Michel Malanos Junior - Universidade Presbiteriana Mackenzie : Index
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VII Jornada de Iniciação Científica - 2011<br />
século XX, não se tinha formação específica de professores de Física e tampouco produção<br />
organizada e seriada de recursos materiais.<br />
O estudo de Física no Brasil é recente. Até o início dos anos 1930, praticamente não havia<br />
pesquisa científica nesta área de conhecimento e a formação de professores era<br />
inadequada, excetuando-se alguns autodidatas que se dispunham a trabalhar com o<br />
assunto, em praticamente todos os níveis de ensino. Apenas em 1934, com a criação da<br />
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da <strong>Universidade</strong> de São Paulo, professores<br />
europeus, como Gleb Wataghin e Giuseppe Ochialini, passaram a utilizar uma pratica<br />
sistemática de experimentos em Física, particularmente sobre raios cósmicos. No Rio de<br />
Janeiro tinha-se a figura isolada de Bernard Gross, que realizou estudos no Instituto<br />
Nacional de Tecnologia (Rio de Janeiro) sobre propriedades de materiais.<br />
Entretanto, não obstante o vislumbre de um desenvolvimento técnico-científico para o Brasil<br />
naquela época, as limitações que se tinham fizeram com que fosse marcante a influência<br />
européia antes da segunda grande guerra e, posteriormente a norte-americana. Nos anos<br />
de 1960, devido a acordos como o MEC-USAID, não se tinha a elaboração de materiais<br />
didáticos e capacitação de professores que se enquadrassem à realidade brasileira.<br />
Apenas a partir da década de 1970, discussões para a melhoria do ensino de Física com<br />
características e condições nacionais começaram a tomar forma. Essa foi a ênfase do 1º<br />
Simpósio Nacional de Ensino de Física, realizado em 1970 em São Paulo, organizado pela<br />
Sociedade Brasileira de Física (SBF) (I SNBF). Em decorrência às discussões do simpósio,<br />
aprovaram-se verbas para a viabilização de projetos brasileiros, de elaboração de textos e<br />
material didático para o ensino da Física.<br />
O suporte legal, que poderia proporcionar recursos financeiros para o desenvolvimento de<br />
tais projetos, veio em 1971 com a promulgação da lei 5692/71, a qual tinha por objetivo<br />
reestruturar os antigos cursos Primário, Ginasial e Colegial. A estrutura básica consistia de<br />
dois níveis de ensino: O Primeiro Grau, com oito séries, correspondeu à junção dos antigos<br />
cursos Primário (quatro séries) e Ginasial (quatro séries), e o Segundo Grau, sucessor do<br />
até então Curso Colegial, sem, contudo, a especificidade das áreas. Deixou de se ter a<br />
divisão em Humanas, Exatas e Biológicas, que corresponderiam, respectivamente aos até<br />
então denominados cursos Clássico e Científico, e passou-se ao Segundo Grau.<br />
Em 1972, com o lançamento do Projeto Nacional para a Melhoria do Ensino de Ciências, o<br />
qual propunha o estudo das ciências em forma de disciplinas específicas e o fornecimento a<br />
alunos e professores de materiais didáticos de qualidade e adaptados a realidade brasileira,<br />
objetivava-se grande impulso. Porém, apesar de um discreto avanço, com o surgimento de<br />
alguns projetos de ensino de Física, não se atingiu plenamente o esperado.