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ENSAIO EM VOO - Pilatus Aircraft

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<strong>ENSAIO</strong> <strong>EM</strong> <strong>VOO</strong><br />

22 • AERO MAGAZINE • MARÇO • 2010<br />

1


FICOU AINDA MELHOR<br />

O PILATUS PC-12NG, VERSÃO MAIS MODERNA DO TURBOÉLICE SUÍÇO, GANHOU <strong>EM</strong> DES<strong>EM</strong>PENHO E<br />

TECNOLOGIA S<strong>EM</strong> SACRIFICAR O CONFORTO E A SEGURANÇA POR ANDRÉ DANITA<br />

Fundada em 1939, a suíça <strong>Pilatus</strong><br />

<strong>Aircraft</strong> especializou-se em<br />

produzir uma família de aviões<br />

monomotores turboélices de<br />

alto desempenho, tanto para<br />

uso militar como civil. O modelo PC-6<br />

Turbo Porter, por exemplo, é conhecido<br />

por sua robustez e capacidade de operação<br />

em pistas curtas (STOL – Short Take-<br />

Off and Landing), levando cargas e passageiros<br />

a locais improváveis, enquanto<br />

seus irmãos PC-7 e PC-9 são conhecidos<br />

treinadores militares, equipando Forças<br />

Aéreas ao redor do mundo. Em 1994, a<br />

<strong>Pilatus</strong> decidiu usar toda a sua expertise<br />

para explorar o nicho das aeronaves executivas,<br />

em um projeto que aliaria refinamento<br />

aerodinâmico, alta performance,<br />

motorização de última geração, versatilidade<br />

de operação e sofisticação de cockpit<br />

e interior. Nascia assim o <strong>Pilatus</strong> PC-<br />

12, modelo que se tornou referência da categoria<br />

monoturboélice e contabiliza hoje<br />

a notável marca de mais de 900 aeronaves<br />

entregues. Ainda assim, o questionamento<br />

sobre a escolha de um monomotor<br />

no lugar de um bimotor ainda é muito frequente,<br />

e a resposta da <strong>Pilatus</strong> está na ponta<br />

da língua. A fábrica suíça argumenta que<br />

o fator econômico é o de maior peso, já<br />

que os custos operacionais diretos do PC-<br />

12 são aproximadamente 1/3 menores que<br />

o de seus concorrentes com mais de um<br />

motor. Mesmo assim, o monomotor possui<br />

desempenho equivalente ou superior<br />

a alguns bimotores. O fator segurança é o<br />

ponto mais discutido, e as estatísticas provam<br />

que a confiabilidade das turbinas hoje<br />

em dia é altíssima. A família Pratt &<br />

Whitney PT-6, da qual o modelo -67P equipa<br />

a mais nova versão do PC-12, possui o<br />

incrível registro de uma parada a cada<br />

333.333 horas de voo. Curiosamente, os<br />

índices de acidentes fatais de mono e bimotores<br />

a turbina são semelhantes. Isto se<br />

deve em parte à perda de controle da aeronave<br />

multimotora por assimetria de potência,<br />

no evento de falha de um dos mo-<br />

FOTOS PILATUS (1) E MARCELO GALLI (2)<br />

tores, enquanto o piloto do monomotor<br />

parece estar mais condicionado a procurar<br />

imediatamente um local adequado para<br />

efetuar um pouso de emergência.<br />

Tais argumentos parecem cada vez mais<br />

convencer os operadores do mundo todo<br />

em favor do PC-12. Tanto é assim que a<br />

fábrica suíça entregou em 2009 a marca<br />

recorde de 100 aeronaves, cinco delas no<br />

Brasil. Com isso, a frota brasileira do modelo<br />

subiu para 20 unidades. Sua nova versão<br />

(PC-12-47) foi batizada comercialmente<br />

de NG, ou “Next Generation”, e incorpora<br />

algumas inovações ao já avançado<br />

<strong>Pilatus</strong>. Apesar de ser conhecido por<br />

sua simplicidade de operação e automatização<br />

de sistemas, o PC-12 carecia de uma<br />

revitalização em seu cockpit, e a suíte Honeywell<br />

Primus Apex, da versão NG, veio<br />

preencher esta lacuna. Configurado com<br />

dois PFDs (Primary Flight Displays, ou<br />

Telas Primárias de Voo) e dois MFDs (Multi-Function<br />

Displays, ou Telas Multifuncionais),<br />

o novo cockpit é uma versão compacta<br />

do consagrado Primus Epic, que é a<br />

2<br />

base das cabines mais avançadas da atualidade,<br />

como o EASy, da Dassault Falcon,<br />

e o Plane View, da Gulfstream. A <strong>Pilatus</strong><br />

decidiu aproveitar ao máximo a capacidade<br />

de integração do Apex aos sistemas da<br />

aeronave, trazendo para as telas os parâmetros<br />

de voo, sensores, rádios, mensagens<br />

de alarme e demais controles de pressurização<br />

e ar-condicionado, minimizando<br />

a quantidade de switches espalhados<br />

pelo painel e eliminando os indicadores<br />

analógicos. Como opcionais, estão disponíveis<br />

também as cartas Jeppesen eletrônicas,<br />

checklists eletrônicos personalizado<br />

para cada operador, GPS com WAAS,<br />

capacidade VNAV (Vertical Navigation)<br />

acoplada ao piloto automático, aproximações<br />

LPV, TCAS I, TAWS classe A ou B<br />

e provisões para implantação de ADS-B<br />

(Automatic Dependent Surveillance –<br />

Broadcast). Tudo isso capacita o PC-12NG<br />

para operar no ambiente das mais novas<br />

tecnologias de navegação e comunicação.<br />

O motor da nova versão possui nada menos<br />

que 1.845 shp de potência total, redu-<br />

Apesar de ser monomotor, o <strong>Pilatus</strong> PC-12NG (1) tem performance equivalente a aeronaves bimotoras, e<br />

com custo operacional menor. A nova versão ainda vem equipada com uma nova suíte de eletrônicos, a<br />

Primus Apex, produzida pela Honeywell (2), que oferece múltiplas telas de LCD para controle<br />

MARÇO • 2010 • AERO MAGAZINE • 23


<strong>ENSAIO</strong> <strong>EM</strong> <strong>VOO</strong> PILATUS PC-12 NG<br />

zidos para 1.200 shp. Isto significa maior<br />

disponibilidade de potência em grandes<br />

altitudes e, em última análise, um conjunto<br />

trabalhando sempre abaixo de sua capacidade,<br />

o que se traduz em menor esforço<br />

e maior longevidade dos componentes.<br />

Outro diferencial do novo modelo é o<br />

winglet redesenhado, melhor integrado à<br />

estrutura das asas.<br />

Fomos convidados pela Ocean Air Táxi<br />

Aéreo, representante exclusivo da <strong>Pilatus</strong><br />

no Brasil e Colômbia, a conhecer de<br />

perto esta novidade em uma manhã típica<br />

de verão, no aeroporto de Americana, interior<br />

de São Paulo, onde está baseado o<br />

quarto exemplar NG entregue no Brasil.<br />

Sou acompanhado pelo André Bernstein,<br />

da área de vendas da Ocean Air, e pelo comandante<br />

Costa, experiente piloto da aviação<br />

executiva e operador de <strong>Pilatus</strong>. Em<br />

Americana, encontramos o comandante<br />

Maurício, proprietário da aeronave. Muito<br />

entusiasmado com a nova máquina, ele<br />

me conta um pouco de sua história de aviação,<br />

parecida com a de muitos novos operadores<br />

de <strong>Pilatus</strong>. Dono de dois Cirrus<br />

SR-22, nas quais acumulou mais de 1.000<br />

horas de voo, sentiu a necessidade de uma<br />

aeronave mais espaçosa e de maior alcan-<br />

24 • AERO MAGAZINE • MARÇO • 2010<br />

ce para suas viagens com a família e amigos.<br />

A opção por um VLJ (Very Light Jet)<br />

não atenderia sua necessidade, além de aumentar<br />

significativamente os custos operacionais.<br />

Além disso, a transição para o<br />

jato exigiria uma adaptação mais longa.<br />

Assim, a ideia de um monomotor turboélice<br />

encaixou-se perfeitamente em seu perfil.<br />

O PC-12 NG pousa nas mesmas pistas<br />

que ele habitualmente operava com o<br />

Cirrus, com velocidades semelhantes, mas<br />

leva até sete passageiros e suas bagagens<br />

por mais de 1.500 milhas náuticas (2.780<br />

km), ou até nove passageiros em etapas<br />

mais curtas. Com sua aeronave disponível<br />

para operação desde o início de janeiro<br />

deste ano, Maurício já acumulou quase<br />

100 horas de voo, e a experiência deu<br />

tão certo que ele agora se debruça sobre<br />

cartas e guias planejando criteriosamente<br />

uma longa viagem de volta ao mundo. Isto<br />

representa um grande salto, especialmente<br />

para pilotos-proprietários como ele,<br />

que veem no <strong>Pilatus</strong> uma evolução natural<br />

a partir da operação de monomotores<br />

leves, agora com mais conforto, espaço,<br />

alcance e segurança.<br />

Encontro o reluzente PR-GSM, número<br />

de série 1127, com suas linhas elegan-<br />

tes, estacionado no pátio, pronto para nosso<br />

voo. Peço a Maurício que faça uma inspeção<br />

externa comigo, que se inicia no<br />

motor. Ao abrir o capô, deparo-me com a<br />

robusta PT-6 e os dois geradores de 300<br />

ampères cada, outra novidade da versão<br />

NG. A inspeção do nível de óleo do motor<br />

é facilitada pelo visor na lateral do motor<br />

e pela vareta sensora. Continuamos ao<br />

longo da fuselagem e encontramos a portinhola<br />

de serviço dos reservatórios de oxigênio,<br />

e uma curiosa porta de admissão de<br />

ar de impacto para a cabine, utilizada para<br />

facilitar a remoção em emergência de<br />

fumaça na cabine. As asas são equipadas<br />

com boots para degelo, e um duplo sistema<br />

de sensores de ângulo de ataque alimenta<br />

informações no PFD do piloto e no<br />

stick shaker/pusher, dispositivo que alerta<br />

e evita a entrada em um iminente estol.<br />

O radar meteorológico fica instalado na<br />

ponta da asa direita. Deparo-me então com<br />

os enormes flapes, do tipo Fowler, que não<br />

apenas aumentam significativamente a<br />

área da asa quando estendidos, mas também<br />

contam com fendas entre eles que,<br />

aliadas ao bordo de fuga da asa, possibilitam<br />

a energização de sua camada-limite.<br />

É graças a esta engenharia que o PC-12<br />

3<br />

FOTOS MARCELO GALLI


4<br />

5<br />

6<br />

A espaçosa cabine do PC-12NG pode ser<br />

configurada para transportar sete ou até<br />

nove passageiros (3); nas asas, os flapes<br />

estilo Fowler chamam atenção (4), assim<br />

como as luzes de reconhecimento (5); a<br />

enorme porta de carga lateral da aeronave<br />

(6), que facilita muito o embarque e o<br />

desembarque de bagagem, carga e até<br />

macas, na versão de resgate aeromédico<br />

decola e pousa em distâncias reduzidas,<br />

sem comprometer a excelente performance<br />

de cruzeiro. Reparo também nas luzes<br />

de reconhecimento (recognition lights),<br />

instaladas sob as asas que, além de aumentar<br />

a visibilidade para outras aeronaves,<br />

melhoram a iluminação nas operações de<br />

pouso e decolagem quando usadas em conjunto<br />

com as luzes de pouso (landing<br />

lights). Ao contornarmos a cauda em T,<br />

chegamos à enorme porta de carga, um<br />

dos maiores diferenciais do PC-12 sobre<br />

seus concorrentes. Padrão em todas as<br />

aeronaves, ela facilita o embarque e desembarque<br />

das bagagens no fundo da aeronave,<br />

nas versões executivas; da carga, nas<br />

versões Cargo e Combi; e de até duas macas,<br />

na versão ambulância aérea. A versatilidade<br />

é impressionante, e a aeronave pode<br />

ser reconfigurada em questão de minutos.<br />

André Bernstein me garante que, apesar<br />

das dimensões desta porta, o nível de<br />

ruído na cabine de passageiros em voo é<br />

muito baixo.<br />

É hora de conferir todas as qualidades<br />

do PC-12 NG, e o comandante Costa será<br />

meu instrutor durante a etapa entre Americana<br />

e o Campo de Marte, com previsão<br />

de ascensão ao FL 270 na aerovia UW63<br />

até a posição “Cosme”, e posterior retorno<br />

via posição “Represa” e Rota Especial<br />

de Aviões “Índia” até o destino. O acionamento<br />

do motor é simples: basta pressionar<br />

um switch e, ao atingir 17% de rotação<br />

da turbina geradora de gases (Ng),<br />

abre-se a manete de condição diretamente<br />

para a posição “Ground Idle”. O resto<br />

do ciclo se completa automaticamente,<br />

restando ao piloto monitorar qualquer anormalidade.<br />

Seguem-se então os testes de<br />

sistemas e a inserção da rota e dos parâmetros<br />

nas janelas do sistema de gerenciamento<br />

de voo (Flight Management System),<br />

que é feita através de um pequeno<br />

stick, aqui chamado de CCD (Cursor Control<br />

Device) e um teclado alfanumérico.<br />

A programação é dividida logicamente em<br />

páginas, chamadas de POF (Phases of<br />

Flight). Em pouco tempo temos nossa máquina<br />

pronta para o táxi. Apesar de ser uma<br />

manhã de sexta-feira, há bastante movimento<br />

de pequenos aviões e ultraleves<br />

avançados em Americana, e logo estamos<br />

posicionados na cabeceira 30. Costa decide<br />

me mostrar uma decolagem de alta<br />

performance, utilizando flapes na posição<br />

30 graus. Caso haja alguma discrepância<br />

na configuração de decolagem, o CAS<br />

MARÇO • 2010 • AERO MAGAZINE • 25


<strong>ENSAIO</strong> <strong>EM</strong> <strong>VOO</strong> PILATUS PC-12 NG<br />

(Crew Alerting System, ou Sistema de<br />

Alerta à Tripulação) avisará de forma sonora<br />

e visual, cantando um sonoro “No<br />

Take-Off”. Iniciamos uma decolagem estática<br />

avançando a manete única de potência<br />

e de regime de hélice (outra importante<br />

semelhança com os Cirrus), e a<br />

aceleração é notável, mesmo com nosso<br />

peso apenas 800 libras abaixo do máximo<br />

de decolagem e a temperatura externa de<br />

28º C. Consumimos aproximadamente 2/3<br />

PILATUS PC-12 NG<br />

Fabricante <strong>Pilatus</strong> <strong>Aircraft</strong> Ltd.<br />

Preço básico US$ 3,78 milhões<br />

Motor Pratt & Whitney Canada PT6A-67P<br />

Potência 1.744 Shp (Reduzida para 1.200 shp)<br />

Capacidade típica 1 tripulante + 9 passageiros<br />

Comprimento 14,40 m<br />

Envergadura 16,28 m<br />

Altura 4,26 m<br />

Altura da cabine 1,47 m<br />

Largura da cabine 1,52 m<br />

Peso básico operacional 6.782 lb (3.076 kg)<br />

Peso máximo de decolagem 10.450 lb (4.740 kg)<br />

Peso máximo de pouso 9.921 lb (4.500 kg)<br />

Capacidade de combustível 2.704 lb<br />

Velocidade máxima de cruzeiro 280 nós<br />

Distância de decolagem (Nível do mar/ISA/MTOW) 808 m<br />

Distância de pouso (Nível do mar/ISA/MLW) 558 m<br />

Alcance 1.560 milhas náuticas (2.889 km)<br />

Teto operacional 30.000 pés (9.144 m)<br />

Mais informações OceanAir Táxi Aéreo<br />

Tel (11) 2089-8020<br />

26 • AERO MAGAZINE • MARÇO • 2010<br />

dos 1.100 metros da pista na corrida e, logo<br />

após os 70 nós de velocidade, estamos<br />

voando firmes. A velocidade chega rapidamente<br />

aos 100 nós e é hora de limpar a<br />

máquina para a subida em rota, realizada<br />

com 140 nós indicados. Em contato com<br />

o Controle Campinas, somos autorizados<br />

até 5.000 pés na proa de Bragança Paulista,<br />

e experimento um pouco do voo manual,<br />

bastante suave e preciso. Demoro<br />

um pouco para me acostumar às mudanças<br />

de potência e velocidade, já que a manete<br />

de potência é bastante sensível e o<br />

torque da potente PT-6 se faz presente,<br />

exigindo reajustes (“trimagens”) constantes<br />

de leme. Minha falta de prática é então<br />

resolvida quando Costa acopla o yaw<br />

damper, que além de amortecer as oscilações<br />

em guinada também faz o trabalho<br />

de compensação, tornando o voo muito<br />

mais confortável.<br />

Reiniciamos a subida no piloto automático,<br />

aproveito o tempo para explorar<br />

as telas dos MFDs e tenho uma grata surpresa.<br />

Ao contrário do que acontece tipicamente<br />

nas versões reduzidas das mais<br />

conhecidas suítes de aviônicos do mercado,<br />

o Apex praticamente mantém todas as<br />

funcionalidades de seu irmão maior Epic<br />

em suas configurações mais sofisticadas,<br />

e me sinto como se estivesse na cabine de<br />

um Falcon equipado com o avançado cockpit<br />

EASy. Obviamente a quantidade de teclas<br />

externas de atalho é reduzida, e sinto<br />

falta apenas de outro CCD para possiblitar<br />

o trabalho simultâneo de ambos tripulantes<br />

e para servir de backup em caso de<br />

falha do stick. A subida se mantém firme,<br />

com o climb indicando em torno de 1.500<br />

pés/minuto. Ao nivelarmos, rapidamente<br />

aceleramos para a velocidade de cruzeiro.<br />

Com 25 psi de torque e um fluxo de<br />

combustível de míseras 367 libras/hora de<br />

querosene, nosso PC-12 NG cruza com<br />

uma velocidade (TAS – True Airspeed)<br />

de 258 nós, nada mal para nosso peso próximo<br />

do máximo e um dia quente, com<br />

temperatura na faixa de ISA +17. Aproveito<br />

o cruzeiro para visitar a cabine de<br />

passageiros. Configurada com seis assentos<br />

executivos, mais dois assentos auxiliares<br />

no fundo da cabine, o ambiente é<br />

agradável e silencioso, já que o motor está<br />

instalado longe dos passageiros, e lembra<br />

mais o interior de um jato. Os confortáveis<br />

assentos executivos são giratórios<br />

e reclináveis. Existem três mesas, além de<br />

tomadas AC espalhadas pela cabine. O<br />

toalete, localizado em frente à porta principal,<br />

garante privacidade total, com portas<br />

de madeira que o isolam do cockpit e<br />

da cabine de passageiros. De volta à cabine<br />

de comando, somos orientados a voar<br />

na proa de “Trigo” para a descida, posição<br />

que não constava de nosso plano original,<br />

mas basta deslocar o cursor pela tela<br />

do I-NAV (Integrated Navigation Map),<br />

encontrar o ponto e clicar em “Direct To”<br />

no menu que aparece ao lado. Inteligentemente,<br />

nosso Waypoint List nos pergunta<br />

qual será o ponto subsequente, e basta<br />

clicar sobre o ponto “Reprs”, que ali já estava,<br />

para que o plano seja fechado com a<br />

nova trajetória. Tudo muito simples, feito<br />

de maneira gráfica, sem inserções de teclado.<br />

Ponto para o Apex e para a <strong>Pilatus</strong>!<br />

Já no corredor “Índia”, reduzimos a velocidade<br />

para melhor observarmos o congestionado<br />

espaço aéreo da capital paulistana,<br />

cruzando com aviões no sentido contrário<br />

e helicópteros em suas rotas especiais,<br />

logo abaixo de nós. A pista em uso<br />

em Marte é a 12, e vamos nos ajustando à<br />

perna do vento. O <strong>Pilatus</strong> mantém-se firme<br />

mesmo em baixas velocidades, e é preciso<br />

parcimônia ao fazer correções de velocidade<br />

e trajetória na final, pois o motor<br />

responde prontamente. O cruzamento da<br />

cabeceira ocorre com um pouco de excesso<br />

de velocidade, mas o toque sai suave,<br />

graças aos grandes pneus e aos amortecedores<br />

do tipo trailing link. Mal utilizamos<br />

os freios para livrar a pista na intersecção<br />

central, e monitoramos nosso táxi na carta<br />

Jeppesen do aeródromo, que é exposta<br />

no MFD inferior. Termino o voo no hangar<br />

da Paulicopter, impressionado com os<br />

recursos, a performance e a simplicidade<br />

de operação do <strong>Pilatus</strong> PC-12 NG. Contando<br />

com uma rede de suporte mundial,<br />

o <strong>Pilatus</strong> ganha cada vez mais adeptos no<br />

Brasil e no mundo, acessando mais pistas<br />

não preparadas e desempenhando uma variedade<br />

de missões com muita robustez,<br />

refinamento, tecnologia e baixos custos<br />

operacionais. Quem o vê por fora, como<br />

um simples monomotor, que não se engane:<br />

o PC-12 NG oferece muito mais.<br />

GOSTEI<br />

Performance; robustez e aviônicos<br />

NÃO GOSTEI<br />

Cursor Control Device (CCD)<br />

TRÊS VISTAS IVAN PLAVETZ


7<br />

8<br />

9<br />

FOTOS PILATUS (1) E MARCELO GALLI (2 A 5)<br />

Os winglets do PC-12NG foram<br />

redesenhados (7) para poder ser<br />

melhor integrados ao perfil das asas;<br />

embora menor que a porta de carga,<br />

o acesso de passageiros é bastante<br />

adequado ao tamanho do avião (8);<br />

na ponta da asa direita, fica<br />

instalado o radar meteorológico da<br />

aeronave; os grandes pneus o os<br />

amortecedores do tipo trailing link<br />

(10) garantem toques suaves, mesmo<br />

quando a velocidade de aproximação<br />

é um pouco alta; o capô dá acesso<br />

ao potente e confiável motor PT-67P,<br />

fabricado pela norte-americana<br />

Pratt & Whitney, que equipa<br />

o <strong>Pilatus</strong> PC-12NG (11)<br />

10<br />

11<br />

MARÇO • 2010 • AERO MAGAZINE • 27

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