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a corporeidade na história da filosofia ocidental - IEPS

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Experiências sobre os ritos de iniciação em Angola. Em algumas tribos de<br />

Angola, os ritos de iniciação tanto para meni<strong>na</strong>s e meninos até os anos 90 antes <strong>da</strong><br />

guerra ser intensa. Para os meninos marcava a circuncisão que se fazia fora <strong>da</strong> casa dos<br />

pais, mas, com todos os outros meninos do bairro e dos bairros vizinhos. Construia-se<br />

uma casa grande e lá ficavam cerca de dois meses. Recebiam to<strong>da</strong>s as instruções<br />

necessárias para ele. E tudo era segredo, o menino por menor que fosse, não podia dizer<br />

à mãe o que acontecera com ele <strong>na</strong> circuncisão.<br />

Ao deixarem a casa por onde foram circunci<strong>da</strong>dos, colocava-se fogo com tudo<br />

que foi usado. Dirigidos pelos pais e outros adultos, levavam-nos de volta para o bairro<br />

em carruagens construí<strong>da</strong>s para não serem vistos pelas mães e outras mulheres do<br />

bairro. Mas, os que acompanhavam, vinham cantando canções especiais.<br />

A recepção era de grande festivi<strong>da</strong>de para to<strong>da</strong>s as famílias <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong>de<br />

mesmo aquelas que não tinham filhos <strong>na</strong>quele momento. E eram recebidos por um casal<br />

experiente, onde preparavam a cerimônia de recepção pelos pais. Realmente era um dia<br />

de festa com <strong>da</strong>nças ao ritmo <strong>da</strong> marimba, batuque e outros instrumentos musicais. E a<br />

mãe para retirar o filho, abraçá-lo e beijar, tinha que ir ao meio do círculo (como era<br />

costume sentar-se) ela <strong>da</strong>nçava e com vestes novas, <strong>na</strong>s mãos, buscava o filho de lá e<br />

voltava <strong>da</strong>nçando de alegria por ter o filho são e salvo, digo são e salvo porque muitos<br />

morriam durante por causa <strong>da</strong>s infecções que contraiam e o pai de quem morresse, não<br />

podia dizer à mulher que o filho tinha falecido.<br />

Para as meni<strong>na</strong>s era durante a primeira menstruação. A mãe e a tia (pater<strong>na</strong>)<br />

preparavam um jantar especial para ela e convi<strong>da</strong>m as pessoas mais próximas <strong>da</strong><br />

família. E em outras famílias o rito levava uma sema<strong>na</strong>. Em ambas, a/as meni<strong>na</strong>/as<br />

usavam um traje típico preparado para a ocasião. Era muito comum esse tipo de ritos<br />

para todo mundo e ca<strong>da</strong> ano, as famílias que tinham meninos a partir dos dez (10) anos<br />

já se preparavam para tal evento. E to<strong>da</strong> a comuni<strong>da</strong>de participava com júbilo em si<strong>na</strong>l<br />

de pertença, respeito e acolhi<strong>da</strong> para a vi<strong>da</strong> adulta dos novos membros.<br />

No texto “O Corpo e as Palavras” de Rubem Alves, mostra-nos o quanto é<br />

importante o poder <strong>da</strong> linguagem sobre o corpo. Uma simples palavra é capaz de<br />

modificar o comportamento de alguém.<br />

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