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a corporeidade na história da filosofia ocidental - IEPS

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mecanismo psíquicos usados pelas programações midiáticas no intuito de aumentar<br />

audiências e convencer o telespectador. Neste sentido podemos recorrer a Seagal,<br />

(1975), quando esta trata <strong>da</strong>s funções <strong>da</strong> fantasia:<br />

[...] as funções <strong>da</strong> fantasia são múltiplas e complica<strong>da</strong>s, e ela possui um<br />

aspecto defensivo que deve ser levado em conta. Visto que os objetos <strong>da</strong><br />

fantasia consistem em satisfazer os impulsos instintuais, prescindido <strong>da</strong><br />

reali<strong>da</strong>de exter<strong>na</strong>, a gratificação deriva<strong>da</strong> <strong>da</strong> fantasia pode ser encara<strong>da</strong> como<br />

uma tarefa contra a reali<strong>da</strong>de exter<strong>na</strong> <strong>da</strong> privação. É, no entanto, mais do que<br />

isso: é também uma defesa contra a reali<strong>da</strong>de inter<strong>na</strong>. O indivíduo,<br />

produzindo uma fantasia de satisfação do desejo, não está ape<strong>na</strong>s evitando a<br />

frustração e o reconhecimento de uma reali<strong>da</strong>de exter<strong>na</strong> desagradável; está<br />

também – o que inclusive é mais importante – defendendo a si mesmo contra<br />

a reali<strong>da</strong>de de sua própria fome e raiva – sua reali<strong>da</strong>de inter<strong>na</strong> (SEAGAL,<br />

1975: 27)<br />

Podemos então, compreender, que a negação <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de por meio de<br />

fantasias, não contribui para um funcio<strong>na</strong>mento saudável do psiquismo. Os perso<strong>na</strong>gens<br />

dos desenhos animados, com seus super-poderes, favorecem a fantasia de onipotência,<br />

permitindo que a criança acredite <strong>na</strong> possibili<strong>da</strong>de de deixar de ser ela mesma, e<br />

transformar-se no outro. Para exemplificar esse processo, citamos a fala de um menino:<br />

“[...] gosto do ‘Super-homem’ também, porque ele consegue ver atrás <strong>da</strong>s paredes, ele<br />

tem visão de raio-x” (Mo.2 - 6 anos). Ain<strong>da</strong> neste sentido, quando foi perguntado a<br />

outro menino: “O que você acha legal nos ‘Powers Rangers’?”, a resposta foi: “eles<br />

lutam e se transformam em robôs, <strong>da</strong>í ficam mais fortes” (Mo.6 - 6 anos).<br />

Os programas televisivos têm o potencial para educar e preparar os<br />

telespectadores com seus valores e estilos de vi<strong>da</strong> que alimentam a socie<strong>da</strong>de de<br />

consumo. Porém, a partir de uma ação conjunta a nível de Estado, escola, diretores e<br />

professores, a educação pode interferir neste jogo de influências. Mas somente quando<br />

estiver comprometi<strong>da</strong> com a formação de educadores capacitados a favorecer e<br />

estimular o desenvolvimento de consciências crítica acerca do que é apresentado pelas<br />

mídias, contribuindo assim, para a formação de sujeitos autônomos.<br />

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