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Revista Sindiposto Edição 59_ok art3.indd

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partir deste ano. A nova frota menos<br />

poluente, estimada em quase<br />

170 mil novos veículos pela<br />

Associação Nacional de Fabricantes<br />

de Veículos Automotores (Anfavea),<br />

só deve começar a rodar<br />

no segundo trimestre do ano.<br />

Demanda baixa implica giro<br />

baixo do produto e o produto não<br />

pode passar do prazo de comercialização,<br />

pois corre o risco de se<br />

deteriorar. E a Agência Nacional<br />

do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis<br />

(ANP) já anunciou que vai<br />

monitorar os postos para garantir<br />

a qualidade do combustível.<br />

Se, por um lado, o setor<br />

aguarda a chegada da nova frota<br />

de veículos pesados, por outro,<br />

a ANP garante que, entre veículos<br />

leves movidos a diesel, como<br />

utilitários esportivos e camionetes,<br />

está aumentando o consumo<br />

do S50.<br />

Os investimentos feitos para<br />

adequação ao diesel S50 servirão<br />

como base para a implementação<br />

da próxima etapa do plano,<br />

que prevê a entrada do óleo<br />

diesel S10, com teor ainda menor<br />

de enxofre, a partir de 2013.<br />

Existe a previsão de investimentos<br />

em toda a rede, do polo produtor<br />

até o revendedor, mas, de<br />

acordo com a ANP, no caso do<br />

revendedor, a mudança não seria<br />

significativa. A agência está<br />

fazendo um acompanhamento<br />

nas bases distribuidoras e nos<br />

polos produtores das mudanças<br />

necessárias, que são mais rigorosas<br />

no caso do S10, mas a base<br />

dos investimentos já teriam sido<br />

feitas para a entrada do S50.<br />

A Fecombustíveis lembra que<br />

o novo diesel tem elevado custo<br />

operacional para toda a cadeia.<br />

Primeiro, porque se trata de um<br />

combustível mais sensível à contaminação,<br />

o que requer linhas,<br />

tanques e filtros segregados.<br />

Além disso, dada a sua baixa demanda<br />

inicial, a expectativa é de<br />

que o S50 fique mais tempo parado<br />

nos postos, o que significa<br />

capital imobilizado e possibilidade<br />

de degradação do combustível.<br />

Isso porque todo diesel rodoviário<br />

no Brasil apresenta 5%<br />

de biodiesel (o chamado B5) e,<br />

segundo recomendação da ANP,<br />

tal mistura não deve permanecer<br />

parada no tanque por longos<br />

períodos, nem em contato com<br />

o ar (o que ocorre quando o tanque<br />

não está completamente<br />

preenchido, ou seja, quase sempre,<br />

já que é operacionalmente<br />

inviável trabalhar ininterruptamente<br />

com tanques cheios), sob<br />

o risco de formação de borra<br />

em tanques, filtros e até mesmo<br />

nos veículos. Os baixos volumes<br />

iniciais também obrigam que<br />

todo o transporte seja realizado<br />

por caminhões e não por dutos,<br />

como ocorre com a gasolina e os<br />

demais tipos de diesel.<br />

Diante desse cenário, a Fecombustíveis<br />

vem defendendo<br />

que seja adotada alguma medida<br />

de desoneração fiscal para o<br />

S50, de forma a mitigar os maiores<br />

custos do produto e impedir<br />

que o preço seja um obstáculo<br />

ao seu uso.<br />

Assumindo as projeções de<br />

entrada no mercado dos veículos<br />

Euro 5, postos e distribuidoras<br />

se programaram para ofertar<br />

S50 em cerca de 1,2 mil estabelecimentos<br />

no dia 1º de janeiro,<br />

número esse considerado suficiente<br />

para atender à demanda<br />

e que cresceria gradativamente<br />

nos meses seguintes. A edição<br />

da Resolução ANP nº 62, que determinou<br />

a venda compulsória<br />

do S50 por quase 4 mil postos,<br />

ao invés de ajudar, apenas serviu<br />

para desestruturar o que havia<br />

sido planejado pelo mercado ao<br />

longo do segundo semestre.<br />

Postos que estavam se adaptando<br />

para receber o produto<br />

não constaram na lista da ANP<br />

e outros, que não pretendiam<br />

comercializar o S50, viram-se<br />

obrigados a fazê-lo. Com isso,<br />

os planos de abastecimento das<br />

distribuidoras precisaram ser revistos,<br />

já que a oferta de S50 é<br />

limitada. Postos que não pretendiam<br />

vender o novo diesel, mas<br />

estão na lista da ANP, tiveram 30<br />

dias para se adequarem, prazo<br />

insuficiente, já que muitas vezes<br />

são necessárias reformas para<br />

instalação de novos tanques ou<br />

para segregação dos sistemas de<br />

filtragem, o que envolve obras,<br />

licenças e aquisição de equipamentos,<br />

justamente no período<br />

de festas e recesso.<br />

Todas essas considerações<br />

foram levadas ao conhecimento<br />

da Agência durante a Audiência<br />

Pública que debateu a Resolução<br />

nº 62, quando foi alertado ainda<br />

que se determinou a obrigação<br />

do posto vender o produto, mas<br />

em nenhum momento estabeleceu-se<br />

a venda compulsória por<br />

parte das distribuidoras. Como<br />

postos não podem comprar diretamente<br />

das refinarias, cria-se<br />

uma situação delicada para os<br />

estabelecimentos, especialmente<br />

para os chamados “bandeira<br />

branca”, que não têm contrato<br />

de fornecimento exclusivo com<br />

nenhuma distribuidora e, portanto,<br />

podem não ter seus pedidos<br />

atendidos.<br />

15 | SINDIPOSTO | Abril/2012

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