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Sindicato do Comércio Comércio Varejista Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás<br />

<strong>Revista</strong> do<br />

Entrevista com Marcos Jank<br />

Ano XVI / Abril de 2011 / <strong>Edição</strong> nº. <strong>59</strong><br />

S50 encalha nas bombas<br />

Com a demora da entrada no mercado dos veículos pesados com motor<br />

Euro 5, demanda do novo combustível é praticamente inexistente


Editorial<br />

Fraudes prejuízo para a<br />

sociedade e para a revenda<br />

A prática de fraudes no setor de combustíveis não é nenhuma novidade.<br />

Gasolina “batizada” com solvente ou com etanol hidratado, sonegação<br />

de impostos, gatos nas bombas de combustível são algumas delas.<br />

Muito recentemente, reportagem do Fantástico mostrou, em rede nacional,<br />

uma dessas fraudes, agora com requintes tecnológicos. Um sistema no<br />

qual a bomba de combustível é fraudada com o auxílio de uma placa eletrônica.<br />

O mecanismo podia ser desligado, em caso de fi scalização, com apenas um<br />

toque no botão de um controle remoto. Quando acionado, a bomba abastece<br />

com menos combustível do que o que consta no painel do equipamento.<br />

Se a prática é lesiva ao consumidor, é importante ressaltar que ela é prejudicial<br />

também à toda a revenda de combustíveis, já que ao fi nal a imagem do<br />

setor como um todo fi ca arranhada. No que se refere à sonegação de imposto<br />

e à venda de combustíveis “batizados”, além de lesar o consumidor e os cofres<br />

do Estado, são práticas que se constituem na chamada concorrência desleal.<br />

Elas levam, inevitavelmente, a uma concorrência predatória, já que<br />

lançando mão dessas artimanhas o empresário irregular pode praticar<br />

preços muito mais baixos, levando a um achatamento dos preços no mercado<br />

e à redução das margens de lucro dos postos, o que é insustentável<br />

para qualquer revendedor que cumpre com as suas obrigações e age dentro<br />

da lei e da ética.<br />

É por isso que o SINDIPOSTO tem estado sempre ao lado das autoridades<br />

que regulam e fi scalizam o setor de combustíveis, visando proteger<br />

justamente esses revendedores que já são vítimas de uma pesada carga<br />

tributária e de um sem número de exigências legais.<br />

Falando em vítimas, os postos de combustíveis que estão sendo obrigados<br />

a comercializar o diesel de baixo teor de enxofre (S50) estão penando<br />

com a entrada no mercado do novo produto. Depois de dar o direito<br />

aos postos de optar pela comercialização ou não do S50, o governo decidiu<br />

obrigar alguns postos a vender o S50 para garantir o abastecimento<br />

em todo o território nacional.<br />

Como já era esperado, o volume de venda do novo combustível é<br />

baixíssimo, tendo vários casos de postos que nesses dois meses nunca<br />

venderam um litro sequer de S50. Isso porque apesar de os veículos fabricados<br />

antes de 2012 também poderem utilizar o S50 e, assim, colaborar<br />

com o meio ambiente reduzindo a emissão de enxofre no ar, os veículos<br />

que só rodam com o novo combustível começaram a ser comercializados<br />

no início do ano e a frota em circulação é mínima.<br />

Ou seja, fi cou por conta do empresário o custo da operação e do encalhe<br />

do produto. É por essas e outras que chamamos a atenção para a<br />

necessidade da revenda estar unida, tornando-se cada vez mais forte para<br />

defender seus interesses.<br />

Leandro Lisboa Novato<br />

Presidente do <strong>Sindiposto</strong>-GO<br />

3 | SINDIPOSTO | Abril/2012


4 | SINDIPOSTO | Abril/2012<br />

Índice<br />

03<br />

05<br />

21<br />

26<br />

22<br />

Notas<br />

14<br />

Editorial<br />

10<br />

A hora da<br />

renovação dos<br />

canaviais<br />

Entrevista<br />

Marcos Jank<br />

S50 encalha<br />

nas bombas<br />

17<br />

Novo sistema de Ponto Eletrônico<br />

entra em vigor em abril<br />

Fim da carta frete<br />

34<br />

Aumenta<br />

oferta de<br />

GNV em<br />

Goiás<br />

ANP esclarece dúvidas<br />

frequentes da revenda<br />

Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo<br />

no Estado de Goiás<br />

12ª Avenida, nº 302, Setor Universitário<br />

CEP.: 74.603-020 – Goiânia-GO<br />

www.sindiposto.com.br<br />

Telefax: (62) 3218-1100<br />

e-mail: spostos@terra.com.br<br />

Diretoria<br />

Presidente:<br />

Leandro Lisboa Novato<br />

1º Vice-Presidente:<br />

Márcio Martins de Castro Andrade<br />

2º Vice-Presidente:<br />

Wellington Constante<br />

1º Diretor de Patrimônio Financeiro:<br />

José Batista Neto<br />

2º Diretor de Patrimônio Financeiro:<br />

João Ferreira da Silva Sobrinho<br />

1º Secretário:<br />

Sebastião Peixoto Moura<br />

2ª Secretário:<br />

Gustavo Henrique Marcelo de Faria<br />

Diretor de Rodovias:<br />

Juvenilton Bezerra Cruz<br />

Diretor Social:<br />

Luciano Pucci<br />

Suplentes da Diretoria:<br />

Carlos Villela Neto, Sizenando Eterno e Ferro,<br />

Rogério Márcio Borges<br />

Conselho Fiscal:<br />

Luiz Roberto Ribeiro Batista, José Eustáquio<br />

Barbosa, Mario Fernandes Junior<br />

Suplente Conselho Fiscal:<br />

Vander Ferreira Barros, Daniel Borges de<br />

Oliveira, Valdeci Siqueira Batista<br />

Coordenador Administrativo:<br />

Marco Antônio Ribeiro Borges<br />

Assessora Administrativa:<br />

Letticia Alves e Silva<br />

Auxiliar Administrativa:<br />

Gizelle Félix Abreu Costa<br />

Secretária:<br />

Amanda Cassiano Archanjo<br />

Assessor Comercial:<br />

Alexandre Rocha Figueiredo<br />

Corpo Jurídico:<br />

Dr. Hélio França de Almeida<br />

Dr. Nayron Cintra Sousa<br />

Stefani Calaça Resende (estagiária)<br />

Paula Cristina Jesus Rocha (estagiária)<br />

Coordenador do Depto. Ambiental:<br />

Afonso Antunes de Oliveira Filho<br />

Assessor Ambiental:<br />

Paulo Afonso Arrais de Morais Moreira<br />

Assessoria Contábil:<br />

Jocenildo Alves Maciel<br />

<strong>Edição</strong> e Redação:<br />

Dalton Costa<br />

Diagramação:<br />

Thales Moraes<br />

Tiragem: 2.000 exemplares<br />

Periodicidade: bimestral<br />

Impressão: Gráfi ca: Art3<br />

Obs.: A <strong>Revista</strong> <strong>Sindiposto</strong> não se responsabiliza pela<br />

qualidade e/ou conteúdo dos anúncios, serviços prestados,<br />

assim como, dos informes publicitários veiculados.


Novos associados do SINDIPOSTO<br />

Corujão Derivados<br />

de Petróleo Ltda.<br />

Proprietários:<br />

José Rabelo de Souza Júnior<br />

Geraldo Magela da Silva Neiva<br />

Notas<br />

Auto Posto Natural Ltda.<br />

Proprietário: Edson Pereira<br />

dos Santos<br />

Posto Anel Viário Ltda.<br />

Proprietário:<br />

Mário Fernandes Júnior<br />

5 | SINDIPOSTO | Abril/2012


6 | SINDIPOSTO | Abril/2012<br />

Notas<br />

Concessão de vale transporte<br />

Ainda é bastante comum dúvidas quanto aos requisitos para<br />

concessão do vale transporte. Neste sentido, a Lei n.º 7.418/85<br />

e o Decreto n.º 95.247/87 dispõem em seu artigo 7º que “para o<br />

exercício do direito de receber o vale transporte, o empregado<br />

informará ao empregador, por escrito: I – seu endereço residencial;<br />

II – os serviços e meios de transportes mais adequados ao<br />

seu deslocamento residência-trabalho e vice-versa.”<br />

Vale ressaltar que a legislação veda a substituição do vale-<br />

-transporte por qualquer outra forma de pagamento, exceto em<br />

caso de falta ou insuficiência de estoque de vale-transporte.<br />

Deste modo, visando evitar qualquer reclamação judicial posterior,<br />

aconselhamos quando da admissão do funcionário, a obtenção<br />

de documento escrito devidamente assinado pelo mesmo<br />

informando acerca da necessidade ou não do vale transporte.<br />

Acidente de percurso<br />

Conforme regulamentado pela Lei n.º 7.418/85 e pelo Decreto<br />

n.º 95.247/87, cabe ao trabalhador, no ato de contratação, informar<br />

ao empregador sua opção ou não pelo vale-transporte.<br />

Acontece que em determinadas situações os trabalhadores<br />

optam pelo recebimento do benefício, porém não fazem uso do<br />

transporte público, conforme determina a norma.<br />

Deste modo, além de o patrão exigir que o funcionário assine<br />

declaração expressa sobre a necessidade ou não do vale-transporte,<br />

é importante que seja fiscalizado na prática o uso deste<br />

benefício com o transporte público. O que se pretende, além<br />

de configurar o ato de improbidade por parte do funcionário<br />

(Art. 482, “a” da CLT), é evitar as conseqüências de um eventual<br />

acidente de percurso. Ou seja, caso o trabalhador esteja no<br />

trajeto trabalho x casa x trabalho e, por acaso, sofra um acidente<br />

automobilístico, será configurado o acidente de trabalho, tendo,<br />

inclusive, aquele trabalhador direito a um ano de estabilidade<br />

após retorno às suas atividades.<br />

A regulamentação<br />

do seguro<br />

desemprego<br />

O Governo Federal acaba<br />

de regulamentar o cancelamento<br />

da concessão do<br />

seguro desemprego diante da<br />

recusa injustificada do trabalhador<br />

em aceitar uma nova<br />

proposta de emprego.<br />

Tal medida visa minimizar<br />

as fraudes havidas no seguro<br />

desemprego já que, em algumas<br />

situações, o funcionário<br />

fazia jus ao benefício trabalhando<br />

sem vínculo previdenciário<br />

ou se indispunha a uma<br />

recolocação profissional sem<br />

justificativa.<br />

A partir de agora, com<br />

base na legislação, o trabalhador<br />

só poderá recusar-se caso<br />

a vaga não esteja de acordo<br />

com seu perfil profissional cadastrado<br />

no Sistema Nacional<br />

Integrado, em caso de doença,<br />

ou quando matriculado<br />

em curso profissionalizante<br />

compatível com seu perfil.


O posto de gasolina e a responsabilidade<br />

pela guarda de veículos<br />

O empresário precisa ter a ciência de que seu estabelecimento<br />

comercial pode ser responsável pela guarda e vigilância de veículos<br />

estacionados em seu pátio, mesmo a título gratuito.<br />

Em algumas situações, tem-se o entendimento de juízes no sentido<br />

de responsabilizar o posto de combustível pela guarda do bem deixado<br />

no estabelecimento. A justifi cativa para tal entendimento se dá com<br />

base na Súmula 130 do Superior Tribunal de Justiça que reza o seguinte:<br />

“A empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou furto<br />

de veículo ocorrido em seu estabelecimento.”<br />

Deste modo, é importante que o posto de abastecimento, ao disponibilizar<br />

sua área para estacionamento de veículos de terceiros, tenha<br />

ciência de que poderá vir a ser responsabilizado por eventual dano,<br />

furto ou roubo daquele bem ocorrido no estabelecimento.<br />

Cartão e o aceite<br />

Os postos revendedores, bem como suas lojas de conveniência não<br />

podem opor qualquer tipo de restrição para vendas realizadas no cartão.<br />

Deverá ser informado pelo revendedor se aquele estabelecimento realiza<br />

ou não operações com cartões.<br />

Uma vez aceito o cartão pelo estabelecimento, este deverá ser utilizado<br />

para pagamento de qualquer tipo e quantidade de mercadoria disponível ao<br />

consumidor, sob pena de aplicação de multas administrativas por parte dos<br />

órgãos de defesa do consumidor.<br />

Cuidados na venda de extintores de incêndio<br />

Devido ao grande movimento de veículos, o posto de combustível<br />

oferece uma boa oportunidade para a comercialização de artigos<br />

ligados ao segmento automotivo. O extintor de incêndio é um desses<br />

produtos que comumente é vendido nesses estabelecimentos. Contudo,<br />

é importante que a revenda se atente para os cuidados que devem<br />

ser tomados para evitar uma autuação e multa por irregularidade no<br />

comércio de extintores de incêndio. O posto deve estar devidamente<br />

credenciado junto ao Corpo de Bombeiros, a exposição do produto<br />

deve ser feita em ambiente arejado, porém protegido da chuva e do<br />

sol e, para venda de extintores novos, a empresa deverá apresentar ao<br />

Corpo de Bombeiros a cópia autenticada do certifi cado de conformidade<br />

do Organismo de Certifi cação de Produto (OCP) ou do INMETRO<br />

referente ao fabricante.


8 | SINDIPOSTO | Abril/2012<br />

Notas<br />

Seguros obrigatórios<br />

Conforme disposição da<br />

Convenção Coletiva de Trabalho<br />

é obrigatória a contratação de<br />

seguro por acidente de qualquer<br />

natureza, morte ou invalidez<br />

permanente e parcial, em favor de<br />

todos os funcionários dos postos<br />

de gasolina localizados no Estado<br />

de Goiás, observados os prêmios<br />

estabelecidos pela norma.<br />

É importante ainda uma<br />

ênfase especial na obrigatoriedade<br />

de contratação de seguro<br />

contra riscos de incêndio de bens<br />

pertencentes à pessoa jurídica,<br />

listado no artigo 20, do Decreto-<br />

-Lei n.º 73/1966, que dispõe<br />

acerca do Sistema Nacional de<br />

Seguros Privados.<br />

O SINDIPOSTO possui convênios<br />

com diversas corretoras<br />

visando facilitar fi nanceiramente<br />

a contratação do seguro para os<br />

funcionários, bem como o do<br />

próprio estabelecimento.<br />

Vencimento de produtos<br />

Os órgãos de defesa do consumidor têm intensifi<br />

cado suas atuações no sentido de compelir a<br />

exposição ao consumidor de produtos com prazo<br />

de validade vencido, com base no artigo 18, § 6º,<br />

inciso I do Código de Defesa do Consumidor (CDC).<br />

Regalo para o Natal<br />

Em dezembro, o <strong>Sindiposto</strong> fez a entrega de 500 cestas básicas a<br />

três entidades benefi centes do Estado: Vila São José Bento Cottolengo,<br />

Grupo Espírita Paulo de Tarso e Igreja Cristã Evangélica do Setor Oeste.<br />

A doação foi resultado de mobilização da revenda goiana que, entendendo<br />

a importância da ação, não se furtou a participar. A arrecadação<br />

e entrega das cestas fi cou sob a responsabilidade do sindicato e<br />

já está se tornando uma tradição no período que antecede o Natal.<br />

Deste modo, visando prevenir a imposição de<br />

qualquer sanção pecuniária, bem como a apreensão<br />

de produtos, sugerimos que o revendedor<br />

intensifi que o acompanhamento da validade de<br />

seus produtos, principalmente aqueles que possuem<br />

pouca saída.


Cautela ao terceirizar sua vigilância<br />

O Tribunal Superior do Trabalho (TST), por meio da Súmula 331,<br />

possui entendimento no sentido de reconhecer a responsabilidade<br />

subsidiária do tomador de serviços de vigilância terceirizada para<br />

obrigações trabalhistas não assumidas pela empresa contratada.<br />

Ou seja, quando da contratação deste profissional por meio de<br />

empresas especializadas, é importante que o empresário se atenha<br />

para o pagamento de verbas previdenciárias e fundiárias por parte<br />

da empresa contratada em favor do funcionário que presta serviço<br />

no posto de abastecimento. Além disso, antes da assinatura do contrato,<br />

é aconselhável que verifiquem a situação do cadastro daquela<br />

empresa junto à Polícia Federal.<br />

Além de verificar a idoneidade da empresa especializada, é<br />

aconselhável também que seja feito rodízio dos funcionários de<br />

modo a não tornar-se aquele revendedor o único tomador do<br />

obreiro. Passe a exigir da empresa contratada o envio mensal dos<br />

comprovantes de recolhimentos de INSS e de FGTS. Informe-se com<br />

o funcionário se os salários estão sendo pagos corretamente, em<br />

conformidade com o disposto em seu contrato.<br />

Reunião encerra o<br />

Ciclo 2011 do SEGS<br />

A assessora administrativa<br />

do <strong>Sindiposto</strong>, Lettícia Alves e<br />

Silva, participou em dezembro<br />

da última reunião do Ciclo 2011<br />

do Sistema de Excelência em<br />

Gestão Sindical (SEGS) na sede da<br />

Fecombustíveis, no Rio de Janeiro.<br />

O SEGS é um programa desenvolvido<br />

pela Confederação Nacional<br />

do Comércio de Bens, Serviços e<br />

Turismo (CNC) e tem o objetivo<br />

de promover uma melhora da<br />

prestação de serviços dos sindicatos<br />

a ela fi liados. Na ocasião<br />

foi apresentado um balanço das<br />

atividades ao longo do ano, assim<br />

como a programação para o Ciclo<br />

2012 do SEGS.<br />

9 | SINDIPOSTO | Abril/2012


10 | SINDIPOSTO | Abril/2012<br />

Entrevista<br />

Desoneração da gasolina e custo<br />

maior de produção destruíram<br />

competitividade do etanol<br />

Quebra de safra, problemas climáticos<br />

e difi culdades fi nanceiras das<br />

empresas estão entre as responsáveis<br />

pelo momento tumultuado pelo qual<br />

passa o setor de cana do país. Mas,<br />

não é só isso. Além dos problemas<br />

climáticos e da pouca renovação<br />

das lavouras, houve perda de<br />

competitividade do etanol frente à<br />

gasolina pelo aumento de custos em<br />

sua produção, o que desestimulou<br />

os investimentos no setor. Em<br />

entrevista ao jornal Brasil Econômico,<br />

o presidente da União da Indústria<br />

de Cana de Açúcar (Unica), Marcos<br />

Jank, lembra também que houve um<br />

aumento de custo da ordem de 40% e<br />

nos últimos anos houve desonerações<br />

para a gasolina, mas não para o<br />

etanol.<br />

O sr. espera avanços na produção<br />

de cana neste ano?<br />

Esperamos um ano com a<br />

mesma difi culdade dos últimos<br />

dois ou três anos, mesmo com a<br />

renovação dos canaviais, que deslanchou<br />

da metade do ano passado<br />

para cá. Para a frente, vemos<br />

um bom horizonte. Mas, como a<br />

renovação dos canaviais foi retomada<br />

recentemente, não dá para<br />

dizer ainda qual será o tamanho<br />

da próxima safra. Talvez seja melhor<br />

que a última, que foi muito<br />

ruim. Mas, esperamos um ano<br />

com safra justa.<br />

O que é uma safra justa?<br />

Vamos dizer que a safra<br />

2011/2012 repita a performance<br />

de 2008. Isso é uma safra justa. Até<br />

aquele ano, o setor vinha crescendo<br />

10% ao ano e depois estagnou.<br />

O que causou essa estagnação?<br />

Houve essa quebra violenta<br />

nos canaviais nos últimos anos.<br />

Existe um mito que se criou de<br />

que os produtores teriam migrado<br />

para o etanol e deixado a produção<br />

de açúcar de lado, mas o que<br />

houve foi quebra nas lavouras. A<br />

redução foi geral, na produção de<br />

cana, de etanol, de açúcar, todas<br />

acima de 5%.<br />

Mas não foi só a quebra de<br />

safra a responsável, certo?<br />

Desde a crise de 2008, as em-<br />

presas pararam de investir em<br />

novos canaviais. Naquela época,<br />

houve a entrada de novos grupos,<br />

que compraram cana que já existia<br />

e não houve investimentos em<br />

novas unidades. Além dos problemas<br />

climáticos e da pouca renovação,<br />

vale lembrar que houve perda<br />

de competitividade do etanol<br />

frente à gasolina pelo aumento<br />

de custos em sua produção, o que<br />

desestimulou aportes no setor.<br />

A gasolina com preço estável<br />

afeta a competitividade?<br />

Houve um aumento de custo<br />

da ordem de 40%. O custo do etanol<br />

na usina subiu e a gasolina na<br />

bomba está com o preço parado<br />

há seis anos. O governo tem man-


tido o preço da gasolina estável<br />

ao consumidor, que é uma das<br />

razões para que hoje tanta gente<br />

opte pela gasolina ao invés do<br />

etanol. O peso dos impostos na<br />

gasolina, que era 47% do valor na<br />

bomba, caiu para 35%. O etanol<br />

paga 31%. Parece menos, mas na<br />

verdade não é.<br />

Por quê?<br />

Porque o etanol tem conteúdo<br />

energético menor que a gasolina.<br />

Quando se calcula o custo por quilômetro<br />

rodado, a gasolina acaba<br />

sendo menos tributada. No fi m,<br />

essa desoneração da gasolina e o<br />

aumento de custos de produção<br />

destruíram as margens. O resultado<br />

é que, quando se vai construir<br />

um novo projeto, há até a justifi -<br />

cativa de haver um mega mercado<br />

lá na frente, mas o preço do etanol<br />

ao valor de hoje não fecha a conta.<br />

Ou seja, a política da Petrobras<br />

prejudica o setor?<br />

Pois é. Mas, o pior é que quem<br />

paga boa parte do custo disso é a<br />

própria Petrobras, que é obrigada<br />

a importar gasolina. Obviamente,<br />

como hoje a gasolina no Brasil é<br />

mais barata que a internacional,<br />

a Petrobras perde dinheiro e isso<br />

é uma perda para o país. O Brasil<br />

tem condições de ser exportador<br />

de diesel, gasolina e etanol, mas<br />

na medida em que ele se organizar<br />

para isso.<br />

Esse cenário inibe os novos<br />

investimentos no setor?<br />

Nossa produção está em 550<br />

milhões de toneladas de cana.<br />

Para atendermos a demanda da<br />

frota de veículos fl ex, de 50% do<br />

mercado mundial de açúcar - que<br />

é a participação do Brasil - e ainda<br />

uma exportação de 13 bilhões<br />

de litros de etanol que estimamos<br />

para 2020, nossa produção de<br />

cana terá que dobrar até a safra<br />

“<br />

O governo tem<br />

mantido o preço<br />

da gasolina estável<br />

ao consumidor,<br />

que é uma das<br />

razões para que<br />

hoje tanta gente<br />

opte pela gasolina<br />

ao invés do etanol.<br />

“<br />

2020/2021 e chegar a 1,2 bilhão<br />

de toneladas.<br />

Como chegar a essa meta?<br />

Para alcançar essa estimativa,<br />

temos de crescer 9% ao ano e implantar<br />

120 novas unidade de produção<br />

de cana. Você pode se perguntar<br />

se é possível, mas em 2005<br />

tínhamos 300 unidades no país e<br />

desde então apenas 130 unidades<br />

novas foram construídas.<br />

Com a atual realidade do setor<br />

é possível crescer 9% ao ano?<br />

Não é difícil. Nós já crescemos<br />

9% ao ano, é possível. É muito difícil,<br />

mas é possível.<br />

Nos anos 2000, o setor recebeu<br />

muitos investimentos, mas boa<br />

parte das empresas quebrou...<br />

Nesse período o mundo vivia<br />

um momento de grande oferta de<br />

recursos. E isso mudou. A vantagem<br />

é que hoje as empresas que<br />

estão no setor são mais sólidas<br />

fi nanceiramente do que aquelas<br />

que chegaram em 2005.


12 | SINDIPOSTO | Abril/2012<br />

Agenda<br />

Quais os principais gargalos?<br />

A grande difi culdade quando<br />

se fala de crescimento não é renovar<br />

canavial. Isso é obrigação.<br />

Crescer as plantas e implantar novas<br />

unidades são o grande tema<br />

de 2012 porque para colher uma<br />

safra maior em 2014 temos que<br />

começar a plantar agora.<br />

O fi m da tarifa de importação<br />

dos Estados Unidos estimula<br />

a produção no Brasil?<br />

O nosso alvo é o mercado<br />

americano. Dos 70 bilhões de litros<br />

de etanol que é a meta de<br />

produção em 2020, 13 bilhões<br />

devem ser direcionados para o<br />

mercado externo, 5 bilhões para<br />

outros fins, e o restante ao mercado<br />

interno. E essa meta visa o<br />

principal mercado, que tem conta<br />

mínima para o etanol.<br />

É possível atingir essa meta?<br />

É bem possível chegar a esse<br />

volume de exportação. Vale lembrar<br />

que os Estados Unidos pagam<br />

prêmio pelo etanol de cana em<br />

comparação ao produzido a partir<br />

do milho. E esse prêmio nunca<br />

esteve abaixo dos US$ 0,60 por galão,<br />

algo em torno de US$ 0,22 por<br />

litro ou quase R$ 0,40 por litro.<br />

Por quê?<br />

Esse prêmio existe porque<br />

os Estados Unidos têm uma cota<br />

“<br />

O governo<br />

prometeu um<br />

programa de<br />

estocagem e<br />

fi nanciamento para<br />

apoiar o setor. Os<br />

dois saíram no fi nal<br />

do ano passado.<br />

“<br />

para o consumo de etanol de<br />

milho e outra para combustíveis<br />

avançados. E o etanol de cana é o<br />

único avançado porque reduz as<br />

emissões em 90%, enquanto o de<br />

milho reduz em 20%. É um prêmio<br />

dado pela melhor qualidade ambiental<br />

do produto.<br />

Se há mercado e tanta oportunidade,<br />

por que não se constroem<br />

novas usinas?<br />

O maior problema é que a<br />

maior parte da cana vai para o<br />

etanol hidratado e esse produto<br />

perdeu a competitividade fren-<br />

te a gasolina, além do aumento<br />

dos custos com o preço da terra,<br />

a valorização da mão de obra<br />

e dos insumos, principalmente<br />

após as mudanças com a mecanização<br />

da colheita.<br />

Desde o ano passado, a Única<br />

negocia a redução dos tributos<br />

com o governo. Há avanços?<br />

No ano passado, as conversas<br />

se centraram no abastecimento<br />

do mercado interno. Nós importamos<br />

etanol, produzimos<br />

anidro em maior volume para<br />

não faltar produto para ser misturado<br />

na gasolina e o governo<br />

prometeu um programa de estocagem<br />

e financiamento para<br />

apoiar o setor. Os dois saíram no<br />

final do ano passado.<br />

Um desses programas é o<br />

Pró-renova, do BNDES, de R$<br />

4 bilhões. A maior parte dessa<br />

verba será direcionada para renovação<br />

de canaviais?<br />

Sim, essa verba será usada<br />

para renovar canaviais. Precisamos<br />

renovar 18% a 20% todos<br />

os anos e estávamos renovando<br />

10%.<br />

Renovar canaviais é uma<br />

prioridade das usinas?<br />

Sim e já aconteceria de qualquer<br />

jeito. Com o programa do<br />

BNDES, isso se acelera.


Jocenildo Alves Maciel<br />

Terceirização de Funcionários. Afi nal, postos de<br />

combustíveis podem ou não aderir?<br />

- Terceirizar ou não terceirizar, eis<br />

a questão!<br />

À medida que o fi sco intensifi ca<br />

ação na carga tributária, os empreendedores<br />

se veem numa busca<br />

constante de otimizar os gastos sem<br />

afetar a qualidade no atendimento<br />

aos consumidores. A terceirização se<br />

tornou palavra chave na economia<br />

moderna, não se tratando de um<br />

modismo, mas sim de uma opção<br />

de sobrevivência para as empresas.<br />

Porém, junto á gama de vantagens<br />

advindas de uma terceirização<br />

bem aplicada, tais como<br />

redução de custos, agilidade, fl exibilidade<br />

e competitividade, há<br />

por outro lado alguns riscos inerentes<br />

à atividade desenvolvida<br />

e, por outro lado, decorrentes da<br />

parca legislação existente.<br />

Para que a terceirização cumpra<br />

a sua verdadeira função, é preciso<br />

que haja planejamento na empresa;<br />

ter um objetivo traçado a ser atingido<br />

e uma noção real de modernidade<br />

e busca da qualidade do produto<br />

ou serviço a ser terceirizado.<br />

O discurso é bonito e convincente,<br />

mas, analisado dentro de um<br />

“Não é<br />

compensatória<br />

em termos<br />

econômicos para<br />

as empresas<br />

revendedoras a<br />

terceirização”<br />

contexto, não é compensatória em<br />

termos econômicos para as empresas<br />

revendedoras de combustível a<br />

terceirização. Primeiro porque fere<br />

diretamente o direito legal pleiteado<br />

em convenção coletiva da classe<br />

dos empregados, pois todas as fun-<br />

Artigo<br />

ções atribuídas a cada atividade-fi m<br />

está cerceada em tal convenção, que<br />

por si só é lei, tendo, inclusive, piso<br />

fi xado anualmente para cada função.<br />

Depois, a empresa pode ser até<br />

autuada e multada, em muitos dos<br />

casos tendo jurisprudência no Tribunal<br />

Superior do Trabalho (TST) e no<br />

Ministério do Trabalho e Emprego<br />

(MTE), sabendo-se que o teor dessa<br />

estratégia seria para baixar custos<br />

operacionais e encargos com a folha<br />

de pagamento.<br />

Além do mais, há gastos a mais<br />

sobre encargos de ISS, INSS, FGTS,<br />

imposto de 4,65% que é cobrado sobre<br />

a confecção de notas fi scais com<br />

valor acima de R$ 5.000,00, bem<br />

como guias sindicais: associativa,<br />

sindical, patronal, confederativa da<br />

categoria de prestadora de serviço<br />

terceirizado, e impostos do simples<br />

sobre serviços, assim como honorários<br />

de contabilidade envolvidos<br />

na abertura ou contratação de uma<br />

outra empresa desse porte.<br />

Jocenildo Alves Maciel<br />

Consultor e Gerente de negócios<br />

Dept. Contabilidade<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

13 | SINDIPOSTO | Abril/2012


14 | SINDIPOSTO SINDIPOSTO | Abril/2012<br />

Agenda g S50<br />

Novo combustível encalha nas bombas<br />

Com a demora da entrada no mercado dos veículos pesados com motor Euro 5,<br />

demanda do diesel de baixo teor de enxofre é praticamente inexistente<br />

Já completando três meses<br />

desde o início da obrigatoriedade<br />

da comercialização do óleo<br />

diesel S50, com menor teor de<br />

enxofre em sua composição, a<br />

demanda pelo novo combustível<br />

praticamente não existe em<br />

Goiás. É o que afirma o diretor<br />

de Postos de Rodovias do SINDI-<br />

POSTO, Juvenilton Cruz.<br />

A medida faz parte do Programa<br />

de Controle da Poluição do Ar<br />

por Veículos Automotores (Proconve),<br />

criado em 2009.O S50 é<br />

destinado prioritariamente aos<br />

veículos pesados fabricados a<br />

partir de 2012, com motor Euro 5,<br />

que não podem ser abastecidos<br />

com os demais tipos de diesel<br />

comercializados no país. No entanto,<br />

devido aos preços maiores<br />

dos novos caminhões e mesmo<br />

do novo combustível, que custa,<br />

em média R$ 0,20 a mais do que<br />

os tipos S500 e S1800, o volume<br />

de vendas é inexpressivo.<br />

“No meu posto, abasteci alguns<br />

caminhões antigos que<br />

quiseram experimentar o S50<br />

por causa da promessa de maior<br />

economia no consumo (cerca de<br />

3%) e pela diminuição da emissão<br />

de poluentes, afirma Cruz,<br />

que é dono da Rede Marajó, antigo<br />

Auto Posto Aparecidão na<br />

grande Goiânia. Ele acrescenta<br />

que essa situação tem preocupado<br />

os revendedores, principalmente<br />

os que têm postos em<br />

rodovias, porque são obrigados<br />

a comercializar o S50.<br />

O problema, argumenta Cruz,<br />

é que o novo combustível ocupa<br />

espaço de outro produto, o que<br />

reflete na receita dos postos.<br />

Além disso, o S50 só pode ficar<br />

estocado por um prazo de 30 a<br />

60 dias, dependendo das condições<br />

de limpeza e filtragem dos<br />

tanques, o que significa que, não<br />

vendendo, os postos terão que<br />

arcar com o prejuízo.<br />

O S50 só é obrigatório para<br />

motores pesados fabricados a


partir deste ano. A nova frota menos<br />

poluente, estimada em quase<br />

170 mil novos veículos pela<br />

Associação Nacional de Fabricantes<br />

de Veículos Automotores (Anfavea),<br />

só deve começar a rodar<br />

no segundo trimestre do ano.<br />

Demanda baixa implica giro<br />

baixo do produto e o produto não<br />

pode passar do prazo de comercialização,<br />

pois corre o risco de se<br />

deteriorar. E a Agência Nacional<br />

do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis<br />

(ANP) já anunciou que vai<br />

monitorar os postos para garantir<br />

a qualidade do combustível.<br />

Se, por um lado, o setor<br />

aguarda a chegada da nova frota<br />

de veículos pesados, por outro,<br />

a ANP garante que, entre veículos<br />

leves movidos a diesel, como<br />

utilitários esportivos e camionetes,<br />

está aumentando o consumo<br />

do S50.<br />

Os investimentos feitos para<br />

adequação ao diesel S50 servirão<br />

como base para a implementação<br />

da próxima etapa do plano,<br />

que prevê a entrada do óleo<br />

diesel S10, com teor ainda menor<br />

de enxofre, a partir de 2013.<br />

Existe a previsão de investimentos<br />

em toda a rede, do polo produtor<br />

até o revendedor, mas, de<br />

acordo com a ANP, no caso do<br />

revendedor, a mudança não seria<br />

significativa. A agência está<br />

fazendo um acompanhamento<br />

nas bases distribuidoras e nos<br />

polos produtores das mudanças<br />

necessárias, que são mais rigorosas<br />

no caso do S10, mas a base<br />

dos investimentos já teriam sido<br />

feitas para a entrada do S50.<br />

A Fecombustíveis lembra que<br />

o novo diesel tem elevado custo<br />

operacional para toda a cadeia.<br />

Primeiro, porque se trata de um<br />

combustível mais sensível à contaminação,<br />

o que requer linhas,<br />

tanques e filtros segregados.<br />

Além disso, dada a sua baixa demanda<br />

inicial, a expectativa é de<br />

que o S50 fique mais tempo parado<br />

nos postos, o que significa<br />

capital imobilizado e possibilidade<br />

de degradação do combustível.<br />

Isso porque todo diesel rodoviário<br />

no Brasil apresenta 5%<br />

de biodiesel (o chamado B5) e,<br />

segundo recomendação da ANP,<br />

tal mistura não deve permanecer<br />

parada no tanque por longos<br />

períodos, nem em contato com<br />

o ar (o que ocorre quando o tanque<br />

não está completamente<br />

preenchido, ou seja, quase sempre,<br />

já que é operacionalmente<br />

inviável trabalhar ininterruptamente<br />

com tanques cheios), sob<br />

o risco de formação de borra<br />

em tanques, filtros e até mesmo<br />

nos veículos. Os baixos volumes<br />

iniciais também obrigam que<br />

todo o transporte seja realizado<br />

por caminhões e não por dutos,<br />

como ocorre com a gasolina e os<br />

demais tipos de diesel.<br />

Diante desse cenário, a Fecombustíveis<br />

vem defendendo<br />

que seja adotada alguma medida<br />

de desoneração fiscal para o<br />

S50, de forma a mitigar os maiores<br />

custos do produto e impedir<br />

que o preço seja um obstáculo<br />

ao seu uso.<br />

Assumindo as projeções de<br />

entrada no mercado dos veículos<br />

Euro 5, postos e distribuidoras<br />

se programaram para ofertar<br />

S50 em cerca de 1,2 mil estabelecimentos<br />

no dia 1º de janeiro,<br />

número esse considerado suficiente<br />

para atender à demanda<br />

e que cresceria gradativamente<br />

nos meses seguintes. A edição<br />

da Resolução ANP nº 62, que determinou<br />

a venda compulsória<br />

do S50 por quase 4 mil postos,<br />

ao invés de ajudar, apenas serviu<br />

para desestruturar o que havia<br />

sido planejado pelo mercado ao<br />

longo do segundo semestre.<br />

Postos que estavam se adaptando<br />

para receber o produto<br />

não constaram na lista da ANP<br />

e outros, que não pretendiam<br />

comercializar o S50, viram-se<br />

obrigados a fazê-lo. Com isso,<br />

os planos de abastecimento das<br />

distribuidoras precisaram ser revistos,<br />

já que a oferta de S50 é<br />

limitada. Postos que não pretendiam<br />

vender o novo diesel, mas<br />

estão na lista da ANP, tiveram 30<br />

dias para se adequarem, prazo<br />

insuficiente, já que muitas vezes<br />

são necessárias reformas para<br />

instalação de novos tanques ou<br />

para segregação dos sistemas de<br />

filtragem, o que envolve obras,<br />

licenças e aquisição de equipamentos,<br />

justamente no período<br />

de festas e recesso.<br />

Todas essas considerações<br />

foram levadas ao conhecimento<br />

da Agência durante a Audiência<br />

Pública que debateu a Resolução<br />

nº 62, quando foi alertado ainda<br />

que se determinou a obrigação<br />

do posto vender o produto, mas<br />

em nenhum momento estabeleceu-se<br />

a venda compulsória por<br />

parte das distribuidoras. Como<br />

postos não podem comprar diretamente<br />

das refinarias, cria-se<br />

uma situação delicada para os<br />

estabelecimentos, especialmente<br />

para os chamados “bandeira<br />

branca”, que não têm contrato<br />

de fornecimento exclusivo com<br />

nenhuma distribuidora e, portanto,<br />

podem não ter seus pedidos<br />

atendidos.<br />

15 | SINDIPOSTO | Abril/2012


16 | SINDIPOSTO | Abril/2012<br />

Agenda Artigo<br />

Jocenildo Alves Maciel<br />

Acha que está pagando<br />

mais impostos do que deveria?<br />

No ano passado, no auge da<br />

crise de etanol, o sócio e diretor<br />

de uma empresa revendedora<br />

de combustíveis ligou desesperado<br />

para seu contador. “Como<br />

vou pagar R$ 35 mil de imposto<br />

neste mês se eu não obtive<br />

lucro? Não tenho de onde tirar<br />

esse dinheiro”, disse ele ao telefone.<br />

Tarde demais. Com o<br />

negócio inscrito no regime tributário<br />

do Lucro Presumido,<br />

ele precisava ter o Imposto de<br />

Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ)<br />

e a Contribuição Social sobre<br />

Lucro Líquido (CSLL) calculados<br />

em cima de um percentual pré-<br />

-definido da receita.<br />

Assimilado o prejuízo, o empresário<br />

resolveu chamar o contador<br />

para uma conversa e descobriu<br />

que seu negócio poderia<br />

migrar para o regime do Lucro<br />

Real. A empresa agora recolhe<br />

os dois tributos apenas sobre<br />

o resultado de fato apurado. O<br />

empreendedor calcula que neste<br />

ano pagará apenas 22,7% dos<br />

R$ 250 mil desembolsados em<br />

2011. “Eu estava arcando com<br />

impostos sobre um lucro que<br />

não existia e meu antigo contador<br />

não estava atento ao planejamento<br />

tributário”, disse.<br />

Apesar de a legislação brasileira<br />

(Receita Federal) oferecer<br />

três regimes tributários (Simples<br />

Nacional, Lucro Presumido e Lucro<br />

Real), nem todos os empresários<br />

têm conhecimento das<br />

vantagens e das desvantagens<br />

“O desafio de<br />

organizar as<br />

contas para<br />

apurar o lucro<br />

real é benéfico<br />

para a gestão<br />

como um todo”<br />

de cada um deles. Como é mais<br />

fácil administrar uma empresa<br />

inscrita nos regimes de Lucro<br />

Presumido e no Simples — em<br />

que as alíquotas são preestabelecidas<br />

—, muitas vezes a escolha<br />

é feita por praticidade, sem<br />

que os reais efeitos sejam avaliados.<br />

O desafio de organizar as<br />

contas para apurar o lucro real é<br />

benéfico para a gestão como um<br />

todo. Não tem mais aquele negócio<br />

de caixa de emergência,<br />

de pagar e pegar a nota depois.<br />

Tem que criar uma cultura nos<br />

funcionários. Assim, o controle é<br />

muito maior.<br />

Planejamento<br />

É superlativo dentro do planejamento,<br />

fazer simulações com<br />

todos os impostos e verificar se<br />

é possível adotar outro regime<br />

para reduzir sua carga tributária.<br />

Assim, verá qual regime mais se<br />

adequa para o ano seguinte. A<br />

escolha entre as três opções de<br />

regime tributário pode ser feita<br />

no começo de cada ano.<br />

Por mais importante que seja<br />

contratar um contador para sua<br />

empresa, o empreendedor também<br />

deve estar ciente de como<br />

anda a saúde de sua empresa<br />

por acompanhar sua evolução.<br />

Um alerta importante: a partir<br />

de 2009, as empresas passaram<br />

a lidar com controles mais<br />

rígidos do governo, como a Nota<br />

fiscal eletrônica, o SPED fiscal e<br />

o SPED contábil. Isso significa<br />

que os órgãos governamentais<br />

passarão a ter diversos meios de<br />

fiscalização a partir de agora.<br />

Oportunidade<br />

Para fazer essas análises, entenda<br />

aspectos importantes dos<br />

três regimes tributários em consulta<br />

através do departamento<br />

contábil do <strong>Sindiposto</strong> para seus<br />

associados.<br />

Jocenildo Alves Maciel<br />

Consultor e Gerente de negócios<br />

Dept. Contabilidade


Aumenta oferta em Goiás<br />

Novo posto de gás natural veicular foi inaugurado em janeiro<br />

e dobrou a capacidade de oferta do produto na grande Goiânia<br />

Em janeiro, Goiás ganhou o<br />

segundo posto de gás natural veicular<br />

(GNV). Construído em seis<br />

meses, o Auto Posto Cadillac, instalado<br />

na Vila Real, em Aparecida<br />

de Goiânia, exigiu investimento de<br />

mais de R$ 2 milhões e é resultado<br />

de uma parceria entre a GoiásGás,<br />

White Martins, Petrobras e o Auto<br />

Posto Cadillac.<br />

O novo posto tem capacidade<br />

para fornecer 3,5 mil m³ de GNV<br />

por dia. As vendas, segundo o gerente<br />

Rodrigo Sales, estão dentro<br />

do esperado. No primeiro mês de<br />

funcionamento fi cou em 100 m 3<br />

por dia. A meta é chegar a 400 m 3<br />

por dia em três anos.<br />

Conforme Sales, a estimativa é<br />

de que atualmente haja algo em<br />

torno de 2,5 mil veículos rodando<br />

com GNV. Com a abertura do novo<br />

posto,ele acredita que possa au-<br />

GNV<br />

17 | SINDIPOSTO | Abril/2012


18 | SINDIPOSTO | Abril/2012<br />

mentar o interesse das pessoas em<br />

converter os motores de seus veículos<br />

para o gás natural veicular.<br />

A intenção da GoiásGás, empresa<br />

de economia mista que<br />

trabalha na colocação do novo<br />

combustível no mercado goiano é<br />

duplicar o volume de vendas.<br />

A expectativa é de que, aumentando<br />

a oferta, seja viabilizada a<br />

implantação de um ramal do gasoduto<br />

para Goiás, o que reduziria<br />

consideravelmente o custo do<br />

transporte e, consequentemente,<br />

o preço ao consumidor.<br />

Atualmente, o gás comprimido<br />

vem de São Carlos (SP), transportado<br />

por carretas especiais, chamadas<br />

de criogênicas, e quando<br />

chega aqui, é revaporizado para<br />

venda. Enquanto em São Paulo o<br />

metro cúbico do gás custa R$ 0,90,<br />

em Goiânia, sai por R$ 1,97.<br />

“Mesmo assim é vantajoso. Enquanto<br />

um veículo a etanol roda 7<br />

km por litro, com o GNV ele roda de<br />

10 a 12 km”, garante Rodrigo Sales.<br />

Além disso, o GNV emite menos<br />

poluentes em relação aos demais<br />

combustíveis fósseis., causando<br />

menos impacto ao meio ambiente.<br />

Os donos de veículos que optaram<br />

pelo GNV até então contavam<br />

com apenas um posto que comercializava<br />

o produto em Goiás,<br />

situado no Setor Jaó, em Goiânia.<br />

A distribuição começou a ser feita<br />

em 2006. A intenção é de aumentar<br />

em breve a oferta .


20 | SINDIPOSTO | Abril/2012<br />

Artigo<br />

Leonardo Mariano Reis<br />

Cirurgia refrativa: usar óculos é uma opção<br />

A expressão cirurgia refrativa<br />

corresponde a qualquer<br />

procedimento cirúrgico que tenha<br />

por objetivo a correção do<br />

“grau” do olho no sentindo de<br />

dispensar a necessidade do uso<br />

de óculos. Atualmente, a refrativa<br />

mais difundida é a cirurgia<br />

com excimer laser, que utiliza<br />

o feixe de luz amplificada para<br />

esculpir na córnea a devida correção<br />

para o defeito visual.<br />

Contamos em Goiânia com<br />

modernos equipamentos capazes<br />

de fazer essa correção para<br />

os vícios como: miopia, astigmatismo<br />

e hipermetropia, com<br />

altíssima precisão e acurácia.<br />

Miopia de até 12 dioptrias, astigmatismo<br />

e hipermetropia de<br />

até 6 dioptrias podem ser zerados<br />

com a técnica, a depender<br />

das características da córnea<br />

candidata ao procedimento,<br />

levando em conta a topografia<br />

e a paquimetria corneana, com<br />

índices de complicação bastante<br />

baixos.<br />

Níveis de miopia acima de<br />

12 dioptrias, ou menores do<br />

“Atualmente, a<br />

refrativa mais<br />

difundida é a cirurgia<br />

com excimer laser”<br />

que isso, porém sem condições<br />

corneanas ideais, podem se beneficiar<br />

do implante de lente<br />

intraocular fácica. Nessa técnica,<br />

uma lente com o grau necessário<br />

para correção é introduzida<br />

dentro do olho, geralmente na<br />

câmara anterior, entre a córnea e<br />

o cristalino, sem a retirada do úl-<br />

timo. Tem ótima indicação para<br />

pacientes jovens com alto grau.<br />

Há também na prática cotidiana<br />

o implante de lentes intraoculares<br />

multifocais para os<br />

pacientes cujo cristalino, esclerosado<br />

e opacificado, perdeu a<br />

capacidade de focalizar com nitidez<br />

para longe e perto. Essas<br />

lentes multifocais, eliminariam<br />

pois, com a substituição do cristalino,<br />

a necessidade também<br />

dos óculos para leitura de perto.<br />

Há uma expectativa de que<br />

no próximo ano seja lançada<br />

por um dos laboratórios estadunidenses<br />

que trabalha com o<br />

fabrico de lentes intraoculares a<br />

multifocal tórica, que adicionará<br />

a correção do astigmatismo<br />

na lente multifocal difrativa.<br />

Dessa forma, com essas modernas<br />

técnicas na medicina oftalmológica,<br />

usar óculos passa a<br />

ser apenas uma opção, não mais<br />

uma obrigação.<br />

Leonardo Mariano Reis<br />

médico especialista em Oftalmologia.<br />

Presidente do SIMEGO e<br />

Conselheiro do CRM-GO


Etanol<br />

A hora da renovação dos canaviais<br />

Crise atrasou investimentos, causando perda na produtividade.<br />

Produtores agora deverão correr atrás do tempo perdido.<br />

O aumento da oferta de crédito<br />

rural, associado à melhora dos preços<br />

do etanol e da cana-de-açúcar<br />

no mercado devem determinar um<br />

crescimento nos investimentos na<br />

renovação dos canaviais em Goiás.<br />

Em nível nacional, a renovação<br />

deve atingir algo próximo de 18%<br />

dos 8 milhões de hectares de cana-<br />

-de-açúcar cultivados no País, conforme<br />

estimativa da Organização<br />

de Plantadores e Cana da Região<br />

Centro-Sul do Brasil (Orplana). Em<br />

Goiás, a estimativa é de que pelo<br />

menos 20% das plantações precisam<br />

de renovação.<br />

É que a crise que se abateu<br />

sobre o setor sucroalcooleiro<br />

nos últimos anos impediu que os<br />

produtores fizessem investimentos<br />

na substituição das plantas<br />

que já ultrapassaram cinco cortes,<br />

o que vem comprometendo<br />

a produtividade dos canaviais e,<br />

portanto, ameaçando a rentabilidade.<br />

A oferta de crédito está<br />

ajudando, com a alteração dos<br />

valores de R$ 225 mil para R$ 600<br />

mil por produtor, dando maior<br />

fôlego aos plantadores. Além dis-<br />

so, outra linha de crédito pode<br />

chegar a R$ 1 milhão para quem<br />

quer fazer implantação ou renovação<br />

de canaviais.<br />

Para se ter uma ideia da extensão<br />

do problema, a renovação<br />

dos canaviais normalmente gira<br />

em torno de 16% da área plantada<br />

anualmente, mas, nos últimos três<br />

anos, esse índice caiu consideravelmente,<br />

chegando a 5% na safra<br />

de 2009/2010. Um problema, na<br />

visão dos analistas, é que a linha<br />

de crédito de R$ 4 bilhões lançada<br />

pelo Banco Nacional do Desenvolvimento<br />

Econômico e Social (BN-<br />

DES) não deverá atingir o pequeno<br />

e o médio produtor. Isso porque<br />

com a crise muitos produtores enfrentaram<br />

difi culdades fi nanceiras<br />

e deverão ter difi culdade de ter<br />

seus cadastros aprovados pelas<br />

instituições fi nanceiras que operam<br />

a linha de crédito.<br />

Além disso, o recurso liberado<br />

pelo BNDES chegou em período<br />

de fi nal de plantio e deve ser usado<br />

principalmente para renovar as<br />

lavouras com a chamada cana de<br />

18 meses. Por causa disso, os refl exos<br />

da medida só devem ser percebidos<br />

na safra 2013/2014.<br />

21 | SINDIPOSTO | Abril/2012


22 | SINDIPOSTO | Abril/2012<br />

Registrador Agenda Eletrônico de Ponto<br />

Novo sistema entra em vigor em abril<br />

Caso não haja novo adiamento, medida entrará em vigor no dia 02 de abril<br />

e alcançará cerca de 5% do total de empresas que já têm relógio eletrônico.<br />

Depois de cinco adiamentos,<br />

a implantação do novo ponto<br />

eletrônico deve entrar em vigor<br />

no dia 02 de abril, segundo a<br />

portaria nº 2.686 do Ministério<br />

do Trabalho e Emprego. A última<br />

portaria determinava que o sistema<br />

fosse adotado a partir de 1º<br />

de janeiro de 2012, mas foi mais<br />

uma vez adiado devido a dificuldades<br />

operacionais ainda não superadas<br />

em alguns segmentos da<br />

economia.<br />

Contudo, já foi aprovado na<br />

Comissão de Assuntos Sociais<br />

do Senado Federal, projeto de<br />

Decreto Legislativo (PDS <strong>59</strong>3/10)<br />

que susta a Portaria 1.510/2009<br />

do Ministério do Trabalho e Emprego,<br />

que disciplina o uso do<br />

Registrador Eletrônico de Ponto<br />

(REP) e a utilização do Sistema<br />

de Registro Eletrônico de Ponto<br />

(SREP) nas empresas brasileiras.<br />

O projeto segue agora para a Comissão<br />

de Direitos Humanos e<br />

Legislação Participativa (CDH).<br />

O sistema deve ser instalado<br />

em todas as empresas com mais<br />

de 10 empregados que já usam<br />

equipamento eletrônico para o<br />

registro da jornada de trabalho.<br />

As empresas que mantêm controle<br />

mecânico (cartão) ou ma-<br />

nual (escrito) do ponto não precisam<br />

mudar o sistema. A portaria<br />

nº 2.686 do MTE determina que a<br />

implantação será feita por meio<br />

de datas diferenciadas, de acordo<br />

com os setores e tamanho das<br />

empresas.<br />

A partir do dia 2 de abril será<br />

exigido das empresas que exploram<br />

atividades na indústria, no<br />

comércio em geral, no setor de<br />

serviços, incluindo, entre outros,<br />

os setores financeiro, de transportes,<br />

de construção, de comunicações,<br />

de energia, de saúde e<br />

de educação. A partir de 1º de junho,<br />

entram as empresas que ex-


ploram atividade agroeconômica<br />

nos termos da Lei nº 5.889, de 8<br />

de julho de 1973. E a partir de 3<br />

de setembro, as microempresas e<br />

empresas de pequeno porte, definidas<br />

na forma da Lei Complementar<br />

nº 126/2006.<br />

Inicialmente, a obrigatoriedade<br />

de ação do sistema estava<br />

prevista para setembro de<br />

2010. Depois, para março e então<br />

setembro de 2011. Entidades<br />

como a Força Sindical, a Confederação<br />

Nacional da Indústria<br />

(CNI), a Federação das Indústrias<br />

do Estado de São Paulo (Fiesp)<br />

e a Associação Brasileira de Recursos<br />

Humanos (ABRH), haviam<br />

pedido ao governo mudanças<br />

nas novas regras.<br />

O Ministério do Trabalho e Emprego<br />

e o Instituto Nacional de<br />

Metrologia, Qualidade e Tecnologia<br />

(Inmetro) fi rmaram acordo<br />

de cooperação técnica para que<br />

o instituto participe do processo<br />

de certifi cação do equipamento<br />

Registrador Eletrônico de Ponto<br />

(REP). Além de planejar, desenvolver<br />

e implementar o programa de<br />

avaliação do REP com o Sistema<br />

Brasileiro de Avaliação da Conformidade,<br />

o Inmetro irá fi scalizar a<br />

produção, importação e comercialização<br />

dos equipamentos.<br />

23 | SINDIPOSTO | Abril/2012


24 | SINDIPOSTO | Abril/2012<br />

Artigo<br />

Nayron Cintra Sousa<br />

Turnos ininterruptos<br />

de revezamento<br />

Reza a Orientação Jurisprudencial<br />

n.º 360, expedida pelo<br />

Tribunal Superior do Trabalho<br />

(TST) o seguinte: “Faz jus à jornada<br />

especial prevista no art.<br />

7º, XIV, da CF/1988 o trabalhador<br />

que exerce suas atividades<br />

em sistema de alternância de<br />

turnos, ainda que em dois turnos<br />

de trabalho, que compreendam,<br />

no todo ou em parte, o<br />

horário diurno e o noturno, pois<br />

submetido à alternância de horário<br />

prejudicial à saúde, sendo<br />

irrelevante que a atividade da<br />

empresa se desenvolva de forma<br />

ininterrupta.”<br />

Pois bem, o que se pretende<br />

demonstrar especificamente no<br />

tocante ao Posto de Combustível<br />

é que a alternância de turnos<br />

(diurno e noturno) de prestação<br />

de serviços de seus funcionários<br />

poderá caracterizar jornada especial<br />

de trabalho. Ou seja, em<br />

não sendo fixo o turno de trabalho,<br />

poderá o obreiro sujeitar-<br />

-se a jornada de 06 (seis) horas<br />

diárias, 36 (trinta e seis) horas<br />

semanais.<br />

Nas palavras do Doutor Victor<br />

Afonso Zatta Vignatti, advogado<br />

do Sindicato do Comércio Varejista<br />

de Derivados de Petróleo<br />

de Campinas e Região, significa<br />

dizer que para aquele funcionário<br />

com alternância constante<br />

com o turno noturno, que eram<br />

baseados no limite legal de 08<br />

(oito) horas por dia e 44 (quarenta<br />

e quatro) horas semanais,<br />

“A alternância<br />

de turnos de<br />

prestação de<br />

serviços de seus<br />

funcionários<br />

poderá caracterizar<br />

jornada especial<br />

de trabalho”<br />

serão considerados como turnos<br />

ininterruptos de revezamento,<br />

devendo ser, para tanto, considerados<br />

06 (seis) horas diárias,<br />

36 (trinta e seis) horas semanais,<br />

de modo que o trabalho excedido<br />

após a 6ª hora diária ou 36ª<br />

semanal será considerado como<br />

sendo extraordinário.<br />

Neste sentido posicionou-se<br />

a Desembargadora do Tribunal<br />

Regional do Trabalho da 18ª Região<br />

Elza Cândida da Silveira, ao<br />

julgar o processo 02386-2009-<br />

0171-18-00-8, senão vejamos:<br />

“Para caracterização de turnos<br />

ininterruptos de revezamento,<br />

a prestação de trabalho deve<br />

se realizar em escalas de revezamento,<br />

fazendo com que o<br />

mesmo empregado trabalhe em<br />

turnos variados.”<br />

Ainda, segundo palavras do<br />

Desembargador Geraldo Rodrigues<br />

do Nascimento (TRT 18<br />

processo 00483-2010-141-18-<br />

00-8), “o turno ininterrupto é<br />

identificado com relação ao empregado<br />

e não à empresa. Noutras<br />

palavras, é prescindível que<br />

a empresa funcione incessantemente<br />

em todos os setores para<br />

que haja identificação do labor<br />

em turno ininterrupto de revezamento,<br />

pois o que importa é que<br />

o trabalhador tenha sua jornada<br />

constantemente alterada, já que<br />

é essa circunstância que traz<br />

prejuízo a saúde do empregado,<br />

além de impedi-lo de praticar<br />

outras atividades com horários<br />

fixos preestabelecidos.”<br />

Deste modo, visando evitar<br />

qualquer demanda trabalhista<br />

no sentido de se discutir a aplicação<br />

ou não da jornada especial<br />

contida no artigo 7º, inciso<br />

XIV da Constituição Federal de<br />

1988, aconselhamos pela imposição<br />

de turnos fixos de trabalho<br />

aos seus empregados, evitando,<br />

principalmente, alternância com<br />

o turno noturno.<br />

Nayron Cintra Sousa<br />

Assessoria Jurídica<br />

do SINDIPOSTO


Agenda<br />

25 | SINDIPOSTO | Abril/2012


26 | SINDIPOSTO | Abril/2012<br />

Carta frete<br />

Agora, só pagamento eletrônico<br />

Resolução da ANTT substitui o mecanismo da carta-frete<br />

pelo pagamento eletrônico de transporte feito por autônomos<br />

O pagamento do transporte<br />

rodoviário de cargas feito por autônomos<br />

passará a ser efetuado,<br />

obrigatoriamente, por crédito<br />

em conta de depósito mantida<br />

em instituição bancária, ou por<br />

outros meios de pagamento eletrônico<br />

autorizados pela Agência<br />

Nacional de Transportes Terrestres<br />

(ANTT). É o que determina a<br />

Resolução 3.658, aprovada pela<br />

ANTT, que regulamenta a nova<br />

forma de quitação dos serviços<br />

de transporte de carga prevista<br />

na Lei 12.249, de junho de 2010.<br />

A regulamentação em vigor<br />

desde o dia 19 de abril de 2011<br />

substitui a carta-frete, documento<br />

usado pelas empresas para<br />

a contratação de caminhoneiros<br />

autônomos, de empresas de<br />

transporte com até três veículos<br />

registrados e de cooperativas de<br />

transporte de carga. O prazo final<br />

para a adoção do novo meio de<br />

pagamento havia sido marcado<br />

pela ANTT para 23 de janeiro de<br />

2012, mas foi revogado momentaneamente,<br />

devido à complexidade<br />

da fiscalização. A agência<br />

está estudando uma forma eficiente<br />

de fiscalizar o fim da carta-<br />

-frete e, enquanto isso, está investindo<br />

no trabalho educativo.<br />

O pagamento eletrônico permite<br />

maior fiscalização sobre<br />

os contratos de prestação do<br />

serviço de transporte rodoviário<br />

de cargas, ao estabelecer a<br />

obrigatoriedade do registro das<br />

operações com dados sobre os<br />

custos embutidos e os termos de<br />

pagamento do contrato. O caminhoneiro<br />

poderá usar também o<br />

saldo da movimentação na con-


ta como comprovante de rendimentos,<br />

na contratação de operações<br />

de compra de veículos<br />

em programas de financiamento<br />

como o ProCaminhoneiro.<br />

A resolução elimina a possibilidade<br />

da imposição de<br />

condições para a liberação do<br />

dinheiro do frete para o autônomo,<br />

a exemplo do que<br />

acontecia com a negociação da<br />

carta-frete em postos de combustível.<br />

Determina, por exemplo,<br />

a quitação imediata do<br />

contrato tão logo o contratante<br />

seja notificado sobre a chegada<br />

da carga ao destino, caso não<br />

esteja explícito no contrato ou<br />

no conhecimento de transporte<br />

o prazo e as condições para<br />

a liquidação do frete.<br />

As transferências eletrônicas<br />

poderão cobrir valores relativos<br />

ao frete, ao vale-pedágio<br />

obrigatório, ao combustível e a<br />

despesas do transportador. Fica<br />

proibida a aplicação de deságio<br />

ou descontos sobre o valor devido<br />

por empresas contratantes ou<br />

subcontratantes, exceto aqueles<br />

relacionados à tributação incidente<br />

sobre a atividade. Da mesma<br />

forma, não será permitida a<br />

cobrança de tarifas adicionais<br />

por instituições habilitadas pela<br />

ANTT como administradoras dos<br />

meios eletrônicos de pagamento.<br />

A resolução estabelece multas<br />

que variam de R$ 500 a R$<br />

10.500 para os casos de descumprimento<br />

das obrigações<br />

previstas para empresas contratantes,<br />

profissionais autônomos<br />

e administradoras. Entre<br />

as infrações previstas estão<br />

o desrespeito às clausulas do<br />

contrato, a cobrança de serviços<br />

gratuitos pela instituição financeira<br />

e tentativas de fraude pelo<br />

uso irregular da conta usada<br />

para receber o pagamento.<br />

27 | SINDIPOSTO | Abril/2012


28 | SINDIPOSTO | Abril/2012<br />

Artigo<br />

Afonso Antunes de Oliveira Filho<br />

Paulo Afonso Arrais de Morais Moreira<br />

A logística reversa na Política<br />

Nacional de Resíduos Sólidos<br />

Entende-se como logística<br />

reversa a área que planeja, opera<br />

e controla o fluxo e as informações<br />

logísticas correspondentes<br />

ao retorno dos bens de pós-venda<br />

e de pós-consumo ao ciclo de<br />

negócios ou ao ciclo produtivo,<br />

através de canais de distribuição<br />

reversos, agregando-lhes valor<br />

de diversas naturezas, tais como:<br />

econômico, ecológico, legal,<br />

competitivo, de imagem corporativa,<br />

dentre outros.<br />

Enquanto a logística tradicional<br />

trata do fluxo dos produtos<br />

fábrica x cliente, a logística<br />

reversa trata do retorno de<br />

produtos, materiais e peças, do<br />

consumidor final ao processo<br />

produtivo da empresa. Devido<br />

à severa legislação ambiental e<br />

“A logística reversa<br />

trata do retorno<br />

de produtos,<br />

materiais e peças do<br />

consumidor fi nal ao<br />

processo produtivo<br />

da empresa”<br />

também por grande influência<br />

da sociedade e organizações<br />

não-governamentais, as empresas<br />

estão adotando a utilização<br />

de um percentual maior de material<br />

reciclado ao seu processo<br />

produtivo, assim como também<br />

passaram a adotar procedimentos<br />

para o correto descarte dos<br />

produtos que não possam ser<br />

reutilizados ou reciclados.<br />

Isso significa, de maneira bem<br />

geral, dar novo destino a produtos<br />

que, em teoria, não têm mais<br />

utilidade para a sociedade. Dessa<br />

forma, os produtos serão transformados<br />

novamente em matéria<br />

prima, permitindo que sejam<br />

reutilizados na cadeia produtiva.<br />

Para ter um processo de logística<br />

reversa bem gerenciado é


preciso, acima de tudo, otimizar o<br />

processo de coleta dos resíduos,<br />

minimizando os custos da operação.<br />

A participação de diversas<br />

empresas em uma mesma rota é<br />

a chave para o sucesso da operação.<br />

Os custos são divididos, permitindo<br />

assim maior sinergia e<br />

ganho de produtividade.<br />

A implantação da logística<br />

reversa vem atender ao público<br />

cada vez mais consciente e sensível<br />

quanto à preservação do meio<br />

ambiente. Importância esta que se<br />

tornou peça estratégica, face ao<br />

crescente ambiente de competitividade<br />

presente nas empresas modernas,<br />

que vivem em constante<br />

busca por soluções que agreguem<br />

valor perceptível aos seus consumidores<br />

fi nais.<br />

Em Goiânia, a Agência Municipal<br />

de Meio Ambiente (AMMA) já<br />

vem exigindo de alguns setores da<br />

indústria práticas da logística reversa.<br />

Taís ações se iniciaram com a<br />

indústria de pneumáticos, em que<br />

se criou pontos de recolhimento<br />

de pneus usados, segregando os<br />

em melhores condições para reuso<br />

e dando destino fi nal adequado<br />

para os outros.<br />

Na atividade do comércio de<br />

combustíveis já se observa práticas<br />

de retorno de produtos para a<br />

“A implantação<br />

vem atender ao<br />

público cada vez<br />

mais consciente<br />

e sensível quanto<br />

à preservação do<br />

meio ambiente”<br />

indústria. O destino fi nal adequado<br />

para os óleos lubrifi cantes usados<br />

OLUC que são recolhidos, seguindo<br />

para a indústria para serem<br />

rerrefi nados, voltando desta forma<br />

como óleos de segunda linha, são<br />

um exemplo de logística reversa.<br />

Ainda na cadeia de lubrifi -<br />

cantes, em novembro de 2011, a<br />

AMMA criou a câmara técnica com<br />

a participação de representantes<br />

do Sindicato Nacional da Indústria<br />

do Rerrefi no de Óleos Minerais<br />

(Sindirefi no), do Sindicato Nacio-<br />

nal das Empresas Distribuidoras<br />

de Combustíveis e de Lubrifi cantes<br />

(Sindicon), do SINDIPOSTO e de<br />

empresários, com o intuito de iniciar<br />

o debate, buscando possíveis<br />

soluções para o retorno, na cadeia<br />

dos óleos lubrifi cantes, não só dos<br />

OLUCs, mas também das embalagens<br />

plásticas.<br />

Outra medida adotada pelo órgão<br />

ambiental de Goiânia na busca<br />

de melhorar a gestão dos resíduos<br />

sólidos foi incluir a necessidade do<br />

Plano de Gerenciamento de Resíduos<br />

Sólidos - PGRS, nos processos<br />

de licenciamentos ambientais.<br />

Mas o que é e para que serve<br />

o PGRS? Este plano é uma peça<br />

técnica que dará conhecimento,<br />

tanto ao empreendedor quanto<br />

à AMMA, do levantamento qualitativo<br />

e quantitativo dos resíduos<br />

gerados nas empresas, possibilitando<br />

ao órgão responsável pelo<br />

licenciamento maior controle do<br />

destino fi nal destes resíduos.<br />

Afonso Antunes de Oliveira Filho<br />

Coordenador do Dept Ambiental<br />

Paulo Afonso Arrais<br />

de Morais Moreira<br />

Eng° Ambiental<br />

Dept Ambiental<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

29 | SINDIPOSTO | Abril/2012


30 | SINDIPOSTO | Abril/2012


Afonso Antunes de Oliveira Filho<br />

Paulo Afonso Arrais de Morais Moreira<br />

Gerenciamento de áreas contaminadas<br />

Segundo a Política Nacional do<br />

Meio Ambiente (Lei 6.938/81), são<br />

considerados bens a proteger: a<br />

saúde e o bem-estar da população;<br />

a fauna e a fl ora; a qualidade do<br />

solo, das águas e do ar; os interesses<br />

de proteção à natureza/paisagem; a<br />

ordenação territorial e planejamento<br />

regional e urbano; a segurança e<br />

ordem pública.<br />

O gerenciamento de áreas contaminadas<br />

(ACs) tem por objetivo<br />

minimizar os riscos que o meio<br />

ambiente e as comunidades dali<br />

estão sujeitas, por meio de um conjunto<br />

de medidas que assegurem o<br />

conhecimento das características<br />

dessas áreas e dos impactos por<br />

elas causados, proporcionando os<br />

instrumentos necessários à tomada<br />

de decisão quanto às formas de intervenção<br />

mais adequadas.<br />

Com o objetivo de otimizar recursos<br />

técnicos e econômicos, a<br />

metodologia utilizada no gerenciamento<br />

de ACs baseia-se em uma<br />

estratégia constituída por etapas<br />

sequenciais, em que a informação<br />

obtida em cada etapa é a base para<br />

a execução da etapa posterior.<br />

O gerenciamento de ACs pode<br />

ser dividido da seguinte forma:<br />

1. Identifi cação das áreas<br />

com potencial de contaminação<br />

Em um ponto retalhista de<br />

combustível as áreas próximas aos<br />

sistemas subterrâneos de combustíveis,<br />

linhas de distribuição,<br />

bombas abastecedoras e sistema<br />

separador de óleos e graxos, são<br />

áreas com potencial de serem contaminadas.<br />

“O gerenciamento<br />

tem por objetivo<br />

minimizar os<br />

riscos ao meio<br />

ambiente e à<br />

comunidade”<br />

2. Avaliação Preliminar – Nível<br />

I ( VOC )<br />

Este é o início do gerenciamento<br />

de ACs e ocorrerá nas áreas de<br />

potencial poluidor acima descritas.<br />

Nessas áreas, os pontos de medição<br />

de gases serão dispostos conforme<br />

uma malha regular, com espaçamento<br />

de no máximo 1,00 metros.<br />

A perfuração deve ser realizada por<br />

meio de métodos seguros e compatíveis<br />

com as condições da área.<br />

Imediatamente após a retirada da<br />

perfuratriz, deve ser introduzida<br />

a sonda metálica de 10 mm de diâmetro,<br />

realizando desta forma a<br />

medição por meio de analisador<br />

de gases adaptado à mangueira de<br />

material plástico (Tefl on).<br />

Ao fi nal de cada medição de gases,<br />

os furos devem ser preenchidos<br />

com uma calda de concreto de cura<br />

Artigo<br />

rápida, evitando-se que os produtos<br />

que eventualmente sejam<br />

derramados atinjam o subsolo por<br />

meio desses furos.<br />

As campanhas de VOCs devem<br />

ser realizadas utilizando-se aparelhos<br />

eletrônicos apropriados que<br />

detectam e quantifi cam por hidrocarbonetos.<br />

3. Investigação Confi rmatória<br />

– Nível II<br />

A investigação Confi rmatória<br />

ou Nível II é o passo seguinte no gerenciamento<br />

de áreas contaminadas.<br />

Elas somente são executadas<br />

quando a Investigação Preliminar<br />

acusar alguma anormalidade, no<br />

caso de Goiânia, há uma matriz de<br />

risco, em que o somatório das três<br />

maiores leituras forem maiores que<br />

1500 PPM.<br />

A etapa de Investigação Ambiental<br />

Confi rmatória visa verifi car<br />

a existência ou não de alterações<br />

de qualidade dos meios investigados<br />

(solo e água subterrânea), em<br />

comparação com os Valores Orientadores<br />

para Solos e Águas Subterrâneas<br />

de cada órgão, Lista Holandesa<br />

(2000) e PRGs - USEPA Region<br />

9 (2004).<br />

A Investigação Ambiental Confi<br />

rmatória será realizada com base<br />

no Modelo Conceitual de Investigação<br />

defi nido na etapa de Avaliação<br />

Ambiental Preliminar. Por sua vez,<br />

os resultados da Investigação Ambiental<br />

Confi rmatória direcionarão<br />

os trabalhos da etapa seguinte de<br />

Investigação Ambiental Detalhada.<br />

As atividades realizadas durante<br />

uma Investigação Ambiental Con-<br />

31 | SINDIPOSTO | Abril/2012


32 | SINDIPOSTO | Abril/2012<br />

Agenda<br />

fi rmatória são: Plano de Amostragem;<br />

Sondagem e Amostragem de<br />

Solos; Instalação de Poços de Monitoramento;<br />

Ensaios Hidrogeológicos;<br />

Análises Químicas; Relatório<br />

de Investigação Ambiental Confi rmatória.<br />

O Número de sondagens de<br />

solo e água é defi nido pela área do<br />

empreendimento e pelo número<br />

de tanques. Os parâmetros analisados<br />

são BTEX e PAH.<br />

4. Investigação Detalhada e<br />

Análise de Risco<br />

A partir da confi rmação da existência<br />

de contaminação por meio<br />

das ações desenvolvidas na etapa<br />

de Investigação Confi rmatória, o<br />

Responsável Legal deverá apresentar<br />

ao órgão competente, dentro<br />

de um prazo máximo de 120 dias,<br />

os resultados da etapa de Investigação<br />

Detalhada e Plano de Intervenção.<br />

Esta etapa tem por objetivo<br />

defi nir os limites da pluma de contaminação,<br />

determinar as concentrações<br />

das substâncias químicas,<br />

caracterizar o meio físico, avaliar a<br />

necessidade de adoção de medidas<br />

de intervenção, determinar as formas<br />

de intervenção a serem adotadas<br />

e fi xar metas a serem atingidas<br />

nos pontos de conformidade.<br />

No tocante à análise de riscos,<br />

esta terá inicio quando da posse<br />

dos dados coletados na investigação<br />

detalhada, levando em conta,<br />

as concentrações químicas, o meio<br />

físico e os graus de exposição.<br />

5. Plano de Remediação<br />

O plano detalhado da remediação<br />

tem como objetivo fornecer<br />

detalhes técnicos, bem como um<br />

plano de ação para as atividades de<br />

remediação.<br />

“O número de<br />

sondagens de solo<br />

e água é defi nido<br />

pela área do<br />

empreendimento<br />

e pelo número de<br />

tanques”<br />

Este plano deverá ser elaborado<br />

com base na proposta de remediação<br />

aprovada pelo órgão ambiental<br />

e de acordo com as recomendações<br />

por ele efetuadas.<br />

Havendo necessidade, o empreendedor<br />

deverá executar medidas<br />

de remediação emergenciais<br />

para eliminação ou controle<br />

de um perigo iminente à saúde<br />

pública, à saúde dos trabalhadores,<br />

aos sistemas de serviços públicos<br />

ou à proteção de mananciais<br />

ou áreas especialmente<br />

protegidas, com amostragem<br />

concomitante para o delineamento<br />

da extensão da contaminação<br />

e para a confi rmação da quantidade<br />

de produto a ser retirado.<br />

Nesses casos, os responsáveis<br />

devem adotar todas as medidas<br />

necessárias para a remoção do<br />

perigo imediato, independentemente<br />

da anuência prévia do<br />

órgão de controle, notifi cando todas<br />

as autoridades públicas e concessionárias<br />

de serviços públicos<br />

sobre as medidas tomadas.<br />

O órgão ambiental, assim como<br />

as demais autoridades, poderá impor<br />

ao perito, ou aos responsáveis,<br />

a obrigação da adoção de outras<br />

medidas complementares ou que<br />

escapem à competência dos responsáveis,<br />

como por exemplo a<br />

interrupção de captação de água,<br />

a remoção de população ou o isolamento<br />

da área através de força<br />

policial.<br />

Quando houver confi rmação de<br />

fase livre, esta deverá ser removida<br />

“In Loco”. Em casos onde ambientes<br />

naturais de relevante importância<br />

se encontram ameaçados, o plano<br />

de remediação deverá conter medidas<br />

apropriadas que considerem<br />

o delineamento da área, a sua proteção<br />

e a sua conservação. Durante<br />

a implementação e operação das<br />

medidas remediadoras, há necessidade<br />

de criar plano de monitoramento,<br />

sendo que este deverá ser<br />

apresentado ao órgão ambiental<br />

competente até o encerramento<br />

das atividades.<br />

Atingindo as metas estabelecidas<br />

no Plano de Recuperação da<br />

área, o empreendedor deverá apresentar<br />

relatório de encerramento<br />

das atividades da remediação, devendo<br />

ser este aprovado pelo órgão<br />

competente.<br />

Com base em todo o exposto,<br />

o SINDIPOSTO ressalta a importância<br />

de que todo procedimento seja<br />

previamente acompanhado por<br />

profi ssional habilitado.<br />

Afonso Antunes de Oliveira Filho<br />

Coordenador do Dept Ambiental<br />

Paulo Afonso Arrais<br />

de Morais Moreira<br />

Eng° Ambiental<br />

Dept Ambiental


34 | SINDIPOSTO | Abril/2012<br />

Dúvidas<br />

ANP esclarece<br />

O que é sucessão de um posto revendedor?<br />

Ocorre sucessão de um posto revendedor quando uma empresa, com CNPJ diferente,<br />

passa a funcionar numa instalação onde, anteriormente, havia um posto revendedor já<br />

autorizado a operar.<br />

É necessário encaminhar para a ANP, além dos documentos estabelecidos para um posto novo, a<br />

baixa ou contrato social em que conste a alteração de endereço do posto anterior.<br />

Qual o horário de funcionamento do posto revendedor de combustíveis?<br />

De acordo com a Portaria ANP n° 116, de 5 de julho de 2000, o horário mínimo de<br />

funcionamento do posto revendedor é de segunda a sábado, das 6h às 20h.<br />

O posto revendedor é obrigado a funcionar na localidade em que se realizar eleição municipal,<br />

estadual ou federal, independentemente do dia da semana.<br />

Qual o horário de carga e descarga de combustíveis em postos revendedores?<br />

Não é competência da ANP estabelecer horários de carga e descarga de combustíveis em postos<br />

revendedores. Caso sejam permitidas pela prefeitura, a carga e descarga podem ser feitas a<br />

qualquer hora do dia ou da noite.<br />

Fonte: ANP

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