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Estuário do rio Douro – Aspectos hidrodinâmicos - Instituto ...

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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias<br />

Departamento de Ciências Naturais, Ambientais e<br />

Biotecnológicas<br />

Licenciatura em Ciências <strong>do</strong> Mar,<br />

Ramo de Oceanografia e Pescas<br />

<strong>Estuá<strong>rio</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>rio</strong> <strong>Douro</strong> <strong>–</strong> <strong>Aspectos</strong><br />

<strong>hidrodinâmicos</strong><br />

Nuno Alenquer<br />

Entidade acolhe<strong>do</strong>ra:<br />

Marinha <strong>–</strong> <strong>Instituto</strong> Hidrográfico<br />

Divisão de Oceanografia<br />

Relató<strong>rio</strong> final de estágio


Licenciatura em Ciências <strong>do</strong> Mar,<br />

Ramo de Oceanografia e Pescas<br />

<strong>Estuá<strong>rio</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>rio</strong> <strong>Douro</strong> <strong>–</strong> <strong>Aspectos</strong> <strong>hidrodinâmicos</strong><br />

Nuno Miguel Alves <strong>do</strong>s Santos Alenquer<br />

Número de aluno: 9800333<br />

Orienta<strong>do</strong>r U.L.H.T.: Doutor Manuel Pinto de Abreu<br />

Orienta<strong>do</strong>r externo: Eng. António Jorge da Silva<br />

Lisboa, Novembro de 2007


RESUMO<br />

O autor trabalhou campos pontuais de temperatura, salinidade e pressão e perfis<br />

verticais de velocidade longitudinal, medi<strong>do</strong>s em quatro locais distribuí<strong>do</strong>s ao longo <strong>do</strong><br />

estuá<strong>rio</strong> <strong>do</strong> <strong>Douro</strong>, desde a Cantareira, junto à foz, até Crestuma. Estu<strong>do</strong>u a distribuição<br />

espacial e sazonal da composição espectral <strong>do</strong>s parâmetros medi<strong>do</strong>s recorren<strong>do</strong> a teoria<br />

clássica de Fourier, assumin<strong>do</strong> como válida uma abordagem estacionária. Investigou<br />

ainda o efeito de modulação exerci<strong>do</strong> pelo regime de marés vivas e marés mortas e a<br />

sua dependência <strong>do</strong> regime de escoamento fluvial. Os resulta<strong>do</strong>s apontam para que a<br />

extensão de influência da maré sobre a variabilidade da temperatura e salinidade não se<br />

estenda a 2/3 <strong>do</strong> comprimento <strong>do</strong> estuá<strong>rio</strong>, no regime em que o caudal é pouco<br />

importante; embora com a penetração da cunha salina a fazer-se, neste regime, pelo<br />

menos até aqui. A variabilidade da pressão é semi-diurna em to<strong>do</strong> o estuá<strong>rio</strong>,<br />

independentemente <strong>do</strong> regime fluvial. A velocidade longitudinal é muito pequena junto<br />

à extremidade situada mais a montante e to<strong>do</strong> o estuá<strong>rio</strong> se comporta como um <strong>rio</strong>, no<br />

regime em que o caudal é importante, chegan<strong>do</strong> mesmo a não se fazer escoamento de<br />

enchente durante mais de <strong>do</strong>is dias, junto à foz. A velocidade aparece estratificada, no<br />

regime de caudal pouco importante, e homogénea no regime de caudal importante, com<br />

tendência para oscilar entre a mistura, em regime de marés vivas e a estratificação, em<br />

regime de marés mortas.<br />

III


1 <strong>–</strong> Introdução 12<br />

2 <strong>–</strong> Material e Méto<strong>do</strong>s 14<br />

2.1 <strong>–</strong> <strong>Estuá<strong>rio</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Douro</strong> 14<br />

2.2 <strong>–</strong> Observação 15<br />

ÍNDICE<br />

2.2.1 <strong>–</strong> Equipamentos e parâmetros 15<br />

2.2.2 <strong>–</strong> Formato <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s 16<br />

2.2.3 <strong>–</strong> Locais de observação 17<br />

2.2.4 <strong>–</strong> Perío<strong>do</strong>s de observação e amostragem 18<br />

2.3 <strong>–</strong> Conversão e calibração 25<br />

2.3.1 <strong>–</strong> RCM 25<br />

2.3.2 <strong>–</strong> ADCP 26<br />

2.4 <strong>–</strong> Validação 26<br />

2.4.1 <strong>–</strong> Limites temporais 27<br />

2.4.2 <strong>–</strong> Saturação e descalibração <strong>do</strong>s sensores 27<br />

2.4.3 <strong>–</strong> Orientação <strong>do</strong> escoamento 29<br />

2.4.4 <strong>–</strong> Omissão de registos 29<br />

2.4.5 <strong>–</strong> Notas finais sobre a validação 29<br />

2.5 <strong>–</strong> Análise espectral 31<br />

2.5.1 <strong>–</strong> Análise espectral clássica 31<br />

Resolução espectral e variância espectral 32<br />

IV


Fuga espectral 33<br />

Transformada rápida de Fourier 34<br />

2.5.2 <strong>–</strong> Distribuição horária característica 35<br />

2.6 <strong>–</strong> Filtragem e compactação 35<br />

2.6.1 <strong>–</strong> Filtro de Butterworth e filtro médias móveis 36<br />

2.6.2 <strong>–</strong> Frequência de corte e bandas seleccionadas 37<br />

2.6.3 <strong>–</strong> Ordem <strong>do</strong> filtro e largura da banda de transição 39<br />

2.6.4 <strong>–</strong> Distorção nas extremidades das séries 41<br />

2.6.5 <strong>–</strong> Notas finais sobre a filtragem e compactação 41<br />

2.7 <strong>–</strong> Unidimensionalização 42<br />

2.7.1 <strong>–</strong> Direcções principais de variabilidade 43<br />

2.7.2 <strong>–</strong> Direcção média <strong>do</strong> escoamento 44<br />

2.7.3 <strong>–</strong> Matriz de transformação de coordenadas 44<br />

2.7.4 <strong>–</strong> Reorientação com direcção única 45<br />

2.7.5 <strong>–</strong> Reorientação com direcções múltiplas 45<br />

2.8 <strong>–</strong> Distribuição de energia 50<br />

2.9 <strong>–</strong> Modulação pelo regime de maré 51<br />

3 <strong>–</strong> Resulta<strong>do</strong>s 53<br />

3.1 <strong>–</strong> Estatística descritiva 53<br />

3.1.1 <strong>–</strong> Caudal lança<strong>do</strong> em Crestuma 54<br />

3.1.2 <strong>–</strong> Temperatura 56<br />

3.1.3 <strong>–</strong> Salinidade 59<br />

V


3.1.4 <strong>–</strong> Pressão 62<br />

3.1.5 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal 64<br />

3.2 <strong>–</strong> Composição espectral 68<br />

3.2.1 <strong>–</strong> Caudal lança<strong>do</strong> em Crestuma 69<br />

3.2.2 <strong>–</strong> Temperatura 71<br />

3.2.3 <strong>–</strong> Salinidade 73<br />

3.2.4 <strong>–</strong> Pressão 75<br />

3.2.5 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal 77<br />

3.3 <strong>–</strong> Distribuição espacial e sazonal de energia 83<br />

3.3.1 <strong>–</strong> Caudal lança<strong>do</strong> em Crestuma 84<br />

3.3.2 <strong>–</strong> Temperatura 85<br />

3.3.3 <strong>–</strong> Salinidade 86<br />

3.3.4 <strong>–</strong> Pressão 87<br />

3.3.5 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal 88<br />

3.4 <strong>–</strong> Modulação pelo regime de maré 93<br />

4 <strong>–</strong> Discussão 100<br />

3.4.1 <strong>–</strong> Temperatura 94<br />

3.4.2 <strong>–</strong> Salinidade 95<br />

3.4.3 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal 96<br />

4.1 <strong>–</strong> Caudal fluvial 100<br />

4.2 <strong>–</strong> Extensão da Influência da maré 101<br />

4.2.1 <strong>–</strong> Temperatura e salinidade 101<br />

VI


2005 101<br />

2006 103<br />

4.2.2 <strong>–</strong> Pressão 104<br />

4.2.3 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal 105<br />

2005 105<br />

2006 106<br />

4.3 <strong>–</strong> Estrutura vertical da velocidade 107<br />

4.3.1 <strong>–</strong> 2005 107<br />

4.3.2 <strong>–</strong> 2006 107<br />

4.4 <strong>–</strong> A situação da Ponte Dona Maria 108<br />

4.5 <strong>–</strong> Validade <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> e trabalho futuro 109<br />

5 <strong>–</strong> Referências 113<br />

Anexos<br />

4.5.1 <strong>–</strong> Velocidade na camada sub-superficial 109<br />

4.5.2 <strong>–</strong> A hipótese estacionária 109<br />

4.5.3 <strong>–</strong> Significância estatística 110<br />

4.5.4 <strong>–</strong> A cobertura espacial 111<br />

4.5.5 <strong>–</strong> Outras perspectivas de trabalho futuro 111<br />

A <strong>–</strong> Estatística vectorial da velocidade 114<br />

B <strong>–</strong> Síntese de estatística descritiva 117<br />

C <strong>–</strong> Distribuição de variabilidade da velocidade 123<br />

VII


LISTA DE FIGURAS<br />

2.1 <strong>–</strong> Carta <strong>do</strong> <strong>Estuá<strong>rio</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Douro</strong> <strong>–</strong> Localização <strong>do</strong>s correntómetros durante o ECOIS 19<br />

2.2 <strong>–</strong> Carta <strong>do</strong> <strong>Estuá<strong>rio</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Douro</strong> <strong>–</strong> Zona da Cantareira 20<br />

2.3 <strong>–</strong> Carta <strong>do</strong> <strong>Estuá<strong>rio</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Douro</strong> <strong>–</strong> Zona da Ponte Dona Maria 21<br />

2.4 <strong>–</strong> Carta <strong>do</strong> <strong>Estuá<strong>rio</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Douro</strong> <strong>–</strong> Zona da Avintes 22<br />

2.5 <strong>–</strong> Carta <strong>do</strong> <strong>Estuá<strong>rio</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Douro</strong> <strong>–</strong> Zona de Crestuma 23<br />

2.6 <strong>–</strong> Avintes 2006 <strong>–</strong> Troço inicial da pressão relativa <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s brutos 28<br />

2.7 <strong>–</strong> Avintes 2006 <strong>–</strong> Troço final da pressão relativa <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s brutos 28<br />

2.8 <strong>–</strong> Avintes 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia da temperatura com pe<strong>rio</strong><strong>do</strong>grama-modifica<strong>do</strong><br />

/ méto<strong>do</strong> de Welch 33<br />

2.9 <strong>–</strong> Avintes 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia da pressão relativa com pe<strong>rio</strong><strong>do</strong>grama-simples<br />

/ pe<strong>rio</strong><strong>do</strong>grama-modifica<strong>do</strong> 34<br />

2.10 <strong>–</strong> Função de transferência <strong>–</strong> Butterworth O12 2.4h / Médias móveis com 25 pontos.<br />

Intervalo de amostragem de 5 minutos 38<br />

2.11 <strong>–</strong> Função de transferência <strong>–</strong> Butterworth O12 2.4h / Médias móveis com 13 pontos.<br />

Intervalo de amostragem de 10 minutos 38<br />

2.12 <strong>–</strong> Avintes 2006 <strong>–</strong> Filtragem da salinidade com Butterworth O10 2.2h / Médias<br />

móveis com 13 pontos 39<br />

2.13 <strong>–</strong> Avintes 2006 <strong>–</strong> Filtragem da salinidade com Butterworth O10 2.2h / O15 2.5 40<br />

2.14 <strong>–</strong> Função de transferência <strong>–</strong> Butterworth O7 2h / O10 2h / O15 2h. Intervalo de<br />

amostragem de 10 minutos 40<br />

2.15 <strong>–</strong> Avintes 2005 <strong>–</strong> Dispersão da velocidade junto ao fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> canal 46<br />

2.16 <strong>–</strong> Avintes 2006 <strong>–</strong> Dispersão da velocidade junto ao fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> canal 47<br />

2.17 <strong>–</strong> Reorientação <strong>do</strong> sistema de coordenadas da velocidade com méto<strong>do</strong> de direcções<br />

múltiplas 49<br />

VIII


3.1 <strong>–</strong> Barragem de Crestuma <strong>–</strong> Cronogramas <strong>do</strong> caudal horá<strong>rio</strong> médio 54<br />

3.2 <strong>–</strong> Barragem de Crestuma <strong>–</strong> Histograma <strong>do</strong> caudal horá<strong>rio</strong> médio 55<br />

3.3 <strong>–</strong> Temperatura 2005 56<br />

3.4 <strong>–</strong> Temperatura 2006 57<br />

3.5 <strong>–</strong> Temperatura <strong>–</strong> Síntese de estatística descritiva 58<br />

3.6 <strong>–</strong> Salinidade 2005 59<br />

3.7 <strong>–</strong> Salinidade 2006 60<br />

3.8 <strong>–</strong> Salinidade <strong>–</strong> Síntese de estatística descritiva 61<br />

3.9 <strong>–</strong> Pressão 2005 62<br />

3.10 <strong>–</strong> Pressão 2006 63<br />

3.11 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal 2005 64<br />

3.12 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal 2006 66<br />

3.13 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal <strong>–</strong> Resíduo amostral 67<br />

3.14 <strong>–</strong> Barragem de Crestuma <strong>–</strong> Espectro de energia <strong>do</strong> caudal horá<strong>rio</strong> médio 69<br />

3.15 <strong>–</strong> Barragem de Crestuma <strong>–</strong> Caudal horá<strong>rio</strong> médio característico 70<br />

3.16 <strong>–</strong> Temperatura 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia 71<br />

3.17 <strong>–</strong> Temperatura 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia 72<br />

3.18 <strong>–</strong> Salinidade 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia 73<br />

3.19 <strong>–</strong> Salinidade 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia 74<br />

3.20 <strong>–</strong> Pressão 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia 75<br />

3.21 <strong>–</strong> Pressão 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia 76<br />

3.22 <strong>–</strong> Cantareira 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal 77<br />

3.23 <strong>–</strong> Ponte Dona Maria 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal 78<br />

3.24 <strong>–</strong> Avintes 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal 79<br />

3.25 <strong>–</strong> Crestuma 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal 80<br />

3.26 <strong>–</strong> Cantareira 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal 81<br />

IX


3.27 <strong>–</strong> Avintes 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal 82<br />

3.28 <strong>–</strong> Caudal lança<strong>do</strong> em Crestuma <strong>–</strong> Distribuição relativa da energia total por classes<br />

espectrais 84<br />

3.29 <strong>–</strong> Temperatura <strong>–</strong> Distribuição relativa da energia total por classes espectrais 85<br />

3.30 <strong>–</strong> Salinidade <strong>–</strong> Distribuição relativa da energia total por classes espectrais 86<br />

3.31 <strong>–</strong> Pressão <strong>–</strong> Distribuição relativa da energia total por classes espectrais 87<br />

3.32 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal Cantareira 2005 <strong>–</strong> Distribuição relativa da energia total<br />

por classes espectrais 88<br />

3.33 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal Ponte Dona Maria 2005 <strong>–</strong> Distribuição relativa da<br />

energia total por classes espectrais 90<br />

3.34 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal Avintes 2005 <strong>–</strong> Distribuição relativa da energia total por<br />

classes espectrais 91<br />

3.35 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal Crestuma 2005 <strong>–</strong> Distribuição relativa da energia total<br />

por classes espectrais 92<br />

3.36 <strong>–</strong> Temperatura <strong>–</strong> Média de oito ciclos de marés vivas e de marés mortas 94<br />

3.37 <strong>–</strong> Salinidade <strong>–</strong> Média de oito ciclos de marés vivas e de marés mortas 95<br />

3.38 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal Cantareira <strong>–</strong> Média de oito ciclos de marés vivas e de<br />

marés mortas 96<br />

3.39 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal Ponte Dona Maria <strong>–</strong> Média de oito ciclos de marés vivas<br />

e de marés mortas 97<br />

3.40 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal Avintes <strong>–</strong> Média de oito ciclos de marés vivas e de<br />

marés mortas 98<br />

3.41 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal Crestuma <strong>–</strong> Média de oito ciclos de marés vivas e de<br />

marés mortas 99<br />

X


LISTA DE QUADROS<br />

2.1 <strong>–</strong> Síntese de da<strong>do</strong>s <strong>–</strong> Perío<strong>do</strong>s de observação não valida<strong>do</strong>s 24<br />

2.2 <strong>–</strong> Síntese de da<strong>do</strong>s <strong>–</strong> Perío<strong>do</strong>s de observação valida<strong>do</strong>s 30<br />

2.3 <strong>–</strong> Classes espectrais de variabilidade <strong>–</strong> Parâmetros correntométricos 52<br />

2.4 <strong>–</strong> Classes espectrais de variabilidade <strong>–</strong> Caudal lança<strong>do</strong> em Crestuma 52<br />

3.1 <strong>–</strong> Síntese de da<strong>do</strong>s compacta<strong>do</strong>s 53<br />

3.2 <strong>–</strong> Síntese de troços de marés mortas / marés vivas 93<br />

XI


1 - INTRODUÇÃO<br />

Escolhi fazer o meu estágio de fim de licenciatura na área <strong>do</strong>s processos<br />

estuarinos, o que vim a concretizar na divisão de Oceanografia <strong>do</strong> IH <strong>–</strong> <strong>Instituto</strong><br />

Hidrográfico <strong>–</strong>, no âmbito de um projecto em curso desde Agosto de 2005 denomina<strong>do</strong><br />

ECOIS <strong>–</strong> Contribuições Estuarinas para a Dinâmica da Plataforma Interna, na tradução<br />

para Português <strong>do</strong> acrónimo em Inglês. O estágio decorreu entre Maio de 2006 e Julho<br />

de 2007.<br />

A motivação para o desencadear de to<strong>do</strong> o projecto ECOIS tinha si<strong>do</strong> a<br />

necessidade de se fazer uma avaliação da importância das contribuições <strong>do</strong>s<br />

escoamentos <strong>do</strong>s <strong>rio</strong>s <strong>Douro</strong> e Minho para a dinâmica da plataforma costeira inte<strong>rio</strong>r e,<br />

em particular, <strong>do</strong> papel que estas plumas de água menos densa teriam na formação ou<br />

intensificação de uma corrente costeira longitudinal. Para isto seria forçoso começar por<br />

estabelecer um quadro de referência no que diz respeito aos aspectos <strong>hidrodinâmicos</strong><br />

<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is estuá<strong>rio</strong>s.<br />

O trabalho de campo decorrente <strong>do</strong> projecto envolveu, até hoje, três campanhas de<br />

observação <strong>–</strong> Setembro e Outubro de 2005; Fevereiro, Março e Abril de 2006; e Janeiro<br />

e Fevereiro de 2007 <strong>–</strong> em que foi recolhi<strong>do</strong> um conjunto vasto de da<strong>do</strong>s hidrológicos e<br />

<strong>hidrodinâmicos</strong> em cada um <strong>do</strong>s sistemas.<br />

A investigação que desenvolvi centrou-se em alguns aspectos da dinâmica <strong>do</strong><br />

estuá<strong>rio</strong> <strong>do</strong> <strong>Douro</strong>: a extensão da influência da maré; a estrutura vertical da velocidade;<br />

e a importância <strong>do</strong> efeito de modulação exerci<strong>do</strong> sobre estes pelo regime de maré.<br />

A dinâmica <strong>do</strong> estuá<strong>rio</strong> <strong>do</strong> <strong>Douro</strong> foi já alvo de investigação (1) <strong>–</strong> recolha de<br />

da<strong>do</strong>s no ano de 1994. Nesse estu<strong>do</strong>, os autores trabalharam perfis de salinidade e de<br />

velocidade regista<strong>do</strong>s em Setembro, ao longo de um ciclo de maré de águas vivas, numa<br />

12


única estação fixa, bem como perfis instantâneos de salinidade cobrin<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o estuá<strong>rio</strong><br />

em estofo de preia-mar de águas vivas, uma vez por mês ao longo de to<strong>do</strong> o ano. Os<br />

investiga<strong>do</strong>res caracterizaram a distribuição espacial da salinidade e as características<br />

da corrente de maré numa perspectiva bidimensional, ten<strong>do</strong> classifica<strong>do</strong> o sistema, <strong>do</strong><br />

ponto de vista dinâmico, como um estuá<strong>rio</strong> Mesotidal semi-diurno <strong>do</strong> tipo Cunha Salina<br />

extremamente dependente da magnitude <strong>do</strong> escoamento fluvial. Segun<strong>do</strong> o seu estu<strong>do</strong>, o<br />

perfil vertical de salinidade oscilava entre uma estratificação forte, em condições de<br />

baixo caudal, e uma mistura homogénea, para caudais eleva<strong>do</strong>s. Os autores estimaram<br />

ainda a extensão máxima da progressão da cunha salina em 2/3 <strong>do</strong> seu comprimento<br />

total, o que perfaz aproximadamente 15 km.<br />

A ideia foi, agora, trabalhar da<strong>do</strong>s hidrológicos e <strong>hidrodinâmicos</strong>, com uma<br />

abordagem diferente, usan<strong>do</strong> em alguns casos uma cobertura espacial e temporal mais<br />

abrangente e tentan<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> possível, estabelecer resulta<strong>do</strong>s comparativos.<br />

A orientação que dei ao estu<strong>do</strong> foi no senti<strong>do</strong> de quantificar as contribuições <strong>do</strong>s<br />

principais forçamentos actuantes sobre a variabilidade <strong>do</strong>s sinais e perceber como se faz<br />

a sua variação espacial e sazonal. Para isso, estimei o conteú<strong>do</strong> frequencial <strong>do</strong>s sinais e<br />

calculei a sua distribuição por classes espectrais associadas aos forçamentos<br />

<strong>do</strong>minantes. Estudei o efeito de modulação pelo regime de maré comparan<strong>do</strong> a média<br />

populacional <strong>do</strong>s parâmetros calculada em troços de marés vivas e de marés mortas.<br />

Grande parte da meto<strong>do</strong>logia que a<strong>do</strong>ptei pressupõe como válida uma abordagem<br />

estacionária ao estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> problema da hidrodinâmica estuarina e assenta na utilização<br />

da teoria clássica de Fourier.<br />

A organização <strong>do</strong> texto no relató<strong>rio</strong> faz-se de maneira a que os capítulos<br />

descrevam sucessiva e cronologicamente cada fase <strong>do</strong> processamento percorrida, uma<br />

vez que o trabalho envolveu esse tipo de encadeamento.<br />

13


2.1 <strong>–</strong> ESTUÁRIO DO DOURO<br />

2 <strong>–</strong> MATERIAL E MÉTODOS<br />

O estuá<strong>rio</strong> <strong>do</strong> <strong>Douro</strong> tem 22 km de comprimento entre a foz e a barragem de<br />

Crestuma, o seu limite a montante. As margens são elevadas, sen<strong>do</strong> por isso a secção<br />

transversal pequena <strong>–</strong> com excepção da parte final <strong>do</strong> <strong>rio</strong>, a jusante da ponte da<br />

Arrábida, em que atinge a largura máxima de 1300 m (2). Não existem zonas intertidais<br />

importantes (3).<br />

Pode dividir-se o estuá<strong>rio</strong> em três zonas, de acor<strong>do</strong> com o seu perfil hidrológico: o<br />

baixo estuá<strong>rio</strong>, desde a foz até à ponte da Arrábida; o estuá<strong>rio</strong> médio, até à ponte <strong>do</strong><br />

Freixo; e o alto estuá<strong>rio</strong>, que culmina na barragem de Crestuma (3).<br />

O <strong>rio</strong> <strong>Douro</strong> possui inúmeras barragens de fio de água <strong>–</strong> com pouca capacidade de<br />

armazenamento (2) <strong>–</strong> que, no entanto, não impõem reduções de monta ao caudal total<br />

escoa<strong>do</strong> (3).<br />

O clima da bacia hidrográfica varia entre o semiári<strong>do</strong> e o muito húmi<strong>do</strong> (4). O<br />

caudal anual médio em Crestuma está estima<strong>do</strong> em aproximadamente 450 m 3 /s; pode,<br />

no entanto, atingir os 700 m 3 /s, em anos com pluviosidade média intensa e os 200 m 3 /s,<br />

em anos secos. Existe elevada variabilidade sazonal no seu comportamento que pode,<br />

em situações de cheia, atingir os 10 000 m 3 /s (2).<br />

14


2.2 <strong>–</strong> OBSERVAÇÃO<br />

Os da<strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>s foram recolhi<strong>do</strong>s com correntómetros instala<strong>do</strong>s pelo IH<br />

durante as campanhas de observação de 2005 e 2006.<br />

Para além de da<strong>do</strong>s regista<strong>do</strong>s com equipamentos instala<strong>do</strong>s pelo IH, utilizei<br />

também registos de caudal horá<strong>rio</strong> médio lança<strong>do</strong> na barragem de Crestuma. Estes<br />

da<strong>do</strong>s de caudal fluvial estão disponíveis para consulta no sítio electrónico <strong>do</strong> SNIRH <strong>–</strong><br />

Serviço Nacional de Informação de Recursos Hídricos <strong>–</strong> para to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> de<br />

observação das campanhas de 2005 e 2006 (http://snirh.pt/).<br />

2.2.1 <strong>–</strong> EQUIPAMENTOS E PARÂMETROS<br />

Utilizei da<strong>do</strong>s recolhi<strong>do</strong>s com <strong>do</strong>is tipos de equipamentos de medição da<br />

velocidade da corrente: correntómetros pontuais e correntómetros perfila<strong>do</strong>res. Ambos<br />

são correntómetros acústicos <strong>–</strong> equipa<strong>do</strong>s com sensor Doppler <strong>–</strong> fundea<strong>do</strong>s com sistema<br />

de poita e cabo recupera<strong>do</strong>r, no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> canal principal.<br />

Os correntómetros pontuais <strong>–</strong> AANDERAA RCM 9 <strong>–</strong> mediram séries temporais<br />

de velocidade horizontal da corrente a um nível de profundidade único (junto ao fun<strong>do</strong>),<br />

bem como um conjunto adicional de parâmetros físicos, químicos e dinâmicos:<br />

temperatura; condutividade (salinidade por derivação); e pressão relativa.<br />

Os correntómetros perfila<strong>do</strong>res (ADCP) <strong>–</strong> RDI WH600 e AANDERAA<br />

RDCP600 <strong>–</strong> mediram séries temporais de perfis verticais de velocidade horizontal e<br />

vertical e de amplitude de eco, bem como séries temporais de temperatura, medida no<br />

fun<strong>do</strong>, e de pressão relativa <strong>–</strong> convertida internamente em profundidade.<br />

15


Numa perspectiva de comparabilidade <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s, reconverti em pressão os da<strong>do</strong>s<br />

de profundidade medi<strong>do</strong>s com os ADCP, utilizan<strong>do</strong>, na equação da pressão hidrostática,<br />

um produto de densidade pela aceleração gravítica igual a 10 4 kPa, naquilo que se<br />

designa habitualmente por ganho 1.<br />

Os ADCP perfilam a velocidade da corrente num número discreto de níveis <strong>–</strong> que<br />

se posicionam verticalmente desde uma zona de sombra, acima da cabeça <strong>do</strong><br />

equipamento, até um ponto cuja localização depende da configuração utilizada. Esta é<br />

função da janela de profundidade esperada e resolução espacial que se pretende dar ao<br />

estu<strong>do</strong> e é definida manipulan<strong>do</strong> a frequência da onda acústica posta na água. No caso<br />

das campanhas trabalhadas, a velocidade foi perfilada até um ponto acima da superfície<br />

livre.<br />

Os ADCP fornecem ainda uma amplitude de eco <strong>–</strong> é o número médio de ecos<br />

devolvi<strong>do</strong> ao equipamento, a cada observação, e é função da natureza <strong>do</strong> alvo. Toman<strong>do</strong><br />

o último essencialmente por sedimento de natureza imutável, a amplitude de eco<br />

funciona como uma medida da concentração de partículas em suspensão <strong>–</strong> à excepção<br />

<strong>do</strong>s registos provenientes da região próxima à superfície, cujo aumento de magnitude<br />

reflecte sobretu<strong>do</strong> a presença da interface ar-mar.<br />

2.2.2 <strong>–</strong> FORMATO DOS DADOS<br />

As séries temporais registadas com os RCM, bem como as séries temporais de<br />

caudal fluvial, foram escritas em ficheiro electrónico na forma de matrizes regulares de<br />

ordem n, sen<strong>do</strong> n o número de parâmetros regista<strong>do</strong>s em cada ficheiro, ou, em<br />

alternativa, na forma de vectores <strong>–</strong> ou seja, matrizes de ordem 1.<br />

Os ADCP são forneci<strong>do</strong>s ao cliente com uma interface computacional de<br />

visualização e exportação de da<strong>do</strong>s a partir da qual são encaminha<strong>do</strong>s para ficheiro. Por<br />

16


comodidade de utilização desta interface e facilidade de processamento poste<strong>rio</strong>r, os<br />

perfis verticais de velocidade e de amplitude de eco foram exporta<strong>do</strong>s para formato<br />

electrónico também na forma de matrizes regulares.<br />

A altura da coluna de água é variável no tempo e, consequentemente, o número de<br />

níveis resolvi<strong>do</strong>s também, o que me obrigou a a<strong>do</strong>ptar o crité<strong>rio</strong> de referenciar a<br />

velocidade a partir <strong>do</strong> nível mais baixo <strong>–</strong> cuja distância ao fun<strong>do</strong> é fixa <strong>–</strong> definin<strong>do</strong><br />

como nível máximo aquele que está, em qualquer instante <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> de observação,<br />

posiciona<strong>do</strong> dentro de água <strong>–</strong> para o que utilizei as séries de amplitude de eco. Assim,<br />

deixa de poder ser resolvida a camada supe<strong>rio</strong>r da coluna, numa espessura que pode ser<br />

igual à amplitude de maré para o perío<strong>do</strong> considera<strong>do</strong>. Na baixa-mar da maré viva será<br />

praticamente nula, enquanto que é máxima na preia-mar da maré viva. Por sua vez os<br />

registos ADCP de parâmetros sem distribuição vertical foram transferi<strong>do</strong>s, sem<br />

qualquer restrição, para ficheiros electrónicos, na forma de vectores.<br />

2.2.3 <strong>–</strong> LOCAIS DE OBSERVAÇÃO<br />

A configuração da observação previu a instalação de correntómetros junto à foz,<br />

no baixo estuá<strong>rio</strong>; junto à Ponte Dona Maria, no médio estuá<strong>rio</strong>; junto à povoação de<br />

Avintes e junto à barragem de Crestuma, no alto estuá<strong>rio</strong>. Designarei estes locais por<br />

Cantareira, Ponte Dona Maria, Avintes e Crestuma, respectivamente.<br />

Os locais observa<strong>do</strong>s distam da foz, respectivamente: 2 km; 8 km; 15 km; e<br />

21 km. Usarei também o termo foz para me referir à Cantareira <strong>–</strong> pela proximidade<br />

deste local com a extremidade <strong>do</strong> estuá<strong>rio</strong> e por comodidade em situar a distribuição<br />

espacial <strong>do</strong>s equipamentos. As suas profundidades médias registaram<br />

aproximadamente: 7,60 m e 7,80 m, na Cantareira, em 2005 e 2006, respectivamente;<br />

26,9 m, na Ponte Dona Maria, em 2005; 10,4 m e 10,0 m, em Avintes, em 2005 e 2006,<br />

17


espectivamente; e 11,9 m, em Crestuma, na campanha de 2005. Note-se que estas<br />

profundidades médias foram estimadas com base nas séries de pressão filtradas de ruí<strong>do</strong><br />

(ver capitulo filtragem e compactação) e que não refiro profundidades médias para a<br />

Ponte Dona Maria e Crestuma, em 2006, pois os respectivos equipamentos não<br />

funcionaram (ver capitulo validação).<br />

Foi prevista a colocação de correntómetros pontuais na Cantareira e em Avintes;<br />

enquanto foram instala<strong>do</strong>s perfila<strong>do</strong>res de corrente na Cantareira, Ponte Dona Maria e<br />

Crestuma. Uma vez que estava na posse de redundância de da<strong>do</strong>s de temperatura e<br />

pressão, na Cantareira, a<strong>do</strong>ptei a estratégia de trabalhar apenas sobre os campos<br />

recolhi<strong>do</strong>s com os RCM, reservan<strong>do</strong> para os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> ADCP o papel de servir de<br />

validação <strong>do</strong>s primeiros. Por outro la<strong>do</strong>, estudei a velocidade medida com o RCM na<br />

Cantareira, em 2006 (junto ao fun<strong>do</strong>), conjuntamente com o perfil medi<strong>do</strong> com o<br />

ADCP, para o que admiti a comparabilidade das medidas instrumentais respectivas.<br />

As figuras 2.1 a 2.5 mostram a localização geográfica <strong>do</strong>s correntómetros<br />

envolvi<strong>do</strong>s nas campanhas de 2005 e 2006.<br />

2.2.4 - PERÍODOS DE OBSERVAÇÃO E AMOSTRAGEM<br />

As campanhas de observação decorreram durante os perío<strong>do</strong>s de Setembro e<br />

Outubro de 2005; e Fevereiro a Março de 2006.<br />

A resolução temporal <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s recolhi<strong>do</strong>s com correntómetros foi de cinco e dez<br />

minutos, nas campanhas de 2005 e 2006, respectivamente. Os registos de caudal fluvial<br />

em Crestuma estão espaça<strong>do</strong>s de uma hora.<br />

O quadro 2.1 reúne as características amostrais <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s correntométricos<br />

processa<strong>do</strong>s.<br />

18


PORTO<br />

Freixo<br />

Infante<br />

Arrábida<br />

figura 2.1<br />

D. Luís I<br />

AFURADA<br />

V.N. GAIA<br />

OLIVEIRA DO DOURO<br />

VALBOM<br />

R. Febros<br />

AVINTES<br />

Carta <strong>do</strong> <strong>Estuá<strong>rio</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Douro</strong> <strong>–</strong> Localização <strong>do</strong>s correntómetros durante o ECOIS<br />

Distância à foz (aproximada): Cantareira (2 Km); Ponte D. Maria (8 km); Avintes (15 km);<br />

Crestuma (21 km)<br />

R. Sousa<br />

Barragem de<br />

Crestuma-Lever<br />

CRESTUMA<br />

RCM + ADCP CANTAREIRA ADCP PONTE D. MARIA RCM AVINTES ADCP CRESTUMA<br />

19


-28<br />

-27<br />

-26<br />

-24<br />

-22<br />

-20<br />

-18<br />

-16<br />

-14<br />

-12<br />

-10<br />

-8<br />

-6<br />

-4<br />

-2<br />

0<br />

2<br />

4<br />

figura 2.2<br />

500 m<br />

Carta <strong>do</strong> <strong>Estuá<strong>rio</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Douro</strong> <strong>–</strong> Zona da Cantareira (aprox. 2 km à foz)<br />

Círculo contém a localização <strong>do</strong>s equipamentos fundea<strong>do</strong>s durante as campanhas<br />

Localização <strong>do</strong>s equipamentos: RCM 2005 (41º 08.687’ N, 8º 39.679’ W); ADCP 2005<br />

(41º 08.688’ N, 8º 39.665’ W); RCM 2006 (41º 8.689’ N, 8º 39.689’ W); ADCP 2006 (41º 8.687’ N,<br />

8º 39.667’ W). Levantamento batimétrico de 2004; Carta referida ao zero-hidrográfico<br />

20


-28<br />

-27<br />

-26<br />

-24<br />

-22<br />

-20<br />

-18<br />

-16<br />

-14<br />

-12<br />

-10<br />

-8<br />

-6<br />

-4<br />

-2<br />

0<br />

2<br />

4<br />

figura 2.3<br />

2006<br />

2005<br />

500 m<br />

Carta <strong>do</strong> <strong>Estuá<strong>rio</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Douro</strong> <strong>–</strong> Zona da Ponte Dona Maria (aprox. 8 km à foz)<br />

Localização <strong>do</strong>s equipamentos: ADCP 2005 (41º 08.350’ N, 8º 35.810’ W); ADCP 2006<br />

(41º 8.346’ N, 8º 35.822’ W). Levantamento batimétrico de 2004; Carta referida ao zerohidrográfico<br />

21


4<br />

figura 2.4<br />

2<br />

0<br />

-2<br />

-4<br />

-6<br />

-8<br />

-10<br />

-12<br />

2006<br />

-14<br />

-16<br />

-18<br />

500 m<br />

Carta <strong>do</strong> <strong>Estuá<strong>rio</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Douro</strong> <strong>–</strong> Zona de Avintes (aprox. 15 km à foz)<br />

Localização <strong>do</strong>s equipamentos: RCM 2005 (41º 06.722’ N, 8º 32.504’ W); RCM 2006 (41º 6.737’ N,<br />

8º 32.502’ W). Levantamento batimétrico de 2004; Carta referida ao zero-hidrográfico<br />

-20<br />

-22<br />

2005<br />

-24<br />

-26<br />

-27<br />

-28<br />

22


-28<br />

-27<br />

-26<br />

-24<br />

-22<br />

-20<br />

-18<br />

-16<br />

-14<br />

-12<br />

-10<br />

-8<br />

-6<br />

-4<br />

-2<br />

0<br />

2<br />

4<br />

figura 2.5<br />

2006<br />

500 m<br />

Carta <strong>do</strong> <strong>Estuá<strong>rio</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Douro</strong> <strong>–</strong> Zona de Crestuma (aprox. 21 km à foz)<br />

ADCP 2005 (41º 04.208’ N, 8º 29.826’ W); ADCP 2006 (41º 4.229’ N, 8º 29.831’ W)<br />

Levantamento batimétrico de 2004; Carta referida ao zero-hidrográfico<br />

2005<br />

23


LOCAL ANO EQUIPAMENTO SENSORES PERÍODO DE OBSERVAÇÃO<br />

Cantareira 2005 RCM Pr, Te, Cd 09/09/05 20:20 a 01/10/05 10:35<br />

Cantareira 2005 ADCP V, P, Te, AE 10/09/05 06:15 a 01/10/05 09:40<br />

P.D. Maria 2005 ADCP V, P, Te, AE 10/09/05 11:00 a 01/10/05 10:00<br />

Avintes 2005 RCM Vh, Pr, Te, Cd 09/09/05 19:10 a 30/09/05 16:55<br />

Crestuma 2005 ADCP V, P, Te, AE 10/09/05 13:00 a 30/09/05 17:40<br />

Cantareira 2006 RCM Vh, Pr, Te, Cd, 25/02/06 14:00 a 10/04/06 14:50<br />

Cantareira 2006 ADCP V, P, Te, AE 23/02/06 08:00 a 21/04/06 15:00<br />

P.D. Maria 2006 ADCP V, P, Te, AE 23/02/06 08:00 a 22/03/06 16:40<br />

Avintes 2006 RCM Vh, Pr, Te, Cd 25/02/06 14:20 a 10/04/06 17:00<br />

Crestuma 2006 ADCP V, P, Te, AE 25/02/06 14:50 a 11/04/06 11:50<br />

quadro 2.1<br />

Síntese de da<strong>do</strong>s <strong>–</strong> Perío<strong>do</strong>s de observação não-valida<strong>do</strong>s<br />

Símbolos: Vh velocidade horizontal; V velocidade 3D; P profundidade; Pr pressão relativa; Te<br />

temperatura; Cd condutividade; AE amplitude de eco<br />

24


2.3 <strong>–</strong> CONVERSÃO E CALIBRAÇÃO<br />

2.3.1 <strong>–</strong> RCM<br />

Os diversos sensores acopla<strong>do</strong>s aos correntómetros RCM registam valores de<br />

grandezas não-oceanográficas cuja relação com as grandezas físicas e químicas de<br />

interesse é conhecida. A transformação <strong>do</strong>s registos em grandezas de interesse<br />

oceanográfico é depois feita aplican<strong>do</strong> modelos matemáticos previamente<br />

desenvolvi<strong>do</strong>s e, idealmente, calibra<strong>do</strong>s em pré-utilização e/ou pós-utilização.<br />

O registo <strong>do</strong>s valores das grandezas não-oceanográficas é feito no formato biná<strong>rio</strong><br />

em unidades de memória de tamanho limita<strong>do</strong> <strong>–</strong> 10 bits, para os RCM utiliza<strong>do</strong>s <strong>–</strong>, que<br />

são converti<strong>do</strong>s em número decimal antes de serem sujeitos à transformação da<br />

grandeza.<br />

A primeira fase <strong>do</strong> processamento <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s recolhi<strong>do</strong>s com RCM foi então a sua<br />

conversão em unidades físicas, através da aplicação de polinómios de calibração em<br />

pré-utilização: lineares; quadráticos; ou cúbicos.<br />

Os modelos matemáticos referi<strong>do</strong>s têm uma aplicabilidade limitada a um intervalo<br />

funcional de medição para os sensores, o que constituiu uma ferramenta de validação<br />

<strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s. O intervalo funcional e o número de posições disponível para registo de<br />

valores medi<strong>do</strong>s determinam a resolução efectiva da medição de cada parâmetro. Por<br />

exemplo, um sensor que tenha um intervalo funcional de 0-100 terá uma resolução<br />

efectiva de 100/1023, ou seja, de 0,097752 <strong>–</strong> independentemente da resolução<br />

publicitada pelo fabricante <strong>do</strong> sensor.<br />

A resolução limitada da medição de alguns parâmetros determinou, por vezes, um<br />

comportamento <strong>do</strong> tipo escada <strong>–</strong> que nada tem a ver com um funcionamento incorrecto<br />

<strong>do</strong> sensor <strong>–</strong> que é força<strong>do</strong> pela necessidade de alargar o intervalo funcional da medição.<br />

25


Este comportamento foi, de qualquer forma, removi<strong>do</strong> na fase de filtragem e<br />

compactação <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s.<br />

2.3.2 <strong>–</strong> ADCP<br />

Os da<strong>do</strong>s recolhi<strong>do</strong>s com os ADCP não necessitam de qualquer processamento de<br />

conversão de da<strong>do</strong>s, uma vez que <strong>–</strong> como referi ante<strong>rio</strong>rmente <strong>–</strong> ao utiliza<strong>do</strong>r <strong>do</strong><br />

equipamento apenas é pedi<strong>do</strong> que visualize e exporte os da<strong>do</strong>s para ficheiro electrónico,<br />

funcionan<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> o que está a montante de forma automática.<br />

2.4 <strong>–</strong> VALIDAÇÃO<br />

O processo de validação de da<strong>do</strong>s foi feito a partir da construção <strong>do</strong>s seus<br />

cronogramas, medidas de posição central, de variabilidade e de assimetria e de gráficos<br />

de dispersão polar da velocidade. A partir desta representação sintética <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s foram<br />

estabeleci<strong>do</strong>s os limites temporais <strong>do</strong>s extremos <strong>do</strong>s perío<strong>do</strong>s de observação váli<strong>do</strong>s,<br />

selecciona<strong>do</strong>s troços ou pontos candidatos a remoção, corrigidas falhas de da<strong>do</strong>s por<br />

interpolação e guardadas em ficheiro electrónico as séries temporais definitivas cujos<br />

perío<strong>do</strong>s de observação inicial <strong>–</strong> brutos <strong>–</strong> constam <strong>do</strong> quadro 2.1.<br />

Uma observação da distribuição no tempo <strong>do</strong>s perfis de amplitude de eco média <strong>–</strong><br />

número médio de ecos recebi<strong>do</strong>s <strong>–</strong> permitiu afiançar da qualidade estatística <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s<br />

correntométricos recolhi<strong>do</strong>s com os perfila<strong>do</strong>res acústicos. A existência de uma<br />

densidade reduzida de partículas em suspensão induz um número médio de ecos<br />

proporcional e é um indica<strong>do</strong>r da deficiência da estimativa da velocidade. A validação<br />

<strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s recolhi<strong>do</strong>s com os ADCP é, de algum mo<strong>do</strong>, feita dentro da própria interface<br />

de visualização de da<strong>do</strong>s. De facto, a interface contém algoritmos internos que<br />

26


determinam medidas estatísticas sobre a qualidade <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s resultantes <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s<br />

acústicos de observação e assinalam graficamente os troços temporais em que os da<strong>do</strong>s<br />

são eventualmente inváli<strong>do</strong>s.<br />

2.4.1 <strong>–</strong> LIMITES TEMPORAIS<br />

Os limites temporais das séries foram defini<strong>do</strong>s observan<strong>do</strong> os cronogramas das<br />

séries de pressão. Isto, porque os equipamentos foram muitas vezes postos dentro de<br />

água já liga<strong>do</strong>s e retira<strong>do</strong>s ainda liga<strong>do</strong>s, o que obrigou a uma remoção <strong>do</strong>s seus valores<br />

limite (figuras 2.6 e 2.7). A duração válida das séries temporais foi definida de mo<strong>do</strong> a<br />

conter os registos que estão compreendi<strong>do</strong>s entre as quebras de pressão <strong>–</strong> que<br />

correspondem a estadias <strong>do</strong> equipamento à superfície ou, de qualquer mo<strong>do</strong>, a um<br />

desposicionamento.<br />

2.4.2 <strong>–</strong> SATURAÇÃO E DESCALIBRAÇÃO DOS SENSORES<br />

Como referi antes, a calibração <strong>do</strong>s sensores <strong>do</strong>s RCM impõe-lhes uma janela de<br />

funcionamento, seja porque o modelo matemático de ajuste à grandeza não-<br />

-oceanográfica registada apenas apresenta resulta<strong>do</strong>s satisfató<strong>rio</strong>s nessa gama de<br />

valores, seja porque o equipamento apresenta uma região de funcionamento incorrecto.<br />

Fiz uma observação cuida<strong>do</strong>sa <strong>do</strong>s cronogramas procuran<strong>do</strong> zonas de saturação.<br />

Uma observação <strong>do</strong>s extremos das séries temporais permitiu-me verificar que a<br />

amplitude <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s não ultrapassou o intervalo funcional defini<strong>do</strong> para cada sensor, o<br />

que teria, eventualmente, produzi<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>s descalibra<strong>do</strong>s, ainda que não se<br />

registasse saturação.<br />

27


Kpa<br />

figura 2.6<br />

120<br />

80<br />

40<br />

0<br />

Feb-25 12:00<br />

Feb-26 0:00<br />

Feb-26 12:00<br />

Feb-27 0:00<br />

Avintes 2006 <strong>–</strong> Troço inicial da pressão relativa <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s brutos<br />

Kpa<br />

figura 2.7<br />

120<br />

80<br />

40<br />

0<br />

Apr-08 12:00<br />

Apr-09 0:00<br />

Apr-09 12:00<br />

Apr-10 0:00<br />

Avintes 2006 <strong>–</strong> Troço final da pressão relativa <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s brutos<br />

Feb-27 12:00<br />

Apr-10 12:00<br />

Feb-28 0:00<br />

Apr-11 0:00<br />

28


2.4.3 <strong>–</strong> ORIENTAÇÃO DO ESCOAMENTO<br />

Uma das ferramentas utilizadas para validar o campo de velocidade medi<strong>do</strong> foi a<br />

construção <strong>do</strong>s gráficos de dispersão <strong>–</strong> em que se representa num diagrama polar a sua<br />

magnitude como função da direcção medida. A orientação espacial da nuvem de<br />

vectores e o seu alinhamento com as margens <strong>do</strong> canal e com o fun<strong>do</strong> revela<strong>do</strong> pela<br />

batimetria permitiu investigar o correcto funcionamento <strong>do</strong> sensor Doppler.<br />

2.4.4 - OMISSÃO DE REGISTOS<br />

As séries temporais de caudal fluvial disponibilizadas para consulta no SNIRH<br />

continham diversos registos omissos <strong>–</strong> nunca <strong>do</strong>is registos consecutivos em falha,<br />

durante o perío<strong>do</strong> das campanhas <strong>do</strong> ECOIS. Determinei os valores em falta<br />

interpolan<strong>do</strong> as séries com splines cúbicas, tratan<strong>do</strong>-as como um bloco.<br />

2.4.5 <strong>–</strong> NOTAS FINAIS SOBRE A VALIDAÇÃO<br />

Os da<strong>do</strong>s menciona<strong>do</strong>s no quadro 2.1 sofreram o processo de validação ten<strong>do</strong><br />

da<strong>do</strong> origem ao conjunto resumi<strong>do</strong> no quadro 2.2. Da<strong>do</strong>s constantes <strong>do</strong> quadro 2.1 e<br />

ausentes <strong>do</strong> quadro 2.2 foram rejeita<strong>do</strong>s, com a excepção da velocidade vertical medida<br />

com os ADCP, que é na maior parte <strong>do</strong>s casos desprezável mas que não foi, no entanto,<br />

validada. Saliento a invalidação das medições registadas pelos perfila<strong>do</strong>res de corrente<br />

instala<strong>do</strong>s na Ponte Dona Maria e em Crestuma, durante a campanha de 2006. Troços<br />

temporais com duração infe<strong>rio</strong>r a 15 dias não foram processa<strong>do</strong>s.<br />

29


LOCAL ANO EQUIPAMENTO SENSORES PERÍODO DE OBSERVAÇÃO<br />

Cantareira 2005 RCM Pr, Te, Cd 10/09/05 07:30 a 01/10/05 08:25<br />

Cantareira 2005 ADCP Vh, P, Te, AE 10/09/05 07:00 a 01/10/05 08:55<br />

P.D. Maria 2005 ADCP Vh, P, Te, AE 10/09/05 12:30 a 01/10/05 07:30<br />

Avintes 2005 RCM Vh, Pr, Te, Cd 09/09/05 19:20 a 30/09/05 15:00<br />

Crestuma 2005 ADCP Vh, P, Te, AE 10/09/05 14:30 a 30/09/05 16:30<br />

Cantareira 2006 RCM Vh, Pr, Te, Cd 26/02/06 08:40 a 10/04/06 13:10<br />

Cantareira 2006 ADCP Vh, P, Te, AE 09/03/06 10:00 a 10/04/06 14:00<br />

Avintes 2006 RCM Vh, Pr, Te, Cd 25/02/06 17:00 a 10/04/06 16:00<br />

quadro 2.2<br />

Síntese de da<strong>do</strong>s <strong>–</strong> Perío<strong>do</strong>s de observação valida<strong>do</strong>s<br />

Símbolos: Vh velocidade horizontal; V velocidade 3D; P profundidade; Pr pressão relativa; Te<br />

temperatura; Cd condutividade; AE amplitude de eco<br />

30


2.5 <strong>–</strong> ANÁLISE ESPECTRAL<br />

2.5.1 <strong>–</strong> ANÁLISE ESPECTRAL CLÁSSICA<br />

Os resulta<strong>do</strong>s da análise espectral permitiram identificar os principais forçamentos<br />

actuantes na dinâmica estuarina, nos <strong>do</strong>is regimes de escoamento fluvial em que<br />

decorreram campanhas e, portanto, de algum mo<strong>do</strong>, caracterizar a sua variabilidade<br />

sazonal.<br />

A análise das séries temporais no <strong>do</strong>mínio frequência serviu também de suporte à<br />

optimização da resposta em frequência <strong>do</strong>s filtros aplica<strong>do</strong>s, de que <strong>do</strong>u conta no<br />

capítulo seguinte, não ten<strong>do</strong>, para esse fim, encara<strong>do</strong> o estu<strong>do</strong> da composição espectral<br />

<strong>do</strong>s diversos parâmetros escalares e vectoriais como um resulta<strong>do</strong> em si, mas antes<br />

como um meio de definir bandas frequenciais de interesse.<br />

A análise espectral 1D foi feita utilizan<strong>do</strong> méto<strong>do</strong>s não-paramétricos assentes na<br />

teoria de Fourier de decomposição de um sinal em componentes harmónicos<br />

sinusoidais, cuja aplicação a este tipo de processos <strong>–</strong> que assumo serem quasi-<br />

estacioná<strong>rio</strong>s <strong>–</strong> e a séries suficientemente longas, pressuponho válida.<br />

Explorei os conceitos de resolução e variância espectral, fazen<strong>do</strong> uma análise<br />

comparativa <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s espectrais obti<strong>do</strong>s utilizan<strong>do</strong> diferentes estima<strong>do</strong>res:<br />

pe<strong>rio</strong><strong>do</strong>grama-simples; pe<strong>rio</strong><strong>do</strong>grama-modifica<strong>do</strong>; e méto<strong>do</strong> de Welch. Adicionalmente,<br />

tentei solucionar o problema <strong>do</strong> efeito da descontinuidade imposta aos sinais pela<br />

amostragem rectangular nas suas extremidades <strong>–</strong> a fuga de densidade espectral de<br />

energia (ESD) das frequências <strong>do</strong>s principais picos espectrais origina sobre-oscilação<br />

espectral nas frequências adjacentes (fenómeno de Gibbs, na notação Inglesa).<br />

Qualquer <strong>do</strong>s três estima<strong>do</strong>res utiliza<strong>do</strong>s tem o seu corpo teórico assente no<br />

cálculo da transformada de Fourier da série temporal em análise <strong>–</strong> esta é uma medida da<br />

31


distribuição em frequência da energia total nela contida. O pe<strong>rio</strong><strong>do</strong>grama-simples é,<br />

aliás, a Transformada de Fourier normalizada. Os outros estima<strong>do</strong>res utiliza<strong>do</strong>s <strong>–</strong><br />

pe<strong>rio</strong><strong>do</strong>grama-modifica<strong>do</strong> e méto<strong>do</strong> de Welch <strong>–</strong> oferecem um desempenho melhora<strong>do</strong><br />

relativamente ao primeiro, o que permite fazer face a alguns <strong>do</strong>s problemas de análise<br />

espectral descritos no parágrafo ante<strong>rio</strong>r e que desenvolvo em seguida.<br />

RESOLUÇÃO ESPECTRAL E VARIÂNCIA ESPECTRAL<br />

A resolução espectral é dada pelo quociente entre a frequência de Nyquist <strong>–</strong><br />

frequência <strong>do</strong> componente harmónico <strong>do</strong> sinal que tem o perío<strong>do</strong> mais curto que se<br />

consegue resolver em análise espectral <strong>–</strong> e o tamanho da transformada de Fourier<br />

normalizada.<br />

A significância estatística tem uma relação inversamente proporcional com a<br />

resolução espectral. Uma forma de aumentar a significância estatística <strong>–</strong> ou seja, reduzir<br />

a variância das estimativas da ESD <strong>–</strong> é partir a série original em segmentos, calculan<strong>do</strong><br />

em seguida o pe<strong>rio</strong><strong>do</strong>grama para cada um deles separadamente. A média das estimativas<br />

espectrais calculada para cada segmento é então tomada como estimativa definitiva.<br />

Este é o algoritmo <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> de Welch. Isto faz com que a estimativa perca resolução,<br />

uma vez que o facto de se partir a série em segmentos faz diminuir o número de pontos<br />

da estimativa.<br />

A figura 2.8 ilustra o problema dicotómico da resolução espectral / variância<br />

espectral. O uso <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> de Welch neste caso reduziu a amplitude <strong>do</strong> intervalo de<br />

confiança a 95% mas tem quatro vezes menos resolução, poden<strong>do</strong> observar-se vá<strong>rio</strong>s<br />

picos espectrais não-resolvi<strong>do</strong>s.<br />

32


FUGA ESPECTRAL<br />

O pe<strong>rio</strong><strong>do</strong>grama-modifica<strong>do</strong> afasta-se <strong>do</strong> pe<strong>rio</strong><strong>do</strong>grama-simples por prever a<br />

aplicação de uma janela atenuante das extremidades <strong>do</strong> sinal analisa<strong>do</strong>, levan<strong>do</strong>-o a<br />

zero. Isto é feito para limitar o efeito da truncagem das séries <strong>–</strong> na amostragem <strong>–</strong> que<br />

leva a obter ciclos não inteiros <strong>do</strong>s seus processos físicos actuantes. A não aplicação de<br />

uma janela atenuante <strong>do</strong> sinal nas extremidades conduz ao efeito de fuga espectral já<br />

referi<strong>do</strong> e que está ilustra<strong>do</strong> na figura 2.9, onde se nota sobre-oscilação nas frequências<br />

adjacentes à semi-diurna (aprox. 0.08 cph <strong>–</strong> ciclos por hora) e o surgimento de <strong>do</strong>is<br />

lóbulos laterais espú<strong>rio</strong>s. O méto<strong>do</strong> de Welch pode, em teoria, não prever a aplicação de<br />

uma janela atenuante das extremidades. Em to<strong>do</strong> o caso, os estima<strong>do</strong>res de Welch e<br />

pe<strong>rio</strong><strong>do</strong>grama-modifica<strong>do</strong> que utilizei utilizam uma janela atenuante <strong>do</strong> tipo co-seno:<br />

janela de Hann.<br />

figura 2.8<br />

ºC 2 /cph<br />

1E+002<br />

1E+001<br />

1E+000<br />

1E-001<br />

1E-002<br />

0.01<br />

0.02<br />

0.03<br />

0.04<br />

0.05<br />

0.06<br />

Frequência (cph)<br />

Avintes 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia da temperatura<br />

Linha cheia <strong>–</strong> Pe<strong>rio</strong><strong>do</strong>grama-modifica<strong>do</strong> ( res. aprox. 0,00073 cph; 2 graus liberdade (g.l.);<br />

Intervalo de Confiança a 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa (IC 95%): [0,27108;39,21569] ); Traço<br />

interrompi<strong>do</strong> <strong>–</strong> Welch c/ 4 segmentos ( res. aprox 0,0029 cph; 8 gl; IC 95%: [0,45623;3,66972] )<br />

0.07<br />

0.08<br />

0.09<br />

0.1<br />

33


TRANSFORMADA RÁPIDA DE FOURIER<br />

Os algoritmos de análise espectral de Fourier implementa<strong>do</strong>s prevêem o cálculo<br />

da transformada de Fourier sobre séries com um número de pontos igual a uma potência<br />

de 2 <strong>–</strong> para optimização <strong>do</strong> tempo de execução computacional, num algoritmo que é<br />

conheci<strong>do</strong> por Transformada rápida de Fourier. Isto obriga a que as séries sejam<br />

preenchidas com zeros. O facto de ter que se adicionar zeros tem um papel fundamental<br />

na estimação da ESD com o méto<strong>do</strong> de Welch, pois introduz uma deformação na<br />

normalização da energia pela duração da série temporal; privilegiei soluções espectrais<br />

que acrescentassem o menor número possível de zeros.<br />

Kpa 2 /cph<br />

1E+007<br />

1E+006<br />

1E+005<br />

1E+004<br />

1E+003<br />

1E+002<br />

1E+001<br />

1E+000<br />

1E-001<br />

1E-002<br />

figura 2.9<br />

0.06<br />

0.065<br />

0.07<br />

0.075<br />

0.08<br />

Frequência (cph)<br />

Avintes 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia da pressão relativa<br />

Preto, a cheio <strong>–</strong> Pe<strong>rio</strong><strong>do</strong>grama-simples (res. aprox. 0,00073 cph, 2 g.l.; IC 95%:<br />

[0,27108;39,21569]); Cinzento, a traço interrompi<strong>do</strong> <strong>–</strong> Pe<strong>rio</strong><strong>do</strong>grama-modifica<strong>do</strong> (idem)<br />

0.085<br />

0.09<br />

0.095<br />

0.1<br />

34


2.5.2 - DISTRIBUIÇÃO HORÁRIA CARACTERÍSTICA<br />

Utilizei ainda uma outra ferramenta que permite, sob algumas condicionantes,<br />

estudar a composição das séries temporais observadas, não em frequência, mas em<br />

distribuição horária. O espectro resultante não é uma medida directa da distribuição<br />

frequencial da variabilidade <strong>–</strong> como aquele obti<strong>do</strong> na teoria espectral clássica <strong>–</strong> mas<br />

antes a distribuição média de uma propriedade ao longo de um ciclo diá<strong>rio</strong> completo.<br />

Ao mesmo tempo que permite estudar a distribuição circadiana média de um<br />

determina<strong>do</strong> processo, o méto<strong>do</strong> fornece pistas sobre a existência de pe<strong>rio</strong>dicidades de<br />

24 horas e submúltiplas de 24 horas.<br />

A meto<strong>do</strong>logia é especialmente indicada para o estu<strong>do</strong> de processos<br />

antropogénicos uma vez que estes apresentam normalmente um padrão de distribuição<br />

com pe<strong>rio</strong>dicidades inteiras <strong>–</strong> se as pe<strong>rio</strong>dicidades importantes não forem inteiras, a<br />

propriedade média distribui-se por to<strong>do</strong> o espectro horá<strong>rio</strong>.<br />

Além disso, a meto<strong>do</strong>logia permite retirar significa<strong>do</strong> da existência de picos<br />

horá<strong>rio</strong>s bem defini<strong>do</strong>s <strong>–</strong> interpretan<strong>do</strong>-os como pe<strong>rio</strong>dicidades importantes <strong>–</strong> apenas se<br />

a frequência de ocorrência for grande. Ocorrências esporádicas de grande intensidade<br />

adulterariam esse tipo de interpretação.<br />

2.6 - FILTRAGEM E COMPACTAÇÃO<br />

A análise das séries temporais no <strong>do</strong>mínio frequência serviu <strong>–</strong> como já referi <strong>–</strong> de<br />

base de optimização da resposta em frequência <strong>do</strong>s filtros de selectividade espectral,<br />

que desenhei para remover a variabilidade não desejada <strong>–</strong> entenda-se aqui como ruí<strong>do</strong>.<br />

35


A dinâmica estuarina é induzida em grande parte pelo balanço existente entre os<br />

forçamentos pela maré e pelo funcionamento <strong>do</strong> <strong>rio</strong>. A amostragem a<strong>do</strong>ptada na recolha<br />

de da<strong>do</strong>s (cinco minutos, em 2005; e dez minutos, em 2006) permite obter informação<br />

sobre o conteú<strong>do</strong> espectral das séries para componentes de Fourier com perío<strong>do</strong>s tão<br />

pequenos como 10 minutos <strong>–</strong> frequências tão grandes como 6 cph <strong>–</strong>, em 2005; ou 20<br />

minutos e 3 cph, respectivamente, em 2006. A fenomenologia que trabalha nas bandas<br />

de frequência acima <strong>do</strong>s 0,5 cph <strong>–</strong> perío<strong>do</strong> de 2 horas <strong>–</strong> não é importante neste tipo de<br />

sistemas estuarinos <strong>–</strong> não está associada aos forçamentos <strong>do</strong>minantes.<br />

Para além disto, esta variabilidade de curto perío<strong>do</strong> actua numa região espectral<br />

em que começa a ser difícil distinguir sinal resultante de processos físicos de ruí<strong>do</strong><br />

provoca<strong>do</strong> por erro instrumental.<br />

É ainda importante ter em conta a limitação de tempo que é imposta por gastos<br />

computacionais eleva<strong>do</strong>s no tratamento de ficheiros electrónicos com vá<strong>rio</strong>s milhares de<br />

pontos e o estabelecimento de uma mesma base temporal para os diversos da<strong>do</strong>s<br />

trabalha<strong>do</strong>s. Importou, então, reamostrar os da<strong>do</strong>s para um intervalo de amostragem<br />

mais adequa<strong>do</strong> <strong>–</strong> escolhi uma resolução de reamostragem de 1 hora. Antes de proceder à<br />

filtragem, analisei a adequabilidade <strong>do</strong> uso de <strong>do</strong>is tipos de filtros passa-baixas, com<br />

características marcadamente diferentes: o filtro de Butterworth; e o filtro de médias<br />

móveis.<br />

2.6.1 <strong>–</strong> FILTRO DE BUTTERWORTH E FILTRO MÉDIAS MÓVEIS<br />

O filtro de Butterworth tem como vantagem sobre um filtro de média-móveis, o<br />

facto de ter respostas constantes na banda passante e na banda de corte, eliminan<strong>do</strong><br />

efectivamente a variabilidade não desejada e reten<strong>do</strong> a variabilidade de interesse nas<br />

bandas seleccionadas. Aproxima-se de um filtro ideal com o incremento de ordem.<br />

36


Por outro la<strong>do</strong>, o filtro de Butterworth não é adequa<strong>do</strong> a trabalhar um sinal que<br />

tenha variações bruscas, pois ordens elevadas <strong>–</strong> acima de 7, comprovadamente <strong>–</strong> não<br />

têm uma fase transiente limpa. Isto não apresenta qualquer problema na filtragem da<br />

velocidade <strong>–</strong> cuja variabilidade é fortemente sinusoidal <strong>–</strong> mas limita a ordem <strong>do</strong> filtro a<br />

utilizar na filtragem de parâmetros cuja resposta no tempo aos forçamentos actuantes<br />

seja <strong>do</strong> tipo pulso (ver figura 2.13 e capítulo sobre a ordem <strong>do</strong> filtro de Butterworth).<br />

Ao contrá<strong>rio</strong>, os filtros de média-móvel <strong>–</strong> são, em cada ponto da série, a média <strong>do</strong><br />

sinal numa janela de comprimento temporal igual ao perío<strong>do</strong> que se quer remover <strong>–</strong> têm<br />

uma fase transiente limpa, o que elimina o efeito de sobre-oscilação quan<strong>do</strong> aplica<strong>do</strong>s a<br />

sinais com variações bruscas. A limitação destes filtros está no facto de a banda<br />

passante não ter uma resposta plana. As figuras 2.10 e 2.11 mostram que a curva da<br />

função de transferência de um filtro médias-móveis é sinusoidal na região que<br />

interessava preservar <strong>–</strong> perío<strong>do</strong>s acima das duas horas <strong>–</strong>, fazen<strong>do</strong> com que retenha<br />

apenas cerca de 75 % da variabilidade associada a perío<strong>do</strong>s limite da banda de transição<br />

equivalente de Butterworth <strong>–</strong> onde este preservava quase 100 %. Este efeito de<br />

atenuação <strong>do</strong> sinal está ilustra<strong>do</strong> na figura 2.12.<br />

2.6.2 <strong>–</strong> FREQUÊNCIA DE CORTE E BANDAS SELECCIONADAS<br />

A estratégia de filtragem passou por desenvolver uma meto<strong>do</strong>logia de<br />

optimização de um filtro de Butterworth de tangente que removesse a variabilidade de<br />

curto perío<strong>do</strong> <strong>–</strong> tipicamente abaixo das duas horas <strong>–</strong>, preservan<strong>do</strong>, ao mesmo tempo, a<br />

pelo menos 99%, o conteú<strong>do</strong> espectral de interesse. Seleccionan<strong>do</strong> uma frequência de<br />

corte e largura de banda de transição adequadas de um filtro passa-baixas, apontei para<br />

a preservação da banda de frequência da parte infe<strong>rio</strong>r <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio de Nyquist que<br />

culmina na componente harmónica de maré com perío<strong>do</strong> de 3 horas, a oitavo-diurna.<br />

37


H(f)<br />

0.75<br />

0.25<br />

-0.25<br />

figura 2.10<br />

1<br />

0.5<br />

0<br />

0<br />

0.5<br />

1<br />

1.5<br />

2<br />

2.5<br />

3<br />

3.5<br />

Frequência (cph)<br />

Funções de transferência <strong>–</strong> Intervalo de amostragem de 5 min<br />

Preto <strong>–</strong> Butterworth O 12 2.4 h; Cinzento <strong>–</strong> Média móvel c/ 25 pontos<br />

H(f)<br />

0.75<br />

0.25<br />

-0.25<br />

figura 2.11<br />

1<br />

0.5<br />

0<br />

0<br />

0.5<br />

1<br />

1.5<br />

Frequência (cph)<br />

Funções de transferência <strong>–</strong> Intervalo de amostragem de 10 min<br />

Preto <strong>–</strong> Butterworth O 12 2.4 h; Cinzento <strong>–</strong> Média móvel c/ 13 pontos<br />

4<br />

2<br />

4.5<br />

5<br />

2.5<br />

5.5<br />

6<br />

3<br />

38


Adim.<br />

figura 2.12<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

Mar-02 12:00<br />

Mar-02 18:00<br />

Mar-03 0:00<br />

Mar-03 6:00<br />

Mar-03 12:00<br />

Mar-03 18:00<br />

Mar-04 0:00<br />

Avintes 2006 <strong>–</strong> Filtragem da salinidade<br />

2.6.3 Azul <strong>–</strong> ORDEM Sinal original; DO Cinzento FILTRO <strong>–</strong> O E 10 LARGURA 2.2 h; Traço DA interrompi<strong>do</strong> BANDA <strong>–</strong> DE Média TRANSIÇÃO<br />

móvel c/ 13 pontos<br />

2.6.3 <strong>–</strong> ORDEM DO FILTRO E LARGURA DA BANDA DE TRANSIÇÃO<br />

No processo de optimização da escolha da frequência de corte e largura da banda<br />

de transição, atribuí igualmente importância à tentativa de assegurar que a região<br />

espectral acima <strong>do</strong>s 0,5 cph não retivesse mais <strong>do</strong> que 1 % da variabilidade original, sob<br />

pena de que a reamostragem a uma hora originasse efeitos de sobreposição espectral <strong>–</strong><br />

aliasing, na notação Inglesa.<br />

A redução da largura da banda de transição <strong>–</strong> de mo<strong>do</strong> a evitar a sobreposição<br />

espectral na reamostragem <strong>–</strong> impõe um aumento da ordem <strong>do</strong> filtro (figura 2.14). Não é,<br />

no entanto, possível aumentá-la indefinidamente de mo<strong>do</strong> a almejar a obtenção de um<br />

filtro ideal, mais uma vez porque a fase transiente <strong>do</strong>s filtros de Butterworth de ordem<br />

elevada provoca efeitos de sobre-oscilação em sinais tipo pulso (figura 2.13).<br />

39


Adim.<br />

figura 2.13<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

Mar-02 12:00<br />

Mar-02 18:00<br />

Mar-03 0:00<br />

Mar-03 6:00<br />

Mar-03 12:00<br />

Mar-03 18:00<br />

Avintes 2006 <strong>–</strong> Salinidade filtrada com Butterworth<br />

Azul <strong>–</strong> Sinal original; Cinzento <strong>–</strong> O 10 2.2 h; Traço interrompi<strong>do</strong> <strong>–</strong> O 15 2.5h<br />

H(f)<br />

figura 2.14<br />

1<br />

0.8<br />

0.6<br />

0.4<br />

0.2<br />

0<br />

0.25<br />

0.3<br />

0.35<br />

0.4<br />

0.45<br />

0.5<br />

0.55<br />

0.6<br />

0.65<br />

0.7<br />

Frequência (cph)<br />

Mar-04 0:00<br />

0.75<br />

0.8<br />

0.85<br />

0.9<br />

0.95<br />

Função de Transferência <strong>do</strong> filtro de Butterworth<br />

Intervalo de Amostragem de 10 min; Frequência de corte 2h<br />

Traço interrompi<strong>do</strong> <strong>–</strong> O 7; Linha cheia, a cinzento <strong>–</strong> O 10; Linha cheia, a preto O 15<br />

1<br />

40


2.6.4 <strong>–</strong> DISTORÇÃO NAS EXTREMIDADES DAS SÉRIES<br />

Os filtros de Butterworth provocam uma distorção <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s nas extremidades<br />

das séries. Minorei esta limitação aplican<strong>do</strong> o filtro sobre uma série com as<br />

extremidades replicadas e invertidas, numa fracção de 10 % <strong>do</strong> comprimento total <strong>do</strong>s<br />

da<strong>do</strong>s. De qualquer forma, subsiste sempre alguma distorção que só pode ser eliminada<br />

removen<strong>do</strong> uma parte das extremidades <strong>do</strong> sinal <strong>–</strong> o que optei por não fazer,<br />

consideran<strong>do</strong> satisfató<strong>rio</strong> o resulta<strong>do</strong> da medida de limitação <strong>do</strong> problema. A<br />

discrepância entre os resulta<strong>do</strong>s da filtragem com e sem a aplicação da meto<strong>do</strong>logia de<br />

replicação das extremidades atingiu, para alguns parâmetros, cerca de 5 % da amplitude<br />

<strong>do</strong>s valores originais.<br />

2.6.5 <strong>–</strong> NOTAS FINAIS SOBRE A FILTRAGEM E COMPACTAÇÃO<br />

A optimização das características <strong>do</strong> filtro a aplicar a cada série particular mostrou<br />

que as soluções filtro de Butterworth de ordem 12 ou 15, com perío<strong>do</strong> de corte às 2,4<br />

horas ou às 2,5 horas oferecem uma resposta em frequência muito idêntica e cumpri<strong>do</strong>ra<br />

<strong>do</strong>s objectivos já referi<strong>do</strong>s. Ambas as configurações revelaram resulta<strong>do</strong>s eficazes em<br />

to<strong>do</strong>s os parâmetros com variabilidade essencialmente sinusoidal: to<strong>do</strong>s os sinais de<br />

2005; e a velocidade e pressão, em qualquer das campanhas.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, os sinais de temperatura e salinidade regista<strong>do</strong>s durante a<br />

campanha de 2006 têm uma variabilidade muito pouco sinusoidal <strong>–</strong> <strong>do</strong> tipo pulso <strong>–</strong> o<br />

que levou a que tivesse que os filtrar com Butterworth de ordem infe<strong>rio</strong>r, em Avintes:<br />

ordem 10, com perío<strong>do</strong> de corte às 2,2 horas; e com médias móveis de 13 pontos, na<br />

Cantareira.<br />

41


2.7 - UNIDIMENSIONALIZAÇÃO<br />

O campo de velocidade horizontal observa<strong>do</strong> é uma grandeza vectorial que<br />

descreve, num determina<strong>do</strong> local e a cada instante <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> de observação a<br />

velocidade da corrente, escrita nas suas componentes cartesianas: u (Leste-Oeste) e v<br />

(Norte-Sul). Para <strong>rio</strong>s com canais relativamente estreitos, em que a circulação lateral<br />

seja pouco importante, é possível passar a descrever o escoamento com recurso a apenas<br />

uma quantidade escalar <strong>–</strong> que o traduza numa base longitudinal. O estuá<strong>rio</strong> <strong>do</strong> <strong>rio</strong> <strong>Douro</strong><br />

tem uma largura bastante pequena em toda a sua extensão, à excepção <strong>do</strong> troço final,<br />

junto à foz. O facto de os correntómetros estarem fundea<strong>do</strong>s no canal principal justifica<br />

que se admita como válida para to<strong>do</strong>s os locais a hipótese 1D, mesmo no local mais a<br />

jusante, consideran<strong>do</strong>-se que o escoamento de cheia das zonas intertidais é baixo e toda<br />

a circulação não longitudinal ao canal principal é promovida pela topografia <strong>do</strong> seu<br />

fun<strong>do</strong>.<br />

A meto<strong>do</strong>logia desenvolvida passou então por reescrever o campo de velocidade<br />

horizontal num sistema de coordenadas tal, que permitisse descrever o escoamento<br />

montante / jusante com recurso a apenas uma quantidade escalar <strong>–</strong> transferin<strong>do</strong> para esta<br />

coordenada a maior parte da variabilidade. A vantagem desta abordagem 1D é a<br />

viabilização da aplicação simplificada de um conjunto de meto<strong>do</strong>logias de<br />

processamento da velocidade com vista à interpretação de diversos aspectos dinâmicos<br />

<strong>do</strong> escoamento estuarino <strong>–</strong> para além de um natural menor gasto computacional no<br />

processamento consequente de da<strong>do</strong>s de velocidade.<br />

Os casos em estu<strong>do</strong> são complexos <strong>–</strong> porque a orientação <strong>do</strong> canal não é nunca<br />

coincidente com um <strong>do</strong>s versores cartesianos tradicionais e, também, porque a<br />

circulação parece ser muito condicionada pelo fun<strong>do</strong>, o que se traduz num escoamento<br />

42


pouco longitudinal ao <strong>rio</strong>, regra geral. Mais ainda, a forma como a batimetria<br />

condiciona a orientação <strong>do</strong> escoamento é <strong>–</strong> muitas vezes <strong>–</strong> diferente consoante este se<br />

faz para montante ou para jusante e é ainda determinada, em cada senti<strong>do</strong>, pela sua<br />

intensidade. Isto levou a que tivesse que considerar duas abordagens diferentes ao<br />

problema: a reorientação com direcção única; e a reorientação com direcções múltiplas.<br />

Começarei por descrever o méto<strong>do</strong> geral para, em seguida, ilustrar com <strong>do</strong>is exemplos<br />

os casos paradigmáticos que conduzem à aplicação de uma ou outra abordagem.<br />

2.7.1 <strong>–</strong> DIRECÇÕES PRINCIPAIS DE VARIABILIDADE<br />

O sistema de coordenadas que melhor se ajusta à descrição 1D <strong>do</strong> problema da<br />

velocidade foi configura<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong> cálculo da 1ª direcção principal de variabilidade.<br />

O cálculo da direcção principal é uma aplicação de PCA <strong>–</strong> análise de componentes<br />

principais, na tradução para Português <strong>do</strong> acrónimo em Inglês <strong>–</strong> ou análise EOF <strong>–</strong><br />

funções empíricas ortogonais <strong>–</strong>, como é conhecida em Oceanografia. A ideia básica das<br />

EOF é decompor a grandeza em estu<strong>do</strong> numa combinação linear de funções ortogonais<br />

com dependência espacial <strong>–</strong> vectores próp<strong>rio</strong>s <strong>–</strong> cujo efeito combina<strong>do</strong> no tempo produz<br />

a variabilidade total observada e que é, mediante a identificação <strong>do</strong>s mo<strong>do</strong>s <strong>do</strong>minantes<br />

<strong>–</strong> valores próp<strong>rio</strong>s <strong>–</strong>, a assinatura <strong>do</strong>s processos físicos actuantes.<br />

No caso da aplicação ao cálculo da direcção principal, o problema de valores<br />

próp<strong>rio</strong>s é usa<strong>do</strong> para decompor o campo de velocidade horizontal numa combinação de<br />

<strong>do</strong>is eixos principais de variabilidade, ortogonais: um, em que a variância é máxima;<br />

outro, em que a variância é mínima.<br />

43


A 1ª direcção principal de variabilidade é o vector próp<strong>rio</strong> que coincide com o<br />

eixo de variância máxima <strong>do</strong> sinal e é dada pela solução da equação 1; enquanto a 2ª<br />

direcção principal corresponde ao eixo de variância mínima e é perpendicular à 1ª:<br />

1 ⎡ 2σ<br />

u v<br />

θ p = arctan<br />

2 2<br />

2<br />

⎢<br />

⎣σ<br />

u −σ<br />

v<br />

⎤<br />

⎥<br />

⎦<br />

(1)<br />

Em que: σ u v , é a covariância cruzada das componentes meridional e zonal da<br />

velocidade; e σ −σ<br />

, a diferença entre as variâncias das duas componentes. A<br />

direcção<br />

2<br />

u<br />

2<br />

v<br />

θ p é medida entre<br />

π π<br />

− e .<br />

2 2<br />

2.7.2 <strong>–</strong> DIRECÇÃO MÉDIA DO ESCOAMENTO<br />

A orientação estatística média <strong>do</strong> escoamento <strong>–</strong> direcção <strong>do</strong> vector cujas<br />

componentes são a média das componentes cartesianas <strong>do</strong> campo de velocidade<br />

horizontal, ou seja, a direcção <strong>do</strong> vector horizontal médio <strong>–</strong> é, de certa forma, uma<br />

medida da validade da aproximação 1D ao problema da velocidade. De facto, o vector<br />

horizontal médio é o resíduo da velocidade horizontal registada durante o perío<strong>do</strong> de<br />

observação, o que faz com que seja um indica<strong>do</strong>r da importância da circulação lateral<br />

quan<strong>do</strong> a sua direcção não coincide com a direcção principal.<br />

2.7.3 <strong>–</strong> MATRIZ DE TRANSFORMAÇÃO DE COORDENADAS<br />

Uma vez definida a 1ª direcção principal de variabilidade, o campo de velocidade<br />

horizontal foi reescrito a partir da matriz de transformação descrita no sistema de<br />

equações 2:<br />

44


⎪⎧<br />

u´<br />

= u cosθ<br />

p − vsinθ<br />

p<br />

⎨<br />

⎪⎩<br />

v´<br />

= u sinθ<br />

p + v cosθ<br />

p<br />

ou<br />

⎡u´<br />

⎤ ⎡cosθ<br />

⎢ ⎥ = ⎢<br />

⎣v´<br />

⎦ ⎢⎣<br />

sin θ<br />

p<br />

p<br />

-sin<br />

θ<br />

cosθ<br />

p<br />

p<br />

⎤ ⎡u⎤<br />

⎥ . ⎢ ⎥<br />

⎥⎦<br />

⎣v⎦<br />

A variabilidade <strong>do</strong> campo de velocidade foi assim transferida para a coordenada<br />

u ´ <strong>–</strong> componente longitudinal da velocidade <strong>–</strong>, poden<strong>do</strong> v´<br />

<strong>–</strong> componente transversal <strong>–</strong><br />

ser desprezada nos estu<strong>do</strong>s subsequentes.<br />

2.7.4 <strong>–</strong> REORIENTAÇÃO COM DIRECÇÃO ÚNICA<br />

O caso mais simples é aquele em que os escoamentos montante / jusante se fazem<br />

segun<strong>do</strong> uma direcção principal única. O sistema de coordenadas foi, neste caso,<br />

reorienta<strong>do</strong> de mo<strong>do</strong> a fazer coincidir o novo eixo <strong>do</strong>s xx com a 1ª direcção principal de<br />

variabilidade.<br />

A separação <strong>do</strong> escoamento montante / jusante <strong>–</strong> e, consequentemente, o sinal da<br />

componente longitudinal da velocidade <strong>–</strong> foi aqui feito pela 2ª direcção principal de<br />

variabilidade. A figura 2.15 mostra um exemplo em que foi aplica<strong>do</strong> este méto<strong>do</strong> de<br />

reorientação. Note-se que o vector médio praticamente coincide com a direcção<br />

(2)<br />

principal, o que é consequência da quase inexistência de circulação lateral.<br />

2.7.5 <strong>–</strong> REORIENTAÇÃO COM DIRECÇÕES MÚLTIPLAS<br />

A figura 2.16 <strong>–</strong> que se refere a uma velocidade registada aproximadamente no<br />

mesmo local da figura 2.15, mas durante a campanha de Inverno ilustra um <strong>do</strong>s casos<br />

em que o méto<strong>do</strong> mais simples de reorientação <strong>do</strong> sistema de coordenadas não é<br />

aplicável.<br />

45


285<br />

270<br />

255<br />

300<br />

240<br />

figura 2.15<br />

315<br />

225<br />

330<br />

210<br />

345<br />

195<br />

0<br />

180<br />

15<br />

165<br />

30<br />

150<br />

45<br />

135<br />

60<br />

0 10 20 30 40<br />

cms -1<br />

Avintes 2005 <strong>–</strong> Dispersão da velocidade junto ao fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> canal (0º = Norte)<br />

Eixo x´ <strong>–</strong> 1ª direcção principal de variabilidade. Vector médio a cinzento (sem escala; magnitude<br />

aprox. 5 cms -1 ). Levantamento batimétrico de 2004; Carta referida ao zero-hidrográfico<br />

120<br />

75<br />

90<br />

105<br />

4<br />

2<br />

0<br />

-2<br />

-4<br />

-6<br />

-8<br />

-10<br />

-12<br />

-14<br />

-16<br />

-18<br />

-20<br />

-22<br />

-24<br />

-26<br />

-27<br />

-28<br />

É possível observar que o correntómetro pontual ficou, em 2006, localiza<strong>do</strong> numa<br />

zona batimétrica ligeiramente diferente <strong>–</strong> basta reparar que o ponto central <strong>do</strong> diagrama<br />

polar se inscreve numa classe de profundidade diferente <strong>–</strong> o que pode estar na origem da<br />

alteração <strong>do</strong> alinhamento <strong>do</strong> escoamento nas duas campanhas. Por outro la<strong>do</strong> pode ser<br />

que o aumento da magnitude <strong>do</strong> escoamento tenha promovi<strong>do</strong> um condicionamento<br />

menor por parte da batimetria local, fazen<strong>do</strong> com que tenha surgi<strong>do</strong> uma terceira<br />

direcção preferencial. Uma análise da série temporal da direcção <strong>do</strong> escoamento mostra<br />

que o enche/vaza se fazia até certo instante <strong>–</strong> correlaciona<strong>do</strong> com um aumento abrupto<br />

46


<strong>do</strong> caudal fluvial <strong>–</strong> pelas direcções designadas na figura por x1´ e -x3´, passan<strong>do</strong> a fazer-<br />

se com o alinhamento x1´ e -x2´ daí em diante.<br />

De qualquer maneira, e sem atribuir ao conhecimento das causas <strong>do</strong> padrão de<br />

escoamento o objectivo <strong>do</strong> processamento, o problema serve para justificar a introdução<br />

desta nova abordagem à unidimensionalização <strong>do</strong> campo de velocidade.<br />

285<br />

270<br />

255<br />

300<br />

240<br />

figura 2.16<br />

315<br />

225<br />

330<br />

210<br />

345<br />

195<br />

0<br />

180<br />

15<br />

165<br />

30<br />

150<br />

45<br />

135<br />

60<br />

0 40 80 120<br />

cms -1<br />

Avintes 2006 <strong>–</strong> Dispersão da velocidade junto ao fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> canal (0º = Norte)<br />

Eixos x1´a x3´ <strong>–</strong> direcções empíricas preferenciais. Vector médio a cinzento (sem escala; magnitude<br />

aprox. 30 cms -1 ). Linhas a traço interrompi<strong>do</strong> <strong>–</strong> limites <strong>do</strong>s sectores de reorientação. Levantamento<br />

batimétrico de 2004; Carta referida ao zero-hidrográfico<br />

No fun<strong>do</strong>, este méto<strong>do</strong> de reorientação com direcções múltiplas é uma<br />

generalização <strong>do</strong> primeiro méto<strong>do</strong>, com o campo de velocidade a ser reescrito, agora,<br />

em múltiplos sistemas de eixos, dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> sector <strong>do</strong> círculo polar em que cada<br />

120<br />

75<br />

90<br />

105<br />

4<br />

2<br />

0<br />

-2<br />

-4<br />

-6<br />

-8<br />

-10<br />

-12<br />

-14<br />

-16<br />

-18<br />

-20<br />

-22<br />

-24<br />

-26<br />

-27<br />

-28<br />

47


vector velocidade se inscreve, a cada instante de tempo. As três linhas a traço<br />

interrompi<strong>do</strong> que se podem ver na figura 2.16 delimitam os três sectores previstos e<br />

posicionam-se na distância angular central a cada intervalo estabeleci<strong>do</strong> pelas direcções<br />

preferenciais.<br />

Chamo-lhes direcções preferenciais e não direcções principais de variabilidade<br />

porque a sua definição carece de um crité<strong>rio</strong> de optimização estatística. São direcções<br />

empíricas. A 1ª direcção principal de variabilidade é, neste caso, uma direcção<br />

intermédia, que não representa bem o problema.<br />

Neste caso, a separação <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> escoamento é feita pelos limites que<br />

separam as direcções preferenciais: x1´ e -x3´; e x1´ e -x2´.<br />

Embora o méto<strong>do</strong> seja de aplicação simples ao caso de exemplo da figura 2.16,<br />

traz, no entanto, problemas de ambiguidade na representação <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> escoamento<br />

em algumas situações. A figura 2.17 mostra uma situação teórica, em que os<br />

escoamentos para montante e para jusante seguem duas direcções preferenciais<br />

diferentes. Note-se que a linha a traço interrompi<strong>do</strong> delimita a escolha da orientação <strong>do</strong><br />

sistema de coordenadas e também o senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> escoamento.<br />

Vectores velocidade que se inscrevam <strong>–</strong> num determina<strong>do</strong> instante <strong>–</strong> no sector S2,<br />

são reescritos com o senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> escoamento troca<strong>do</strong>. Por outro la<strong>do</strong>, uma vez inverti<strong>do</strong><br />

o sinal <strong>do</strong>s vectores localiza<strong>do</strong>s dentro <strong>do</strong> sector S2, vectores com a mesma magnitude<br />

que distem também uma mesma distancia angular das direcções -y1´ ou -y2´ são<br />

ambíguos pois, na prática, são o mesmo.<br />

Um estu<strong>do</strong> alarga<strong>do</strong> a outras configurações levou-me a implementar a hipótese de<br />

correcção da inversão <strong>do</strong> sinal, sempre que duas direcções preferenciais que<br />

compreendam um <strong>do</strong>s limites <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> escoamento formem entre si um ângulo<br />

supe<strong>rio</strong>r a 180º <strong>–</strong> medi<strong>do</strong> no senti<strong>do</strong> que contém o limite.<br />

48


O anexo A mostra um resumo da estatística vectorial da velocidade onde constam<br />

os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> cálculo <strong>do</strong> vector médio e direcções principais de variabilidade, bem<br />

como o méto<strong>do</strong> de reorientação <strong>do</strong> sistema de eixos aplica<strong>do</strong> a cada caso particular.<br />

-x 2´<br />

figura 2.17<br />

y 1´<br />

-<br />

S1<br />

+<br />

-<br />

y 2´<br />

-<br />

+<br />

+<br />

-<br />

+<br />

S2<br />

Reorientação <strong>do</strong> sistema de coordenadas da velocidade com méto<strong>do</strong> de direcções múltiplas<br />

Eixos x1´e x2´ <strong>–</strong> direcções empíricas preferenciais teóricas. Traço interrompi<strong>do</strong> <strong>–</strong> limite teórico <strong>do</strong><br />

senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> escoamento. Sinais + e <strong>–</strong> descrevem o senti<strong>do</strong> teórico <strong>do</strong> escoamento. S1, S2 <strong>–</strong> Sectores<br />

limite <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> escoamento<br />

x 1´<br />

49


2.8 <strong>–</strong> DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA<br />

A análise <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> espectral <strong>do</strong>s sinais observa<strong>do</strong>s permitiu identificar os<br />

principais forçamentos actuantes em cada um <strong>do</strong>s regimes de escoamento fluvial em<br />

que decorreram as campanhas.<br />

Impôs-se, em seguida, calcular a sua distribuição espacial e sazonal. Optei por<br />

fazê-lo encaixan<strong>do</strong> a densidade de energia em classes espectrais associadas a<br />

forçamentos típicos, em vez de comparar componentes isola<strong>do</strong>s. Isto vem de acor<strong>do</strong><br />

com as características da fenomenologia de maré, que tem múltiplas constituintes<br />

agrupadas por pe<strong>rio</strong>dicidades semelhantes.<br />

Os estima<strong>do</strong>res espectrais utiliza<strong>do</strong>s na obtenção da composição <strong>do</strong> sinal têm<br />

resoluções diferentes <strong>–</strong> nos <strong>do</strong>is regimes sazonais <strong>–</strong> o que impôs que os comparasse<br />

através da energia e não da densidade de energia, ten<strong>do</strong> para isso multiplica<strong>do</strong> cada<br />

estimativa pelo valor da resolução espectral respectiva.<br />

Os quadros 2.3 e 2.4 listam as classes em que encaixei o conteú<strong>do</strong> espectral <strong>do</strong>s<br />

parâmetros medi<strong>do</strong>s com os correntómetros, e o conteú<strong>do</strong> espectral <strong>do</strong> caudal lança<strong>do</strong><br />

em Crestuma, respectivamente.<br />

O quadro 2.3 inclui ainda a designação <strong>do</strong> forçamento / ou forçamentos<br />

associa<strong>do</strong>s a cada classe espectral. Note-se que associo o caudal às duas primeiras<br />

classes <strong>–</strong> correspondem às classes de maior perío<strong>do</strong> <strong>–</strong> com base nos resulta<strong>do</strong>s da<br />

análise espectral (ver capitulo de resulta<strong>do</strong>s), e os processos oceânicos à classe 2 <strong>–</strong> com<br />

base no conhecimento que se tem sobre as escalas de actuação <strong>do</strong>s fenómenos da<br />

atmosfera e da sua resposta por parte <strong>do</strong> oceano costeiro.<br />

É importante dizer aqui que a assinatura espectral <strong>do</strong> caudal se faz também nas<br />

classes espectrais que estão associadas ao forçamento pela maré <strong>–</strong> mostrarei no capítulo<br />

50


esulta<strong>do</strong>s que isto acontece particularmente no Verão <strong>–</strong>, o que, não ten<strong>do</strong> de imediato<br />

solução, resolvi admitin<strong>do</strong> que a importância <strong>do</strong> forçamento pela maré é, nestas classes,<br />

<strong>do</strong>minante sobre a <strong>do</strong> caudal.<br />

Estabeleci os limites <strong>do</strong>s intervalos das classes tiran<strong>do</strong> parti<strong>do</strong> <strong>do</strong> conhecimento<br />

determinístico que se tem sobre as componentes harmónicas da maré. O facto de o<br />

<strong>do</strong>mínio de frequências por que está distribuí<strong>do</strong> o conteú<strong>do</strong> espectral não ser contínuo<br />

obrigou a definir uma classe extra <strong>–</strong> para os parâmetros correntométricos apenas <strong>–</strong> que<br />

alberga a energia que cai fora das restantes classes, o que admito, por hipótese, não<br />

depender de uma resolução espectral inadequada.<br />

2.9 <strong>–</strong> MODULAÇÃO PELO REGIME DE MARÉ<br />

Estudei apenas no <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> tempo o efeito de modulação exerci<strong>do</strong> pelo regime<br />

de marés vivas e marés mortas. A ideia foi estimar a média populacional da<br />

temperatura, salinidade e velocidade longitudinal em troços de aproximadamente quatro<br />

dias <strong>–</strong> correspondentes a oito ciclos semi-diurnos de perío<strong>do</strong>s extremos quinzenais da<br />

maré. O estu<strong>do</strong> foi feito toman<strong>do</strong> a média de cada ciclo semi-diurno completo como<br />

uma amostra única.<br />

Os troços temporais foram identifica<strong>do</strong>s a partir das séries de pressão relativa,<br />

para o que foi necessá<strong>rio</strong> supor uma velocidade de corrente idealmente em quadratura<br />

com a altura da coluna de água.<br />

Reservo para o capítulo resulta<strong>do</strong>s a descrição e identificação <strong>do</strong>s troços de maré<br />

extrema utiliza<strong>do</strong>s.<br />

51


CLASSE FORÇAMENTO ASSOCIADO FREQUÊNCIA (cph) PERÍODO<br />

Mínimo Máximo Máximo Mínimo<br />

1 Caudal + maré de longo perío<strong>do</strong> 0 0.007 ∞ 5.8 dias<br />

2 Caudal + processos oceânicos 0.007 0.036 5.8 dias 28.0 hr<br />

3 Maré diurna 0.036 0.046 28.0 hr 21.6 hr<br />

4 Maré semi-diurna 0.073 0.089 13.6 hr 11.2 hr<br />

5 Maré terço-diurna 0.118 0.128 8.5 hr 7.8 hr<br />

6 Maré quarto-diurna 0.155 0.170 6.4 hr 5.9 hr<br />

7 Maré quinto-diurna * 0.198 0.209 5.0 hr 4.8 hr<br />

8 Maré sexto-diurna 0.235 0.250 4.2 hr 4.0 hr<br />

9 Maré sétimo-diurna * 0.279 0.286 3.6 hr 3.5 hr<br />

10 Maré oitavo-diurna 0.316 0.333 3.2 hr 3.0 hr<br />

11 0.333 F. Nyquist 3.0 hr T. Nyquist<br />

12 Outras frequências<br />

quadro 2.3<br />

Classes espectrais de variabilidade <strong>–</strong> Parâmetros medi<strong>do</strong>s com os correntómetros<br />

* Incluídas apenas por conveniência<br />

quadro 2.4<br />

CLASSE FREQUÊNCIA (cph) PERÍODO<br />

Mínimo Máximo Máximo Mínimo<br />

1 0 0.007 ∞ 5.8 dias<br />

2 0.007 0.036 5.8 dias 28.0 hr<br />

3 0.036 0.089 28.0 hr 11.2 hr<br />

4 0.089 F. Nyquist 11.2 hr T. Nyquist<br />

Classes espectrais de variabilidade <strong>–</strong> Caudal lança<strong>do</strong> em Crestuma<br />

52


3.1 <strong>–</strong> ESTATÍSTICA DESCRITIVA<br />

3 <strong>–</strong> RESULTADOS<br />

Neste primeiro capítulo de resulta<strong>do</strong>s descrevo os da<strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>s, após<br />

validação, filtragem e compactação. Apresento os cronogramas <strong>do</strong> caudal lança<strong>do</strong> em<br />

Crestuma (figura 3.1), temperatura (figuras 3.3 e 3.4), salinidade (figuras 3.6 e 3.7),<br />

pressão (figuras 3.9 e 3.10) e velocidade longitudinal (figuras 3.11 e 3.12).<br />

Mostro ainda os histogramas <strong>do</strong> caudal lança<strong>do</strong> em Crestuma (figura 3.2) e<br />

concluo a secção referente a cada parâmetro <strong>–</strong> excepto para a pressão <strong>–</strong> com uma síntese<br />

gráfica da estatística descritiva, em que represento: extremos, média e potência da<br />

temperatura e salinidade (figuras 3.5 e 3.8); e média da velocidade longitudinal<br />

(figura 3.13). O quadro 3.1 mostra os perío<strong>do</strong>s de observação <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s compacta<strong>do</strong>s e<br />

descreve os filtros utiliza<strong>do</strong>s na remoção <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong>. O anexo B contém um resumo da<br />

estatística descritiva <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s correntométricos medi<strong>do</strong>s.<br />

LOCAL ANO PARÂMETROS PERÍODO DE OBSERVAÇÃO<br />

Cantareira 2005<br />

Pr, Te, S *3<br />

VL *2<br />

10/09/05 08:00 a 01/10/05 08:00<br />

10/09/05 07:00 a 01/10/05 08:00<br />

P.D. Maria 2005 Pr, Te, S, VL *4 10/09/05 12:30 a 01/10/05 07:30<br />

Avintes 2005 Pr, Te, S, VL *2 09/09/05 20:00 a 30/09/05 15:00<br />

Crestuma 2005 Pr, Te, S, VL *4 10/09/05 15:00 a 30/09/05 16:00<br />

Cantareira 2006<br />

Pr *4, Te, S *5<br />

VL *4<br />

26/02/06 09:00 a 10/04/06 13:00<br />

09/03/06 10:00 a 10/04/06 14:00<br />

Avintes 2006 Pr *4, Te, S *1, VL *4 25/02/06 17:00 a 10/04/06 16:00<br />

quadro 3.1<br />

Síntese de da<strong>do</strong>s compacta<strong>do</strong>s<br />

Símbolos: Pr pressão relativa; Te temperatura; S salinidade; VL velocidade longitudinal<br />

Filtros utiliza<strong>do</strong>s: *1 Butterworth O10 2.2 h *2 Butterworth O12 2.4 h; *3 Butterworth O12 2.5 h;<br />

*4 Butterworth O15 2.5 h; *5 Média móvel 13 pontos<br />

53


3.1.1 <strong>–</strong> CAUDAL LANÇADO EM CRESTUMA<br />

800<br />

600<br />

figura 3.1<br />

2005<br />

400<br />

m 3 /s<br />

200<br />

0<br />

Sep-09 Sep-13 Sep-17 Sep-21 Sep-25 Sep-29<br />

Barragem de Crestuma <strong>–</strong> Cronogramas <strong>do</strong> caudal horá<strong>rio</strong> médio<br />

2005 (à esquerda) <strong>–</strong> 09/09/2005 19:00 a 1/10/2005 09:00; 2006 (à direita) <strong>–</strong> 25/02/06 17:00 a<br />

10/04/06 17:00<br />

4000<br />

3000<br />

2006<br />

2000<br />

m 3 /s<br />

1000<br />

0<br />

Feb-25 Mar-03 Mar-09 Mar-15 Mar-21 Mar-27 Apr-02 Apr-08<br />

54


Frequência absoluta<br />

Frequência absoluta<br />

450<br />

400<br />

350<br />

300<br />

250<br />

200<br />

150<br />

100<br />

50<br />

0<br />

350<br />

300<br />

250<br />

200<br />

150<br />

100<br />

50<br />

0<br />

figura 3.2<br />

2005<br />

0 100 200 300 400 500 600 Mais<br />

2006<br />

Classe (m 3 /s)<br />

Frequência<br />

% acumulada<br />

0 300 600 900 1200 1500 1800 2100 2400 2700 3000 Mais<br />

Classe (m 3 /s)<br />

Frequência<br />

% acumulada<br />

Barragem de Crestuma <strong>–</strong> Histograma <strong>do</strong> caudal horá<strong>rio</strong> médio<br />

Valor da classe assinala<strong>do</strong> na figura corresponde ao limite supe<strong>rio</strong>r (com a excepção da primeira e<br />

última que correspondem ao limite supe<strong>rio</strong>r e infe<strong>rio</strong>r, respectivamente)<br />

2005 (em cima): 09/09/2005 19:00 a 1/10/2005 09:00; 2006 (em baixo): 25/02/06 17:00 a<br />

10/04/06 17:00. Média <strong>–</strong> 2005: 57 m 3 /s; 2006: 766 m 3 /s<br />

120%<br />

100%<br />

80%<br />

60%<br />

40%<br />

20%<br />

0%<br />

120%<br />

100%<br />

80%<br />

60%<br />

40%<br />

20%<br />

0%<br />

55


3.1.2 - TEMPERATURA<br />

18<br />

figura 3.3<br />

Temperatura 2005 ( o C)<br />

Têndencia (a traço interrompi<strong>do</strong>): Cantareira (-0,50 ºC /semana); P. D. Maria (-0,53 ºC /semana);<br />

Avintes (-0,48 ºC /semana); Crestuma (0,08 ºC /semana)<br />

17<br />

16<br />

15<br />

14<br />

CANTAREIRA<br />

13<br />

Sep-09 Sep-11 Sep-13 Sep-15 Sep-17 Sep-19 Sep-21 Sep-23 Sep-25 Sep-27 Sep-29 Oct-01<br />

18<br />

17<br />

16<br />

15<br />

PONTE D. MARIA<br />

14<br />

Sep-09 Sep-11 Sep-13 Sep-15 Sep-17 Sep-19 Sep-21 Sep-23 Sep-25 Sep-27 Sep-29 Oct-01<br />

22<br />

21<br />

20<br />

19<br />

18<br />

17<br />

AVINTES<br />

16<br />

15<br />

Sep-09 Sep-11 Sep-13 Sep-15 Sep-17 Sep-19 Sep-21 Sep-23 Sep-25 Sep-27 Sep-29 Oct-01<br />

25<br />

24<br />

23<br />

22<br />

21<br />

20<br />

19<br />

18<br />

17<br />

CRESTUMA<br />

Sep-09 Sep-11 Sep-13 Sep-15 Sep-17 Sep-19 Sep-21 Sep-23 Sep-25 Sep-27 Sep-29 Oct-01<br />

56


figura 3.4<br />

Temperatura 2006 ( o C)<br />

Têndencia (a traço interrompi<strong>do</strong>): Cantareira (0,50 ºC /semana); Avintes (0,74 ºC /semana)<br />

16<br />

15<br />

14<br />

13<br />

12<br />

11<br />

10<br />

9<br />

8<br />

CANTAREIRA<br />

Feb-25 Mar-01 Mar-05 Mar-09 Mar-13 Mar-17 Mar-21 Mar-25 Mar-29 Apr-02 Apr-06 Apr-10<br />

14<br />

13<br />

12<br />

11<br />

10<br />

AVINTES<br />

9<br />

8<br />

Feb-25 Mar-01 Mar-05 Mar-09 Mar-13 Mar-17 Mar-21 Mar-25 Mar-29 Apr-02 Apr-06 Apr-10<br />

57


figura 3.5<br />

Temperatura <strong>–</strong> Síntese de estatística descritiva.<br />

1.00E+03<br />

30<br />

2005 2006<br />

24.6<br />

25<br />

21.8<br />

1.00E+02<br />

Potência ( o C 2 /hr)<br />

18.8<br />

20<br />

17.6<br />

17.5<br />

17.5<br />

o C<br />

15.8<br />

17<br />

15.2<br />

14.8<br />

15.5<br />

15<br />

13.3<br />

1.00E+01<br />

14.1<br />

13.7<br />

12.6<br />

10<br />

10.4<br />

Mínimo<br />

Máximo<br />

Média<br />

Potência<br />

8.4<br />

8.7<br />

1.00E+00<br />

5<br />

CANTAREIRA PONTE. D. MARIA AVINTES CRESTUMA CANTAREIRA AVINTES<br />

58


3.1.3 <strong>–</strong> SALINIDADE<br />

figura 3.6<br />

Salinidade 2005 (s/ unidades)<br />

38<br />

36<br />

34<br />

32<br />

30<br />

28<br />

CANTAREIRA<br />

26<br />

24<br />

Sep-09 Sep-11 Sep-13 Sep-15 Sep-17 Sep-19 Sep-21 Sep-23 Sep-25 Sep-27 Sep-29 Oct-01<br />

35<br />

30<br />

25<br />

20<br />

AVINTES<br />

15<br />

10<br />

Sep-09 Sep-11 Sep-13 Sep-15 Sep-17 Sep-19 Sep-21 Sep-23 Sep-25 Sep-27 Sep-29 Oct-01<br />

59


figura 3.7<br />

Salinidade 2006 (s/ unidades)<br />

40<br />

35<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

5<br />

0<br />

CANTAREIRA<br />

Feb-25 Mar-01 Mar-05 Mar-09 Mar-13 Mar-17 Mar-21 Mar-25 Mar-29 Apr-02 Apr-06 Apr-10<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

AVINTES<br />

2<br />

0<br />

Feb-25 Mar-01 Mar-05 Mar-09 Mar-13 Mar-17 Mar-21 Mar-25 Mar-29 Apr-02 Apr-06 Apr-10<br />

60


figura 3.8<br />

Salinidade <strong>–</strong> Síntese de estatística descritiva<br />

1.00E+04<br />

40<br />

2006<br />

36.7<br />

36.3<br />

35.1<br />

35<br />

32.4<br />

1.00E+03<br />

30<br />

27.7<br />

Potência (s/ unidades)<br />

25.2<br />

25<br />

1.00E+02<br />

22.4<br />

20<br />

1.00E+01<br />

15<br />

12.5<br />

10<br />

1.00E+00<br />

7.9<br />

Mínimo<br />

Máximo<br />

Média<br />

Potência<br />

2005<br />

5<br />

1.00E-01<br />

0<br />

CANTAREIRA AVINTES CANTAREIRA AVINTES<br />

61


3.1.4 <strong>–</strong> PRESSÃO<br />

100<br />

figura 3.9<br />

Pressão 2005 (kPa)<br />

90<br />

80<br />

70<br />

60<br />

CANTAREIRA<br />

50<br />

Sep-09 Sep-11 Sep-13 Sep-15 Sep-17 Sep-19 Sep-21 Sep-23 Sep-25 Sep-27 Sep-29 Oct-01<br />

290<br />

280<br />

270<br />

260<br />

250<br />

PONTE D. MARIA<br />

240<br />

Sep-09 Sep-11 Sep-13 Sep-15 Sep-17 Sep-19 Sep-21 Sep-23 Sep-25 Sep-27 Sep-29 Oct-01<br />

120<br />

110<br />

100<br />

AVINTES<br />

90<br />

80<br />

Sep-09 Sep-11 Sep-13 Sep-15 Sep-17 Sep-19 Sep-21 Sep-23 Sep-25 Sep-27 Sep-29 Oct-01<br />

140<br />

130<br />

120<br />

110<br />

CRESTUMA<br />

100<br />

90<br />

Sep-09 Sep-11 Sep-13 Sep-15 Sep-17 Sep-19 Sep-21 Sep-23 Sep-25 Sep-27 Sep-29 Oct-01<br />

62


figura 3.10<br />

Pressão 2006 (kPa)<br />

100<br />

90<br />

80<br />

70<br />

60<br />

CANTAREIRA<br />

50<br />

Feb-25 Mar-01 Mar-05 Mar-09 Mar-13 Mar-17 Mar-21 Mar-25 Mar-29 Apr-02 Apr-06 Apr-10<br />

120<br />

110<br />

100<br />

90<br />

AVINTES<br />

80<br />

70<br />

Feb-25 Mar-01 Mar-05 Mar-09 Mar-13 Mar-17 Mar-21 Mar-25 Mar-29 Apr-02 Apr-06 Apr-10<br />

63


3.1.5 <strong>–</strong> VELOCIDADE LONGITUDINAL<br />

CANTAREIRA<br />

figura 3.11 (continua na pág. seguinte)<br />

Velocidade longitudinal 2005 (mm.s -1 )<br />

Cantareira: 10/09/05 07:00 a 01/10/05 08:00; Ponte D. Maria: 10/09/05 13:00 a 01/10/05 07:00<br />

5.50<br />

1200<br />

1000<br />

5.00<br />

800<br />

600<br />

4.50<br />

400<br />

4.00<br />

200<br />

0<br />

-200<br />

3.50<br />

-400<br />

3.00<br />

-600<br />

-800<br />

2.50<br />

Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />

-1000<br />

-1200<br />

480<br />

432<br />

384<br />

336<br />

288<br />

240<br />

192<br />

144<br />

96<br />

48<br />

0<br />

-1400<br />

-1600<br />

Tempo (horas)<br />

PONTE DONA MARIA<br />

1200<br />

20.00<br />

1000<br />

800<br />

17.00<br />

600<br />

400<br />

14.00<br />

200<br />

0<br />

-200<br />

11.00<br />

-400<br />

8.00<br />

-600<br />

Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />

-800<br />

5.00<br />

-1000<br />

-1200<br />

480<br />

432<br />

384<br />

336<br />

288<br />

240<br />

192<br />

144<br />

96<br />

48<br />

0<br />

-1400<br />

-1600<br />

Tempo (horas)<br />

64


figura 3.11 (cont.)<br />

Velocidade longitudinal 2005 (mm.s -1 )<br />

Avintes: 09/09/05 20:00 a 30/09/05 15:00; Crestuma: 10/09/05 15:00 a 30/09/05 16:00<br />

400<br />

200<br />

0<br />

AVINTES<br />

-200<br />

Sep-09 Sep-11 Sep-13 Sep-15 Sep-17 Sep-19 Sep-21 Sep-23 Sep-25 Sep-27 Sep-29 Oct-01<br />

CRESTUMA<br />

1200<br />

8.50<br />

1000<br />

800<br />

7.00<br />

600<br />

400<br />

200<br />

5.50<br />

0<br />

-200<br />

-400<br />

4.00<br />

-600<br />

-800<br />

2.50<br />

-1000<br />

-1200<br />

480<br />

432<br />

384<br />

336<br />

288<br />

240<br />

192<br />

144<br />

96<br />

48<br />

0<br />

-1400<br />

-1600<br />

Tempo (horas)<br />

65<br />

Distância ao fun<strong>do</strong> (m) -400


CANTAREIRA<br />

figura 3.12<br />

Velocidade longitudinal 2006 (mm.s -1 )<br />

Cantareira: 09/03/06 10:00 a 10/04/06 14:00; Avintes: 25/02/06 17:00 a 10/04/05 16:00<br />

1200<br />

5.50<br />

1000<br />

800<br />

600<br />

4.00<br />

400<br />

200<br />

0<br />

-200<br />

2.50<br />

-400<br />

-600<br />

Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />

-800<br />

1.00<br />

-1000<br />

-1200<br />

768<br />

720<br />

672<br />

624<br />

576<br />

528<br />

480<br />

432<br />

384<br />

336<br />

288<br />

240<br />

192<br />

144<br />

96<br />

48<br />

0<br />

-1400<br />

-1600<br />

Tempo (horas)<br />

400<br />

0<br />

-400<br />

AVINTES<br />

-800<br />

-1200<br />

Feb-25 Mar-01 Mar-05 Mar-09 Mar-13 Mar-17 Mar-21 Mar-25 Mar-29 Apr-02 Apr-06 Apr-10<br />

66


figura 3.13<br />

Velocidade longitudinal <strong>–</strong> Resíduo amostral<br />

25<br />

20<br />

CANTAREIRA<br />

PONTE D. MARIA<br />

2005<br />

AVINTES<br />

CRESTUMA<br />

15<br />

2006<br />

CANTAREIRA<br />

AVINTES<br />

10<br />

Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />

5<br />

0<br />

-600 -500 -400 -300 -200 -100 0 100 200<br />

mm.s -1<br />

67


3.2 <strong>–</strong> COMPOSIÇÃO ESPECTRAL<br />

Neste capítulo mostro os espectros de energia <strong>do</strong> caudal (figura 3.14), temperatura<br />

(figuras 3.16 e 3.17), salinidade (figuras 3.18 e 3.19), pressão (figuras 3.20 e 3.21) e<br />

velocidade longitudinal (figuras 3.22 a 3.27).<br />

Mostro ainda os caudais característicos em Crestuma (figura 3.15), que estão<br />

acompanha<strong>do</strong>s da curva de frequência absoluta de ocorrência.<br />

Os principais picos espectrais estão assinala<strong>do</strong>s nas figuras e a sua nomenclatura<br />

procura dar informação sobre o tipo de forçamento que representa: notas descritivas<br />

escritas em perío<strong>do</strong>, para componentes não típicas de maré; e classificação genérica da<br />

frequência da variabilidade, para componentes de maré. Apesar disto, algumas notas<br />

descritivas <strong>do</strong>s picos espectrais <strong>do</strong> caudal lança<strong>do</strong> em Crestuma aparecem em notação<br />

de frequência pois agrupam um conjunto de componentes de forçamento diurno e semi-<br />

diurno.<br />

Os espectros de energia da velocidade longitudinal estão acompanha<strong>do</strong>s da<br />

distribuição da variabilidade total pelas componentes originais e componentes<br />

reorientadas, que pode ser interpretada como uma medida da eficácia da<br />

unidimensionalização <strong>do</strong> campo de velocidade horizontal. O anexo C mostra uma<br />

medida frequencial desta distribuição.<br />

As interpretações que se possam fazer a partir <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s da distribuição em<br />

frequência da densidade de energia têm que ser relativizadas ao facto de que a resolução<br />

das estimativas espectrais é variável e que, portanto, não se podem fazer inter-<br />

comparações sazonais da densidade de energia. Este tipo de comparação está feito, para<br />

classes espectrais, no capítulo de análise da distribuição de energia (capítulo 3.3).<br />

68


3.2.1 <strong>–</strong> CAUDAL LANÇADO EM CRESTUMA<br />

10 7<br />

10 6<br />

10 5<br />

10 4<br />

10 3<br />

10 2<br />

10 10<br />

10 9<br />

10 8<br />

10 7<br />

10 6<br />

10 5<br />

10 4<br />

10 3<br />

10 2<br />

figura 3.14<br />

0.0001<br />

0.0001<br />

2005<br />

2006<br />

0.001<br />

0.001<br />

21.3 dias<br />

Barragem de Crestuma <strong>–</strong> Espectro de energia <strong>do</strong> caudal horá<strong>rio</strong> médio ([m 3 .s -1 ] 2 /cph)<br />

2 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,27; 39,53]<br />

2005 (em cima) <strong>–</strong> Res. aprox. 0,00098 cph; 2006 (em baixo) <strong>–</strong> Res. aprox. 0,00049 cph<br />

9.5 dias<br />

0.01<br />

cph<br />

5.3 dias<br />

3.4 dias<br />

0.01<br />

cph<br />

diur.<br />

diur.<br />

semi diur.<br />

0.1<br />

semi diur.<br />

0.1<br />

8.4 hr.<br />

1<br />

1<br />

69


Caudal característico (m 3 /s)<br />

Caudal característico (m 3 /s)<br />

200<br />

160<br />

120<br />

80<br />

40<br />

0<br />

1000<br />

800<br />

600<br />

400<br />

200<br />

0<br />

figura 3.15<br />

0:00<br />

0:00<br />

2:00<br />

2005<br />

2:00<br />

4:00<br />

4:00<br />

2006<br />

6:00<br />

6:00<br />

Barragem de Crestuma <strong>–</strong> Cauda horá<strong>rio</strong> médio característico<br />

2005 (em cima): 10/09 a 30/09; 2006 (em baixo): 26/02 a 10/04<br />

Barras <strong>–</strong> Caudal característico; Linha <strong>–</strong> Frequência de ocorrência de lançamento<br />

8:00<br />

8:00<br />

10:00<br />

10:00<br />

12:00<br />

12:00<br />

14:00<br />

14:00<br />

16:00<br />

16:00<br />

18:00<br />

18:00<br />

20:00<br />

20:00<br />

22:00<br />

22:00<br />

0.6<br />

0.5<br />

0.4<br />

0.3<br />

0.2<br />

0.1<br />

0<br />

1<br />

0.9<br />

0.8<br />

0.7<br />

0.6<br />

0.5<br />

Frequência de ocorrência<br />

Frequência de ocorrência<br />

70


3.2.2 <strong>–</strong> TEMPERATURA<br />

figura 3.16<br />

Temperatura 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia (ºC 2 /cph)<br />

Res. aprox. 0,00586 cph; 6 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,42; 4,84]<br />

10 4<br />

10 3<br />

10 2<br />

10 1<br />

10 0<br />

10 -1<br />

10 4<br />

10 3<br />

10 2<br />

10 1<br />

10 0<br />

10 -1<br />

10 -2<br />

diur.<br />

CANTAREIRA<br />

semi diur.<br />

ter. diur.<br />

quar. diur.<br />

sex. diur.<br />

0.001 0.01 0.1 1<br />

cph<br />

AVINTES<br />

diur.<br />

semi diur.<br />

0.001 0.01 0.1 1<br />

cph<br />

10 3<br />

10 2<br />

10 1<br />

10 0<br />

10 -1<br />

10 -2<br />

10 4<br />

10 3<br />

10 2<br />

10 1<br />

10 0<br />

10 -1<br />

1.8 dias<br />

diur.<br />

semi diur.<br />

PONTE D. MARIA<br />

0.001 0.01 0.1 1<br />

cph<br />

3.6 dias<br />

diur.<br />

CRESTUMA<br />

semi diur.<br />

ter. diur.<br />

quar. diur.<br />

qui. diur.<br />

0.001 0.01 0.1 1<br />

cph<br />

71


figura 3.17<br />

Temperatura 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia (ºC 2 /cph)<br />

Res. aprox. 0,00293 cph; 8 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,46; 3,67]<br />

10 3<br />

10 5<br />

7.1 dias<br />

semi diur.<br />

10 2<br />

diur.<br />

semi diur.<br />

10 4<br />

10 1<br />

quar. diur.<br />

3.6 dias<br />

10 3<br />

10 0<br />

diur.<br />

10 2<br />

10 -1<br />

AVINTES<br />

10 1<br />

10 -2<br />

CANTAREIRA<br />

10 -3<br />

10 0<br />

0.001 0.01 0.1 1<br />

cph<br />

0.001 0.01 0.1 1<br />

cph<br />

72


3.2.3 <strong>–</strong> SALINIDADE<br />

figura 3.18<br />

Salinidade 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia (s/ unidades)<br />

Res. aprox. 0,00586 cph; 6 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,42; 4,84]<br />

10 5<br />

10 5<br />

semi diur.<br />

10 4<br />

semi diur.<br />

diur.<br />

quar. diur.<br />

10 4<br />

10 3<br />

sex. diur.<br />

10 3<br />

10 2<br />

10 2<br />

10 1<br />

AVINTES<br />

10 1<br />

10 0<br />

CANTAREIRA<br />

10 -1<br />

10 0<br />

0.001 0.01 0.1 1<br />

cph<br />

0.001 0.01 0.1 1<br />

cph<br />

73


figura 3.19<br />

Salinidade 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia (s/ unidades)<br />

Res. aprox. 0,00293 cph; 8 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,46; 3,67]<br />

10 3<br />

10 7<br />

10 2<br />

semi diur.<br />

10 6<br />

quar. diur.<br />

10 5<br />

diur.<br />

10 1<br />

10 4<br />

AVINTES<br />

10 0<br />

10 3<br />

CANTAREIRA<br />

10 -1<br />

10 2<br />

0.001 0.01 0.1 1<br />

cph<br />

0.001 0.01 0.1 1<br />

cph<br />

74


3.2.4 <strong>–</strong> PRESSÃO<br />

10 7<br />

10 6<br />

10 5<br />

10 4<br />

10 3<br />

10 2<br />

10 1<br />

10 0<br />

10 -1<br />

10 7<br />

10 6<br />

10 5<br />

10 4<br />

10 3<br />

10 2<br />

10 1<br />

10 0<br />

figura 3.20<br />

Pressão 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia (kPa 2 /cph)<br />

Res. aprox. 0,00586 cph; 6 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,42; 4,84]<br />

CANTAREIRA<br />

diur.<br />

semi diur.<br />

quar. diur.<br />

0.001 0.01 0.1 1<br />

cph<br />

AVINTES<br />

diur.<br />

semi diur.<br />

quar. diur.<br />

0.001 0.01 0.1 1<br />

cph<br />

10 7<br />

10 6<br />

10 5<br />

10 4<br />

10 3<br />

10 2<br />

10 1<br />

10 0<br />

10 -1<br />

10 7<br />

10 6<br />

10 5<br />

10 4<br />

10 3<br />

10 2<br />

10 1<br />

10 0<br />

10 -1<br />

diur.<br />

PONTE D. MARIA<br />

semi diur.<br />

quar. diur.<br />

0.001 0.01 0.1 1<br />

cph<br />

CRESTUMA<br />

diur.<br />

semi diur.<br />

quar. diur.<br />

0.001 0.01 0.1 1<br />

cph<br />

75


figura 3.21<br />

Pressão 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia (kPa 2 /cph)<br />

Res. aprox. 0,00293 cph; 8 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,46; 3,67]<br />

10 7<br />

semi diur.<br />

10 6<br />

semi diur.<br />

10 7<br />

10 6<br />

7.1 dias<br />

10 5<br />

10 5<br />

quar. diur.<br />

diur.<br />

7.1 dias<br />

10 4<br />

diur.<br />

10 4<br />

19 hr.<br />

quar. diur.<br />

10 3<br />

10 3<br />

10 2<br />

10 2<br />

10 1<br />

AVINTES<br />

10 1<br />

CANTAREIRA<br />

10 0<br />

10 0<br />

10 -1<br />

0.001 0.01 0.1 1<br />

cph<br />

0.001 0.01 0.1 1<br />

cph<br />

76


3.2.5 <strong>–</strong> VELOCIDADE LONGITUDINAL<br />

figura 3.22<br />

Cantareira 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal ([mm.s -1 ] 2 /cph) (à esquerda)<br />

Res. aprox. 0,00195 cph; 2 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,27; 39,53]<br />

Distribuição de variabilidade pelas componentes originais / reorientadas (à direita)<br />

sex. diur.<br />

quar. diur.<br />

ter. diur.<br />

semi diur.<br />

diur.<br />

10.7 dias<br />

5.50<br />

5.0E+009<br />

4.0E+009<br />

3.0E+009<br />

2.0E+009<br />

1.0E+009<br />

7.8E+008<br />

5.5E+008<br />

1.0E+008<br />

5.5E+007<br />

1.0E+007<br />

5.5E+006<br />

1.0E+006<br />

5.5E+005<br />

1.0E+005<br />

5.5E+004<br />

1.0E+004<br />

1.0E+003<br />

0.0E+000<br />

5.00<br />

4.50<br />

4.00<br />

3.50<br />

Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />

3.00<br />

2.50<br />

0.5<br />

0.48<br />

0.46<br />

0.44<br />

0.42<br />

0.4<br />

0.38<br />

0.36<br />

0.34<br />

0.32<br />

0.3<br />

0.28<br />

0.26<br />

0.24<br />

0.22<br />

0.2<br />

0.18<br />

0.16<br />

0.14<br />

0.12<br />

0.1<br />

0.08<br />

0.06<br />

0.04<br />

0.02<br />

0<br />

cph<br />

6<br />

Comp. E-W<br />

Comp. Longitudinal<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />

92 94 96 98 100<br />

Distribuição de variabilidade (%)<br />

77


figura 3.23<br />

Ponte D. Maria 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal ([mm.s -1 ] 2 /cph) (à esquerda)<br />

Res. aprox. 0,00195 cph; 2 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,27; 39,53]<br />

Distribuição de variabilidade pelas componentes originais / reorientadas (à direita)<br />

oit. diur.<br />

sex. diur.<br />

quar. diur.<br />

6.9 hr.<br />

ter. diur.<br />

semi diur.<br />

1.4 dias<br />

diur.<br />

19.7 hr.<br />

10.7 dias<br />

4.3 dias<br />

5.0E+009<br />

4.0E+009<br />

20.00<br />

3.0E+009<br />

2.0E+009<br />

17.00<br />

1.0E+009<br />

7.8E+008<br />

5.5E+008<br />

1.0E+008<br />

14.00<br />

5.5E+007<br />

1.0E+007<br />

11.00<br />

5.5E+006<br />

1.0E+006<br />

Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />

8.00<br />

5.5E+005<br />

1.0E+005<br />

5.5E+004<br />

1.0E+004<br />

5.00<br />

1.0E+003<br />

0.0E+000<br />

0.5<br />

0.48<br />

0.46<br />

0.44<br />

0.42<br />

0.4<br />

0.38<br />

0.36<br />

0.34<br />

0.32<br />

0.3<br />

0.28<br />

0.26<br />

0.24<br />

0.22<br />

0.2<br />

0.18<br />

0.16<br />

0.14<br />

0.12<br />

0.1<br />

0.08<br />

0.06<br />

0.04<br />

0.02<br />

0<br />

cph<br />

24<br />

Comp. N-S<br />

Comp. Longitudinal<br />

20<br />

16<br />

12<br />

8<br />

4<br />

0<br />

Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />

64 68 72 76 80 84 88 92 96 100<br />

Distribuição de variabilidade (%)<br />

78


figura 3.24<br />

Avintes 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal ([mm.s -1 ] 2 /cph) (em cima)<br />

Res. aprox. 0,00195 cph; 2 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,27; 39,53]<br />

Distribuição de variabilidade pelas componentes originais / reorientadas (em baixo)<br />

10 8<br />

10 7<br />

10 6<br />

10 5<br />

10 4<br />

10 3<br />

5.3 dias<br />

Comp. Longitudinal<br />

0.001 0.01 0.1 1<br />

cph<br />

diur.<br />

semi diur.<br />

Comp. N-S Comp. Longit.<br />

83.9 % 98.6 %<br />

quar. diur.<br />

oit. diur.<br />

79


figura 3.25<br />

Crestuma 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal ([mm.s -1 ] 2 /cph) (à esquerda)<br />

Res. aprox. 0,00195 cph; 2 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,27; 39,53]<br />

Distribuição de variabilidade pelas componentes originais / reorientadas (à direita)<br />

sex. diur.<br />

qui. diur.<br />

quar. diur.<br />

semi diur.<br />

diur.<br />

19.7 hr.<br />

10.7 dias<br />

9.00<br />

5.0E+009<br />

4.0E+009<br />

8.00<br />

3.0E+009<br />

2.0E+009<br />

7.00<br />

1.0E+009<br />

7.8E+008<br />

5.5E+008<br />

1.0E+008<br />

6.00<br />

5.5E+007<br />

1.0E+007<br />

5.00<br />

5.5E+006<br />

1.0E+006<br />

Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />

4.00<br />

5.5E+005<br />

1.0E+005<br />

3.00<br />

5.5E+004<br />

1.0E+004<br />

1.0E+003<br />

0.0E+000<br />

0.5<br />

0.48<br />

0.46<br />

0.44<br />

0.42<br />

0.4<br />

0.38<br />

0.36<br />

0.34<br />

0.32<br />

0.3<br />

0.28<br />

0.26<br />

0.24<br />

0.22<br />

0.2<br />

0.18<br />

0.16<br />

0.14<br />

0.12<br />

0.1<br />

0.08<br />

0.06<br />

0.04<br />

0.02<br />

0<br />

cph<br />

10<br />

8<br />

Comp. E-W<br />

Comp. Longitudinal<br />

6<br />

4<br />

2<br />

Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />

68 72 76 80 84 88 92 96 100<br />

Distribuição de variabilidade (%)<br />

80


figura 3.26<br />

Cantareira 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal ([mm.s -1 ] 2 /cph) (à esquerda)<br />

Res. aprox. 0,00195 cph; 4 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,36; 8,26]<br />

Distribuição de variabilidade pelas componentes originais / reorientadas (à direita)<br />

sex. diur.<br />

quar. diur.<br />

ter. diur.<br />

semi diur.<br />

diur.<br />

6.00<br />

2.0E+009<br />

1.2E+009<br />

7.3E+008<br />

3.0E+008<br />

5.00<br />

2.3E+008<br />

1.7E+008<br />

4.00<br />

9.8E+007<br />

3.0E+007<br />

2.3E+007<br />

1.7E+007<br />

3.00<br />

3.0E+006<br />

1.7E+006<br />

Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />

2.00<br />

3.0E+005<br />

1.7E+005<br />

3.0E+004<br />

1.7E+004<br />

1.00<br />

3.0E+003<br />

0.0E+000<br />

0.5<br />

0.48<br />

0.46<br />

0.44<br />

0.42<br />

0.4<br />

0.38<br />

0.36<br />

0.34<br />

0.32<br />

0.3<br />

0.28<br />

0.26<br />

0.24<br />

0.22<br />

0.2<br />

0.18<br />

0.16<br />

0.14<br />

0.12<br />

0.1<br />

0.08<br />

0.06<br />

0.04<br />

0.02<br />

0<br />

cph<br />

8<br />

Comp. E-W<br />

Comp. Longitudinal<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />

92 94 96 98 100<br />

Distribuição de variabilidade (%)<br />

81


figura 3.27<br />

Avintes 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal ([mm.s -1 ] 2 /cph) (em cima)<br />

Res. aprox. 0,00195 cph; 6 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,42; 4,84]<br />

Distribuição de variabilidade pelas componentes originais / reorientadas (em baixo)<br />

10 8<br />

10 7<br />

10 6<br />

10 5<br />

10 4<br />

10.7 dias<br />

3 dias<br />

Comp. Longitudinal<br />

1.9 dias<br />

0.001 0.01 0.1 1<br />

cph<br />

diur.<br />

19 hr.<br />

semi diur.<br />

Comp. N-S Comp. Longit.<br />

91.2 % 99.6 %<br />

82


3.3 <strong>–</strong> DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E SAZONAL DA ENERGIA<br />

A análise da composição espectral <strong>do</strong>s sinais estuda<strong>do</strong>s conduziu ao<br />

conhecimento da forma da sua variabilidade numa base normalizada pela resolução<br />

espectral. Neste capítulo transformo esses resulta<strong>do</strong>s numa quantidade cuja variação<br />

sazonal é comparável e, ao mesmo tempo, determino a contribuição relativa que têm as<br />

diferentes classes espectrais para a variabilidade total <strong>do</strong>s parâmetros medi<strong>do</strong>s.<br />

Mostro a distribuição relativa da energia <strong>do</strong> caudal lança<strong>do</strong> (figura 3.28),<br />

temperatura (figura 3.29), salinidade (figura 3.30), pressão (figura 3.31) e velocidade<br />

longitudinal (figuras 3.32 a 3.35).<br />

Além da distribuição relativa de energia, as figuras representam ainda <strong>–</strong> para cada<br />

classe espectral <strong>–</strong> a energia normalizada pelo máximo global ocorri<strong>do</strong> (entre parênteses<br />

nas figuras), de mo<strong>do</strong> a poder estabelecer-se uma comparação directa da variabilidade<br />

espacial <strong>–</strong> horizontal e vertical <strong>–</strong> e também sazonal.<br />

Note-se que as percentagens de energia representadas nas figuras estão escritas<br />

em número inteiro, o que leva a que valores infe<strong>rio</strong>res a 0,50 % apareçam como zero.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, a importância relativa que cada classe tem para o to<strong>do</strong> de energia<br />

de cada entidade está também representada graficamente pela dimensão <strong>do</strong>s rectângulos<br />

das figuras, levan<strong>do</strong> a que classes pouco importantes sejam descritas por rectângulos<br />

pequenos e sem espaço para inscrição <strong>do</strong> rótulo. Na legenda de cada figura indico a<br />

percentagem máxima cujo rótulo já não é apresenta<strong>do</strong>.<br />

83


3.3.1 <strong>–</strong> CAUDAL LANÇADO EM CRESTUMA<br />

figura 3.28<br />

Caudal lança<strong>do</strong> em Crestuma <strong>–</strong> Distribuição relativa da energia total por classes espectrais (%)<br />

Percentagem <strong>do</strong> valor máximo ocorri<strong>do</strong> (entre parênteses); Valor máximo ocorri<strong>do</strong>:<br />

2,99E+06 (m 3 .s -1 ) 2<br />

40 (4)<br />

44 (4)<br />

12 (1)<br />

4<br />

6 (11)<br />

23 (42)<br />

17 (31)<br />

54 (100)<br />

2005 2006<br />

T < 11.2 hr<br />

28 hr > T >= 11.2 hr (diur. + semi diur.)<br />

5.8 dias > T >= 28 hr<br />

T >= 5.8 dias<br />

84


3.3.2 - TEMPERATURA<br />

figura 3.29<br />

Temperatura <strong>–</strong> Distribuição relativa da energia total por classes espectrais (%)<br />

Classes não comentadas apresentam valores abaixo de 4 %. Percentagem <strong>do</strong> valor máximo<br />

ocorri<strong>do</strong> (entre parênteses); Valor máximo ocorri<strong>do</strong>: 21,55 ºC 2<br />

2005 2006<br />

11 (1)<br />

15 (32)<br />

16 (32)<br />

12 (7)<br />

8 (11)<br />

22 (9)<br />

Outras freq.<br />

T < 3 hr<br />

3.2 hr > T >= 3 hr (oit. diur.)<br />

7<br />

4 (9)<br />

8 (10)<br />

5 (10)<br />

4 (9)<br />

5 (10)<br />

14 (1)<br />

21 (13)<br />

3.6 hr > T >= 3.5 hr (set. diur.)<br />

4.2 hr > T >= 4 hr (sex. diur.)<br />

11 (5)<br />

5.0 hr > T >= 4.8 hr (qui. diur.)<br />

6.4 hr > T >= 5.9 hr (quar. diur.)<br />

13 (5)<br />

8.5 hr > T >= 7.8 hr (ter. diur.)<br />

13.6 hr > T >= 11.2 hr (semi diur.)<br />

31 (2)<br />

42 (89)<br />

51 (66)<br />

51 (100)<br />

31 (19)<br />

28 hr > T >= 21.6 hr (diur.)<br />

5.8 dias > T >= 28 hr<br />

T >= 5.8 dias<br />

33 (14)<br />

13 (27)<br />

8 (10)<br />

33 (2)<br />

31 (18)<br />

16 (33)<br />

21 (41)<br />

16 (7)<br />

16 (21)<br />

CANTAREIRA PONTE D. MARIA AVINTES CRESTUMA CANTAREIRA AVINTES<br />

85


3.3.3 - SALINIDADE<br />

figura 3.30<br />

Salinidade <strong>–</strong> Distribuição relativa da energia total por classes espectrais (%)<br />

Classes não comentadas apresentam valores abaixo de 4 %. Percentagem <strong>do</strong> valor máximo<br />

ocorri<strong>do</strong> (entre parênteses) ; Valor máximo ocorri<strong>do</strong>: 2,27E+03<br />

2005 2006<br />

9<br />

12<br />

16 (40)<br />

4<br />

Outras freq.<br />

T < 3 hr<br />

3.2 hr > T >= 3 hr (oit. diur.)<br />

5 (12)<br />

15 (1)<br />

49 (0)<br />

5 (13)<br />

13 (1)<br />

3.6 hr > T >= 3.5 hr (set. diur.)<br />

4.2 hr > T >= 4 hr (sex. diur.)<br />

5.0 hr > T >= 4.8 hr (qui. diur.)<br />

6.4 hr > T >= 5.9 hr (quar. diur.)<br />

27 (2)<br />

8.5 hr > T >= 7.8 hr (ter. diur.)<br />

13.6 hr > T >= 11.2 hr (semi diur.)<br />

9<br />

40 (100)<br />

28 hr > T >= 21.6 hr (diur.)<br />

5.8 dias > T >= 28 hr<br />

57 (5)<br />

T >= 5.8 dias<br />

6<br />

5<br />

11 (28)<br />

44 (3)<br />

17<br />

16 (40)<br />

6<br />

CANTAREIRA AVINTES CANTAREIRA AVINTES<br />

86


3.3.4 - PRESSÃO<br />

figura 3.31<br />

Pressão <strong>–</strong> Distribuição relativa de energia total por classes espectrais (%)<br />

Classes não comentadas apresentam valores abaixo de 5 %. Percentagem <strong>do</strong> valor máximo<br />

ocorri<strong>do</strong> (entre parênteses) ; Valor máximo ocorri<strong>do</strong>: 3,56E+03 kPa 2<br />

2005 2006<br />

Outras freq.<br />

T < 3 hr<br />

3.2 hr > T >= 3 hr (oit. diur.)<br />

3.6 hr > T >= 3.5 hr (set. diur.)<br />

4.2 hr > T >= 4 hr (sex. diur.)<br />

5.0 hr > T >= 4.8 hr (qui. diur.)<br />

6.4 hr > T >= 5.9 hr (quar. diur.)<br />

87 (51)<br />

97 (54)<br />

96 (91)<br />

96 (94)<br />

97 (100)<br />

98 (88)<br />

8.5 hr > T >= 7.8 hr (ter. diur.)<br />

13.6 hr > T >= 11.2 hr (semi diur.)<br />

28 hr > T >= 21.6 hr (diur.)<br />

5.8 dias > T >= 28 hr<br />

T >= 5.8 dias<br />

5 (3)<br />

5 (3)<br />

CANTAREIRA PONTE D. MARIA AVINTES CRESTUMA CANTAREIRA AVINTES<br />

87


3.3.5 <strong>–</strong> VELOCIDADE LONGITUDINAL<br />

figura 3.32 (continua na pág. seguinte)<br />

Vel. longitudinal Cantareira 2005 <strong>–</strong> Distribuição relativa de energia total por classes espectrais (%)<br />

Níveis de profundidade: 1 a 8 <strong>–</strong> 2,11 m a 5,61 m com res. de 0,50 m. Classes não comentadas<br />

apresentam valores abaixo de 3 %. Percentagem <strong>do</strong> valor máximo ocorri<strong>do</strong> (entre parênteses);<br />

Valor máximo ocorri<strong>do</strong>: 1,81E+07 (mm.s -1 ) 2<br />

92 (98)<br />

8<br />

4 (4) 4 (4) 3 (3) 3 (3)<br />

93 (100)<br />

7<br />

T >= 5.8 dias<br />

5.8 dias > T >= 28 hr.<br />

93 (97)<br />

6<br />

28. hr. > T >= 21.6 hr (diur.)<br />

13.6 hr. > T >= 11.2 hr. (semi diur.)<br />

8.5 hr. > T >= 7.8 hr. (ter. diur.)<br />

6.4 hr. > T >= 5.9 hr. (quar. diur.)<br />

92 (95)<br />

5<br />

5.0 hr. > T >= 4.8 hr. (qui. diur.)<br />

4.2 hr. > T >= 4 hr. (sex. diur.)<br />

92 (94)<br />

4<br />

3.6 hr. > T >= 3.5 hr. (set. diur.)<br />

3.2 hr. > T >= 3 hr. (oit. diur.)<br />

T < 3 hr.<br />

Outras freq.<br />

5 (5)<br />

91 (94)<br />

3<br />

5 (5)<br />

91 (93)<br />

2<br />

5 (5)<br />

90 (89)<br />

1<br />

2005<br />

88


figura 3.32 (cont.)<br />

Vel. longitudinal Cantareira 2006 <strong>–</strong> Distribuição relativa de energia total por classes espectrais (%)<br />

Níveis de profundidade: 0 <strong>–</strong> 0,50 m; 1 a 9 <strong>–</strong> 2,11 m a 6,11 m com res. de 0,50 m. Classes não<br />

comentadas apresentam valores abaixo de 3 %. Percentagem <strong>do</strong> valor máximo ocorri<strong>do</strong> (entre<br />

parênteses); Valor máximo ocorri<strong>do</strong>: 1,81E+07 (mm.s -1 ) 2<br />

5 (2)<br />

82 (39)<br />

5 (2)<br />

3 (1)<br />

9<br />

3 (2) 4 (2) 4 (2) 4 (2) 4 (2) 4 (2)<br />

84 (42)<br />

4 (2)<br />

3 (1)<br />

8<br />

84 (41)<br />

4 (2)<br />

3 (2)<br />

7<br />

T >= 5.8 dias<br />

5.8 dias > T >= 28 hr.<br />

28. hr. > T >= 21.6 hr (diur.)<br />

13.6 hr. > T >= 11.2 hr. (semi diur.)<br />

84 (40)<br />

3 (2)<br />

4 (2)<br />

6<br />

8.5 hr. > T >= 7.8 hr. (ter. diur.)<br />

6.4 hr. > T >= 5.9 hr. (quar. diur.)<br />

84 (39)<br />

3 (1)<br />

4 (2)<br />

5<br />

5.0 hr. > T >= 4.8 hr. (qui. diur.)<br />

4.2 hr. > T >= 4 hr. (sex. diur.)<br />

84 (39)<br />

3 (1)<br />

5 (2)<br />

4<br />

3.6 hr. > T >= 3.5 hr. (set. diur.)<br />

3.2 hr. > T >= 3 hr. (oit. diur.)<br />

83 (39)<br />

2 (1)<br />

5 (2)<br />

3<br />

T < 3 hr.<br />

Outras freq.<br />

4 (2)<br />

2 (1)<br />

82 (37)<br />

2<br />

5 (2)<br />

2<br />

4 (2)<br />

3 (1)<br />

81 (33)<br />

2<br />

5 (2)<br />

1<br />

7<br />

8 (1)<br />

70 (12)<br />

5 3<br />

0<br />

2006<br />

89


figura 3.33<br />

Vel. longit. P. D. Maria 2005 <strong>–</strong> Distribuição relativa de energia total por classes espectrais (%)<br />

Níveis de profundidade: 1 a 19 <strong>–</strong> 3,72 m a 21,72 com res. de 1,00 m. Classes não comentadas<br />

apresentam valores abaixo de 3 %. Percentagem <strong>do</strong> valor máximo ocorri<strong>do</strong> (entre parênteses);<br />

Valor máximo ocorri<strong>do</strong>: 1,81E+07 (mm.s -1 ) 2<br />

3<br />

5 (2)<br />

87 (36)<br />

19<br />

4<br />

5 (2)<br />

86 (35)<br />

18<br />

4<br />

4 (2)<br />

85 (32)<br />

17<br />

5 (2)<br />

4<br />

84 (30)<br />

16<br />

6 (2)<br />

4<br />

83 (27)<br />

15<br />

T >= 5.8 dias<br />

5.8 dias > T >= 28 hr.<br />

6 (2)<br />

3<br />

83 (25)<br />

14<br />

28. hr. > T >= 21.6 hr (diur.)<br />

13.6 hr. > T >= 11.2 hr. (semi diur.)<br />

7 (2)<br />

2<br />

2<br />

82 (23)<br />

13<br />

8 (2)<br />

3<br />

80 (19)<br />

12<br />

8.5 hr. > T >= 7.8 hr. (ter. diur.)<br />

6.4 hr. > T >= 5.9 hr. (quar. diur.)<br />

10 (2)<br />

4<br />

77 (15)<br />

11<br />

5.0 hr. > T >= 4.8 hr. (qui. diur.)<br />

4.2 hr. > T >= 4 hr. (sex. diur.)<br />

12 (2)<br />

5<br />

72 (11)<br />

3<br />

10<br />

13 (2)<br />

3<br />

6<br />

3<br />

68 (8)<br />

9<br />

3.6 hr. > T >= 3.5 hr. (set. diur.)<br />

3.2 hr. > T >= 3 hr. (oit. diur.)<br />

13 (1)<br />

3<br />

6<br />

6<br />

62 (5)<br />

8<br />

13<br />

3<br />

6<br />

13 (1)<br />

54 (3)<br />

7<br />

T < 3 hr.<br />

Outras freq.<br />

14<br />

2<br />

5<br />

6<br />

23 (1)<br />

43 (2)<br />

2<br />

6<br />

14<br />

3<br />

5<br />

7<br />

26<br />

38 (1)<br />

3<br />

5<br />

13<br />

3<br />

5<br />

8<br />

29<br />

34 (1)<br />

4<br />

4<br />

12<br />

3<br />

5<br />

9<br />

31<br />

33 (1)<br />

5<br />

3<br />

11<br />

2<br />

5<br />

10<br />

29<br />

34 (1)<br />

6<br />

2<br />

10<br />

2<br />

4<br />

12<br />

28<br />

34 (1)<br />

7<br />

1<br />

90


figura 3.34<br />

Velocidade longitudinal Avintes <strong>–</strong> Distribuição relativa de energia total por classes espectrais (%)<br />

Classes não comentadas apresentam valores abaixo de 4 %. Percentagem <strong>do</strong> valor máximo<br />

ocorri<strong>do</strong> (entre parênteses); Valor máximo ocorri<strong>do</strong>: 1,81E+07 (mm.s -1 ) 2<br />

19<br />

5<br />

8<br />

47 (1)<br />

7<br />

4<br />

2005<br />

16<br />

38 (3)<br />

17<br />

18 (1)<br />

5<br />

2006<br />

Outras freq.<br />

T < 3 hr.<br />

3.2 hr. > T >= 3 hr. (oit. diur.)<br />

3.6 hr. > T >= 3.5 hr. (set. diur.)<br />

4.2 hr. > T >= 4 hr. (sex. diur.)<br />

5.0 hr. > T >= 4.8 hr. (qui. diur.)<br />

6.4 hr. > T >= 5.9 hr. (quar. diur.)<br />

8.5 hr. > T >= 7.8 hr. (ter. diur.)<br />

13.6 hr. > T >= 11.2 hr. (semi diur.)<br />

28. hr. > T >= 21.6 hr (diur.)<br />

5.8 dias > T >= 28 hr.<br />

T >= 5.8 dias<br />

91


figura 3.35<br />

Vel. longitudinal Crestuma 2005 <strong>–</strong> Distribuição relativa de energia total por classes espectrais (%)<br />

Níveis de profundidade: 1 a 15 <strong>–</strong> 2,11 m a 9,11 com res. de 0,50 m. Percentagem <strong>do</strong> valor máximo<br />

ocorri<strong>do</strong> (entre parênteses); Valor máximo ocorri<strong>do</strong>: 1,81E+07 (mm.s -1 ) 2<br />

23<br />

3<br />

2<br />

5<br />

6<br />

9<br />

33 (0)<br />

4<br />

5<br />

6<br />

15<br />

28 (0)<br />

3<br />

3<br />

4<br />

5<br />

10<br />

27<br />

5<br />

8<br />

4<br />

14<br />

33 (0)<br />

4<br />

3<br />

4<br />

5<br />

10<br />

19<br />

6<br />

9<br />

3<br />

13<br />

38 (0)<br />

7<br />

3<br />

4<br />

4<br />

10<br />

12<br />

7<br />

10<br />

12<br />

T >= 5.8 dias<br />

5.8 dias > T >= 28 hr.<br />

42 (0)<br />

7<br />

3<br />

4<br />

5<br />

10<br />

11<br />

8<br />

7<br />

11<br />

28. hr. > T >= 21.6 hr (diur.)<br />

13.6 hr. > T >= 11.2 hr. (semi diur.)<br />

44 (0)<br />

7<br />

4<br />

5<br />

5<br />

8<br />

10<br />

8<br />

7<br />

10<br />

8.5 hr. > T >= 7.8 hr. (ter. diur.)<br />

6.4 hr. > T >= 5.9 hr. (quar. diur.)<br />

44 (0)<br />

9<br />

5<br />

5<br />

4<br />

7<br />

9<br />

8<br />

6<br />

2<br />

9<br />

44 (0)<br />

9<br />

7<br />

5<br />

3<br />

7<br />

7<br />

8<br />

6<br />

3<br />

8<br />

5.0 hr. > T >= 4.8 hr. (qui. diur.)<br />

4.2 hr. > T >= 4 hr. (sex. diur.)<br />

42 (0)<br />

7<br />

7<br />

6<br />

2<br />

6<br />

4<br />

11<br />

9<br />

4<br />

7<br />

3.6 hr. > T >= 3.5 hr. (set. diur.)<br />

3.2 hr. > T >= 3 hr. (oit. diur.)<br />

41 (0)<br />

5<br />

6<br />

5<br />

6<br />

3<br />

14<br />

10<br />

6<br />

6<br />

T < 3 hr.<br />

Outras freq.<br />

35 (0)<br />

5<br />

5<br />

3<br />

5<br />

3<br />

15<br />

14<br />

10<br />

5<br />

29 (0)<br />

4<br />

2<br />

2<br />

4<br />

3<br />

2<br />

16<br />

21<br />

15<br />

4<br />

23<br />

3<br />

2<br />

2<br />

2<br />

17<br />

27 (0)<br />

19<br />

3<br />

18<br />

2<br />

2<br />

3<br />

17<br />

29 (0)<br />

26<br />

2<br />

15<br />

3<br />

14<br />

31<br />

31 (0)<br />

1<br />

92


3.4 <strong>–</strong> MODULAÇÃO PELO REGIME DE MARÉ<br />

Utilizei as séries de pressão para identificar um troço de marés vivas e <strong>do</strong>is troços<br />

de marés mortas, na campanha de 2005; enquanto a campanha de 2006 <strong>–</strong> mais longa <strong>–</strong><br />

permitiu isolar <strong>do</strong>is troços de marés vivas e <strong>do</strong>is troços de marés mortas.<br />

Trabalhei troços de cerca de quatro dias, que correspondem a oito ciclos<br />

completos de maré semi-diurna, ou seja: oito enchentes e oito vazantes.<br />

Os troços isola<strong>do</strong>s contêm o efeito adicional <strong>do</strong> caudal lança<strong>do</strong> em Crestuma, pelo<br />

que estão classifica<strong>do</strong>s pela sua média. A variância da pressão é um indica<strong>do</strong>r de que o<br />

contributo da maré é, nos troços considera<strong>do</strong>s, equiparável <strong>–</strong> amplitude infe<strong>rio</strong>r a 10 %,<br />

com a excepção <strong>do</strong>s perío<strong>do</strong>s de marés vivas em 2006, que têm uma discrepância de<br />

cerca de 20 %. O quadro 3.2 resume a identificação <strong>do</strong>s troços estuda<strong>do</strong>s.<br />

Mostro a média calculada nos troços referi<strong>do</strong>s para a temperatura (figura 3.36),<br />

salinidade (figura 3.37) e velocidade longitudinal (figuras 3.38 a 3.41).<br />

DESIGNAÇÃO<br />

2005<br />

CAUDAL MÉDIO (m3 /s) /<br />

CAUDAL NORMALIZADO *1<br />

VARIÂNCIA DA<br />

PRESSÃO *2<br />

PERÍODO DE<br />

OBSERVAÇÃO *3<br />

MM 5 % 53 / 5 19 10/09/05 20:00 a 15/09/05 00:00<br />

MV 5 % 51 / 5 100 17/09/05 09:00 a 21/09/05 12:00<br />

MM 12 % 133 / 12 11 24/09/05 20:00 a 29/09/05 01:00<br />

2006<br />

MV 29 % 319 / 29 96 27/02/06 22:00 a 04/03/06 00:00<br />

MM 53 % 592 / 53 14 06/03/06 21:00 a 11/03/06 01:00<br />

MV 100 % 1110 / 100 79 27/03/06 21:00 a 31/03/06 23:00<br />

MM 68 % 754 / 68 12 04/04/06 08:00 a 08/04/06 12:00<br />

quadro 3.2<br />

Síntese de troços de marés mortas / maré vivas<br />

*1 <strong>–</strong> normaliza<strong>do</strong> pela média mais elevada (1110 m 3 /s) (%); *2 <strong>–</strong> média espacial normalizada pelo<br />

máximo global (%); *3 <strong>–</strong> perío<strong>do</strong>s de observação limite (não corresponde a to<strong>do</strong>s os casos<br />

particulares)<br />

93


3.4.1 <strong>–</strong> TEMPERATURA<br />

figura 3.36<br />

Temperatura <strong>–</strong> Média de oito ciclos de marés vivas (MV) e de marés mortas (MM)<br />

Perío<strong>do</strong>s de maré classifica<strong>do</strong>s pelo caudal médio normaliza<strong>do</strong> pela média mais elevada obtida nos<br />

troços considera<strong>do</strong>s (1110 m 3 /s). 2005 <strong>–</strong> MV 5 %: 17/09/05 09:00 a 21/09/05 12:00; MM 5 %:<br />

10/09/05 20:00 a 15/09/05 00:00; MM 12 %: 24/09/05 20:00 a 29/09/05 01:00. 2006 <strong>–</strong> MV 29 %:<br />

27/02/06 22:00 a 04/03/06 00:00; MV 100 %: 27/03/06 21:00 a 31/03/06 23:00; MM 53 %:<br />

06/03/06 21:00 a 11/03/06 01:00; MM 68 %: 04/04/06 08:00 a 08/04/06 12:00. Amplitude <strong>do</strong> erro<br />

amostral, a 95 % de confiança (à frente da estimativa)<br />

20<br />

2006<br />

18.5 ± 0.4 / 0.6<br />

18.4 ± 0.4<br />

18<br />

18.3 ± 0.5<br />

17.3 ± 0.1<br />

16.4 ± 0.3<br />

16.6 ± 0.4<br />

15.5 ± 0.5<br />

15.1 ± 0.2<br />

14.7 ± 0.4<br />

MM 5 %<br />

MV 5 %<br />

MM 12 %<br />

16<br />

14.7 ± 0.2<br />

14.6 ± 0.2<br />

14.4 ± 0.3<br />

14<br />

13.0 ± 0.3<br />

12.4 ± 0.0<br />

11.9 ± 0.2<br />

MV 29 %<br />

MM 53 %<br />

MV 100 %<br />

MM 68 %<br />

o C<br />

12<br />

11.3 ± 0.2<br />

2005<br />

11.8 ± 0.8<br />

10<br />

8.9 ± 0.2<br />

8.8 ± 0.1<br />

8<br />

CANTAREIRA PONTE. D. MARIA AVINTES CRESTUMA CANTAREIRA AVINTES<br />

94


3.4.2 - SALINIDADE<br />

figura 3.37<br />

Salinidade <strong>–</strong> Média de oito ciclos de marés vivas (MV) e de marés mortas (MM)<br />

Perío<strong>do</strong>s de maré classifica<strong>do</strong>s pelo caudal médio normaliza<strong>do</strong> pela média mais elevada obtida nos<br />

troços considera<strong>do</strong>s (1110 m 3 /s). 2005 <strong>–</strong> MV 5 %: 17/09/05 09:00 a 21/09/05 12:00; MM 5 %:<br />

10/09/05 20:00 a 15/09/05 00:00; MM 12 %: 24/09/05 20:00 a 29/09/05 01:00. 2006 <strong>–</strong> MV 29 %:<br />

27/02/06 22:00 a 04/03/06 00:00; MV 100 %: 27/03/06 21:00 a 31/03/06 23:00; MM 53 %:<br />

06/03/06 21:00 a 11/03/06 01:00; MM 68 %: 04/04/06 08:00 a 08/04/06 12:00. Amplitude <strong>do</strong> erro<br />

amostral, a 95 % de confiança (à frente da estimativa)<br />

40<br />

2006<br />

35.9 ± 0.2<br />

35.1 ± 0.5<br />

35<br />

31.1 ± 0.8<br />

34.7 ± 0.3<br />

29.5 ± 1.6<br />

30<br />

27.4 ± 1.7<br />

26.5 ± 7.4<br />

25<br />

24.2 ± 4.3<br />

24.4 ± 1.7<br />

20<br />

16.3 ± 2.2<br />

MM 5 %<br />

MV 5 %<br />

MM 12 %<br />

15<br />

MV 29 %<br />

MM 53 %<br />

MV 100 %<br />

MM 68 %<br />

2005<br />

10<br />

5<br />

± 0.5 / 0.0 / 0.0 / 0.0<br />

0<br />

CANTAREIRA AVINTES CANTAREIRA AVINTES<br />

95


3.4.3 <strong>–</strong> VELOCIDADE LONGITUDINAL<br />

figura 3.38<br />

Vel. longit. Cantareira <strong>–</strong> Média de oito ciclos de marés vivas (MV) e de marés mortas (MM)<br />

Perío<strong>do</strong>s de maré classifica<strong>do</strong>s pelo caudal médio normaliza<strong>do</strong> pela média mais elevada obtida nos<br />

troços considera<strong>do</strong>s (1110 m 3 /s). 2005 <strong>–</strong> MV 5 %: 17/09/05 09:00 a 21/09/05 12:00; MM 5 %:<br />

10/09/05 20:00 a 15/09/05 00:00; MM 12 %: 24/09/05 20:00 a 29/09/05 01:00. 2006 <strong>–</strong> MV 100 %:<br />

27/03/06 21:00 a 31/03/06 23:00; MM 68 %: 04/04/06 08:00 a 08/04/06 12:00. Erro amostral<br />

máximo, a 95 % de confiança: MV 5 % (39,8); MM 5 % (53,4); MM 12 % (77,8); MV 100 % (69,8);<br />

MM 68 % (99,8)<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2005<br />

MM 5 %<br />

MV 5 %<br />

MM 12 %<br />

Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />

2<br />

2006<br />

MV 100 %<br />

MM 68 %<br />

1<br />

0<br />

-700 -600 -500 -400 -300 -200 -100 0 100 200<br />

mm.s -1<br />

96


figura 3.39<br />

Vel. longit. P. D. Maria <strong>–</strong> Média de oito ciclos de marés vivas (MV) e de marés mortas (MM)<br />

Perío<strong>do</strong>s de maré classifica<strong>do</strong>s pelo caudal médio normaliza<strong>do</strong> pela média mais elevada obtida nos<br />

troços considera<strong>do</strong>s (1110 m 3 /s). 2005 <strong>–</strong> MV 5 %: 17/09/05 09:00 a 21/09/05 12:00; MM 5 %:<br />

10/09/05 20:00 a 15/09/05 00:00; MM 12 %: 24/09/05 20:00 a 29/09/05 01:00. Erro amostral<br />

máximo, a 95 % de confiança: MV 5 % (34,7); MM 5 % (47,3); MM 12 % (94,7)<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />

MM 5 %<br />

MV 5 %<br />

MM 12 %<br />

5<br />

0<br />

-120 -100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60<br />

mm.s -1<br />

97


figura 3.40<br />

Vel. longitudinal Avintes <strong>–</strong> Média de oito ciclos de marés vivas (MV) e de marés mortas (MM)<br />

Perío<strong>do</strong>s de maré classifica<strong>do</strong>s pelo caudal médio normaliza<strong>do</strong> pela média mais elevada obtida nos<br />

troços considera<strong>do</strong>s (1110 m 3 /s). 2005 <strong>–</strong> MV 5 %: 17/09/05 09:00 a 21/09/05 12:00; MM 5 %:<br />

10/09/05 20:00 a 15/09/05 00:00; MM 12 %: 24/09/05 20:00 a 29/09/05 01:00. 2006 <strong>–</strong> MV 29 %:<br />

27/02/06 22:00 a 04/03/06 00:00; MV 100 %: 27/03/06 21:00 a 31/03/06 23:00; MM 53 %:<br />

06/03/06 21:00 a 11/03/06 01:00; MM 68 %: 04/04/06 08:00 a 08/04/06 12:00. Erro amostral<br />

máximo, a 95 % de confiança: MV 5 % (14,2); MM 5 % (16,5); MM 12 % (41,3); MV 29 % (69,7);<br />

MV 100 % (37,6); MM 53 % (135,7); MM 68 % (45,7)<br />

2005<br />

MM 5 %<br />

MV 5 %<br />

MM 12 %<br />

2006<br />

MV 29 %<br />

MM 53 %<br />

MV 100 %<br />

MM 68 %<br />

-350 -300 -250 -200 -150 -100 -50 0 50 100<br />

mm.s -1<br />

98


figura 3.41<br />

Vel. longitudinal Crestuma <strong>–</strong> Média de oito ciclos de marés vivas (MV) e de marés mortas (MM)<br />

Perío<strong>do</strong>s de maré classifica<strong>do</strong>s pelo caudal médio normaliza<strong>do</strong> pela média mais elevada obtida nos<br />

troços considera<strong>do</strong>s (1110 m 3 /s). 2005 <strong>–</strong> MV 5 %: 17/09/05 09:00 a 21/09/05 12:00; MM 5 %:<br />

10/09/05 20:00 a 15/09/05 00:00; MM 12 %: 24/09/05 20:00 a 29/09/05 01:00. Erro amostral<br />

máximo, a 95 % de confiança: MV 5 % (22,4); MM 5 % (13,6); MM 12 % (38,4)<br />

10<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />

MM 5 %<br />

MV 5 %<br />

MM 12 %<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

-60 -40 -20 0 20 40 60 80<br />

mm.s -1<br />

99


4.1 <strong>–</strong> CAUDAL FLUVIAL<br />

4 <strong>–</strong> DISCUSSÃO<br />

A análise <strong>do</strong> caudal horá<strong>rio</strong> lança<strong>do</strong> em Crestuma nos <strong>do</strong>mínios <strong>do</strong> tempo e da<br />

frequência mostra uma situação bem demarcada nos <strong>do</strong>is regimes sazonais estuda<strong>do</strong>s. A<br />

média de aprox. 57 m 3 /s, registada no perío<strong>do</strong> de 2005 <strong>–</strong> com 81 % <strong>do</strong>s valores abaixo<br />

<strong>do</strong>s 100 m 3 /s <strong>–</strong> revela um caudal pouco importante e, sobretu<strong>do</strong>, de carácter intermitente<br />

<strong>–</strong> 77 % de ocorrências nulas (figuras 3.1 e 3.2). Neste perío<strong>do</strong>, a análise da composição<br />

frequencial <strong>do</strong> sinal mostra um caudal <strong>do</strong>mina<strong>do</strong> por uma variabilidade (vb) diurna e, de<br />

forma cumulativa, pela região de perío<strong>do</strong> igual ou infe<strong>rio</strong>r à componente diurna,<br />

perfazen<strong>do</strong> as classes que respeitam essa condição 84 % da vb <strong>do</strong> sinal (figuras 3.14 e<br />

3.28).<br />

Os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> de 2006 mostram um quadro em que o caudal médio é<br />

agora de aprox. 766 m 3 /s <strong>–</strong> com 65 % <strong>do</strong>s valores acima <strong>do</strong>s 600 m 3 /s. A análise <strong>do</strong><br />

conteú<strong>do</strong> espectral <strong>do</strong> sinal mostra uma inflexão da importância espectral para a parte<br />

infe<strong>rio</strong>r <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio de Nyquist <strong>–</strong> classes com perío<strong>do</strong> acima da diurna contêm 71 % da<br />

vb <strong>do</strong> sinal (figura 3.28).<br />

A composição espectral <strong>do</strong> caudal lança<strong>do</strong> na barragem de Crestuma sugere que o<br />

funcionamento <strong>do</strong> <strong>rio</strong> <strong>Douro</strong> é, no Verão, <strong>do</strong>mina<strong>do</strong> por uma vb de forçamento<br />

antropogénico <strong>–</strong> induzida pelas necessidades de produção de energia eléctrica <strong>–</strong> o que<br />

explica a ocorrência no caudal característico de <strong>do</strong>is picos diurnos, centra<strong>do</strong>s às 12:00 e<br />

às 21:00 (figura 3.15); no Inverno é essencialmente marca<strong>do</strong> por uma vb de longo<br />

perío<strong>do</strong> <strong>–</strong> certamente relacionada com a passagem <strong>do</strong>s sistemas de tempo <strong>–</strong>, cujo efeito<br />

remoto assume o papel de deslocar a importância espectral para regiões ainda mais<br />

100


aixas <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio de Nyquist e explica uma distribuição característica mais<br />

homogénea, típica de uma composição frequencial não associada a processos de<br />

controlo humano.<br />

4.2 <strong>–</strong> EXTENSÃO DA INFLUÊNCIA DA MARÉ<br />

4.2.1 <strong>–</strong> TEMPERATURA E SALINIDADE<br />

2005<br />

A estrutura espacial da temperatura média registada no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> canal revela, em<br />

2005, um aumento gradual desde a foz até à barragem de Crestuma <strong>–</strong> 4 ºC de amplitude,<br />

poden<strong>do</strong> ir até aos 7 ºC (figuras 3.3 e 3.5) <strong>–</strong>, ao mesmo tempo que se verifica uma<br />

redução de cerca de 21 % no teor salino da água entre a foz e Avintes (figuras 3.6 e<br />

3.8). Isto permite estabelecer um padrão de comportamento em que se faz corresponder<br />

<strong>–</strong> neste regime sazonal <strong>–</strong> uma água <strong>do</strong>ce a uma água mais quente e uma água salina a<br />

uma água mais fria.<br />

A composição espectral <strong>do</strong>s sinais (figuras 3.16, 3.18, 3.29, 3.30) mostra um<br />

<strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> forçamento pela maré semi-diurna, junto à foz, mais pronuncia<strong>do</strong> na<br />

salinidade <strong>–</strong> 57 % da vb <strong>–</strong> <strong>do</strong> que na temperatura <strong>–</strong> apenas 51 %. A importância da<br />

classe semi-diurna é atenuada à medida que se progride no estuá<strong>rio</strong>, para montante <strong>–</strong><br />

apenas 4 % da vb em Crestuma, no caso da temperatura; e 15 % da vb da salinidade, em<br />

Avintes <strong>–</strong>, sen<strong>do</strong> o seu <strong>do</strong>mínio substituí<strong>do</strong> progressivamente pelas classes de perío<strong>do</strong><br />

mais longo que a componente diurna <strong>–</strong> 72 % da vb da temperatura, em Crestuma; e<br />

71 % da vb da salinidade, em Avintes.<br />

101


De entre as outras classes de frequência associadas ao forçamento pela maré<br />

destaca-se apenas a quarto-diurna, que aparece, no entanto, como a segunda mais<br />

importante apenas na salinidade da Cantareira <strong>–</strong> 13 % da vb<br />

Verifica-se uma redução da vb semi-diurna da temperatura entre a foz e Crestuma<br />

<strong>–</strong> máximo na foz é 66 % <strong>do</strong> máximo global, que ocorre em Crestuma; enquanto a vb<br />

total aparece com valores mais eleva<strong>do</strong>s nos extremos <strong>do</strong> estuá<strong>rio</strong> <strong>do</strong> que no seu inte<strong>rio</strong>r<br />

<strong>–</strong> 128 % <strong>do</strong> máximo, na foz; e 198 % <strong>do</strong> máximo, em Crestuma; contra 43 % e 60 % <strong>do</strong><br />

máximo, na Ponte D. Maria e em Avintes, respectivamente. Por sua vez, os níveis de vb<br />

da salinidade são comparáveis entre a foz e Avintes <strong>–</strong> níveis totais de 8 % e 7 %,<br />

respectivamente.<br />

O aumento de aprox. 1,5 ºC da média da temperatura em marés vivas, em Avintes<br />

<strong>–</strong> acompanha<strong>do</strong> pela redução de 20 % na salinidade <strong>–</strong> sugere que o regime de marés<br />

vivas favorece, aqui, o controlo da vb <strong>do</strong>s sinais por processos de mistura, mais <strong>do</strong> que<br />

uma maior penetração da cunha salina (figuras 3.36 e 3.37).<br />

A comparação da temperatura média obtida na Cantareira nos três troços de maré<br />

extrema (figuras 3.36) parece revelar que o controlo da temperatura é feito pela<br />

tendência <strong>–</strong> redução de aprox. 0,5 ºC em cada semana (figura 3.3). Por outro la<strong>do</strong>, a<br />

comparação equivalente para a salinidade média (figura 3.37) sugere que a indução de<br />

uma mistura mais eficaz no troço de marés vivas é responsável por uma redução de<br />

cerca de 2 % na salinidade média neste perío<strong>do</strong>.<br />

A importância relativa das regiões espectrais descrita acima pode ser interpretada<br />

como uma medida da extensão de influência da maré sobre os parâmetros temperatura e<br />

salinidade. Pode dizer-se que esta não se estende até Avintes <strong>–</strong> no regime em que o<br />

caudal médio está tipicamente abaixo <strong>do</strong>s 100 m 3 /s. Não se pode, no entanto, associar o<br />

<strong>do</strong>mínio progressivo das baixas frequências <strong>–</strong> à medida que nos aproximamos <strong>do</strong> limite<br />

102


<strong>do</strong> estuá<strong>rio</strong> <strong>–</strong> com o caudal de Crestuma, uma vez que, neste regime, trabalha sobretu<strong>do</strong><br />

na região diurna e de perío<strong>do</strong> mais curto que a diurna.<br />

De qualquer maneira, a média de 27.7 encontrada para a salinidade no perío<strong>do</strong> de<br />

2005, em Avintes (figura 3.8), mostra que <strong>–</strong> apesar da vb associada à maré ser de apenas<br />

cerca de 15 % (figura 3.30) <strong>–</strong> a água apresenta um teor salino médio suficientemente<br />

eleva<strong>do</strong> para que se admita que a cunha salina penetra, pelo menos, até aqui <strong>–</strong> num<br />

regime de caudal baixo <strong>–</strong>, o que vem de acor<strong>do</strong> com o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> estu<strong>do</strong><br />

ante<strong>rio</strong>rmente feito (1).<br />

O facto de se verificar um contributo espectral da maré tão pequeno pode até<br />

significar que a frente salina se encontra presente mais a montante.<br />

2006<br />

A estrutura espacial da temperatura (figuras 3.4 e 3.5) e salinidade (figuras 3.7 e<br />

3.8) aparece invertida, no perío<strong>do</strong> sazonal de Inverno, poden<strong>do</strong> observar-se uma<br />

redução média de 2,2 ºC entre a foz e Avintes. O teor salino médio da água é 36 %<br />

menor em 2006 <strong>do</strong> que em 2005, sen<strong>do</strong> praticamente nulo em Avintes.<br />

A composição espectral <strong>do</strong>s sinais mostra que a vb da temperatura, na Cantareira,<br />

continua a ser fortemente influenciada pela classe semi-diurna <strong>–</strong> 42 %, para um nível<br />

global de 89 %; enquanto em Avintes 64 % da vb é induzida por forçamento pelas<br />

baixas frequências, sen<strong>do</strong> o nível global máximo, no entanto, de apenas 2 %<br />

(figuras 3.17 e 3.29). Já a salinidade tem, na Cantareira, o nível máximo de vb <strong>–</strong> é<br />

<strong>do</strong>mina<strong>do</strong> a 40 % pela classe semi-diurna <strong>–</strong> e apresenta vb infe<strong>rio</strong>r a 0,5 % <strong>do</strong> máximo<br />

global, em Avintes, o que é coerente com a média quase nula <strong>do</strong> seu registo no tempo<br />

(figuras 3.19 e 3.30).<br />

103


A média da temperatura calculada nos troços de maré extrema (figura 3.36)<br />

sugere que a sua vb é mais controlada pela tendência <strong>–</strong> aumento de 0,50 ºC /semana, na<br />

Cantareira; e de 0,74 ºC /semana, em Avintes (figura 3.4) <strong>–</strong> <strong>do</strong> que modulada pelo<br />

regime de maré; enquanto a intensidade <strong>do</strong> caudal parece ser, por sua vez, mais<br />

determinante <strong>do</strong> que o regime de maré para a forma da vb da salinidade na Cantareira <strong>–</strong><br />

teor em salinidade está ordena<strong>do</strong> pelo caudal horá<strong>rio</strong> médio (figura 3.37).<br />

Pode concluir-se que, aos níveis de caudal verifica<strong>do</strong>s na campanha de 2006 <strong>–</strong> a<br />

média de 766 m 3 /s é 13 vezes supe<strong>rio</strong>r aos níveis médios regista<strong>do</strong>s na campanha de<br />

2005 <strong>–</strong> a influência da maré sobre os parâmetros temperatura e salinidade não se<br />

estende até Avintes, nem mesmo em perío<strong>do</strong> de marés vivas.<br />

4.2.2 <strong>–</strong> PRESSÃO<br />

A vb da pressão relativa é <strong>do</strong>minada pela maré semi-diurna sem grandes variações<br />

espaciais ou sazonais (figuras 3.20, 3.21 e 3.31). Em 2005, o seu <strong>do</strong>mínio oscila entre os<br />

96 % e os 98 %, com importância máxima na foz; enquanto em 2006 atinge 97 %, na<br />

Cantareira e 87 %, em Avintes.<br />

Os níveis globais de vb baixaram, em 2006, para cerca de metade, o que pode ser<br />

consequência de uma penetração mais difícil da corrente de maré e a subsequente<br />

redução da amplitude de oscilação semi-diurna da superfície livre. Esta interpretação<br />

fica, no entanto, sob reserva, uma vez que outras duas hipóteses podem estar na origem<br />

da redução de energia: uma deformação espectral provocada pelo acréscimo de um<br />

excessivo número de zeros aos segmentos em que subdividi as séries temporais (méto<strong>do</strong><br />

de Welch); e o facto de a campanha de 2005 ter incluí<strong>do</strong> observações durante um<br />

perío<strong>do</strong> de marés vivas equinociais.<br />

104


4.2.3 <strong>–</strong> VELOCIDADE LONGITUDINAL<br />

2005<br />

Os cronogramas da velocidade longitudinal registada em 2005 mostram valores<br />

tipicamente muito baixos, de Avintes para montante (figura 3.11). O resíduo não excede<br />

muito os 50 mm/s, em Avintes; enquanto em Crestuma oscila entre os 15 mm/s, para<br />

jusante e os 30 mm/s, para montante (figura 3.13).<br />

Olhan<strong>do</strong> para o quadro global (figuras 3.22 a 3.25 e 3.32 a 3.35), a composição<br />

espectral da velocidade longitudinal mostra uma influência progressivamente menor da<br />

classe <strong>do</strong>minante, a semi-diurna, desde a foz até Crestuma <strong>–</strong> entre os 90 e os 93 % da<br />

vb, na Cantareira; 72 % a 87 %, acima <strong>do</strong> fundão da Ponte D. Maria; 47 %, em Avintes;<br />

e um máximo de 33 %, em Crestuma, onde apenas é <strong>do</strong>minante na parte supe<strong>rio</strong>r da<br />

coluna de água. A classe quarto-diurna aparece como a segunda mais importante nos<br />

níveis mais profun<strong>do</strong>s da Cantareira <strong>–</strong> 5 % da vb <strong>–</strong> e chega a atingir 31 % da vb, no<br />

fundão da Ponte D. Maria <strong>–</strong> muito próximo da importância da classe semi-diurna.<br />

De qualquer maneira, os níveis globais de vb sugerem que a velocidade<br />

longitudinal é pouco importante a montante da Ponte D. Maria, local onde, no fun<strong>do</strong>,<br />

atingem um máximo de apenas 8 % <strong>do</strong> valor mais alto <strong>–</strong> que é atingi<strong>do</strong> na Cantareira.<br />

Em Avintes, a sua variabilidade <strong>do</strong>minante é, pelo menos, 2 ordens de grandeza infe<strong>rio</strong>r<br />

ao máximo e, em Crestuma, inexpressiva <strong>–</strong> menos de 0,50 %.<br />

Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s parecem sugerir que a influência da maré sobre a velocidade<br />

longitudinal se estende <strong>–</strong> para os níveis de caudal regista<strong>do</strong>s no perío<strong>do</strong> de 2005 <strong>–</strong> de<br />

algum mo<strong>do</strong>, até Avintes, onde o valor máximo da corrente para montante está próximo<br />

<strong>do</strong>s 30 cm/s (figura 3.11).<br />

105


2006<br />

A velocidade longitudinal mostra, em 2006, uma situação em que o escoamento<br />

de enchente comporta, geralmente, valores muito infe<strong>rio</strong>res ao que se faz para jusante.<br />

O estuá<strong>rio</strong> comporta-se mesmo, por vezes, como um <strong>rio</strong>, não se verifican<strong>do</strong> corrente de<br />

enchente durante mais de <strong>do</strong>is dias, na Cantareira <strong>–</strong> perío<strong>do</strong> entre o meio <strong>do</strong> dia 23 e o<br />

fim <strong>do</strong> dia 25 de Março (figura 3.12 <strong>–</strong> hora 338 a 396) <strong>–</strong> e durante mais de 15 dias, em<br />

Avintes <strong>–</strong> perío<strong>do</strong> entre o dia 20 de Março e o dia 6 de Abril (figura 3.12). Tal<br />

comportamento é induzi<strong>do</strong> por um aumento persistente <strong>do</strong>s níveis de caudal lança<strong>do</strong> em<br />

Crestuma, que ultrapassa os 3000 m 3 /s (figura 3.1).<br />

A variabilidade da velocidade longitudinal é, tal como em 2005, <strong>do</strong>minada pela<br />

classe semi-diurna (figuras 3.32 e 3.34) <strong>–</strong> 70 % a 84 %, na Cantareira; e 38 %, em<br />

Avintes <strong>–</strong> notan<strong>do</strong>-se o acréscimo da importância das classes não associadas à maré,<br />

nomeadamente a classe de perío<strong>do</strong> supe<strong>rio</strong>r ao diurno e a classe que contém as<br />

frequências não atribuídas a uma banda especifica. De entre as classes associadas ao<br />

forçamento pela maré, surge um aumento da importância da diurna <strong>–</strong> impon<strong>do</strong>-se sobre<br />

a quarto-diurna acima <strong>do</strong> meio da coluna, na Cantareira; e sen<strong>do</strong> mesmo quase tão<br />

importante como a primeira das classes de longo perío<strong>do</strong>, com 17 % da vb, em Avintes.<br />

Observa-se, no entanto, uma redução <strong>do</strong>s seus níveis globais <strong>–</strong> apenas 12 a 42 %,<br />

na Cantareira; e um máximo de 3%, em Avintes <strong>–</strong> o que permitir dizer que a influência<br />

efectiva da maré sobre a velocidade se estende, neste regime, apenas até um local<br />

situa<strong>do</strong> a jusante de Avintes.<br />

106


4.3 <strong>–</strong> ESTRUTURA VERTICAL DA VELOCIDADE<br />

4.3.1 - 2005<br />

O resíduo da velocidade longitudinal (figura 3.13) mostra uma coluna de água<br />

estratificada, no perío<strong>do</strong> da campanha de 2005 <strong>–</strong> orientan<strong>do</strong>-se para montante na parte<br />

infe<strong>rio</strong>r e para jusante na parte supe<strong>rio</strong>r; este resulta<strong>do</strong> é supostamente determina<strong>do</strong> por<br />

conservação da massa <strong>–</strong> proposição que fica por demonstrar em trabalhos futuros.<br />

O resulta<strong>do</strong> pode, de algum mo<strong>do</strong> <strong>–</strong> se estabelecermos um paralelismo entre os<br />

perfis de salinidade e de velocidade <strong>–</strong> reforçar a conclusão <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> feito ante<strong>rio</strong>rmente<br />

(1) que apontava para um perfil de salinidade estratifica<strong>do</strong> em regime de baixo caudal.<br />

O efeito de modulação <strong>do</strong> resíduo por parte <strong>do</strong> regime de marés vivas (figuras<br />

3.38 a 3.41) parece ser, na Cantareira e em Crestuma, o de homogeneizar a coluna,<br />

reduzin<strong>do</strong> o seu valor nos <strong>do</strong>is estratos <strong>–</strong> o que pode resultar de uma incorporação maior<br />

<strong>do</strong> escoamento que se faz para jusante na parte infe<strong>rio</strong>r da coluna, por mistura vertical.<br />

Por sua vez, o regime de marés mortas parece ter o efeito contrá<strong>rio</strong> de aumentar a<br />

estratificação da coluna <strong>–</strong> efeito que sofre a contribuição adicional <strong>do</strong> aumento de<br />

caudal <strong>–</strong>, o que é visível sobretu<strong>do</strong> em Crestuma. Em Avintes, o efeito <strong>do</strong> regime de<br />

marés vivas parece ser o de aumentar o excedente de velocidade, que se orienta, em<br />

to<strong>do</strong> o caso, sempre para montante.<br />

4.3.2 - 2006<br />

O perfil vertical <strong>do</strong> resíduo da velocidade longitudinal (figura 3.13) mostra uma<br />

situação diferente, em 2006, em que se observa que o excedente se orienta sempre para<br />

107


jusante, coerente com a solução proposta pelos autores <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> antecedente (1) que<br />

previa um perfil de salinidade bastante homogéneo em regime de caudal intenso.<br />

O perío<strong>do</strong> de marés mortas parece ter o papel de trazer o valor <strong>do</strong> resíduo para<br />

próximo de zero, na foz (figura 3.38) <strong>–</strong> o que revela o seu efeito indutor de<br />

estratificação. Por sua vez, o caudal regista<strong>do</strong> nos perío<strong>do</strong>s de marés mortas de 2006<br />

parece não ter si<strong>do</strong> suficiente para quebrar uma possível estratificação em Avintes<br />

(figura 3.40) <strong>–</strong> o que resulta num resíduo mais pequeno associa<strong>do</strong> a um aumento de<br />

caudal fluvial, no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> canal; enquanto que o efeito <strong>do</strong> regime de marés vivas<br />

parece ser o de originar um resíduo mais próximo de zero quan<strong>do</strong> o caudal é infe<strong>rio</strong>r.<br />

4.4 <strong>–</strong> A SITUAÇÃO DA PONTE DONA MARIA<br />

O estu<strong>do</strong> da modulação exercida pelo regime de maré revelou resulta<strong>do</strong>s<br />

anómalos na Ponte Dona Maria: quer na temperatura (figura 3.36); quer no perfil<br />

vertical de velocidade (figura 3.39), em que se verifica mesmo um padrão inverti<strong>do</strong><br />

relativamente ao que se passa nos outros locais estuda<strong>do</strong>s (perfis de velocidade na<br />

Cantareira e em Crestuma, em 2005). Por outro la<strong>do</strong>, a velocidade longitudinal é muito<br />

baixa nos perío<strong>do</strong>s de marés mortas, em toda a coluna (figura 3.11); e a variabilidade<br />

dentro <strong>do</strong> fundão é também muito reduzida <strong>–</strong> com a particularidade de que a quarto-<br />

-diurna é quase tão importante como a semi-diurna (figura 3.33). Tu<strong>do</strong> isto poderá ser<br />

consequência <strong>do</strong> posicionamento <strong>do</strong> equipamento dentro <strong>do</strong> fundão (figura 2.3) <strong>–</strong> quase<br />

28 m de profundidade média na campanha de 2005.<br />

Reservo interpretações mais conclusivas sobre a situação da dinâmica na Ponte<br />

para um estu<strong>do</strong> mais detalha<strong>do</strong> sobre a forma como a topografia particular da zona<br />

108


induzirá uma dinâmica local algo conspícua <strong>–</strong> em particular, saliento que terá que<br />

incluir o estu<strong>do</strong> da velocidade vertical.<br />

4.5 <strong>–</strong> VALIDADE DO ESTUDO E TRABALHO FUTURO<br />

4.5.1 <strong>–</strong> VELOCIDADE NA CAMADA SUB-SUPERFICIAL<br />

Os perfis de velocidade da corrente horizontal recolhi<strong>do</strong>s com os ADCP foram<br />

referencia<strong>do</strong>s ao fun<strong>do</strong> e guarda<strong>do</strong>s na forma de matrizes regulares, o que originou uma<br />

perda de resolução da camada superficial <strong>–</strong> numa espessura que pode atingir um valor<br />

igual à amplitude de maré, em preia-mar de marés vivas. Quaisquer estu<strong>do</strong>s de dinâmica<br />

que se empreendam no futuro passam por redefinir a forma como a velocidade foi<br />

transferida para ficheiro a partir da interface de visualização de da<strong>do</strong>s. Terá que se optar<br />

entre conceber um méto<strong>do</strong> que permita processar os da<strong>do</strong>s de velocidade armazena<strong>do</strong>s<br />

na forma de matrizes irregulares ou referir a velocidade à superfície, perden<strong>do</strong> resolução<br />

no fun<strong>do</strong>.<br />

4.5.2 <strong>–</strong> A HIPÓTESE ESTACIONÁRIA<br />

Os resulta<strong>do</strong>s da análise <strong>do</strong>s sinais no <strong>do</strong>mínio frequência conduziram a um<br />

conjunto de interpretações cuja acuidade está dependente da validade da hipótese<br />

estacionária <strong>–</strong> ou quasi-estacionária; de facto, ao utilizar a teoria clássica de Fourier,<br />

supus que a composição espectral da sua variabilidade se mantinha invariável no tempo.<br />

Existem suspeitas de que essa aproximação não será válida quan<strong>do</strong> o caudal<br />

lança<strong>do</strong> na barragem é importante, o que lança, por um la<strong>do</strong>, o repto para que futuros<br />

109


trabalhos contemplem a aplicação de técnicas alternativas de análise espectral que<br />

critiquem os resulta<strong>do</strong>s agora obti<strong>do</strong>s <strong>–</strong> refiro-me, nomeadamente, a méto<strong>do</strong>s<br />

paramétricos que permitam estudar a distribuição frequencial de sinais de duração curta;<br />

e a análise de ondulas; e, por outro la<strong>do</strong>, impõe algumas reservas sobre o seu espectro<br />

da validade <strong>do</strong> presente trabalho.<br />

4.5.3 <strong>–</strong> SIGNIFICÂNCIA ESTATÍSTICA<br />

A análise da distribuição da energia <strong>do</strong>s parâmetros estuda<strong>do</strong>s trabalhou sobre<br />

espectros de densidade cujo intervalo de confiança a 95 % oscila entre cerca de 0,25 e<br />

cerca de 39 vezes o valor da estimativa <strong>–</strong> nomeadamente, para o caudal e para<br />

velocidade longitudinal, em 2005. Mesmo os espectros que foram estima<strong>do</strong>s partin<strong>do</strong> a<br />

série original em múltiplos segmentos <strong>–</strong> conduzin<strong>do</strong> a uma significância estatística<br />

maior <strong>–</strong> originaram intervalos de confiança a 95 % que oscilam entre pouco menos de<br />

metade e quatro, cinco ou oito vezes o valor da estimativa. É necessá<strong>rio</strong> estabelecer as<br />

contribuições limite que as classes espectrais podem oferecer para o to<strong>do</strong> de energia, em<br />

vez de fazê-lo apenas consideran<strong>do</strong> as estimativas obtidas.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, a amplitude <strong>do</strong> erro amostral da média da temperatura calculada<br />

em troços de marés vivas e marés mortas é suficientemente boa para que as<br />

interpretações feitas sejam significativas <strong>–</strong> máximo de 6 %, que se traduz numa<br />

oscilação de 0,8 ºC em torno da estimativa; enquanto que para a salinidade terá que se<br />

fazer uso de algumas reservas, uma vez que o erro tem amplitudes tão grandes como<br />

18 % ou 28 %, para as médias de 2006, em marés mortas, na Cantareira.<br />

O erro amostral mais gravoso provém da estimativa <strong>do</strong>s resíduos da velocidade<br />

longitudinal calcula<strong>do</strong>s em maré extrema <strong>–</strong> pode, por exemplo, ser cerca de 37 vezes o<br />

110


valor <strong>do</strong> próp<strong>rio</strong> resíduo nas marés vivas de 2005, na Cantareira; ou aprox. oito vezes<br />

em marés mortas, na Ponte D. Maria; ou ainda 27 vezes nas marés vivas, em Crestuma<br />

<strong>–</strong> estan<strong>do</strong> sempre associa<strong>do</strong> a valores residuais próximos de zero. A amplitude <strong>do</strong>s<br />

intervalos de confiança sugere que estu<strong>do</strong>s mais sé<strong>rio</strong>s sobre o resíduo da velocidade<br />

longitudinal terão que fazer estimativas sobre mais de que as oito amostras que utilizei <strong>–</strong><br />

o que implica trabalhar perío<strong>do</strong>s equivalentes recolhi<strong>do</strong>s em mais campanhas.<br />

4.5.4 <strong>–</strong> A COBERTURA ESPACIAL<br />

O facto de os correntómetros fundea<strong>do</strong>s na Ponte Dona Maria e em Crestuma,<br />

durante a campanha de 2006, não terem funciona<strong>do</strong>, impede um detalhe maior na<br />

resposta ao problema investiga<strong>do</strong>, particularmente a determinação mais exacta da<br />

extensão da influência da maré.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, a utilização de correntómetros pontuais em Avintes e a não<br />

inclusão de sensor Doppler na configuração <strong>do</strong> RCM fundea<strong>do</strong> na Cantareira, em 2005,<br />

limitam o estu<strong>do</strong> da estrutura vertical da velocidade e sugerem pontos de refinamento de<br />

estu<strong>do</strong>s poste<strong>rio</strong>res.<br />

4.5.5 <strong>–</strong> OUTRAS PERSPECTIVAS DE TRABALHO FUTURO<br />

O campo de velocidade horizontal foi unidimensionaliza<strong>do</strong>, o que trás vantagens<br />

de simplificação na aplicação de meto<strong>do</strong>logias de inferência estatística que permitam<br />

resolver problemas de dinâmica. Com o problema escrito numa base 1D pode<br />

facilmente fazer-se análise de correlação entre séries de velocidade longitudinal de<br />

111


locais diferentes <strong>–</strong> conten<strong>do</strong> a composição espectral que se entender <strong>–</strong>, tentan<strong>do</strong><br />

perceber como se faz a propagação da corrente de maré ou da corrente fluvial.<br />

Se for possível atribuir ao forçamento pela maré uma parte suficientemente<br />

grande da variabilidade da velocidade longitudinal pode tentar-se explicar o seu sinal<br />

com análise harmónica. Isto permitiria estimar o perfil vertical <strong>do</strong> resíduo da velocidade<br />

por subtracção ao sinal original e calcular a variação das amplitudes e das fases relativas<br />

da corrente, estudan<strong>do</strong> a forma como se faz a propagação <strong>do</strong> seu sinal para o inte<strong>rio</strong>r <strong>do</strong><br />

estuá<strong>rio</strong>. O mesmo tipo de estu<strong>do</strong> pode ser feito para os outros parâmetros.<br />

Caso não seja possível admitir que a variabilidade está essencialmente associada à<br />

maré <strong>–</strong> como acontece para to<strong>do</strong>s os parâmetros hidrológicos e velocidade longitudinal<br />

medi<strong>do</strong>s a montante de Avintes <strong>–</strong> é necessá<strong>rio</strong> encontrar uma forma de remover esse<br />

resíduo antes de modelar o sinal com análise harmónica <strong>–</strong> a manipulação da sua<br />

composição espectral é uma hipótese.<br />

112


5 <strong>–</strong> REFERÊNCIAS<br />

1. Vieira, Má<strong>rio</strong>; Bordalo, Adriano. The <strong>Douro</strong> estuary (Portugal): a mesotidal salt<br />

wedge. Oceanológica Acta 2000; Vol. 23, nº 5.<br />

2. <strong>Instituto</strong> Nacional da Água. Descrição <strong>–</strong> <strong>Douro</strong> [online]. [cita<strong>do</strong> 17 Agosto 2007].<br />

Disponível em World Wide Web: http://www.inag.pt/estua<strong>rio</strong>s/MenusEstua<strong>rio</strong>s/<strong>Douro</strong>-<br />

Menu.htm<br />

3. Ferreira J. G., Simas T, Nobre A, et tal. Identification of sensitive areas and<br />

vulnerable zones in transitional and Coastal Portuguese Systems [online]. [cita<strong>do</strong><br />

17 Agosto 2007]. Disponível em World Wide Web: http://www.eutro.org/<strong>do</strong>cuments/N<br />

EEA%20Portugal.pdf<br />

4. Direcção-Geral <strong>do</strong>s Recursos e Aproveitamentos Hidráulicos. Monografias<br />

Hidrológicas <strong>do</strong>s Principais Cursos de Água de Portugal Continental. Lisboa: Divisão<br />

de Hidrometria; 1986.<br />

113


ANEXO A <strong>–</strong> ESTATÍSTICA VECTORIAL DA VELOCIDADE<br />

quadro A.1 (continua na pág. seguinte)<br />

Velocidade 2005 <strong>–</strong> Síntese de estatística vectorial <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s compacta<strong>do</strong>s<br />

Níveis de profundidade: Cantareira (1 a 8 <strong>–</strong> 2,11 m a 5,61 m com res. de 0,50 m); Ponte Dona<br />

Maria (1 a 19 <strong>–</strong> 3,72 m a 21,72 com res. de 1,00 m)<br />

*1 direcção referida ao Norte; *2 direcção referida a leste (+ senti<strong>do</strong> directo; - senti<strong>do</strong> retrógra<strong>do</strong>)<br />

NÍVEL<br />

CANTAREIRA<br />

VECTOR MÉDIO<br />

MAGNITUDE (mm/s) DIRECÇÃO *1<br />

DIRECÇÃO<br />

PRINCIPAL *2<br />

129 113 -14<br />

2 111 108 -13<br />

3 86 101 -12<br />

4 57 90 -11<br />

5 27 63 -9<br />

6 22 335 -8<br />

7 50 299 -6<br />

8 82 286 -4<br />

PONTE DONA MARIA<br />

1 16 178 -72<br />

2 10 156 -69<br />

3 9 116 -66<br />

4 8 78 -63<br />

5 10 42 -63<br />

6 14 6 -61<br />

7 16 353 -61<br />

8 16 330 -60<br />

9 17 324 -59<br />

10 20 318 -59<br />

11 27 326 -58<br />

12 34 322 -57<br />

13 41 320 -56<br />

14 49 318 -55<br />

15 61 320 -55<br />

16 71 319 -55<br />

17 81 318 -54<br />

18 88 328 -55<br />

19 89 331 -54<br />

MÉTODO DE<br />

REORIENTAÇÃO<br />

Direcção única<br />

Direcção única<br />

114


quadro A.1 (cont.)<br />

Velocidade 2005 <strong>–</strong> Síntese de estatística vectorial <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s compacta<strong>do</strong>s<br />

Níveis de profundidade: Avintes (0,50 m); Crestuma (1 a 15 <strong>–</strong> 2,11 m a 9,11 com res. de 0,50 m)<br />

*1 direcção referida ao Norte; *2 direcção referida a leste (+ senti<strong>do</strong> directo; - senti<strong>do</strong> retrógra<strong>do</strong>)<br />

AVINTES<br />

NÍVEL<br />

CRESTUMA<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

8<br />

9<br />

10<br />

11<br />

12<br />

13<br />

14<br />

15<br />

VECTOR MÉDIO<br />

MAGNITUDE (mm/s) DIRECÇÃO *1<br />

DIRECÇÃO<br />

PRINCIPAL *2<br />

54 160 -67<br />

VECTOR MÉDIO<br />

MAGNITUDE (mm/s) DIRECÇÃO *1<br />

DIRECÇÃO<br />

PRINCIPAL *2<br />

34 93 -22<br />

32 92 -23<br />

20 125 -30<br />

23 107 -31<br />

24 104 -28<br />

24 102 -28<br />

24 101 -30<br />

21 102 -32<br />

17 102 -31<br />

15 104 -30<br />

11 107 -29<br />

5 100 -27<br />

1 20 -25<br />

5 296 -25<br />

15 289 -24<br />

MÉTODO DE<br />

REORIENTAÇÃO<br />

Direcção única<br />

MÉTODO DE<br />

REORIENTAÇÃO<br />

Direcção única<br />

115


quadro A.2<br />

Velocidade 2006 <strong>–</strong> Síntese de estatística vectorial <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s compacta<strong>do</strong>s<br />

Níveis de profundidade: Cantareira (0 <strong>–</strong> 0,50 m; 1 a 9 <strong>–</strong> 2,11 m a 6,11 m com res. de 0,50 m);<br />

Avintes (0,50 m)<br />

*1 direcção referida ao Norte; *2 direcção referida a leste (+ senti<strong>do</strong> directo; - senti<strong>do</strong> retrógra<strong>do</strong> /<br />

direcções limite <strong>do</strong>s sectores que definem o crité<strong>rio</strong> de reorientação (referidas ao Norte);<br />

*3 direcções de reorientação <strong>do</strong> nível zero da Cantareira e de Avintes são direcções empíricas<br />

NÍVEL<br />

CANTAREIRA<br />

AVINTES<br />

0<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

8<br />

9<br />

VECTOR MÉDIO<br />

MAGNITUDE (mm/s) DIRECÇÃO *1<br />

109 268<br />

DIRECÇÃO<br />

PRINCIPAL *2,3<br />

-20 / 15 a 187,5<br />

5 / 187,5 a 272,5<br />

-10 / 272,5 a 15<br />

215 279 14<br />

257 281 14<br />

300 282 13<br />

342 282 11<br />

383 282 10<br />

423 281 10<br />

464 280 9<br />

509 279 8<br />

541 278 7<br />

VECTOR MÉDIO<br />

MAGNITUDE (mm/s) DIRECÇÃO *1<br />

311 341<br />

DIRECÇÃO<br />

PRINCIPAL *2,3<br />

-75 / 75 a 250<br />

-65 / 250 a 340<br />

-75 / 340 a 75<br />

MÉTODO DE<br />

REORIENTAÇÃO<br />

Direcções múltiplas<br />

Direcção única<br />

MÉTODO DE<br />

REORIENTAÇÃO<br />

Direcções múltiplas<br />

116


quadro B.1<br />

ANEXO B <strong>–</strong> SÍNTESE DE ESTATÍSTICA DESCRITIVA<br />

Temperatura <strong>–</strong> Síntese de estatística descritiva.<br />

POTÊNCIA<br />

VARIÂNCIA<br />

MÉDIA<br />

MÁXIMO<br />

MÍNIMO<br />

PONTOS<br />

PERÍODO DE OBSERVAÇÃO<br />

LOCAL<br />

( o C 2 /hr)<br />

( o C 2 )<br />

( o C)<br />

( o C)<br />

( o C)<br />

2005<br />

505<br />

10/09/05 08:00 a 01/10/05 08:00<br />

2.21E+02<br />

6.42E-01<br />

14.8<br />

17.5<br />

13.7<br />

Cantareira<br />

499<br />

10/09/05 13:00 a 01/10/05 07:00<br />

2.33E+02<br />

5.72E-01<br />

15.2<br />

17.5<br />

14.1<br />

Ponte. D. Maria<br />

500<br />

09/09/05 20:00 a 30/09/05 15:00<br />

3.10E+02<br />

1.15E+00<br />

17.6<br />

21.8<br />

15.5<br />

Avintes<br />

482<br />

10/09/05 15:00 a 30/09/05 16:00<br />

3.54E+02<br />

1.90E+00<br />

18.8<br />

24.6<br />

17.0<br />

Crestuma<br />

2006<br />

1037<br />

26/02/06 09:00 a 10/04/06 13:00<br />

1.60E+02<br />

2.49E+00<br />

12.6<br />

15.8<br />

8.7<br />

Cantareira<br />

1056<br />

25/02/06 17:00 a 10/04/06 16:00<br />

1.10E+02<br />

1.90E+00<br />

10.4<br />

13.3<br />

8.4<br />

Avintes<br />

117


quadro B.2<br />

Salinidade <strong>–</strong> Síntese de estatística descritiva.<br />

PONTOS<br />

PERÍODO DE OBSERVAÇÃO<br />

POTÊNCIA<br />

VARIÂNCIA<br />

MÉDIA<br />

MÁXIMO<br />

MÍNIMO<br />

LOCAL<br />

2005<br />

505<br />

10/09/05 08:00 a 01/10/05 08:00<br />

1.24E+03<br />

2.59E+00<br />

35.1<br />

36.7<br />

25.2<br />

Cantareira<br />

500<br />

09/09/05 20:00 a 30/09/05 15:00<br />

7.82E+02<br />

1.58E+01<br />

27.7<br />

32.4<br />

12.5<br />

Avintes<br />

2006<br />

1037<br />

26/02/06 09:00 a 10/04/06 13:00<br />

6.99E+02<br />

1.95E+02<br />

22.4<br />

36.3<br />

0.2<br />

Cantareira<br />

1056<br />

25/02/06 17:00 a 10/04/06 16:00<br />

1.81E-01<br />

1.09E-01<br />

0.3<br />

7.9<br />

0.2<br />

Avintes<br />

118


quadro B.3<br />

Pressão <strong>–</strong> Síntese de estatística descritiva.<br />

POTÊNCIA<br />

VARIÂNCIA<br />

MÉDIA<br />

MÁXIMO<br />

MÍNIMO<br />

PONTOS<br />

PERÍODO DE OBSERVAÇÃO<br />

LOCAL<br />

(KPa 2 /hr)<br />

(KPa 2 )<br />

(KPa)<br />

(KPa)<br />

(KPa)<br />

2005<br />

505<br />

10/09/05 08:00 a 01/10/05 08:00<br />

5.11E+03<br />

5.93E+01<br />

71.0<br />

90.1<br />

53.7<br />

Cantareira<br />

499<br />

10/09/05 13:00 a 01/10/05 07:00<br />

6.99E+04<br />

6.45E+01<br />

264.1<br />

283.6<br />

246.2<br />

Ponte. D. Maria<br />

500<br />

09/09/05 20:00 a 30/09/05 15:00<br />

9.92E+03<br />

6.38E+01<br />

99.2<br />

118.8<br />

80.5<br />

Avintes<br />

482<br />

10/09/05 15:00 a 30/09/05 16:00<br />

1.32E+04<br />

6.50E+01<br />

114.4<br />

133.7<br />

95.6<br />

Crestuma<br />

2006<br />

1037<br />

26/02/06 09:00 a 10/04/06 13:00<br />

5.41E+03<br />

6.67E+01<br />

73.0<br />

92.5<br />

53.0<br />

Cantareira<br />

1056<br />

25/02/06 17:00 a 10/04/06 16:00<br />

9.09E+03<br />

6.70E+01<br />

94.9<br />

113.5<br />

72.8<br />

Avintes<br />

119


quadro B.4 (continua na pág. seguinte)<br />

Velocidade longitudinal 2005 <strong>–</strong> Síntese de estatística descritiva<br />

Níveis de profundidade: Cantareira (1 a 8 <strong>–</strong> 2,11 m a 5,61 m com res. de 0,50 m); Ponte Dona<br />

Maria (1 a 19 <strong>–</strong> 3,72 m a 21,72 com res. de 1,00 m)<br />

NÍVEL<br />

CANTAREIRA<br />

MÍNIMO<br />

(mm.s -1 )<br />

MÁXIMO<br />

(mm.s -1 )<br />

MÉDIA<br />

(mm.s -1 )<br />

VARIÂNCIA<br />

(mm 2 .s -2 )<br />

POTÊNCIA<br />

(mm 2 .s -2 /hr)<br />

1 -860.7 1133.9 127.2 2.09E+05 2.25E+05<br />

2 -921.6 1112.8 110.6 2.14E+05 2.26E+05<br />

3 -978.8 1122.8 85.8 2.13E+05 2.21E+05<br />

4 -1030.2 1127.7 55.6 2.12E+05 2.15E+05<br />

5 -1068.8 1133.4 21.8 2.12E+05 2.13E+05<br />

6 -1101.3 1138.9 -11.8 2.16E+05 2.17E+05<br />

7 -1125.8 1140.5 -45.5 2.25E+05 2.28E+05<br />

8 -1152.4 1136.2 -79.5 2.32E+05 2.38E+05<br />

PONTE DONA MARIA<br />

1 -155.8 375.7 15.6 3.73E+03 3.97E+03<br />

2 -183.4 351.6 9.6 3.53E+03 3.62E+03<br />

3 -201.0 359.0 6.6 3.71E+03 3.75E+03<br />

4 -233.0 387.9 2.2 4.36E+03 4.36E+03<br />

5 -286.1 415.4 -3.7 5.41E+03 5.43E+03<br />

6 -335.1 442.9 -11.1 6.97E+03 7.09E+03<br />

7 -390.5 480.1 -14.4 1.04E+04 1.06E+04<br />

8 -496.3 519.4 -16.1 1.43E+04 1.46E+04<br />

9 -575.6 552.0 -16.6 2.00E+04 2.03E+04<br />

10 -709.1 574.5 -19.2 2.70E+04 2.74E+04<br />

11 -739.3 594.2 -26.7 3.49E+04 3.56E+04<br />

12 -740.1 595.8 -34.3 4.35E+04 4.47E+04<br />

13 -752.3 588.4 -41.2 5.23E+04 5.40E+04<br />

14 -780.7 567.1 -49.0 5.79E+04 6.03E+04<br />

15 -820.7 578.0 -60.6 6.69E+04 7.06E+04<br />

16 -782.3 615.1 -70.6 7.52E+04 8.02E+04<br />

17 -725.4 637.1 -80.7 8.29E+04 8.95E+04<br />

18 -725.2 653.1 -88.0 9.07E+04 9.85E+04<br />

19 -700.9 658.3 -88.2 9.11E+04 9.89E+04<br />

120


quadro B.4 (cont.)<br />

Velocidade longitudinal 2005 <strong>–</strong> Síntese de estatística descritiva<br />

Níveis de profundidade: Avintes (0,50 m); Crestuma (1 a 15 <strong>–</strong> 2,11 m a 9,11 com res. de 0,50 m)<br />

MÍNIMO<br />

(mm.s -1 )<br />

MÁXIMO<br />

(mm.s -1 )<br />

MÉDIA<br />

(mm.s -1 )<br />

VARIÂNCIA<br />

(mm 2 .s -2 )<br />

POTÊNCIA<br />

(mm 2 .s -2 /hr)<br />

AVINTES -302.7 283.4 53.7 6.22E+03 9.07E+03<br />

NÍVEL<br />

CRESTUMA<br />

MÍNIMO<br />

(mm.s -1 )<br />

MÁXIMO<br />

(mm.s -1 )<br />

MÉDIA<br />

(mm.s -1 )<br />

VARIÂNCIA<br />

(mm 2 .s -2 )<br />

POTÊNCIA<br />

(mm 2 .s -2 /hr)<br />

1 -24.1 308.3 31.9 2.05E+03 3.07E+03<br />

2 -28.4 305.4 30.1 1.86E+03 2.77E+03<br />

3 -38.7 286.3 19.9 1.61E+03 2.00E+03<br />

4 -31.3 272.3 22.2 1.44E+03 1.93E+03<br />

5 -39.5 244.1 22.9 1.48E+03 2.01E+03<br />

6 -74.6 210.9 23.5 1.56E+03 2.12E+03<br />

7 -107.9 165.7 22.7 1.48E+03 1.99E+03<br />

8 -138.4 161.7 19.6 1.37E+03 1.75E+03<br />

9 -178.9 156.3 16.1 1.51E+03 1.77E+03<br />

10 -239.8 152.5 14.2 1.64E+03 1.84E+03<br />

11 -282.7 157.9 11.3 1.81E+03 1.93E+03<br />

12 -310.6 164.9 4.9 1.93E+03 1.96E+03<br />

13 -322.1 163.4 -0.1 2.18E+03 2.18E+03<br />

14 -333.8 161.3 -5.4 2.61E+03 2.64E+03<br />

15 -374.3 160.7 -15.3 3.24E+03 3.47E+03<br />

121


quadro B.5<br />

Velocidade longitudinal 2006 <strong>–</strong> Síntese de estatística descritiva<br />

Níveis de profundidade: Cantareira (0 <strong>–</strong> 0,50 m; 1 a 9 <strong>–</strong> 2,11 m a 6,11 m com res. de 0,50 m);<br />

Avintes (0,50 m)<br />

NÍVEL<br />

CANTAREIRA<br />

MÍNIMO<br />

(mm.s -1 )<br />

MÁXIMO<br />

(mm.s -1 )<br />

MÉDIA<br />

(mm.s -1 )<br />

VARIÂNCIA<br />

(mm 2 .s -2 )<br />

POTÊNCIA<br />

(mm 2 .s -2 /hr)<br />

0 -833.0 747.2 -108.8 1.06E+05 1.18E+05<br />

1 -1255.1 969.0 -214.1 2.33E+05 2.79E+05<br />

2 -1335.3 973.8 -256.7 2.48E+05 3.14E+05<br />

3 -1384.6 1032.7 -299.7 2.51E+05 3.41E+05<br />

4 -1433.3 1087.2 -341.7 2.47E+05 3.64E+05<br />

5 -1465.6 1117.0 -382.4 2.42E+05 3.89E+05<br />

6 -1500.7 1148.7 -422.8 2.42E+05 4.21E+05<br />

7 -1537.2 1162.8 -463.6 2.43E+05 4.58E+05<br />

8 -1565.7 1162.5 -508.6 2.40E+05 4.99E+05<br />

9 -1584.5 1131.3 -540.8 2.32E+05 5.24E+05<br />

MÍNIMO<br />

(mm.s -1 )<br />

MÁXIMO<br />

(mm.s -1 )<br />

MÉDIA<br />

(mm.s -1 )<br />

VARIÂNCIA<br />

(mm 2 .s -2 )<br />

POTÊNCIA<br />

(mm 2 .s -2 /hr)<br />

AVINTES -1186.7 331.4 -313.1 5.66E+04 1.55E+05<br />

122


ANEXO C <strong>–</strong> DISTRIBUIÇÃO DE VARIABILIDADE DA VELOCIDADE<br />

figura C.1<br />

Cantareira 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal ([mm.s -1 ] 2 /cph) (em baixo)<br />

Res. aprox. 0,00195 cph; 2 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,27; 39,53]<br />

Distribuição frequencial de variabilidade pelas componentes originais / reorientadas (em cima e ao centro)<br />

Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />

Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />

Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />

5.50<br />

5.00<br />

4.50<br />

4.00<br />

3.50<br />

3.00<br />

2.50<br />

0<br />

5.50<br />

5.00<br />

4.50<br />

4.00<br />

3.50<br />

3.00<br />

2.50<br />

0<br />

5.50<br />

5.00<br />

4.50<br />

4.00<br />

3.50<br />

3.00<br />

2.50<br />

10.7 dias<br />

0<br />

0.02<br />

0.02<br />

0.02<br />

0.04<br />

0.04<br />

diur.<br />

0.04<br />

0.06<br />

0.06<br />

0.06<br />

0.08<br />

0.08<br />

semi diur.<br />

0.08<br />

0.1<br />

0.1<br />

0.1<br />

0.12<br />

0.12<br />

ter. diur.<br />

0.12<br />

0.14<br />

0.14<br />

0.14<br />

0.16<br />

0.16<br />

quar. diur.<br />

0.16<br />

0.18<br />

0.18<br />

0.18<br />

0.2<br />

0.2<br />

0.2<br />

0.22<br />

0.22<br />

0.22<br />

0.24<br />

0.24<br />

sex. diur.<br />

0.24<br />

0.26<br />

Distribuição de Variabilidade - Componente Longitudinal<br />

0.26<br />

0.26<br />

0.28<br />

Frequência (cph)<br />

0.28<br />

Frequência (cph)<br />

Distribuição de Variabilidade - Componente E-W<br />

0.28<br />

Frequência (cph)<br />

0.3<br />

0.3<br />

0.3<br />

0.32<br />

0.32<br />

0.32<br />

0.34<br />

0.34<br />

Espectro da Componente Longitudinal<br />

0.34<br />

0.36<br />

0.36<br />

0.36<br />

0.38<br />

0.38<br />

0.38<br />

0.4<br />

0.4<br />

0.4<br />

0.42<br />

0.42<br />

0.42<br />

0.44<br />

0.44<br />

0.44<br />

0.46<br />

0.46<br />

0.46<br />

0.48<br />

0.48<br />

0.48<br />

0.5<br />

0.5<br />

0.5<br />

100 %<br />

98 %<br />

95 %<br />

80 %<br />

50 %<br />

0 %<br />

100 %<br />

98 %<br />

95 %<br />

80 %<br />

50 %<br />

0 %<br />

5.0E+009<br />

4.0E+009<br />

3.0E+009<br />

2.0E+009<br />

1.0E+009<br />

7.8E+008<br />

5.5E+008<br />

1.0E+008<br />

5.5E+007<br />

1.0E+007<br />

5.5E+006<br />

1.0E+006<br />

5.5E+005<br />

1.0E+005<br />

5.5E+004<br />

1.0E+004<br />

1.0E+003<br />

0.0E+000<br />

123


figura C.2<br />

Ponte D. Maria 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal ([mm.s -1 ] 2 /cph) (em baixo)<br />

Res. aprox. 0,00195 cph; 2 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,27; 39,53]<br />

Distribuição frequencial de variabilidade pelas componentes originais / reorientadas (em cima e ao centro)<br />

Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />

Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />

Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />

20.00<br />

17.00<br />

14.00<br />

11.00<br />

8.00<br />

5.00<br />

0<br />

20.00<br />

17.00<br />

14.00<br />

11.00<br />

8.00<br />

5.00<br />

0<br />

20.00<br />

17.00<br />

14.00<br />

11.00<br />

8.00<br />

5.00<br />

10.7 dias<br />

4.3 dias<br />

0<br />

0.02<br />

0.02<br />

0.02<br />

0.04<br />

0.04<br />

1.4 dias<br />

diur.<br />

19.7 hr.<br />

0.04<br />

0.06<br />

0.06<br />

0.06<br />

0.08<br />

0.08<br />

semi diur.<br />

0.08<br />

0.1<br />

0.1<br />

0.1<br />

0.12<br />

0.12<br />

ter. diur.<br />

0.12<br />

0.14<br />

0.14<br />

0.14<br />

0.16<br />

0.16<br />

6.9 hr.<br />

quar. diur.<br />

0.16<br />

0.18<br />

0.18<br />

0.18<br />

0.2<br />

0.2<br />

0.2<br />

0.22<br />

0.22<br />

0.22<br />

0.24<br />

0.24<br />

sex. diur.<br />

0.24<br />

0.26<br />

0.26<br />

0.26<br />

0.28<br />

Frequência (cph)<br />

0.28<br />

Frequência (cph)<br />

0.28<br />

Frequência (cph)<br />

0.3<br />

0.3<br />

0.3<br />

0.32<br />

Distribuição de Variabilidade - Componente Longitudinal<br />

0.32<br />

oit. diur.<br />

0.32<br />

0.34<br />

0.34<br />

0.34<br />

Distribuição de Variabilidade - Componente N-S<br />

0.36<br />

0.36<br />

0.36<br />

0.38<br />

0.38<br />

0.38<br />

0.4<br />

0.4<br />

0.4<br />

0.42<br />

0.42<br />

Espectro da Componente Longitudinal<br />

0.42<br />

0.44<br />

0.44<br />

0.44<br />

0.46<br />

0.46<br />

0.46<br />

0.48<br />

0.48<br />

0.48<br />

0.5<br />

0.5<br />

0.5<br />

100 %<br />

98 %<br />

95 %<br />

80 %<br />

50 %<br />

0 %<br />

100 %<br />

98 %<br />

95 %<br />

80 %<br />

50 %<br />

0 %<br />

5.0E+009<br />

4.0E+009<br />

3.0E+009<br />

2.0E+009<br />

1.0E+009<br />

7.8E+008<br />

5.5E+008<br />

1.0E+008<br />

5.5E+007<br />

1.0E+007<br />

5.5E+006<br />

1.0E+006<br />

5.5E+005<br />

1.0E+005<br />

5.5E+004<br />

1.0E+004<br />

1.0E+003<br />

0.0E+000<br />

124


quadro C.3<br />

Avintes 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal ([mm.s -1 ] 2 /cph) (em baixo)<br />

Res. aprox. 0,00195 cph; 2 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,27; 39,53]<br />

Distribuição frequencial de variabilidade pelas componentes originais / reorientadas (em cima)<br />

Distribuição de Variabilidade<br />

(cms -1 ) 2 /cph<br />

100 %<br />

80 %<br />

60 %<br />

40 %<br />

20 %<br />

0 %<br />

1E+006<br />

1E+005<br />

1E+004<br />

1E+003<br />

1E+002<br />

1E+001<br />

1E+000<br />

1E-001<br />

1E-002<br />

0.001 0.01 0.1 1<br />

cph<br />

5.3 dias<br />

Comp. Longitudinal<br />

Comp. Longitudinal<br />

Comp. N-S<br />

0.001 0.01 0.1 1<br />

cph<br />

diur.<br />

semi diur.<br />

quar. diur.<br />

oit. diur.<br />

0 %<br />

20 %<br />

40 %<br />

60 %<br />

80 %<br />

100 %<br />

125


figura C.4<br />

Crestuma 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal ([mm.s -1 ] 2 /cph) (em baixo)<br />

Res. aprox. 0,00195 cph; 2 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,27; 39,53]<br />

Distribuição de frequencial de variabilidade pelas componentes originais / reorientadas (em cima e ao centro)<br />

Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />

Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />

Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />

9.00<br />

8.00<br />

7.00<br />

6.00<br />

5.00<br />

4.00<br />

3.00<br />

0<br />

9.00<br />

8.00<br />

7.00<br />

6.00<br />

5.00<br />

4.00<br />

3.00<br />

0<br />

9.00<br />

8.00<br />

7.00<br />

6.00<br />

5.00<br />

4.00<br />

3.00<br />

10.7 dias<br />

0<br />

0.02<br />

0.02<br />

0.02<br />

0.04<br />

0.04<br />

diur.<br />

19.7 hr.<br />

0.04<br />

0.06<br />

0.06<br />

0.06<br />

0.08<br />

0.08<br />

semi diur.<br />

0.08<br />

0.1<br />

0.1<br />

0.1<br />

0.12<br />

0.12<br />

0.12<br />

0.14<br />

0.14<br />

0.14<br />

0.16<br />

0.16<br />

quar. diur.<br />

0.16<br />

0.18<br />

0.18<br />

0.18<br />

0.2<br />

0.2<br />

qui. diur.<br />

0.2<br />

0.22<br />

0.22<br />

0.22<br />

0.24<br />

0.24<br />

0.24<br />

0.26<br />

Distribuição de Variabilidade - Componente Longitudinal<br />

0.26<br />

sex. diur.<br />

0.26<br />

0.28<br />

Frequência (cph)<br />

0.28<br />

Frequência (cph)<br />

Distribuição de Variabilidade - Componente E-W<br />

0.28<br />

Frequência (cph)<br />

0.3<br />

0.3<br />

0.3<br />

0.32<br />

0.32<br />

0.32<br />

0.34<br />

0.34<br />

Espectro da Componente Longitudinal<br />

0.34<br />

0.36<br />

0.36<br />

0.36<br />

0.38<br />

0.38<br />

0.38<br />

0.4<br />

0.4<br />

0.4<br />

0.42<br />

0.42<br />

0.42<br />

0.44<br />

0.44<br />

0.44<br />

0.46<br />

0.46<br />

0.46<br />

0.48<br />

0.48<br />

0.48<br />

0.5<br />

0.5<br />

0.5<br />

100 %<br />

98 %<br />

95 %<br />

80 %<br />

50 %<br />

0 %<br />

100 %<br />

98 %<br />

95 %<br />

80 %<br />

50 %<br />

0 %<br />

5.0E+009<br />

4.0E+009<br />

3.0E+009<br />

2.0E+009<br />

1.0E+009<br />

7.8E+008<br />

5.5E+008<br />

1.0E+008<br />

5.5E+007<br />

1.0E+007<br />

5.5E+006<br />

1.0E+006<br />

5.5E+005<br />

1.0E+005<br />

5.5E+004<br />

1.0E+004<br />

1.0E+003<br />

0.0E+000<br />

126


figura C.5 <strong>–</strong> Cantareira 2006<br />

Cantareira 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal ([mm.s -1 ] 2 /cph) (em baixo)<br />

Res. aprox. 0,00195 cph; 4 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,36; 8,26]<br />

Distribuição frequencial de variabilidade pelas componentes originais / reorientadas (em cima e ao centro)<br />

Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />

Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />

Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />

6.00<br />

5.00<br />

4.00<br />

3.00<br />

2.00<br />

1.00<br />

0<br />

6.00<br />

5.00<br />

4.00<br />

3.00<br />

2.00<br />

1.00<br />

0<br />

6.00<br />

5.00<br />

4.00<br />

3.00<br />

2.00<br />

1.00<br />

0<br />

0.02<br />

0.02<br />

0.02<br />

0.04<br />

0.04<br />

diur.<br />

0.04<br />

0.06<br />

0.06<br />

0.06<br />

0.08<br />

0.08<br />

semi diur.<br />

0.08<br />

0.1<br />

0.1<br />

0.1<br />

0.12<br />

0.12<br />

ter. diur.<br />

0.12<br />

0.14<br />

0.14<br />

0.14<br />

0.16<br />

0.16<br />

quar. diur.<br />

0.16<br />

0.18<br />

0.18<br />

0.18<br />

0.2<br />

0.2<br />

0.2<br />

0.22<br />

0.22<br />

0.22<br />

0.24<br />

0.24<br />

sex. diur.<br />

0.24<br />

0.26<br />

Distribuição de Variabilidade - Componente Longitudinal<br />

0.26<br />

0.26<br />

0.28<br />

Frequência (cph)<br />

0.28<br />

Frequência (cph)<br />

Distribuição de Variabilidade - Componente E-W<br />

0.28<br />

Frequência (cph)<br />

0.3<br />

0.3<br />

0.3<br />

0.32<br />

0.32<br />

0.32<br />

0.34<br />

0.34<br />

Espectro da Componente Longitudinal<br />

0.34<br />

0.36<br />

0.36<br />

0.36<br />

0.38<br />

0.38<br />

0.38<br />

0.4<br />

0.4<br />

0.4<br />

0.42<br />

0.42<br />

0.42<br />

0.44<br />

0.44<br />

0.44<br />

0.46<br />

0.46<br />

0.46<br />

0.48<br />

0.48<br />

0.48<br />

0.5<br />

0.5<br />

0.5<br />

100 %<br />

98 %<br />

95 %<br />

80 %<br />

50 %<br />

0 %<br />

100 %<br />

98 %<br />

95 %<br />

80 %<br />

50 %<br />

0 %<br />

2.0E+009<br />

1.2E+009<br />

7.3E+008<br />

3.0E+008<br />

2.3E+008<br />

1.7E+008<br />

9.8E+007<br />

3.0E+007<br />

2.3E+007<br />

1.7E+007<br />

3.0E+006<br />

1.7E+006<br />

3.0E+005<br />

1.7E+005<br />

3.0E+004<br />

1.7E+004<br />

3.0E+003<br />

0.0E+000<br />

127


quadro C.6<br />

Avintes 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal ([mm.s -1 ] 2 /cph) (em baixo)<br />

Res. aprox. 0,00195 cph; 6 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,42; 4,84]<br />

Distribuição frequencial de variabilidade pelas componentes originais / reorientadas (em cima)<br />

Distribuição de Variabilidade<br />

(cms -1 ) 2 /cph<br />

100 %<br />

80 %<br />

60 %<br />

40 %<br />

20 %<br />

0 %<br />

1E+006<br />

1E+005<br />

1E+004<br />

1E+003<br />

1E+002<br />

1E+001<br />

1E+000<br />

1E-001<br />

1E-002<br />

1E-003<br />

0.001 0.01 0.1 1<br />

cph<br />

10.7 dias<br />

3 dias<br />

Comp. Longitudinal<br />

Comp. Longitudinal<br />

Comp. N-S<br />

1.9 dias<br />

0.001 0.01 0.1 1<br />

cph<br />

diur.<br />

19 hr.<br />

semi diur.<br />

0 %<br />

20 %<br />

40 %<br />

60 %<br />

80 %<br />

100 %<br />

128

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