18.04.2013 Views

a corporeidade na história da filosofia ocidental - IEPS

a corporeidade na história da filosofia ocidental - IEPS

a corporeidade na história da filosofia ocidental - IEPS

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

No caso <strong>da</strong>s meni<strong>na</strong>s, o desenho “Meni<strong>na</strong>s Super-Poderosas” foi o predileto.<br />

Esse desenho apresenta três garotas diferentes entre si, mas que se juntam para combater<br />

o mal que assola a ci<strong>da</strong>de imaginária de Townsville. Por meio de uma análise<br />

psica<strong>na</strong>lítica, podemos ver que o desenho incentiva a fantasia de onipotência e apresenta<br />

modelos identificatórios em busca <strong>da</strong> perfeição. Podemos constatar este fato <strong>na</strong>s<br />

palavras <strong>da</strong>s crianças. Perguntamos: “O que você acha legal <strong>na</strong>s ‘Meni<strong>na</strong>s Super-<br />

Poderosas’?” A meni<strong>na</strong> respondeu: “Ca<strong>da</strong> uma tem o cabelo de uma cor e elas são<br />

fortes, batem em outros que mexem com elas” (Ma.9 - 5 anos). Em segui<strong>da</strong> in<strong>da</strong>gamos:<br />

“Você queria ser alguma delas (Meni<strong>na</strong>s Super-Poderosas)?”. A criança respondeu:<br />

“sabe aquela do olho azul, então eu queria ser ela porque ela é a mais bonita e a mais<br />

poderosa de to<strong>da</strong>s elas” (Ma.9 - 5 anos).<br />

Determi<strong>na</strong><strong>da</strong>s características pessoais, as quais são ressalta<strong>da</strong>s pela cultura<br />

domi<strong>na</strong>nte, tor<strong>na</strong>m-se, muitas vezes, em ideais, quando reforça<strong>da</strong>s pelos desenhos<br />

animados. Perguntamos a uma <strong>da</strong>s crianças: “O que você gosta desse desenho?”. A<br />

meni<strong>na</strong> respondeu: “gosto <strong>da</strong> espiã verde” (Ma.2 - 6 anos). Em segui<strong>da</strong>, questio<strong>na</strong>mos:<br />

“O que você mais gosta nela?”. A resposta foi: “do cabelo. É loiro, comprido e liso”<br />

(Ma.2 - 6 anos).<br />

Em “As Três espiãs demais”, o padrão de beleza é corpo alto, magro,<br />

“perfeito”, de acordo com a indústria <strong>da</strong> mo<strong>da</strong>. Os locais freqüentados por elas são os<br />

shoppings centers e a metrópole. São jovens auto-suficientes que para se transformarem<br />

em heroí<strong>na</strong>s precisam adquirir bens de consumo, como batons, bolsinhas, cintos, lentes<br />

de contato etc. Assim, ao projetar sujeitos que discursam em primeira pessoa e cujos<br />

principais valores são monetários, para consumir produtos nos shoppings, constatamos<br />

que este desenho instaura sujeitos do “ter” em detrimento de sujeitos do “ser”.<br />

Quanto aos modelos identificatórios, observamos que a preferências por<br />

determi<strong>na</strong>dos perso<strong>na</strong>gens <strong>da</strong>s telenovelas, se dá devido a alguma característica que é<br />

apresenta<strong>da</strong> pela cultura, como mais valiosa que outras, por exemplo: cabelos lisos,<br />

corpo alto e magro. Vejamos o que disseram as crianças em nossa entrevista: “Gosto <strong>da</strong><br />

46

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!