br />

acabou fracassando.<br />

Este processo vai se acelerar no início da d<strong>é</strong>cada <strong>de</strong> noventa - já no governo<br />

Collor -, com a implantação da agenda neoliberalmarcada pela abertura da<br />

economia, pela <strong>de</strong>sregulamentação dos mercados, privatização etc. A rápida<br />

abertura da economia brasileira provocou um processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sindustrialização<br />

no qual as empresas que conseguiram sobreviver adotar geral, a redução<br />

página 154

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!