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Estuário do rio Douro – Aspectos hidrodinâmicos - Instituto ...

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4.1 <strong>–</strong> CAUDAL FLUVIAL<br />

4 <strong>–</strong> DISCUSSÃO<br />

A análise <strong>do</strong> caudal horá<strong>rio</strong> lança<strong>do</strong> em Crestuma nos <strong>do</strong>mínios <strong>do</strong> tempo e da<br />

frequência mostra uma situação bem demarcada nos <strong>do</strong>is regimes sazonais estuda<strong>do</strong>s. A<br />

média de aprox. 57 m 3 /s, registada no perío<strong>do</strong> de 2005 <strong>–</strong> com 81 % <strong>do</strong>s valores abaixo<br />

<strong>do</strong>s 100 m 3 /s <strong>–</strong> revela um caudal pouco importante e, sobretu<strong>do</strong>, de carácter intermitente<br />

<strong>–</strong> 77 % de ocorrências nulas (figuras 3.1 e 3.2). Neste perío<strong>do</strong>, a análise da composição<br />

frequencial <strong>do</strong> sinal mostra um caudal <strong>do</strong>mina<strong>do</strong> por uma variabilidade (vb) diurna e, de<br />

forma cumulativa, pela região de perío<strong>do</strong> igual ou infe<strong>rio</strong>r à componente diurna,<br />

perfazen<strong>do</strong> as classes que respeitam essa condição 84 % da vb <strong>do</strong> sinal (figuras 3.14 e<br />

3.28).<br />

Os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> de 2006 mostram um quadro em que o caudal médio é<br />

agora de aprox. 766 m 3 /s <strong>–</strong> com 65 % <strong>do</strong>s valores acima <strong>do</strong>s 600 m 3 /s. A análise <strong>do</strong><br />

conteú<strong>do</strong> espectral <strong>do</strong> sinal mostra uma inflexão da importância espectral para a parte<br />

infe<strong>rio</strong>r <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio de Nyquist <strong>–</strong> classes com perío<strong>do</strong> acima da diurna contêm 71 % da<br />

vb <strong>do</strong> sinal (figura 3.28).<br />

A composição espectral <strong>do</strong> caudal lança<strong>do</strong> na barragem de Crestuma sugere que o<br />

funcionamento <strong>do</strong> <strong>rio</strong> <strong>Douro</strong> é, no Verão, <strong>do</strong>mina<strong>do</strong> por uma vb de forçamento<br />

antropogénico <strong>–</strong> induzida pelas necessidades de produção de energia eléctrica <strong>–</strong> o que<br />

explica a ocorrência no caudal característico de <strong>do</strong>is picos diurnos, centra<strong>do</strong>s às 12:00 e<br />

às 21:00 (figura 3.15); no Inverno é essencialmente marca<strong>do</strong> por uma vb de longo<br />

perío<strong>do</strong> <strong>–</strong> certamente relacionada com a passagem <strong>do</strong>s sistemas de tempo <strong>–</strong>, cujo efeito<br />

remoto assume o papel de deslocar a importância espectral para regiões ainda mais<br />

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