Estuário do rio Douro – Aspectos hidrodinâmicos - Instituto ...
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias<br />
Departamento de Ciências Naturais, Ambientais e<br />
Biotecnológicas<br />
Licenciatura em Ciências <strong>do</strong> Mar,<br />
Ramo de Oceanografia e Pescas<br />
<strong>Estuá<strong>rio</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>rio</strong> <strong>Douro</strong> <strong>–</strong> <strong>Aspectos</strong><br />
<strong>hidrodinâmicos</strong><br />
Nuno Alenquer<br />
Entidade acolhe<strong>do</strong>ra:<br />
Marinha <strong>–</strong> <strong>Instituto</strong> Hidrográfico<br />
Divisão de Oceanografia<br />
Relató<strong>rio</strong> final de estágio
Licenciatura em Ciências <strong>do</strong> Mar,<br />
Ramo de Oceanografia e Pescas<br />
<strong>Estuá<strong>rio</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>rio</strong> <strong>Douro</strong> <strong>–</strong> <strong>Aspectos</strong> <strong>hidrodinâmicos</strong><br />
Nuno Miguel Alves <strong>do</strong>s Santos Alenquer<br />
Número de aluno: 9800333<br />
Orienta<strong>do</strong>r U.L.H.T.: Doutor Manuel Pinto de Abreu<br />
Orienta<strong>do</strong>r externo: Eng. António Jorge da Silva<br />
Lisboa, Novembro de 2007
RESUMO<br />
O autor trabalhou campos pontuais de temperatura, salinidade e pressão e perfis<br />
verticais de velocidade longitudinal, medi<strong>do</strong>s em quatro locais distribuí<strong>do</strong>s ao longo <strong>do</strong><br />
estuá<strong>rio</strong> <strong>do</strong> <strong>Douro</strong>, desde a Cantareira, junto à foz, até Crestuma. Estu<strong>do</strong>u a distribuição<br />
espacial e sazonal da composição espectral <strong>do</strong>s parâmetros medi<strong>do</strong>s recorren<strong>do</strong> a teoria<br />
clássica de Fourier, assumin<strong>do</strong> como válida uma abordagem estacionária. Investigou<br />
ainda o efeito de modulação exerci<strong>do</strong> pelo regime de marés vivas e marés mortas e a<br />
sua dependência <strong>do</strong> regime de escoamento fluvial. Os resulta<strong>do</strong>s apontam para que a<br />
extensão de influência da maré sobre a variabilidade da temperatura e salinidade não se<br />
estenda a 2/3 <strong>do</strong> comprimento <strong>do</strong> estuá<strong>rio</strong>, no regime em que o caudal é pouco<br />
importante; embora com a penetração da cunha salina a fazer-se, neste regime, pelo<br />
menos até aqui. A variabilidade da pressão é semi-diurna em to<strong>do</strong> o estuá<strong>rio</strong>,<br />
independentemente <strong>do</strong> regime fluvial. A velocidade longitudinal é muito pequena junto<br />
à extremidade situada mais a montante e to<strong>do</strong> o estuá<strong>rio</strong> se comporta como um <strong>rio</strong>, no<br />
regime em que o caudal é importante, chegan<strong>do</strong> mesmo a não se fazer escoamento de<br />
enchente durante mais de <strong>do</strong>is dias, junto à foz. A velocidade aparece estratificada, no<br />
regime de caudal pouco importante, e homogénea no regime de caudal importante, com<br />
tendência para oscilar entre a mistura, em regime de marés vivas e a estratificação, em<br />
regime de marés mortas.<br />
III
1 <strong>–</strong> Introdução 12<br />
2 <strong>–</strong> Material e Méto<strong>do</strong>s 14<br />
2.1 <strong>–</strong> <strong>Estuá<strong>rio</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Douro</strong> 14<br />
2.2 <strong>–</strong> Observação 15<br />
ÍNDICE<br />
2.2.1 <strong>–</strong> Equipamentos e parâmetros 15<br />
2.2.2 <strong>–</strong> Formato <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s 16<br />
2.2.3 <strong>–</strong> Locais de observação 17<br />
2.2.4 <strong>–</strong> Perío<strong>do</strong>s de observação e amostragem 18<br />
2.3 <strong>–</strong> Conversão e calibração 25<br />
2.3.1 <strong>–</strong> RCM 25<br />
2.3.2 <strong>–</strong> ADCP 26<br />
2.4 <strong>–</strong> Validação 26<br />
2.4.1 <strong>–</strong> Limites temporais 27<br />
2.4.2 <strong>–</strong> Saturação e descalibração <strong>do</strong>s sensores 27<br />
2.4.3 <strong>–</strong> Orientação <strong>do</strong> escoamento 29<br />
2.4.4 <strong>–</strong> Omissão de registos 29<br />
2.4.5 <strong>–</strong> Notas finais sobre a validação 29<br />
2.5 <strong>–</strong> Análise espectral 31<br />
2.5.1 <strong>–</strong> Análise espectral clássica 31<br />
Resolução espectral e variância espectral 32<br />
IV
Fuga espectral 33<br />
Transformada rápida de Fourier 34<br />
2.5.2 <strong>–</strong> Distribuição horária característica 35<br />
2.6 <strong>–</strong> Filtragem e compactação 35<br />
2.6.1 <strong>–</strong> Filtro de Butterworth e filtro médias móveis 36<br />
2.6.2 <strong>–</strong> Frequência de corte e bandas seleccionadas 37<br />
2.6.3 <strong>–</strong> Ordem <strong>do</strong> filtro e largura da banda de transição 39<br />
2.6.4 <strong>–</strong> Distorção nas extremidades das séries 41<br />
2.6.5 <strong>–</strong> Notas finais sobre a filtragem e compactação 41<br />
2.7 <strong>–</strong> Unidimensionalização 42<br />
2.7.1 <strong>–</strong> Direcções principais de variabilidade 43<br />
2.7.2 <strong>–</strong> Direcção média <strong>do</strong> escoamento 44<br />
2.7.3 <strong>–</strong> Matriz de transformação de coordenadas 44<br />
2.7.4 <strong>–</strong> Reorientação com direcção única 45<br />
2.7.5 <strong>–</strong> Reorientação com direcções múltiplas 45<br />
2.8 <strong>–</strong> Distribuição de energia 50<br />
2.9 <strong>–</strong> Modulação pelo regime de maré 51<br />
3 <strong>–</strong> Resulta<strong>do</strong>s 53<br />
3.1 <strong>–</strong> Estatística descritiva 53<br />
3.1.1 <strong>–</strong> Caudal lança<strong>do</strong> em Crestuma 54<br />
3.1.2 <strong>–</strong> Temperatura 56<br />
3.1.3 <strong>–</strong> Salinidade 59<br />
V
3.1.4 <strong>–</strong> Pressão 62<br />
3.1.5 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal 64<br />
3.2 <strong>–</strong> Composição espectral 68<br />
3.2.1 <strong>–</strong> Caudal lança<strong>do</strong> em Crestuma 69<br />
3.2.2 <strong>–</strong> Temperatura 71<br />
3.2.3 <strong>–</strong> Salinidade 73<br />
3.2.4 <strong>–</strong> Pressão 75<br />
3.2.5 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal 77<br />
3.3 <strong>–</strong> Distribuição espacial e sazonal de energia 83<br />
3.3.1 <strong>–</strong> Caudal lança<strong>do</strong> em Crestuma 84<br />
3.3.2 <strong>–</strong> Temperatura 85<br />
3.3.3 <strong>–</strong> Salinidade 86<br />
3.3.4 <strong>–</strong> Pressão 87<br />
3.3.5 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal 88<br />
3.4 <strong>–</strong> Modulação pelo regime de maré 93<br />
4 <strong>–</strong> Discussão 100<br />
3.4.1 <strong>–</strong> Temperatura 94<br />
3.4.2 <strong>–</strong> Salinidade 95<br />
3.4.3 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal 96<br />
4.1 <strong>–</strong> Caudal fluvial 100<br />
4.2 <strong>–</strong> Extensão da Influência da maré 101<br />
4.2.1 <strong>–</strong> Temperatura e salinidade 101<br />
VI
2005 101<br />
2006 103<br />
4.2.2 <strong>–</strong> Pressão 104<br />
4.2.3 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal 105<br />
2005 105<br />
2006 106<br />
4.3 <strong>–</strong> Estrutura vertical da velocidade 107<br />
4.3.1 <strong>–</strong> 2005 107<br />
4.3.2 <strong>–</strong> 2006 107<br />
4.4 <strong>–</strong> A situação da Ponte Dona Maria 108<br />
4.5 <strong>–</strong> Validade <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> e trabalho futuro 109<br />
5 <strong>–</strong> Referências 113<br />
Anexos<br />
4.5.1 <strong>–</strong> Velocidade na camada sub-superficial 109<br />
4.5.2 <strong>–</strong> A hipótese estacionária 109<br />
4.5.3 <strong>–</strong> Significância estatística 110<br />
4.5.4 <strong>–</strong> A cobertura espacial 111<br />
4.5.5 <strong>–</strong> Outras perspectivas de trabalho futuro 111<br />
A <strong>–</strong> Estatística vectorial da velocidade 114<br />
B <strong>–</strong> Síntese de estatística descritiva 117<br />
C <strong>–</strong> Distribuição de variabilidade da velocidade 123<br />
VII
LISTA DE FIGURAS<br />
2.1 <strong>–</strong> Carta <strong>do</strong> <strong>Estuá<strong>rio</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Douro</strong> <strong>–</strong> Localização <strong>do</strong>s correntómetros durante o ECOIS 19<br />
2.2 <strong>–</strong> Carta <strong>do</strong> <strong>Estuá<strong>rio</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Douro</strong> <strong>–</strong> Zona da Cantareira 20<br />
2.3 <strong>–</strong> Carta <strong>do</strong> <strong>Estuá<strong>rio</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Douro</strong> <strong>–</strong> Zona da Ponte Dona Maria 21<br />
2.4 <strong>–</strong> Carta <strong>do</strong> <strong>Estuá<strong>rio</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Douro</strong> <strong>–</strong> Zona da Avintes 22<br />
2.5 <strong>–</strong> Carta <strong>do</strong> <strong>Estuá<strong>rio</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Douro</strong> <strong>–</strong> Zona de Crestuma 23<br />
2.6 <strong>–</strong> Avintes 2006 <strong>–</strong> Troço inicial da pressão relativa <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s brutos 28<br />
2.7 <strong>–</strong> Avintes 2006 <strong>–</strong> Troço final da pressão relativa <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s brutos 28<br />
2.8 <strong>–</strong> Avintes 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia da temperatura com pe<strong>rio</strong><strong>do</strong>grama-modifica<strong>do</strong><br />
/ méto<strong>do</strong> de Welch 33<br />
2.9 <strong>–</strong> Avintes 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia da pressão relativa com pe<strong>rio</strong><strong>do</strong>grama-simples<br />
/ pe<strong>rio</strong><strong>do</strong>grama-modifica<strong>do</strong> 34<br />
2.10 <strong>–</strong> Função de transferência <strong>–</strong> Butterworth O12 2.4h / Médias móveis com 25 pontos.<br />
Intervalo de amostragem de 5 minutos 38<br />
2.11 <strong>–</strong> Função de transferência <strong>–</strong> Butterworth O12 2.4h / Médias móveis com 13 pontos.<br />
Intervalo de amostragem de 10 minutos 38<br />
2.12 <strong>–</strong> Avintes 2006 <strong>–</strong> Filtragem da salinidade com Butterworth O10 2.2h / Médias<br />
móveis com 13 pontos 39<br />
2.13 <strong>–</strong> Avintes 2006 <strong>–</strong> Filtragem da salinidade com Butterworth O10 2.2h / O15 2.5 40<br />
2.14 <strong>–</strong> Função de transferência <strong>–</strong> Butterworth O7 2h / O10 2h / O15 2h. Intervalo de<br />
amostragem de 10 minutos 40<br />
2.15 <strong>–</strong> Avintes 2005 <strong>–</strong> Dispersão da velocidade junto ao fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> canal 46<br />
2.16 <strong>–</strong> Avintes 2006 <strong>–</strong> Dispersão da velocidade junto ao fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> canal 47<br />
2.17 <strong>–</strong> Reorientação <strong>do</strong> sistema de coordenadas da velocidade com méto<strong>do</strong> de direcções<br />
múltiplas 49<br />
VIII
3.1 <strong>–</strong> Barragem de Crestuma <strong>–</strong> Cronogramas <strong>do</strong> caudal horá<strong>rio</strong> médio 54<br />
3.2 <strong>–</strong> Barragem de Crestuma <strong>–</strong> Histograma <strong>do</strong> caudal horá<strong>rio</strong> médio 55<br />
3.3 <strong>–</strong> Temperatura 2005 56<br />
3.4 <strong>–</strong> Temperatura 2006 57<br />
3.5 <strong>–</strong> Temperatura <strong>–</strong> Síntese de estatística descritiva 58<br />
3.6 <strong>–</strong> Salinidade 2005 59<br />
3.7 <strong>–</strong> Salinidade 2006 60<br />
3.8 <strong>–</strong> Salinidade <strong>–</strong> Síntese de estatística descritiva 61<br />
3.9 <strong>–</strong> Pressão 2005 62<br />
3.10 <strong>–</strong> Pressão 2006 63<br />
3.11 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal 2005 64<br />
3.12 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal 2006 66<br />
3.13 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal <strong>–</strong> Resíduo amostral 67<br />
3.14 <strong>–</strong> Barragem de Crestuma <strong>–</strong> Espectro de energia <strong>do</strong> caudal horá<strong>rio</strong> médio 69<br />
3.15 <strong>–</strong> Barragem de Crestuma <strong>–</strong> Caudal horá<strong>rio</strong> médio característico 70<br />
3.16 <strong>–</strong> Temperatura 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia 71<br />
3.17 <strong>–</strong> Temperatura 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia 72<br />
3.18 <strong>–</strong> Salinidade 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia 73<br />
3.19 <strong>–</strong> Salinidade 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia 74<br />
3.20 <strong>–</strong> Pressão 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia 75<br />
3.21 <strong>–</strong> Pressão 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia 76<br />
3.22 <strong>–</strong> Cantareira 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal 77<br />
3.23 <strong>–</strong> Ponte Dona Maria 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal 78<br />
3.24 <strong>–</strong> Avintes 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal 79<br />
3.25 <strong>–</strong> Crestuma 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal 80<br />
3.26 <strong>–</strong> Cantareira 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal 81<br />
IX
3.27 <strong>–</strong> Avintes 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal 82<br />
3.28 <strong>–</strong> Caudal lança<strong>do</strong> em Crestuma <strong>–</strong> Distribuição relativa da energia total por classes<br />
espectrais 84<br />
3.29 <strong>–</strong> Temperatura <strong>–</strong> Distribuição relativa da energia total por classes espectrais 85<br />
3.30 <strong>–</strong> Salinidade <strong>–</strong> Distribuição relativa da energia total por classes espectrais 86<br />
3.31 <strong>–</strong> Pressão <strong>–</strong> Distribuição relativa da energia total por classes espectrais 87<br />
3.32 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal Cantareira 2005 <strong>–</strong> Distribuição relativa da energia total<br />
por classes espectrais 88<br />
3.33 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal Ponte Dona Maria 2005 <strong>–</strong> Distribuição relativa da<br />
energia total por classes espectrais 90<br />
3.34 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal Avintes 2005 <strong>–</strong> Distribuição relativa da energia total por<br />
classes espectrais 91<br />
3.35 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal Crestuma 2005 <strong>–</strong> Distribuição relativa da energia total<br />
por classes espectrais 92<br />
3.36 <strong>–</strong> Temperatura <strong>–</strong> Média de oito ciclos de marés vivas e de marés mortas 94<br />
3.37 <strong>–</strong> Salinidade <strong>–</strong> Média de oito ciclos de marés vivas e de marés mortas 95<br />
3.38 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal Cantareira <strong>–</strong> Média de oito ciclos de marés vivas e de<br />
marés mortas 96<br />
3.39 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal Ponte Dona Maria <strong>–</strong> Média de oito ciclos de marés vivas<br />
e de marés mortas 97<br />
3.40 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal Avintes <strong>–</strong> Média de oito ciclos de marés vivas e de<br />
marés mortas 98<br />
3.41 <strong>–</strong> Velocidade longitudinal Crestuma <strong>–</strong> Média de oito ciclos de marés vivas e de<br />
marés mortas 99<br />
X
LISTA DE QUADROS<br />
2.1 <strong>–</strong> Síntese de da<strong>do</strong>s <strong>–</strong> Perío<strong>do</strong>s de observação não valida<strong>do</strong>s 24<br />
2.2 <strong>–</strong> Síntese de da<strong>do</strong>s <strong>–</strong> Perío<strong>do</strong>s de observação valida<strong>do</strong>s 30<br />
2.3 <strong>–</strong> Classes espectrais de variabilidade <strong>–</strong> Parâmetros correntométricos 52<br />
2.4 <strong>–</strong> Classes espectrais de variabilidade <strong>–</strong> Caudal lança<strong>do</strong> em Crestuma 52<br />
3.1 <strong>–</strong> Síntese de da<strong>do</strong>s compacta<strong>do</strong>s 53<br />
3.2 <strong>–</strong> Síntese de troços de marés mortas / marés vivas 93<br />
XI
1 - INTRODUÇÃO<br />
Escolhi fazer o meu estágio de fim de licenciatura na área <strong>do</strong>s processos<br />
estuarinos, o que vim a concretizar na divisão de Oceanografia <strong>do</strong> IH <strong>–</strong> <strong>Instituto</strong><br />
Hidrográfico <strong>–</strong>, no âmbito de um projecto em curso desde Agosto de 2005 denomina<strong>do</strong><br />
ECOIS <strong>–</strong> Contribuições Estuarinas para a Dinâmica da Plataforma Interna, na tradução<br />
para Português <strong>do</strong> acrónimo em Inglês. O estágio decorreu entre Maio de 2006 e Julho<br />
de 2007.<br />
A motivação para o desencadear de to<strong>do</strong> o projecto ECOIS tinha si<strong>do</strong> a<br />
necessidade de se fazer uma avaliação da importância das contribuições <strong>do</strong>s<br />
escoamentos <strong>do</strong>s <strong>rio</strong>s <strong>Douro</strong> e Minho para a dinâmica da plataforma costeira inte<strong>rio</strong>r e,<br />
em particular, <strong>do</strong> papel que estas plumas de água menos densa teriam na formação ou<br />
intensificação de uma corrente costeira longitudinal. Para isto seria forçoso começar por<br />
estabelecer um quadro de referência no que diz respeito aos aspectos <strong>hidrodinâmicos</strong><br />
<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is estuá<strong>rio</strong>s.<br />
O trabalho de campo decorrente <strong>do</strong> projecto envolveu, até hoje, três campanhas de<br />
observação <strong>–</strong> Setembro e Outubro de 2005; Fevereiro, Março e Abril de 2006; e Janeiro<br />
e Fevereiro de 2007 <strong>–</strong> em que foi recolhi<strong>do</strong> um conjunto vasto de da<strong>do</strong>s hidrológicos e<br />
<strong>hidrodinâmicos</strong> em cada um <strong>do</strong>s sistemas.<br />
A investigação que desenvolvi centrou-se em alguns aspectos da dinâmica <strong>do</strong><br />
estuá<strong>rio</strong> <strong>do</strong> <strong>Douro</strong>: a extensão da influência da maré; a estrutura vertical da velocidade;<br />
e a importância <strong>do</strong> efeito de modulação exerci<strong>do</strong> sobre estes pelo regime de maré.<br />
A dinâmica <strong>do</strong> estuá<strong>rio</strong> <strong>do</strong> <strong>Douro</strong> foi já alvo de investigação (1) <strong>–</strong> recolha de<br />
da<strong>do</strong>s no ano de 1994. Nesse estu<strong>do</strong>, os autores trabalharam perfis de salinidade e de<br />
velocidade regista<strong>do</strong>s em Setembro, ao longo de um ciclo de maré de águas vivas, numa<br />
12
única estação fixa, bem como perfis instantâneos de salinidade cobrin<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o estuá<strong>rio</strong><br />
em estofo de preia-mar de águas vivas, uma vez por mês ao longo de to<strong>do</strong> o ano. Os<br />
investiga<strong>do</strong>res caracterizaram a distribuição espacial da salinidade e as características<br />
da corrente de maré numa perspectiva bidimensional, ten<strong>do</strong> classifica<strong>do</strong> o sistema, <strong>do</strong><br />
ponto de vista dinâmico, como um estuá<strong>rio</strong> Mesotidal semi-diurno <strong>do</strong> tipo Cunha Salina<br />
extremamente dependente da magnitude <strong>do</strong> escoamento fluvial. Segun<strong>do</strong> o seu estu<strong>do</strong>, o<br />
perfil vertical de salinidade oscilava entre uma estratificação forte, em condições de<br />
baixo caudal, e uma mistura homogénea, para caudais eleva<strong>do</strong>s. Os autores estimaram<br />
ainda a extensão máxima da progressão da cunha salina em 2/3 <strong>do</strong> seu comprimento<br />
total, o que perfaz aproximadamente 15 km.<br />
A ideia foi, agora, trabalhar da<strong>do</strong>s hidrológicos e <strong>hidrodinâmicos</strong>, com uma<br />
abordagem diferente, usan<strong>do</strong> em alguns casos uma cobertura espacial e temporal mais<br />
abrangente e tentan<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> possível, estabelecer resulta<strong>do</strong>s comparativos.<br />
A orientação que dei ao estu<strong>do</strong> foi no senti<strong>do</strong> de quantificar as contribuições <strong>do</strong>s<br />
principais forçamentos actuantes sobre a variabilidade <strong>do</strong>s sinais e perceber como se faz<br />
a sua variação espacial e sazonal. Para isso, estimei o conteú<strong>do</strong> frequencial <strong>do</strong>s sinais e<br />
calculei a sua distribuição por classes espectrais associadas aos forçamentos<br />
<strong>do</strong>minantes. Estudei o efeito de modulação pelo regime de maré comparan<strong>do</strong> a média<br />
populacional <strong>do</strong>s parâmetros calculada em troços de marés vivas e de marés mortas.<br />
Grande parte da meto<strong>do</strong>logia que a<strong>do</strong>ptei pressupõe como válida uma abordagem<br />
estacionária ao estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> problema da hidrodinâmica estuarina e assenta na utilização<br />
da teoria clássica de Fourier.<br />
A organização <strong>do</strong> texto no relató<strong>rio</strong> faz-se de maneira a que os capítulos<br />
descrevam sucessiva e cronologicamente cada fase <strong>do</strong> processamento percorrida, uma<br />
vez que o trabalho envolveu esse tipo de encadeamento.<br />
13
2.1 <strong>–</strong> ESTUÁRIO DO DOURO<br />
2 <strong>–</strong> MATERIAL E MÉTODOS<br />
O estuá<strong>rio</strong> <strong>do</strong> <strong>Douro</strong> tem 22 km de comprimento entre a foz e a barragem de<br />
Crestuma, o seu limite a montante. As margens são elevadas, sen<strong>do</strong> por isso a secção<br />
transversal pequena <strong>–</strong> com excepção da parte final <strong>do</strong> <strong>rio</strong>, a jusante da ponte da<br />
Arrábida, em que atinge a largura máxima de 1300 m (2). Não existem zonas intertidais<br />
importantes (3).<br />
Pode dividir-se o estuá<strong>rio</strong> em três zonas, de acor<strong>do</strong> com o seu perfil hidrológico: o<br />
baixo estuá<strong>rio</strong>, desde a foz até à ponte da Arrábida; o estuá<strong>rio</strong> médio, até à ponte <strong>do</strong><br />
Freixo; e o alto estuá<strong>rio</strong>, que culmina na barragem de Crestuma (3).<br />
O <strong>rio</strong> <strong>Douro</strong> possui inúmeras barragens de fio de água <strong>–</strong> com pouca capacidade de<br />
armazenamento (2) <strong>–</strong> que, no entanto, não impõem reduções de monta ao caudal total<br />
escoa<strong>do</strong> (3).<br />
O clima da bacia hidrográfica varia entre o semiári<strong>do</strong> e o muito húmi<strong>do</strong> (4). O<br />
caudal anual médio em Crestuma está estima<strong>do</strong> em aproximadamente 450 m 3 /s; pode,<br />
no entanto, atingir os 700 m 3 /s, em anos com pluviosidade média intensa e os 200 m 3 /s,<br />
em anos secos. Existe elevada variabilidade sazonal no seu comportamento que pode,<br />
em situações de cheia, atingir os 10 000 m 3 /s (2).<br />
14
2.2 <strong>–</strong> OBSERVAÇÃO<br />
Os da<strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>s foram recolhi<strong>do</strong>s com correntómetros instala<strong>do</strong>s pelo IH<br />
durante as campanhas de observação de 2005 e 2006.<br />
Para além de da<strong>do</strong>s regista<strong>do</strong>s com equipamentos instala<strong>do</strong>s pelo IH, utilizei<br />
também registos de caudal horá<strong>rio</strong> médio lança<strong>do</strong> na barragem de Crestuma. Estes<br />
da<strong>do</strong>s de caudal fluvial estão disponíveis para consulta no sítio electrónico <strong>do</strong> SNIRH <strong>–</strong><br />
Serviço Nacional de Informação de Recursos Hídricos <strong>–</strong> para to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> de<br />
observação das campanhas de 2005 e 2006 (http://snirh.pt/).<br />
2.2.1 <strong>–</strong> EQUIPAMENTOS E PARÂMETROS<br />
Utilizei da<strong>do</strong>s recolhi<strong>do</strong>s com <strong>do</strong>is tipos de equipamentos de medição da<br />
velocidade da corrente: correntómetros pontuais e correntómetros perfila<strong>do</strong>res. Ambos<br />
são correntómetros acústicos <strong>–</strong> equipa<strong>do</strong>s com sensor Doppler <strong>–</strong> fundea<strong>do</strong>s com sistema<br />
de poita e cabo recupera<strong>do</strong>r, no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> canal principal.<br />
Os correntómetros pontuais <strong>–</strong> AANDERAA RCM 9 <strong>–</strong> mediram séries temporais<br />
de velocidade horizontal da corrente a um nível de profundidade único (junto ao fun<strong>do</strong>),<br />
bem como um conjunto adicional de parâmetros físicos, químicos e dinâmicos:<br />
temperatura; condutividade (salinidade por derivação); e pressão relativa.<br />
Os correntómetros perfila<strong>do</strong>res (ADCP) <strong>–</strong> RDI WH600 e AANDERAA<br />
RDCP600 <strong>–</strong> mediram séries temporais de perfis verticais de velocidade horizontal e<br />
vertical e de amplitude de eco, bem como séries temporais de temperatura, medida no<br />
fun<strong>do</strong>, e de pressão relativa <strong>–</strong> convertida internamente em profundidade.<br />
15
Numa perspectiva de comparabilidade <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s, reconverti em pressão os da<strong>do</strong>s<br />
de profundidade medi<strong>do</strong>s com os ADCP, utilizan<strong>do</strong>, na equação da pressão hidrostática,<br />
um produto de densidade pela aceleração gravítica igual a 10 4 kPa, naquilo que se<br />
designa habitualmente por ganho 1.<br />
Os ADCP perfilam a velocidade da corrente num número discreto de níveis <strong>–</strong> que<br />
se posicionam verticalmente desde uma zona de sombra, acima da cabeça <strong>do</strong><br />
equipamento, até um ponto cuja localização depende da configuração utilizada. Esta é<br />
função da janela de profundidade esperada e resolução espacial que se pretende dar ao<br />
estu<strong>do</strong> e é definida manipulan<strong>do</strong> a frequência da onda acústica posta na água. No caso<br />
das campanhas trabalhadas, a velocidade foi perfilada até um ponto acima da superfície<br />
livre.<br />
Os ADCP fornecem ainda uma amplitude de eco <strong>–</strong> é o número médio de ecos<br />
devolvi<strong>do</strong> ao equipamento, a cada observação, e é função da natureza <strong>do</strong> alvo. Toman<strong>do</strong><br />
o último essencialmente por sedimento de natureza imutável, a amplitude de eco<br />
funciona como uma medida da concentração de partículas em suspensão <strong>–</strong> à excepção<br />
<strong>do</strong>s registos provenientes da região próxima à superfície, cujo aumento de magnitude<br />
reflecte sobretu<strong>do</strong> a presença da interface ar-mar.<br />
2.2.2 <strong>–</strong> FORMATO DOS DADOS<br />
As séries temporais registadas com os RCM, bem como as séries temporais de<br />
caudal fluvial, foram escritas em ficheiro electrónico na forma de matrizes regulares de<br />
ordem n, sen<strong>do</strong> n o número de parâmetros regista<strong>do</strong>s em cada ficheiro, ou, em<br />
alternativa, na forma de vectores <strong>–</strong> ou seja, matrizes de ordem 1.<br />
Os ADCP são forneci<strong>do</strong>s ao cliente com uma interface computacional de<br />
visualização e exportação de da<strong>do</strong>s a partir da qual são encaminha<strong>do</strong>s para ficheiro. Por<br />
16
comodidade de utilização desta interface e facilidade de processamento poste<strong>rio</strong>r, os<br />
perfis verticais de velocidade e de amplitude de eco foram exporta<strong>do</strong>s para formato<br />
electrónico também na forma de matrizes regulares.<br />
A altura da coluna de água é variável no tempo e, consequentemente, o número de<br />
níveis resolvi<strong>do</strong>s também, o que me obrigou a a<strong>do</strong>ptar o crité<strong>rio</strong> de referenciar a<br />
velocidade a partir <strong>do</strong> nível mais baixo <strong>–</strong> cuja distância ao fun<strong>do</strong> é fixa <strong>–</strong> definin<strong>do</strong><br />
como nível máximo aquele que está, em qualquer instante <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> de observação,<br />
posiciona<strong>do</strong> dentro de água <strong>–</strong> para o que utilizei as séries de amplitude de eco. Assim,<br />
deixa de poder ser resolvida a camada supe<strong>rio</strong>r da coluna, numa espessura que pode ser<br />
igual à amplitude de maré para o perío<strong>do</strong> considera<strong>do</strong>. Na baixa-mar da maré viva será<br />
praticamente nula, enquanto que é máxima na preia-mar da maré viva. Por sua vez os<br />
registos ADCP de parâmetros sem distribuição vertical foram transferi<strong>do</strong>s, sem<br />
qualquer restrição, para ficheiros electrónicos, na forma de vectores.<br />
2.2.3 <strong>–</strong> LOCAIS DE OBSERVAÇÃO<br />
A configuração da observação previu a instalação de correntómetros junto à foz,<br />
no baixo estuá<strong>rio</strong>; junto à Ponte Dona Maria, no médio estuá<strong>rio</strong>; junto à povoação de<br />
Avintes e junto à barragem de Crestuma, no alto estuá<strong>rio</strong>. Designarei estes locais por<br />
Cantareira, Ponte Dona Maria, Avintes e Crestuma, respectivamente.<br />
Os locais observa<strong>do</strong>s distam da foz, respectivamente: 2 km; 8 km; 15 km; e<br />
21 km. Usarei também o termo foz para me referir à Cantareira <strong>–</strong> pela proximidade<br />
deste local com a extremidade <strong>do</strong> estuá<strong>rio</strong> e por comodidade em situar a distribuição<br />
espacial <strong>do</strong>s equipamentos. As suas profundidades médias registaram<br />
aproximadamente: 7,60 m e 7,80 m, na Cantareira, em 2005 e 2006, respectivamente;<br />
26,9 m, na Ponte Dona Maria, em 2005; 10,4 m e 10,0 m, em Avintes, em 2005 e 2006,<br />
17
espectivamente; e 11,9 m, em Crestuma, na campanha de 2005. Note-se que estas<br />
profundidades médias foram estimadas com base nas séries de pressão filtradas de ruí<strong>do</strong><br />
(ver capitulo filtragem e compactação) e que não refiro profundidades médias para a<br />
Ponte Dona Maria e Crestuma, em 2006, pois os respectivos equipamentos não<br />
funcionaram (ver capitulo validação).<br />
Foi prevista a colocação de correntómetros pontuais na Cantareira e em Avintes;<br />
enquanto foram instala<strong>do</strong>s perfila<strong>do</strong>res de corrente na Cantareira, Ponte Dona Maria e<br />
Crestuma. Uma vez que estava na posse de redundância de da<strong>do</strong>s de temperatura e<br />
pressão, na Cantareira, a<strong>do</strong>ptei a estratégia de trabalhar apenas sobre os campos<br />
recolhi<strong>do</strong>s com os RCM, reservan<strong>do</strong> para os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> ADCP o papel de servir de<br />
validação <strong>do</strong>s primeiros. Por outro la<strong>do</strong>, estudei a velocidade medida com o RCM na<br />
Cantareira, em 2006 (junto ao fun<strong>do</strong>), conjuntamente com o perfil medi<strong>do</strong> com o<br />
ADCP, para o que admiti a comparabilidade das medidas instrumentais respectivas.<br />
As figuras 2.1 a 2.5 mostram a localização geográfica <strong>do</strong>s correntómetros<br />
envolvi<strong>do</strong>s nas campanhas de 2005 e 2006.<br />
2.2.4 - PERÍODOS DE OBSERVAÇÃO E AMOSTRAGEM<br />
As campanhas de observação decorreram durante os perío<strong>do</strong>s de Setembro e<br />
Outubro de 2005; e Fevereiro a Março de 2006.<br />
A resolução temporal <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s recolhi<strong>do</strong>s com correntómetros foi de cinco e dez<br />
minutos, nas campanhas de 2005 e 2006, respectivamente. Os registos de caudal fluvial<br />
em Crestuma estão espaça<strong>do</strong>s de uma hora.<br />
O quadro 2.1 reúne as características amostrais <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s correntométricos<br />
processa<strong>do</strong>s.<br />
18
PORTO<br />
Freixo<br />
Infante<br />
Arrábida<br />
figura 2.1<br />
D. Luís I<br />
AFURADA<br />
V.N. GAIA<br />
OLIVEIRA DO DOURO<br />
VALBOM<br />
R. Febros<br />
AVINTES<br />
Carta <strong>do</strong> <strong>Estuá<strong>rio</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Douro</strong> <strong>–</strong> Localização <strong>do</strong>s correntómetros durante o ECOIS<br />
Distância à foz (aproximada): Cantareira (2 Km); Ponte D. Maria (8 km); Avintes (15 km);<br />
Crestuma (21 km)<br />
R. Sousa<br />
Barragem de<br />
Crestuma-Lever<br />
CRESTUMA<br />
RCM + ADCP CANTAREIRA ADCP PONTE D. MARIA RCM AVINTES ADCP CRESTUMA<br />
19
-28<br />
-27<br />
-26<br />
-24<br />
-22<br />
-20<br />
-18<br />
-16<br />
-14<br />
-12<br />
-10<br />
-8<br />
-6<br />
-4<br />
-2<br />
0<br />
2<br />
4<br />
figura 2.2<br />
500 m<br />
Carta <strong>do</strong> <strong>Estuá<strong>rio</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Douro</strong> <strong>–</strong> Zona da Cantareira (aprox. 2 km à foz)<br />
Círculo contém a localização <strong>do</strong>s equipamentos fundea<strong>do</strong>s durante as campanhas<br />
Localização <strong>do</strong>s equipamentos: RCM 2005 (41º 08.687’ N, 8º 39.679’ W); ADCP 2005<br />
(41º 08.688’ N, 8º 39.665’ W); RCM 2006 (41º 8.689’ N, 8º 39.689’ W); ADCP 2006 (41º 8.687’ N,<br />
8º 39.667’ W). Levantamento batimétrico de 2004; Carta referida ao zero-hidrográfico<br />
20
-28<br />
-27<br />
-26<br />
-24<br />
-22<br />
-20<br />
-18<br />
-16<br />
-14<br />
-12<br />
-10<br />
-8<br />
-6<br />
-4<br />
-2<br />
0<br />
2<br />
4<br />
figura 2.3<br />
2006<br />
2005<br />
500 m<br />
Carta <strong>do</strong> <strong>Estuá<strong>rio</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Douro</strong> <strong>–</strong> Zona da Ponte Dona Maria (aprox. 8 km à foz)<br />
Localização <strong>do</strong>s equipamentos: ADCP 2005 (41º 08.350’ N, 8º 35.810’ W); ADCP 2006<br />
(41º 8.346’ N, 8º 35.822’ W). Levantamento batimétrico de 2004; Carta referida ao zerohidrográfico<br />
21
4<br />
figura 2.4<br />
2<br />
0<br />
-2<br />
-4<br />
-6<br />
-8<br />
-10<br />
-12<br />
2006<br />
-14<br />
-16<br />
-18<br />
500 m<br />
Carta <strong>do</strong> <strong>Estuá<strong>rio</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Douro</strong> <strong>–</strong> Zona de Avintes (aprox. 15 km à foz)<br />
Localização <strong>do</strong>s equipamentos: RCM 2005 (41º 06.722’ N, 8º 32.504’ W); RCM 2006 (41º 6.737’ N,<br />
8º 32.502’ W). Levantamento batimétrico de 2004; Carta referida ao zero-hidrográfico<br />
-20<br />
-22<br />
2005<br />
-24<br />
-26<br />
-27<br />
-28<br />
22
-28<br />
-27<br />
-26<br />
-24<br />
-22<br />
-20<br />
-18<br />
-16<br />
-14<br />
-12<br />
-10<br />
-8<br />
-6<br />
-4<br />
-2<br />
0<br />
2<br />
4<br />
figura 2.5<br />
2006<br />
500 m<br />
Carta <strong>do</strong> <strong>Estuá<strong>rio</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Douro</strong> <strong>–</strong> Zona de Crestuma (aprox. 21 km à foz)<br />
ADCP 2005 (41º 04.208’ N, 8º 29.826’ W); ADCP 2006 (41º 4.229’ N, 8º 29.831’ W)<br />
Levantamento batimétrico de 2004; Carta referida ao zero-hidrográfico<br />
2005<br />
23
LOCAL ANO EQUIPAMENTO SENSORES PERÍODO DE OBSERVAÇÃO<br />
Cantareira 2005 RCM Pr, Te, Cd 09/09/05 20:20 a 01/10/05 10:35<br />
Cantareira 2005 ADCP V, P, Te, AE 10/09/05 06:15 a 01/10/05 09:40<br />
P.D. Maria 2005 ADCP V, P, Te, AE 10/09/05 11:00 a 01/10/05 10:00<br />
Avintes 2005 RCM Vh, Pr, Te, Cd 09/09/05 19:10 a 30/09/05 16:55<br />
Crestuma 2005 ADCP V, P, Te, AE 10/09/05 13:00 a 30/09/05 17:40<br />
Cantareira 2006 RCM Vh, Pr, Te, Cd, 25/02/06 14:00 a 10/04/06 14:50<br />
Cantareira 2006 ADCP V, P, Te, AE 23/02/06 08:00 a 21/04/06 15:00<br />
P.D. Maria 2006 ADCP V, P, Te, AE 23/02/06 08:00 a 22/03/06 16:40<br />
Avintes 2006 RCM Vh, Pr, Te, Cd 25/02/06 14:20 a 10/04/06 17:00<br />
Crestuma 2006 ADCP V, P, Te, AE 25/02/06 14:50 a 11/04/06 11:50<br />
quadro 2.1<br />
Síntese de da<strong>do</strong>s <strong>–</strong> Perío<strong>do</strong>s de observação não-valida<strong>do</strong>s<br />
Símbolos: Vh velocidade horizontal; V velocidade 3D; P profundidade; Pr pressão relativa; Te<br />
temperatura; Cd condutividade; AE amplitude de eco<br />
24
2.3 <strong>–</strong> CONVERSÃO E CALIBRAÇÃO<br />
2.3.1 <strong>–</strong> RCM<br />
Os diversos sensores acopla<strong>do</strong>s aos correntómetros RCM registam valores de<br />
grandezas não-oceanográficas cuja relação com as grandezas físicas e químicas de<br />
interesse é conhecida. A transformação <strong>do</strong>s registos em grandezas de interesse<br />
oceanográfico é depois feita aplican<strong>do</strong> modelos matemáticos previamente<br />
desenvolvi<strong>do</strong>s e, idealmente, calibra<strong>do</strong>s em pré-utilização e/ou pós-utilização.<br />
O registo <strong>do</strong>s valores das grandezas não-oceanográficas é feito no formato biná<strong>rio</strong><br />
em unidades de memória de tamanho limita<strong>do</strong> <strong>–</strong> 10 bits, para os RCM utiliza<strong>do</strong>s <strong>–</strong>, que<br />
são converti<strong>do</strong>s em número decimal antes de serem sujeitos à transformação da<br />
grandeza.<br />
A primeira fase <strong>do</strong> processamento <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s recolhi<strong>do</strong>s com RCM foi então a sua<br />
conversão em unidades físicas, através da aplicação de polinómios de calibração em<br />
pré-utilização: lineares; quadráticos; ou cúbicos.<br />
Os modelos matemáticos referi<strong>do</strong>s têm uma aplicabilidade limitada a um intervalo<br />
funcional de medição para os sensores, o que constituiu uma ferramenta de validação<br />
<strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s. O intervalo funcional e o número de posições disponível para registo de<br />
valores medi<strong>do</strong>s determinam a resolução efectiva da medição de cada parâmetro. Por<br />
exemplo, um sensor que tenha um intervalo funcional de 0-100 terá uma resolução<br />
efectiva de 100/1023, ou seja, de 0,097752 <strong>–</strong> independentemente da resolução<br />
publicitada pelo fabricante <strong>do</strong> sensor.<br />
A resolução limitada da medição de alguns parâmetros determinou, por vezes, um<br />
comportamento <strong>do</strong> tipo escada <strong>–</strong> que nada tem a ver com um funcionamento incorrecto<br />
<strong>do</strong> sensor <strong>–</strong> que é força<strong>do</strong> pela necessidade de alargar o intervalo funcional da medição.<br />
25
Este comportamento foi, de qualquer forma, removi<strong>do</strong> na fase de filtragem e<br />
compactação <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s.<br />
2.3.2 <strong>–</strong> ADCP<br />
Os da<strong>do</strong>s recolhi<strong>do</strong>s com os ADCP não necessitam de qualquer processamento de<br />
conversão de da<strong>do</strong>s, uma vez que <strong>–</strong> como referi ante<strong>rio</strong>rmente <strong>–</strong> ao utiliza<strong>do</strong>r <strong>do</strong><br />
equipamento apenas é pedi<strong>do</strong> que visualize e exporte os da<strong>do</strong>s para ficheiro electrónico,<br />
funcionan<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> o que está a montante de forma automática.<br />
2.4 <strong>–</strong> VALIDAÇÃO<br />
O processo de validação de da<strong>do</strong>s foi feito a partir da construção <strong>do</strong>s seus<br />
cronogramas, medidas de posição central, de variabilidade e de assimetria e de gráficos<br />
de dispersão polar da velocidade. A partir desta representação sintética <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s foram<br />
estabeleci<strong>do</strong>s os limites temporais <strong>do</strong>s extremos <strong>do</strong>s perío<strong>do</strong>s de observação váli<strong>do</strong>s,<br />
selecciona<strong>do</strong>s troços ou pontos candidatos a remoção, corrigidas falhas de da<strong>do</strong>s por<br />
interpolação e guardadas em ficheiro electrónico as séries temporais definitivas cujos<br />
perío<strong>do</strong>s de observação inicial <strong>–</strong> brutos <strong>–</strong> constam <strong>do</strong> quadro 2.1.<br />
Uma observação da distribuição no tempo <strong>do</strong>s perfis de amplitude de eco média <strong>–</strong><br />
número médio de ecos recebi<strong>do</strong>s <strong>–</strong> permitiu afiançar da qualidade estatística <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s<br />
correntométricos recolhi<strong>do</strong>s com os perfila<strong>do</strong>res acústicos. A existência de uma<br />
densidade reduzida de partículas em suspensão induz um número médio de ecos<br />
proporcional e é um indica<strong>do</strong>r da deficiência da estimativa da velocidade. A validação<br />
<strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s recolhi<strong>do</strong>s com os ADCP é, de algum mo<strong>do</strong>, feita dentro da própria interface<br />
de visualização de da<strong>do</strong>s. De facto, a interface contém algoritmos internos que<br />
26
determinam medidas estatísticas sobre a qualidade <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s resultantes <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s<br />
acústicos de observação e assinalam graficamente os troços temporais em que os da<strong>do</strong>s<br />
são eventualmente inváli<strong>do</strong>s.<br />
2.4.1 <strong>–</strong> LIMITES TEMPORAIS<br />
Os limites temporais das séries foram defini<strong>do</strong>s observan<strong>do</strong> os cronogramas das<br />
séries de pressão. Isto, porque os equipamentos foram muitas vezes postos dentro de<br />
água já liga<strong>do</strong>s e retira<strong>do</strong>s ainda liga<strong>do</strong>s, o que obrigou a uma remoção <strong>do</strong>s seus valores<br />
limite (figuras 2.6 e 2.7). A duração válida das séries temporais foi definida de mo<strong>do</strong> a<br />
conter os registos que estão compreendi<strong>do</strong>s entre as quebras de pressão <strong>–</strong> que<br />
correspondem a estadias <strong>do</strong> equipamento à superfície ou, de qualquer mo<strong>do</strong>, a um<br />
desposicionamento.<br />
2.4.2 <strong>–</strong> SATURAÇÃO E DESCALIBRAÇÃO DOS SENSORES<br />
Como referi antes, a calibração <strong>do</strong>s sensores <strong>do</strong>s RCM impõe-lhes uma janela de<br />
funcionamento, seja porque o modelo matemático de ajuste à grandeza não-<br />
-oceanográfica registada apenas apresenta resulta<strong>do</strong>s satisfató<strong>rio</strong>s nessa gama de<br />
valores, seja porque o equipamento apresenta uma região de funcionamento incorrecto.<br />
Fiz uma observação cuida<strong>do</strong>sa <strong>do</strong>s cronogramas procuran<strong>do</strong> zonas de saturação.<br />
Uma observação <strong>do</strong>s extremos das séries temporais permitiu-me verificar que a<br />
amplitude <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s não ultrapassou o intervalo funcional defini<strong>do</strong> para cada sensor, o<br />
que teria, eventualmente, produzi<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>s descalibra<strong>do</strong>s, ainda que não se<br />
registasse saturação.<br />
27
Kpa<br />
figura 2.6<br />
120<br />
80<br />
40<br />
0<br />
Feb-25 12:00<br />
Feb-26 0:00<br />
Feb-26 12:00<br />
Feb-27 0:00<br />
Avintes 2006 <strong>–</strong> Troço inicial da pressão relativa <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s brutos<br />
Kpa<br />
figura 2.7<br />
120<br />
80<br />
40<br />
0<br />
Apr-08 12:00<br />
Apr-09 0:00<br />
Apr-09 12:00<br />
Apr-10 0:00<br />
Avintes 2006 <strong>–</strong> Troço final da pressão relativa <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s brutos<br />
Feb-27 12:00<br />
Apr-10 12:00<br />
Feb-28 0:00<br />
Apr-11 0:00<br />
28
2.4.3 <strong>–</strong> ORIENTAÇÃO DO ESCOAMENTO<br />
Uma das ferramentas utilizadas para validar o campo de velocidade medi<strong>do</strong> foi a<br />
construção <strong>do</strong>s gráficos de dispersão <strong>–</strong> em que se representa num diagrama polar a sua<br />
magnitude como função da direcção medida. A orientação espacial da nuvem de<br />
vectores e o seu alinhamento com as margens <strong>do</strong> canal e com o fun<strong>do</strong> revela<strong>do</strong> pela<br />
batimetria permitiu investigar o correcto funcionamento <strong>do</strong> sensor Doppler.<br />
2.4.4 - OMISSÃO DE REGISTOS<br />
As séries temporais de caudal fluvial disponibilizadas para consulta no SNIRH<br />
continham diversos registos omissos <strong>–</strong> nunca <strong>do</strong>is registos consecutivos em falha,<br />
durante o perío<strong>do</strong> das campanhas <strong>do</strong> ECOIS. Determinei os valores em falta<br />
interpolan<strong>do</strong> as séries com splines cúbicas, tratan<strong>do</strong>-as como um bloco.<br />
2.4.5 <strong>–</strong> NOTAS FINAIS SOBRE A VALIDAÇÃO<br />
Os da<strong>do</strong>s menciona<strong>do</strong>s no quadro 2.1 sofreram o processo de validação ten<strong>do</strong><br />
da<strong>do</strong> origem ao conjunto resumi<strong>do</strong> no quadro 2.2. Da<strong>do</strong>s constantes <strong>do</strong> quadro 2.1 e<br />
ausentes <strong>do</strong> quadro 2.2 foram rejeita<strong>do</strong>s, com a excepção da velocidade vertical medida<br />
com os ADCP, que é na maior parte <strong>do</strong>s casos desprezável mas que não foi, no entanto,<br />
validada. Saliento a invalidação das medições registadas pelos perfila<strong>do</strong>res de corrente<br />
instala<strong>do</strong>s na Ponte Dona Maria e em Crestuma, durante a campanha de 2006. Troços<br />
temporais com duração infe<strong>rio</strong>r a 15 dias não foram processa<strong>do</strong>s.<br />
29
LOCAL ANO EQUIPAMENTO SENSORES PERÍODO DE OBSERVAÇÃO<br />
Cantareira 2005 RCM Pr, Te, Cd 10/09/05 07:30 a 01/10/05 08:25<br />
Cantareira 2005 ADCP Vh, P, Te, AE 10/09/05 07:00 a 01/10/05 08:55<br />
P.D. Maria 2005 ADCP Vh, P, Te, AE 10/09/05 12:30 a 01/10/05 07:30<br />
Avintes 2005 RCM Vh, Pr, Te, Cd 09/09/05 19:20 a 30/09/05 15:00<br />
Crestuma 2005 ADCP Vh, P, Te, AE 10/09/05 14:30 a 30/09/05 16:30<br />
Cantareira 2006 RCM Vh, Pr, Te, Cd 26/02/06 08:40 a 10/04/06 13:10<br />
Cantareira 2006 ADCP Vh, P, Te, AE 09/03/06 10:00 a 10/04/06 14:00<br />
Avintes 2006 RCM Vh, Pr, Te, Cd 25/02/06 17:00 a 10/04/06 16:00<br />
quadro 2.2<br />
Síntese de da<strong>do</strong>s <strong>–</strong> Perío<strong>do</strong>s de observação valida<strong>do</strong>s<br />
Símbolos: Vh velocidade horizontal; V velocidade 3D; P profundidade; Pr pressão relativa; Te<br />
temperatura; Cd condutividade; AE amplitude de eco<br />
30
2.5 <strong>–</strong> ANÁLISE ESPECTRAL<br />
2.5.1 <strong>–</strong> ANÁLISE ESPECTRAL CLÁSSICA<br />
Os resulta<strong>do</strong>s da análise espectral permitiram identificar os principais forçamentos<br />
actuantes na dinâmica estuarina, nos <strong>do</strong>is regimes de escoamento fluvial em que<br />
decorreram campanhas e, portanto, de algum mo<strong>do</strong>, caracterizar a sua variabilidade<br />
sazonal.<br />
A análise das séries temporais no <strong>do</strong>mínio frequência serviu também de suporte à<br />
optimização da resposta em frequência <strong>do</strong>s filtros aplica<strong>do</strong>s, de que <strong>do</strong>u conta no<br />
capítulo seguinte, não ten<strong>do</strong>, para esse fim, encara<strong>do</strong> o estu<strong>do</strong> da composição espectral<br />
<strong>do</strong>s diversos parâmetros escalares e vectoriais como um resulta<strong>do</strong> em si, mas antes<br />
como um meio de definir bandas frequenciais de interesse.<br />
A análise espectral 1D foi feita utilizan<strong>do</strong> méto<strong>do</strong>s não-paramétricos assentes na<br />
teoria de Fourier de decomposição de um sinal em componentes harmónicos<br />
sinusoidais, cuja aplicação a este tipo de processos <strong>–</strong> que assumo serem quasi-<br />
estacioná<strong>rio</strong>s <strong>–</strong> e a séries suficientemente longas, pressuponho válida.<br />
Explorei os conceitos de resolução e variância espectral, fazen<strong>do</strong> uma análise<br />
comparativa <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s espectrais obti<strong>do</strong>s utilizan<strong>do</strong> diferentes estima<strong>do</strong>res:<br />
pe<strong>rio</strong><strong>do</strong>grama-simples; pe<strong>rio</strong><strong>do</strong>grama-modifica<strong>do</strong>; e méto<strong>do</strong> de Welch. Adicionalmente,<br />
tentei solucionar o problema <strong>do</strong> efeito da descontinuidade imposta aos sinais pela<br />
amostragem rectangular nas suas extremidades <strong>–</strong> a fuga de densidade espectral de<br />
energia (ESD) das frequências <strong>do</strong>s principais picos espectrais origina sobre-oscilação<br />
espectral nas frequências adjacentes (fenómeno de Gibbs, na notação Inglesa).<br />
Qualquer <strong>do</strong>s três estima<strong>do</strong>res utiliza<strong>do</strong>s tem o seu corpo teórico assente no<br />
cálculo da transformada de Fourier da série temporal em análise <strong>–</strong> esta é uma medida da<br />
31
distribuição em frequência da energia total nela contida. O pe<strong>rio</strong><strong>do</strong>grama-simples é,<br />
aliás, a Transformada de Fourier normalizada. Os outros estima<strong>do</strong>res utiliza<strong>do</strong>s <strong>–</strong><br />
pe<strong>rio</strong><strong>do</strong>grama-modifica<strong>do</strong> e méto<strong>do</strong> de Welch <strong>–</strong> oferecem um desempenho melhora<strong>do</strong><br />
relativamente ao primeiro, o que permite fazer face a alguns <strong>do</strong>s problemas de análise<br />
espectral descritos no parágrafo ante<strong>rio</strong>r e que desenvolvo em seguida.<br />
RESOLUÇÃO ESPECTRAL E VARIÂNCIA ESPECTRAL<br />
A resolução espectral é dada pelo quociente entre a frequência de Nyquist <strong>–</strong><br />
frequência <strong>do</strong> componente harmónico <strong>do</strong> sinal que tem o perío<strong>do</strong> mais curto que se<br />
consegue resolver em análise espectral <strong>–</strong> e o tamanho da transformada de Fourier<br />
normalizada.<br />
A significância estatística tem uma relação inversamente proporcional com a<br />
resolução espectral. Uma forma de aumentar a significância estatística <strong>–</strong> ou seja, reduzir<br />
a variância das estimativas da ESD <strong>–</strong> é partir a série original em segmentos, calculan<strong>do</strong><br />
em seguida o pe<strong>rio</strong><strong>do</strong>grama para cada um deles separadamente. A média das estimativas<br />
espectrais calculada para cada segmento é então tomada como estimativa definitiva.<br />
Este é o algoritmo <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> de Welch. Isto faz com que a estimativa perca resolução,<br />
uma vez que o facto de se partir a série em segmentos faz diminuir o número de pontos<br />
da estimativa.<br />
A figura 2.8 ilustra o problema dicotómico da resolução espectral / variância<br />
espectral. O uso <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> de Welch neste caso reduziu a amplitude <strong>do</strong> intervalo de<br />
confiança a 95% mas tem quatro vezes menos resolução, poden<strong>do</strong> observar-se vá<strong>rio</strong>s<br />
picos espectrais não-resolvi<strong>do</strong>s.<br />
32
FUGA ESPECTRAL<br />
O pe<strong>rio</strong><strong>do</strong>grama-modifica<strong>do</strong> afasta-se <strong>do</strong> pe<strong>rio</strong><strong>do</strong>grama-simples por prever a<br />
aplicação de uma janela atenuante das extremidades <strong>do</strong> sinal analisa<strong>do</strong>, levan<strong>do</strong>-o a<br />
zero. Isto é feito para limitar o efeito da truncagem das séries <strong>–</strong> na amostragem <strong>–</strong> que<br />
leva a obter ciclos não inteiros <strong>do</strong>s seus processos físicos actuantes. A não aplicação de<br />
uma janela atenuante <strong>do</strong> sinal nas extremidades conduz ao efeito de fuga espectral já<br />
referi<strong>do</strong> e que está ilustra<strong>do</strong> na figura 2.9, onde se nota sobre-oscilação nas frequências<br />
adjacentes à semi-diurna (aprox. 0.08 cph <strong>–</strong> ciclos por hora) e o surgimento de <strong>do</strong>is<br />
lóbulos laterais espú<strong>rio</strong>s. O méto<strong>do</strong> de Welch pode, em teoria, não prever a aplicação de<br />
uma janela atenuante das extremidades. Em to<strong>do</strong> o caso, os estima<strong>do</strong>res de Welch e<br />
pe<strong>rio</strong><strong>do</strong>grama-modifica<strong>do</strong> que utilizei utilizam uma janela atenuante <strong>do</strong> tipo co-seno:<br />
janela de Hann.<br />
figura 2.8<br />
ºC 2 /cph<br />
1E+002<br />
1E+001<br />
1E+000<br />
1E-001<br />
1E-002<br />
0.01<br />
0.02<br />
0.03<br />
0.04<br />
0.05<br />
0.06<br />
Frequência (cph)<br />
Avintes 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia da temperatura<br />
Linha cheia <strong>–</strong> Pe<strong>rio</strong><strong>do</strong>grama-modifica<strong>do</strong> ( res. aprox. 0,00073 cph; 2 graus liberdade (g.l.);<br />
Intervalo de Confiança a 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa (IC 95%): [0,27108;39,21569] ); Traço<br />
interrompi<strong>do</strong> <strong>–</strong> Welch c/ 4 segmentos ( res. aprox 0,0029 cph; 8 gl; IC 95%: [0,45623;3,66972] )<br />
0.07<br />
0.08<br />
0.09<br />
0.1<br />
33
TRANSFORMADA RÁPIDA DE FOURIER<br />
Os algoritmos de análise espectral de Fourier implementa<strong>do</strong>s prevêem o cálculo<br />
da transformada de Fourier sobre séries com um número de pontos igual a uma potência<br />
de 2 <strong>–</strong> para optimização <strong>do</strong> tempo de execução computacional, num algoritmo que é<br />
conheci<strong>do</strong> por Transformada rápida de Fourier. Isto obriga a que as séries sejam<br />
preenchidas com zeros. O facto de ter que se adicionar zeros tem um papel fundamental<br />
na estimação da ESD com o méto<strong>do</strong> de Welch, pois introduz uma deformação na<br />
normalização da energia pela duração da série temporal; privilegiei soluções espectrais<br />
que acrescentassem o menor número possível de zeros.<br />
Kpa 2 /cph<br />
1E+007<br />
1E+006<br />
1E+005<br />
1E+004<br />
1E+003<br />
1E+002<br />
1E+001<br />
1E+000<br />
1E-001<br />
1E-002<br />
figura 2.9<br />
0.06<br />
0.065<br />
0.07<br />
0.075<br />
0.08<br />
Frequência (cph)<br />
Avintes 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia da pressão relativa<br />
Preto, a cheio <strong>–</strong> Pe<strong>rio</strong><strong>do</strong>grama-simples (res. aprox. 0,00073 cph, 2 g.l.; IC 95%:<br />
[0,27108;39,21569]); Cinzento, a traço interrompi<strong>do</strong> <strong>–</strong> Pe<strong>rio</strong><strong>do</strong>grama-modifica<strong>do</strong> (idem)<br />
0.085<br />
0.09<br />
0.095<br />
0.1<br />
34
2.5.2 - DISTRIBUIÇÃO HORÁRIA CARACTERÍSTICA<br />
Utilizei ainda uma outra ferramenta que permite, sob algumas condicionantes,<br />
estudar a composição das séries temporais observadas, não em frequência, mas em<br />
distribuição horária. O espectro resultante não é uma medida directa da distribuição<br />
frequencial da variabilidade <strong>–</strong> como aquele obti<strong>do</strong> na teoria espectral clássica <strong>–</strong> mas<br />
antes a distribuição média de uma propriedade ao longo de um ciclo diá<strong>rio</strong> completo.<br />
Ao mesmo tempo que permite estudar a distribuição circadiana média de um<br />
determina<strong>do</strong> processo, o méto<strong>do</strong> fornece pistas sobre a existência de pe<strong>rio</strong>dicidades de<br />
24 horas e submúltiplas de 24 horas.<br />
A meto<strong>do</strong>logia é especialmente indicada para o estu<strong>do</strong> de processos<br />
antropogénicos uma vez que estes apresentam normalmente um padrão de distribuição<br />
com pe<strong>rio</strong>dicidades inteiras <strong>–</strong> se as pe<strong>rio</strong>dicidades importantes não forem inteiras, a<br />
propriedade média distribui-se por to<strong>do</strong> o espectro horá<strong>rio</strong>.<br />
Além disso, a meto<strong>do</strong>logia permite retirar significa<strong>do</strong> da existência de picos<br />
horá<strong>rio</strong>s bem defini<strong>do</strong>s <strong>–</strong> interpretan<strong>do</strong>-os como pe<strong>rio</strong>dicidades importantes <strong>–</strong> apenas se<br />
a frequência de ocorrência for grande. Ocorrências esporádicas de grande intensidade<br />
adulterariam esse tipo de interpretação.<br />
2.6 - FILTRAGEM E COMPACTAÇÃO<br />
A análise das séries temporais no <strong>do</strong>mínio frequência serviu <strong>–</strong> como já referi <strong>–</strong> de<br />
base de optimização da resposta em frequência <strong>do</strong>s filtros de selectividade espectral,<br />
que desenhei para remover a variabilidade não desejada <strong>–</strong> entenda-se aqui como ruí<strong>do</strong>.<br />
35
A dinâmica estuarina é induzida em grande parte pelo balanço existente entre os<br />
forçamentos pela maré e pelo funcionamento <strong>do</strong> <strong>rio</strong>. A amostragem a<strong>do</strong>ptada na recolha<br />
de da<strong>do</strong>s (cinco minutos, em 2005; e dez minutos, em 2006) permite obter informação<br />
sobre o conteú<strong>do</strong> espectral das séries para componentes de Fourier com perío<strong>do</strong>s tão<br />
pequenos como 10 minutos <strong>–</strong> frequências tão grandes como 6 cph <strong>–</strong>, em 2005; ou 20<br />
minutos e 3 cph, respectivamente, em 2006. A fenomenologia que trabalha nas bandas<br />
de frequência acima <strong>do</strong>s 0,5 cph <strong>–</strong> perío<strong>do</strong> de 2 horas <strong>–</strong> não é importante neste tipo de<br />
sistemas estuarinos <strong>–</strong> não está associada aos forçamentos <strong>do</strong>minantes.<br />
Para além disto, esta variabilidade de curto perío<strong>do</strong> actua numa região espectral<br />
em que começa a ser difícil distinguir sinal resultante de processos físicos de ruí<strong>do</strong><br />
provoca<strong>do</strong> por erro instrumental.<br />
É ainda importante ter em conta a limitação de tempo que é imposta por gastos<br />
computacionais eleva<strong>do</strong>s no tratamento de ficheiros electrónicos com vá<strong>rio</strong>s milhares de<br />
pontos e o estabelecimento de uma mesma base temporal para os diversos da<strong>do</strong>s<br />
trabalha<strong>do</strong>s. Importou, então, reamostrar os da<strong>do</strong>s para um intervalo de amostragem<br />
mais adequa<strong>do</strong> <strong>–</strong> escolhi uma resolução de reamostragem de 1 hora. Antes de proceder à<br />
filtragem, analisei a adequabilidade <strong>do</strong> uso de <strong>do</strong>is tipos de filtros passa-baixas, com<br />
características marcadamente diferentes: o filtro de Butterworth; e o filtro de médias<br />
móveis.<br />
2.6.1 <strong>–</strong> FILTRO DE BUTTERWORTH E FILTRO MÉDIAS MÓVEIS<br />
O filtro de Butterworth tem como vantagem sobre um filtro de média-móveis, o<br />
facto de ter respostas constantes na banda passante e na banda de corte, eliminan<strong>do</strong><br />
efectivamente a variabilidade não desejada e reten<strong>do</strong> a variabilidade de interesse nas<br />
bandas seleccionadas. Aproxima-se de um filtro ideal com o incremento de ordem.<br />
36
Por outro la<strong>do</strong>, o filtro de Butterworth não é adequa<strong>do</strong> a trabalhar um sinal que<br />
tenha variações bruscas, pois ordens elevadas <strong>–</strong> acima de 7, comprovadamente <strong>–</strong> não<br />
têm uma fase transiente limpa. Isto não apresenta qualquer problema na filtragem da<br />
velocidade <strong>–</strong> cuja variabilidade é fortemente sinusoidal <strong>–</strong> mas limita a ordem <strong>do</strong> filtro a<br />
utilizar na filtragem de parâmetros cuja resposta no tempo aos forçamentos actuantes<br />
seja <strong>do</strong> tipo pulso (ver figura 2.13 e capítulo sobre a ordem <strong>do</strong> filtro de Butterworth).<br />
Ao contrá<strong>rio</strong>, os filtros de média-móvel <strong>–</strong> são, em cada ponto da série, a média <strong>do</strong><br />
sinal numa janela de comprimento temporal igual ao perío<strong>do</strong> que se quer remover <strong>–</strong> têm<br />
uma fase transiente limpa, o que elimina o efeito de sobre-oscilação quan<strong>do</strong> aplica<strong>do</strong>s a<br />
sinais com variações bruscas. A limitação destes filtros está no facto de a banda<br />
passante não ter uma resposta plana. As figuras 2.10 e 2.11 mostram que a curva da<br />
função de transferência de um filtro médias-móveis é sinusoidal na região que<br />
interessava preservar <strong>–</strong> perío<strong>do</strong>s acima das duas horas <strong>–</strong>, fazen<strong>do</strong> com que retenha<br />
apenas cerca de 75 % da variabilidade associada a perío<strong>do</strong>s limite da banda de transição<br />
equivalente de Butterworth <strong>–</strong> onde este preservava quase 100 %. Este efeito de<br />
atenuação <strong>do</strong> sinal está ilustra<strong>do</strong> na figura 2.12.<br />
2.6.2 <strong>–</strong> FREQUÊNCIA DE CORTE E BANDAS SELECCIONADAS<br />
A estratégia de filtragem passou por desenvolver uma meto<strong>do</strong>logia de<br />
optimização de um filtro de Butterworth de tangente que removesse a variabilidade de<br />
curto perío<strong>do</strong> <strong>–</strong> tipicamente abaixo das duas horas <strong>–</strong>, preservan<strong>do</strong>, ao mesmo tempo, a<br />
pelo menos 99%, o conteú<strong>do</strong> espectral de interesse. Seleccionan<strong>do</strong> uma frequência de<br />
corte e largura de banda de transição adequadas de um filtro passa-baixas, apontei para<br />
a preservação da banda de frequência da parte infe<strong>rio</strong>r <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio de Nyquist que<br />
culmina na componente harmónica de maré com perío<strong>do</strong> de 3 horas, a oitavo-diurna.<br />
37
H(f)<br />
0.75<br />
0.25<br />
-0.25<br />
figura 2.10<br />
1<br />
0.5<br />
0<br />
0<br />
0.5<br />
1<br />
1.5<br />
2<br />
2.5<br />
3<br />
3.5<br />
Frequência (cph)<br />
Funções de transferência <strong>–</strong> Intervalo de amostragem de 5 min<br />
Preto <strong>–</strong> Butterworth O 12 2.4 h; Cinzento <strong>–</strong> Média móvel c/ 25 pontos<br />
H(f)<br />
0.75<br />
0.25<br />
-0.25<br />
figura 2.11<br />
1<br />
0.5<br />
0<br />
0<br />
0.5<br />
1<br />
1.5<br />
Frequência (cph)<br />
Funções de transferência <strong>–</strong> Intervalo de amostragem de 10 min<br />
Preto <strong>–</strong> Butterworth O 12 2.4 h; Cinzento <strong>–</strong> Média móvel c/ 13 pontos<br />
4<br />
2<br />
4.5<br />
5<br />
2.5<br />
5.5<br />
6<br />
3<br />
38
Adim.<br />
figura 2.12<br />
10<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
Mar-02 12:00<br />
Mar-02 18:00<br />
Mar-03 0:00<br />
Mar-03 6:00<br />
Mar-03 12:00<br />
Mar-03 18:00<br />
Mar-04 0:00<br />
Avintes 2006 <strong>–</strong> Filtragem da salinidade<br />
2.6.3 Azul <strong>–</strong> ORDEM Sinal original; DO Cinzento FILTRO <strong>–</strong> O E 10 LARGURA 2.2 h; Traço DA interrompi<strong>do</strong> BANDA <strong>–</strong> DE Média TRANSIÇÃO<br />
móvel c/ 13 pontos<br />
2.6.3 <strong>–</strong> ORDEM DO FILTRO E LARGURA DA BANDA DE TRANSIÇÃO<br />
No processo de optimização da escolha da frequência de corte e largura da banda<br />
de transição, atribuí igualmente importância à tentativa de assegurar que a região<br />
espectral acima <strong>do</strong>s 0,5 cph não retivesse mais <strong>do</strong> que 1 % da variabilidade original, sob<br />
pena de que a reamostragem a uma hora originasse efeitos de sobreposição espectral <strong>–</strong><br />
aliasing, na notação Inglesa.<br />
A redução da largura da banda de transição <strong>–</strong> de mo<strong>do</strong> a evitar a sobreposição<br />
espectral na reamostragem <strong>–</strong> impõe um aumento da ordem <strong>do</strong> filtro (figura 2.14). Não é,<br />
no entanto, possível aumentá-la indefinidamente de mo<strong>do</strong> a almejar a obtenção de um<br />
filtro ideal, mais uma vez porque a fase transiente <strong>do</strong>s filtros de Butterworth de ordem<br />
elevada provoca efeitos de sobre-oscilação em sinais tipo pulso (figura 2.13).<br />
39
Adim.<br />
figura 2.13<br />
10<br />
8<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
Mar-02 12:00<br />
Mar-02 18:00<br />
Mar-03 0:00<br />
Mar-03 6:00<br />
Mar-03 12:00<br />
Mar-03 18:00<br />
Avintes 2006 <strong>–</strong> Salinidade filtrada com Butterworth<br />
Azul <strong>–</strong> Sinal original; Cinzento <strong>–</strong> O 10 2.2 h; Traço interrompi<strong>do</strong> <strong>–</strong> O 15 2.5h<br />
H(f)<br />
figura 2.14<br />
1<br />
0.8<br />
0.6<br />
0.4<br />
0.2<br />
0<br />
0.25<br />
0.3<br />
0.35<br />
0.4<br />
0.45<br />
0.5<br />
0.55<br />
0.6<br />
0.65<br />
0.7<br />
Frequência (cph)<br />
Mar-04 0:00<br />
0.75<br />
0.8<br />
0.85<br />
0.9<br />
0.95<br />
Função de Transferência <strong>do</strong> filtro de Butterworth<br />
Intervalo de Amostragem de 10 min; Frequência de corte 2h<br />
Traço interrompi<strong>do</strong> <strong>–</strong> O 7; Linha cheia, a cinzento <strong>–</strong> O 10; Linha cheia, a preto O 15<br />
1<br />
40
2.6.4 <strong>–</strong> DISTORÇÃO NAS EXTREMIDADES DAS SÉRIES<br />
Os filtros de Butterworth provocam uma distorção <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s nas extremidades<br />
das séries. Minorei esta limitação aplican<strong>do</strong> o filtro sobre uma série com as<br />
extremidades replicadas e invertidas, numa fracção de 10 % <strong>do</strong> comprimento total <strong>do</strong>s<br />
da<strong>do</strong>s. De qualquer forma, subsiste sempre alguma distorção que só pode ser eliminada<br />
removen<strong>do</strong> uma parte das extremidades <strong>do</strong> sinal <strong>–</strong> o que optei por não fazer,<br />
consideran<strong>do</strong> satisfató<strong>rio</strong> o resulta<strong>do</strong> da medida de limitação <strong>do</strong> problema. A<br />
discrepância entre os resulta<strong>do</strong>s da filtragem com e sem a aplicação da meto<strong>do</strong>logia de<br />
replicação das extremidades atingiu, para alguns parâmetros, cerca de 5 % da amplitude<br />
<strong>do</strong>s valores originais.<br />
2.6.5 <strong>–</strong> NOTAS FINAIS SOBRE A FILTRAGEM E COMPACTAÇÃO<br />
A optimização das características <strong>do</strong> filtro a aplicar a cada série particular mostrou<br />
que as soluções filtro de Butterworth de ordem 12 ou 15, com perío<strong>do</strong> de corte às 2,4<br />
horas ou às 2,5 horas oferecem uma resposta em frequência muito idêntica e cumpri<strong>do</strong>ra<br />
<strong>do</strong>s objectivos já referi<strong>do</strong>s. Ambas as configurações revelaram resulta<strong>do</strong>s eficazes em<br />
to<strong>do</strong>s os parâmetros com variabilidade essencialmente sinusoidal: to<strong>do</strong>s os sinais de<br />
2005; e a velocidade e pressão, em qualquer das campanhas.<br />
Por outro la<strong>do</strong>, os sinais de temperatura e salinidade regista<strong>do</strong>s durante a<br />
campanha de 2006 têm uma variabilidade muito pouco sinusoidal <strong>–</strong> <strong>do</strong> tipo pulso <strong>–</strong> o<br />
que levou a que tivesse que os filtrar com Butterworth de ordem infe<strong>rio</strong>r, em Avintes:<br />
ordem 10, com perío<strong>do</strong> de corte às 2,2 horas; e com médias móveis de 13 pontos, na<br />
Cantareira.<br />
41
2.7 - UNIDIMENSIONALIZAÇÃO<br />
O campo de velocidade horizontal observa<strong>do</strong> é uma grandeza vectorial que<br />
descreve, num determina<strong>do</strong> local e a cada instante <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> de observação a<br />
velocidade da corrente, escrita nas suas componentes cartesianas: u (Leste-Oeste) e v<br />
(Norte-Sul). Para <strong>rio</strong>s com canais relativamente estreitos, em que a circulação lateral<br />
seja pouco importante, é possível passar a descrever o escoamento com recurso a apenas<br />
uma quantidade escalar <strong>–</strong> que o traduza numa base longitudinal. O estuá<strong>rio</strong> <strong>do</strong> <strong>rio</strong> <strong>Douro</strong><br />
tem uma largura bastante pequena em toda a sua extensão, à excepção <strong>do</strong> troço final,<br />
junto à foz. O facto de os correntómetros estarem fundea<strong>do</strong>s no canal principal justifica<br />
que se admita como válida para to<strong>do</strong>s os locais a hipótese 1D, mesmo no local mais a<br />
jusante, consideran<strong>do</strong>-se que o escoamento de cheia das zonas intertidais é baixo e toda<br />
a circulação não longitudinal ao canal principal é promovida pela topografia <strong>do</strong> seu<br />
fun<strong>do</strong>.<br />
A meto<strong>do</strong>logia desenvolvida passou então por reescrever o campo de velocidade<br />
horizontal num sistema de coordenadas tal, que permitisse descrever o escoamento<br />
montante / jusante com recurso a apenas uma quantidade escalar <strong>–</strong> transferin<strong>do</strong> para esta<br />
coordenada a maior parte da variabilidade. A vantagem desta abordagem 1D é a<br />
viabilização da aplicação simplificada de um conjunto de meto<strong>do</strong>logias de<br />
processamento da velocidade com vista à interpretação de diversos aspectos dinâmicos<br />
<strong>do</strong> escoamento estuarino <strong>–</strong> para além de um natural menor gasto computacional no<br />
processamento consequente de da<strong>do</strong>s de velocidade.<br />
Os casos em estu<strong>do</strong> são complexos <strong>–</strong> porque a orientação <strong>do</strong> canal não é nunca<br />
coincidente com um <strong>do</strong>s versores cartesianos tradicionais e, também, porque a<br />
circulação parece ser muito condicionada pelo fun<strong>do</strong>, o que se traduz num escoamento<br />
42
pouco longitudinal ao <strong>rio</strong>, regra geral. Mais ainda, a forma como a batimetria<br />
condiciona a orientação <strong>do</strong> escoamento é <strong>–</strong> muitas vezes <strong>–</strong> diferente consoante este se<br />
faz para montante ou para jusante e é ainda determinada, em cada senti<strong>do</strong>, pela sua<br />
intensidade. Isto levou a que tivesse que considerar duas abordagens diferentes ao<br />
problema: a reorientação com direcção única; e a reorientação com direcções múltiplas.<br />
Começarei por descrever o méto<strong>do</strong> geral para, em seguida, ilustrar com <strong>do</strong>is exemplos<br />
os casos paradigmáticos que conduzem à aplicação de uma ou outra abordagem.<br />
2.7.1 <strong>–</strong> DIRECÇÕES PRINCIPAIS DE VARIABILIDADE<br />
O sistema de coordenadas que melhor se ajusta à descrição 1D <strong>do</strong> problema da<br />
velocidade foi configura<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong> cálculo da 1ª direcção principal de variabilidade.<br />
O cálculo da direcção principal é uma aplicação de PCA <strong>–</strong> análise de componentes<br />
principais, na tradução para Português <strong>do</strong> acrónimo em Inglês <strong>–</strong> ou análise EOF <strong>–</strong><br />
funções empíricas ortogonais <strong>–</strong>, como é conhecida em Oceanografia. A ideia básica das<br />
EOF é decompor a grandeza em estu<strong>do</strong> numa combinação linear de funções ortogonais<br />
com dependência espacial <strong>–</strong> vectores próp<strong>rio</strong>s <strong>–</strong> cujo efeito combina<strong>do</strong> no tempo produz<br />
a variabilidade total observada e que é, mediante a identificação <strong>do</strong>s mo<strong>do</strong>s <strong>do</strong>minantes<br />
<strong>–</strong> valores próp<strong>rio</strong>s <strong>–</strong>, a assinatura <strong>do</strong>s processos físicos actuantes.<br />
No caso da aplicação ao cálculo da direcção principal, o problema de valores<br />
próp<strong>rio</strong>s é usa<strong>do</strong> para decompor o campo de velocidade horizontal numa combinação de<br />
<strong>do</strong>is eixos principais de variabilidade, ortogonais: um, em que a variância é máxima;<br />
outro, em que a variância é mínima.<br />
43
A 1ª direcção principal de variabilidade é o vector próp<strong>rio</strong> que coincide com o<br />
eixo de variância máxima <strong>do</strong> sinal e é dada pela solução da equação 1; enquanto a 2ª<br />
direcção principal corresponde ao eixo de variância mínima e é perpendicular à 1ª:<br />
1 ⎡ 2σ<br />
u v<br />
θ p = arctan<br />
2 2<br />
2<br />
⎢<br />
⎣σ<br />
u −σ<br />
v<br />
⎤<br />
⎥<br />
⎦<br />
(1)<br />
Em que: σ u v , é a covariância cruzada das componentes meridional e zonal da<br />
velocidade; e σ −σ<br />
, a diferença entre as variâncias das duas componentes. A<br />
direcção<br />
2<br />
u<br />
2<br />
v<br />
θ p é medida entre<br />
π π<br />
− e .<br />
2 2<br />
2.7.2 <strong>–</strong> DIRECÇÃO MÉDIA DO ESCOAMENTO<br />
A orientação estatística média <strong>do</strong> escoamento <strong>–</strong> direcção <strong>do</strong> vector cujas<br />
componentes são a média das componentes cartesianas <strong>do</strong> campo de velocidade<br />
horizontal, ou seja, a direcção <strong>do</strong> vector horizontal médio <strong>–</strong> é, de certa forma, uma<br />
medida da validade da aproximação 1D ao problema da velocidade. De facto, o vector<br />
horizontal médio é o resíduo da velocidade horizontal registada durante o perío<strong>do</strong> de<br />
observação, o que faz com que seja um indica<strong>do</strong>r da importância da circulação lateral<br />
quan<strong>do</strong> a sua direcção não coincide com a direcção principal.<br />
2.7.3 <strong>–</strong> MATRIZ DE TRANSFORMAÇÃO DE COORDENADAS<br />
Uma vez definida a 1ª direcção principal de variabilidade, o campo de velocidade<br />
horizontal foi reescrito a partir da matriz de transformação descrita no sistema de<br />
equações 2:<br />
44
⎪⎧<br />
u´<br />
= u cosθ<br />
p − vsinθ<br />
p<br />
⎨<br />
⎪⎩<br />
v´<br />
= u sinθ<br />
p + v cosθ<br />
p<br />
ou<br />
⎡u´<br />
⎤ ⎡cosθ<br />
⎢ ⎥ = ⎢<br />
⎣v´<br />
⎦ ⎢⎣<br />
sin θ<br />
p<br />
p<br />
-sin<br />
θ<br />
cosθ<br />
p<br />
p<br />
⎤ ⎡u⎤<br />
⎥ . ⎢ ⎥<br />
⎥⎦<br />
⎣v⎦<br />
A variabilidade <strong>do</strong> campo de velocidade foi assim transferida para a coordenada<br />
u ´ <strong>–</strong> componente longitudinal da velocidade <strong>–</strong>, poden<strong>do</strong> v´<br />
<strong>–</strong> componente transversal <strong>–</strong><br />
ser desprezada nos estu<strong>do</strong>s subsequentes.<br />
2.7.4 <strong>–</strong> REORIENTAÇÃO COM DIRECÇÃO ÚNICA<br />
O caso mais simples é aquele em que os escoamentos montante / jusante se fazem<br />
segun<strong>do</strong> uma direcção principal única. O sistema de coordenadas foi, neste caso,<br />
reorienta<strong>do</strong> de mo<strong>do</strong> a fazer coincidir o novo eixo <strong>do</strong>s xx com a 1ª direcção principal de<br />
variabilidade.<br />
A separação <strong>do</strong> escoamento montante / jusante <strong>–</strong> e, consequentemente, o sinal da<br />
componente longitudinal da velocidade <strong>–</strong> foi aqui feito pela 2ª direcção principal de<br />
variabilidade. A figura 2.15 mostra um exemplo em que foi aplica<strong>do</strong> este méto<strong>do</strong> de<br />
reorientação. Note-se que o vector médio praticamente coincide com a direcção<br />
(2)<br />
principal, o que é consequência da quase inexistência de circulação lateral.<br />
2.7.5 <strong>–</strong> REORIENTAÇÃO COM DIRECÇÕES MÚLTIPLAS<br />
A figura 2.16 <strong>–</strong> que se refere a uma velocidade registada aproximadamente no<br />
mesmo local da figura 2.15, mas durante a campanha de Inverno ilustra um <strong>do</strong>s casos<br />
em que o méto<strong>do</strong> mais simples de reorientação <strong>do</strong> sistema de coordenadas não é<br />
aplicável.<br />
45
285<br />
270<br />
255<br />
300<br />
240<br />
figura 2.15<br />
315<br />
225<br />
330<br />
210<br />
345<br />
195<br />
0<br />
180<br />
15<br />
165<br />
30<br />
150<br />
45<br />
135<br />
60<br />
0 10 20 30 40<br />
cms -1<br />
Avintes 2005 <strong>–</strong> Dispersão da velocidade junto ao fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> canal (0º = Norte)<br />
Eixo x´ <strong>–</strong> 1ª direcção principal de variabilidade. Vector médio a cinzento (sem escala; magnitude<br />
aprox. 5 cms -1 ). Levantamento batimétrico de 2004; Carta referida ao zero-hidrográfico<br />
120<br />
75<br />
90<br />
105<br />
4<br />
2<br />
0<br />
-2<br />
-4<br />
-6<br />
-8<br />
-10<br />
-12<br />
-14<br />
-16<br />
-18<br />
-20<br />
-22<br />
-24<br />
-26<br />
-27<br />
-28<br />
É possível observar que o correntómetro pontual ficou, em 2006, localiza<strong>do</strong> numa<br />
zona batimétrica ligeiramente diferente <strong>–</strong> basta reparar que o ponto central <strong>do</strong> diagrama<br />
polar se inscreve numa classe de profundidade diferente <strong>–</strong> o que pode estar na origem da<br />
alteração <strong>do</strong> alinhamento <strong>do</strong> escoamento nas duas campanhas. Por outro la<strong>do</strong> pode ser<br />
que o aumento da magnitude <strong>do</strong> escoamento tenha promovi<strong>do</strong> um condicionamento<br />
menor por parte da batimetria local, fazen<strong>do</strong> com que tenha surgi<strong>do</strong> uma terceira<br />
direcção preferencial. Uma análise da série temporal da direcção <strong>do</strong> escoamento mostra<br />
que o enche/vaza se fazia até certo instante <strong>–</strong> correlaciona<strong>do</strong> com um aumento abrupto<br />
46
<strong>do</strong> caudal fluvial <strong>–</strong> pelas direcções designadas na figura por x1´ e -x3´, passan<strong>do</strong> a fazer-<br />
se com o alinhamento x1´ e -x2´ daí em diante.<br />
De qualquer maneira, e sem atribuir ao conhecimento das causas <strong>do</strong> padrão de<br />
escoamento o objectivo <strong>do</strong> processamento, o problema serve para justificar a introdução<br />
desta nova abordagem à unidimensionalização <strong>do</strong> campo de velocidade.<br />
285<br />
270<br />
255<br />
300<br />
240<br />
figura 2.16<br />
315<br />
225<br />
330<br />
210<br />
345<br />
195<br />
0<br />
180<br />
15<br />
165<br />
30<br />
150<br />
45<br />
135<br />
60<br />
0 40 80 120<br />
cms -1<br />
Avintes 2006 <strong>–</strong> Dispersão da velocidade junto ao fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> canal (0º = Norte)<br />
Eixos x1´a x3´ <strong>–</strong> direcções empíricas preferenciais. Vector médio a cinzento (sem escala; magnitude<br />
aprox. 30 cms -1 ). Linhas a traço interrompi<strong>do</strong> <strong>–</strong> limites <strong>do</strong>s sectores de reorientação. Levantamento<br />
batimétrico de 2004; Carta referida ao zero-hidrográfico<br />
No fun<strong>do</strong>, este méto<strong>do</strong> de reorientação com direcções múltiplas é uma<br />
generalização <strong>do</strong> primeiro méto<strong>do</strong>, com o campo de velocidade a ser reescrito, agora,<br />
em múltiplos sistemas de eixos, dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> sector <strong>do</strong> círculo polar em que cada<br />
120<br />
75<br />
90<br />
105<br />
4<br />
2<br />
0<br />
-2<br />
-4<br />
-6<br />
-8<br />
-10<br />
-12<br />
-14<br />
-16<br />
-18<br />
-20<br />
-22<br />
-24<br />
-26<br />
-27<br />
-28<br />
47
vector velocidade se inscreve, a cada instante de tempo. As três linhas a traço<br />
interrompi<strong>do</strong> que se podem ver na figura 2.16 delimitam os três sectores previstos e<br />
posicionam-se na distância angular central a cada intervalo estabeleci<strong>do</strong> pelas direcções<br />
preferenciais.<br />
Chamo-lhes direcções preferenciais e não direcções principais de variabilidade<br />
porque a sua definição carece de um crité<strong>rio</strong> de optimização estatística. São direcções<br />
empíricas. A 1ª direcção principal de variabilidade é, neste caso, uma direcção<br />
intermédia, que não representa bem o problema.<br />
Neste caso, a separação <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> escoamento é feita pelos limites que<br />
separam as direcções preferenciais: x1´ e -x3´; e x1´ e -x2´.<br />
Embora o méto<strong>do</strong> seja de aplicação simples ao caso de exemplo da figura 2.16,<br />
traz, no entanto, problemas de ambiguidade na representação <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> escoamento<br />
em algumas situações. A figura 2.17 mostra uma situação teórica, em que os<br />
escoamentos para montante e para jusante seguem duas direcções preferenciais<br />
diferentes. Note-se que a linha a traço interrompi<strong>do</strong> delimita a escolha da orientação <strong>do</strong><br />
sistema de coordenadas e também o senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> escoamento.<br />
Vectores velocidade que se inscrevam <strong>–</strong> num determina<strong>do</strong> instante <strong>–</strong> no sector S2,<br />
são reescritos com o senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> escoamento troca<strong>do</strong>. Por outro la<strong>do</strong>, uma vez inverti<strong>do</strong><br />
o sinal <strong>do</strong>s vectores localiza<strong>do</strong>s dentro <strong>do</strong> sector S2, vectores com a mesma magnitude<br />
que distem também uma mesma distancia angular das direcções -y1´ ou -y2´ são<br />
ambíguos pois, na prática, são o mesmo.<br />
Um estu<strong>do</strong> alarga<strong>do</strong> a outras configurações levou-me a implementar a hipótese de<br />
correcção da inversão <strong>do</strong> sinal, sempre que duas direcções preferenciais que<br />
compreendam um <strong>do</strong>s limites <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> escoamento formem entre si um ângulo<br />
supe<strong>rio</strong>r a 180º <strong>–</strong> medi<strong>do</strong> no senti<strong>do</strong> que contém o limite.<br />
48
O anexo A mostra um resumo da estatística vectorial da velocidade onde constam<br />
os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> cálculo <strong>do</strong> vector médio e direcções principais de variabilidade, bem<br />
como o méto<strong>do</strong> de reorientação <strong>do</strong> sistema de eixos aplica<strong>do</strong> a cada caso particular.<br />
-x 2´<br />
figura 2.17<br />
y 1´<br />
-<br />
S1<br />
+<br />
-<br />
y 2´<br />
-<br />
+<br />
+<br />
-<br />
+<br />
S2<br />
Reorientação <strong>do</strong> sistema de coordenadas da velocidade com méto<strong>do</strong> de direcções múltiplas<br />
Eixos x1´e x2´ <strong>–</strong> direcções empíricas preferenciais teóricas. Traço interrompi<strong>do</strong> <strong>–</strong> limite teórico <strong>do</strong><br />
senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> escoamento. Sinais + e <strong>–</strong> descrevem o senti<strong>do</strong> teórico <strong>do</strong> escoamento. S1, S2 <strong>–</strong> Sectores<br />
limite <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> escoamento<br />
x 1´<br />
49
2.8 <strong>–</strong> DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA<br />
A análise <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong> espectral <strong>do</strong>s sinais observa<strong>do</strong>s permitiu identificar os<br />
principais forçamentos actuantes em cada um <strong>do</strong>s regimes de escoamento fluvial em<br />
que decorreram as campanhas.<br />
Impôs-se, em seguida, calcular a sua distribuição espacial e sazonal. Optei por<br />
fazê-lo encaixan<strong>do</strong> a densidade de energia em classes espectrais associadas a<br />
forçamentos típicos, em vez de comparar componentes isola<strong>do</strong>s. Isto vem de acor<strong>do</strong><br />
com as características da fenomenologia de maré, que tem múltiplas constituintes<br />
agrupadas por pe<strong>rio</strong>dicidades semelhantes.<br />
Os estima<strong>do</strong>res espectrais utiliza<strong>do</strong>s na obtenção da composição <strong>do</strong> sinal têm<br />
resoluções diferentes <strong>–</strong> nos <strong>do</strong>is regimes sazonais <strong>–</strong> o que impôs que os comparasse<br />
através da energia e não da densidade de energia, ten<strong>do</strong> para isso multiplica<strong>do</strong> cada<br />
estimativa pelo valor da resolução espectral respectiva.<br />
Os quadros 2.3 e 2.4 listam as classes em que encaixei o conteú<strong>do</strong> espectral <strong>do</strong>s<br />
parâmetros medi<strong>do</strong>s com os correntómetros, e o conteú<strong>do</strong> espectral <strong>do</strong> caudal lança<strong>do</strong><br />
em Crestuma, respectivamente.<br />
O quadro 2.3 inclui ainda a designação <strong>do</strong> forçamento / ou forçamentos<br />
associa<strong>do</strong>s a cada classe espectral. Note-se que associo o caudal às duas primeiras<br />
classes <strong>–</strong> correspondem às classes de maior perío<strong>do</strong> <strong>–</strong> com base nos resulta<strong>do</strong>s da<br />
análise espectral (ver capitulo de resulta<strong>do</strong>s), e os processos oceânicos à classe 2 <strong>–</strong> com<br />
base no conhecimento que se tem sobre as escalas de actuação <strong>do</strong>s fenómenos da<br />
atmosfera e da sua resposta por parte <strong>do</strong> oceano costeiro.<br />
É importante dizer aqui que a assinatura espectral <strong>do</strong> caudal se faz também nas<br />
classes espectrais que estão associadas ao forçamento pela maré <strong>–</strong> mostrarei no capítulo<br />
50
esulta<strong>do</strong>s que isto acontece particularmente no Verão <strong>–</strong>, o que, não ten<strong>do</strong> de imediato<br />
solução, resolvi admitin<strong>do</strong> que a importância <strong>do</strong> forçamento pela maré é, nestas classes,<br />
<strong>do</strong>minante sobre a <strong>do</strong> caudal.<br />
Estabeleci os limites <strong>do</strong>s intervalos das classes tiran<strong>do</strong> parti<strong>do</strong> <strong>do</strong> conhecimento<br />
determinístico que se tem sobre as componentes harmónicas da maré. O facto de o<br />
<strong>do</strong>mínio de frequências por que está distribuí<strong>do</strong> o conteú<strong>do</strong> espectral não ser contínuo<br />
obrigou a definir uma classe extra <strong>–</strong> para os parâmetros correntométricos apenas <strong>–</strong> que<br />
alberga a energia que cai fora das restantes classes, o que admito, por hipótese, não<br />
depender de uma resolução espectral inadequada.<br />
2.9 <strong>–</strong> MODULAÇÃO PELO REGIME DE MARÉ<br />
Estudei apenas no <strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> tempo o efeito de modulação exerci<strong>do</strong> pelo regime<br />
de marés vivas e marés mortas. A ideia foi estimar a média populacional da<br />
temperatura, salinidade e velocidade longitudinal em troços de aproximadamente quatro<br />
dias <strong>–</strong> correspondentes a oito ciclos semi-diurnos de perío<strong>do</strong>s extremos quinzenais da<br />
maré. O estu<strong>do</strong> foi feito toman<strong>do</strong> a média de cada ciclo semi-diurno completo como<br />
uma amostra única.<br />
Os troços temporais foram identifica<strong>do</strong>s a partir das séries de pressão relativa,<br />
para o que foi necessá<strong>rio</strong> supor uma velocidade de corrente idealmente em quadratura<br />
com a altura da coluna de água.<br />
Reservo para o capítulo resulta<strong>do</strong>s a descrição e identificação <strong>do</strong>s troços de maré<br />
extrema utiliza<strong>do</strong>s.<br />
51
CLASSE FORÇAMENTO ASSOCIADO FREQUÊNCIA (cph) PERÍODO<br />
Mínimo Máximo Máximo Mínimo<br />
1 Caudal + maré de longo perío<strong>do</strong> 0 0.007 ∞ 5.8 dias<br />
2 Caudal + processos oceânicos 0.007 0.036 5.8 dias 28.0 hr<br />
3 Maré diurna 0.036 0.046 28.0 hr 21.6 hr<br />
4 Maré semi-diurna 0.073 0.089 13.6 hr 11.2 hr<br />
5 Maré terço-diurna 0.118 0.128 8.5 hr 7.8 hr<br />
6 Maré quarto-diurna 0.155 0.170 6.4 hr 5.9 hr<br />
7 Maré quinto-diurna * 0.198 0.209 5.0 hr 4.8 hr<br />
8 Maré sexto-diurna 0.235 0.250 4.2 hr 4.0 hr<br />
9 Maré sétimo-diurna * 0.279 0.286 3.6 hr 3.5 hr<br />
10 Maré oitavo-diurna 0.316 0.333 3.2 hr 3.0 hr<br />
11 0.333 F. Nyquist 3.0 hr T. Nyquist<br />
12 Outras frequências<br />
quadro 2.3<br />
Classes espectrais de variabilidade <strong>–</strong> Parâmetros medi<strong>do</strong>s com os correntómetros<br />
* Incluídas apenas por conveniência<br />
quadro 2.4<br />
CLASSE FREQUÊNCIA (cph) PERÍODO<br />
Mínimo Máximo Máximo Mínimo<br />
1 0 0.007 ∞ 5.8 dias<br />
2 0.007 0.036 5.8 dias 28.0 hr<br />
3 0.036 0.089 28.0 hr 11.2 hr<br />
4 0.089 F. Nyquist 11.2 hr T. Nyquist<br />
Classes espectrais de variabilidade <strong>–</strong> Caudal lança<strong>do</strong> em Crestuma<br />
52
3.1 <strong>–</strong> ESTATÍSTICA DESCRITIVA<br />
3 <strong>–</strong> RESULTADOS<br />
Neste primeiro capítulo de resulta<strong>do</strong>s descrevo os da<strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>s, após<br />
validação, filtragem e compactação. Apresento os cronogramas <strong>do</strong> caudal lança<strong>do</strong> em<br />
Crestuma (figura 3.1), temperatura (figuras 3.3 e 3.4), salinidade (figuras 3.6 e 3.7),<br />
pressão (figuras 3.9 e 3.10) e velocidade longitudinal (figuras 3.11 e 3.12).<br />
Mostro ainda os histogramas <strong>do</strong> caudal lança<strong>do</strong> em Crestuma (figura 3.2) e<br />
concluo a secção referente a cada parâmetro <strong>–</strong> excepto para a pressão <strong>–</strong> com uma síntese<br />
gráfica da estatística descritiva, em que represento: extremos, média e potência da<br />
temperatura e salinidade (figuras 3.5 e 3.8); e média da velocidade longitudinal<br />
(figura 3.13). O quadro 3.1 mostra os perío<strong>do</strong>s de observação <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s compacta<strong>do</strong>s e<br />
descreve os filtros utiliza<strong>do</strong>s na remoção <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong>. O anexo B contém um resumo da<br />
estatística descritiva <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s correntométricos medi<strong>do</strong>s.<br />
LOCAL ANO PARÂMETROS PERÍODO DE OBSERVAÇÃO<br />
Cantareira 2005<br />
Pr, Te, S *3<br />
VL *2<br />
10/09/05 08:00 a 01/10/05 08:00<br />
10/09/05 07:00 a 01/10/05 08:00<br />
P.D. Maria 2005 Pr, Te, S, VL *4 10/09/05 12:30 a 01/10/05 07:30<br />
Avintes 2005 Pr, Te, S, VL *2 09/09/05 20:00 a 30/09/05 15:00<br />
Crestuma 2005 Pr, Te, S, VL *4 10/09/05 15:00 a 30/09/05 16:00<br />
Cantareira 2006<br />
Pr *4, Te, S *5<br />
VL *4<br />
26/02/06 09:00 a 10/04/06 13:00<br />
09/03/06 10:00 a 10/04/06 14:00<br />
Avintes 2006 Pr *4, Te, S *1, VL *4 25/02/06 17:00 a 10/04/06 16:00<br />
quadro 3.1<br />
Síntese de da<strong>do</strong>s compacta<strong>do</strong>s<br />
Símbolos: Pr pressão relativa; Te temperatura; S salinidade; VL velocidade longitudinal<br />
Filtros utiliza<strong>do</strong>s: *1 Butterworth O10 2.2 h *2 Butterworth O12 2.4 h; *3 Butterworth O12 2.5 h;<br />
*4 Butterworth O15 2.5 h; *5 Média móvel 13 pontos<br />
53
3.1.1 <strong>–</strong> CAUDAL LANÇADO EM CRESTUMA<br />
800<br />
600<br />
figura 3.1<br />
2005<br />
400<br />
m 3 /s<br />
200<br />
0<br />
Sep-09 Sep-13 Sep-17 Sep-21 Sep-25 Sep-29<br />
Barragem de Crestuma <strong>–</strong> Cronogramas <strong>do</strong> caudal horá<strong>rio</strong> médio<br />
2005 (à esquerda) <strong>–</strong> 09/09/2005 19:00 a 1/10/2005 09:00; 2006 (à direita) <strong>–</strong> 25/02/06 17:00 a<br />
10/04/06 17:00<br />
4000<br />
3000<br />
2006<br />
2000<br />
m 3 /s<br />
1000<br />
0<br />
Feb-25 Mar-03 Mar-09 Mar-15 Mar-21 Mar-27 Apr-02 Apr-08<br />
54
Frequência absoluta<br />
Frequência absoluta<br />
450<br />
400<br />
350<br />
300<br />
250<br />
200<br />
150<br />
100<br />
50<br />
0<br />
350<br />
300<br />
250<br />
200<br />
150<br />
100<br />
50<br />
0<br />
figura 3.2<br />
2005<br />
0 100 200 300 400 500 600 Mais<br />
2006<br />
Classe (m 3 /s)<br />
Frequência<br />
% acumulada<br />
0 300 600 900 1200 1500 1800 2100 2400 2700 3000 Mais<br />
Classe (m 3 /s)<br />
Frequência<br />
% acumulada<br />
Barragem de Crestuma <strong>–</strong> Histograma <strong>do</strong> caudal horá<strong>rio</strong> médio<br />
Valor da classe assinala<strong>do</strong> na figura corresponde ao limite supe<strong>rio</strong>r (com a excepção da primeira e<br />
última que correspondem ao limite supe<strong>rio</strong>r e infe<strong>rio</strong>r, respectivamente)<br />
2005 (em cima): 09/09/2005 19:00 a 1/10/2005 09:00; 2006 (em baixo): 25/02/06 17:00 a<br />
10/04/06 17:00. Média <strong>–</strong> 2005: 57 m 3 /s; 2006: 766 m 3 /s<br />
120%<br />
100%<br />
80%<br />
60%<br />
40%<br />
20%<br />
0%<br />
120%<br />
100%<br />
80%<br />
60%<br />
40%<br />
20%<br />
0%<br />
55
3.1.2 - TEMPERATURA<br />
18<br />
figura 3.3<br />
Temperatura 2005 ( o C)<br />
Têndencia (a traço interrompi<strong>do</strong>): Cantareira (-0,50 ºC /semana); P. D. Maria (-0,53 ºC /semana);<br />
Avintes (-0,48 ºC /semana); Crestuma (0,08 ºC /semana)<br />
17<br />
16<br />
15<br />
14<br />
CANTAREIRA<br />
13<br />
Sep-09 Sep-11 Sep-13 Sep-15 Sep-17 Sep-19 Sep-21 Sep-23 Sep-25 Sep-27 Sep-29 Oct-01<br />
18<br />
17<br />
16<br />
15<br />
PONTE D. MARIA<br />
14<br />
Sep-09 Sep-11 Sep-13 Sep-15 Sep-17 Sep-19 Sep-21 Sep-23 Sep-25 Sep-27 Sep-29 Oct-01<br />
22<br />
21<br />
20<br />
19<br />
18<br />
17<br />
AVINTES<br />
16<br />
15<br />
Sep-09 Sep-11 Sep-13 Sep-15 Sep-17 Sep-19 Sep-21 Sep-23 Sep-25 Sep-27 Sep-29 Oct-01<br />
25<br />
24<br />
23<br />
22<br />
21<br />
20<br />
19<br />
18<br />
17<br />
CRESTUMA<br />
Sep-09 Sep-11 Sep-13 Sep-15 Sep-17 Sep-19 Sep-21 Sep-23 Sep-25 Sep-27 Sep-29 Oct-01<br />
56
figura 3.4<br />
Temperatura 2006 ( o C)<br />
Têndencia (a traço interrompi<strong>do</strong>): Cantareira (0,50 ºC /semana); Avintes (0,74 ºC /semana)<br />
16<br />
15<br />
14<br />
13<br />
12<br />
11<br />
10<br />
9<br />
8<br />
CANTAREIRA<br />
Feb-25 Mar-01 Mar-05 Mar-09 Mar-13 Mar-17 Mar-21 Mar-25 Mar-29 Apr-02 Apr-06 Apr-10<br />
14<br />
13<br />
12<br />
11<br />
10<br />
AVINTES<br />
9<br />
8<br />
Feb-25 Mar-01 Mar-05 Mar-09 Mar-13 Mar-17 Mar-21 Mar-25 Mar-29 Apr-02 Apr-06 Apr-10<br />
57
figura 3.5<br />
Temperatura <strong>–</strong> Síntese de estatística descritiva.<br />
1.00E+03<br />
30<br />
2005 2006<br />
24.6<br />
25<br />
21.8<br />
1.00E+02<br />
Potência ( o C 2 /hr)<br />
18.8<br />
20<br />
17.6<br />
17.5<br />
17.5<br />
o C<br />
15.8<br />
17<br />
15.2<br />
14.8<br />
15.5<br />
15<br />
13.3<br />
1.00E+01<br />
14.1<br />
13.7<br />
12.6<br />
10<br />
10.4<br />
Mínimo<br />
Máximo<br />
Média<br />
Potência<br />
8.4<br />
8.7<br />
1.00E+00<br />
5<br />
CANTAREIRA PONTE. D. MARIA AVINTES CRESTUMA CANTAREIRA AVINTES<br />
58
3.1.3 <strong>–</strong> SALINIDADE<br />
figura 3.6<br />
Salinidade 2005 (s/ unidades)<br />
38<br />
36<br />
34<br />
32<br />
30<br />
28<br />
CANTAREIRA<br />
26<br />
24<br />
Sep-09 Sep-11 Sep-13 Sep-15 Sep-17 Sep-19 Sep-21 Sep-23 Sep-25 Sep-27 Sep-29 Oct-01<br />
35<br />
30<br />
25<br />
20<br />
AVINTES<br />
15<br />
10<br />
Sep-09 Sep-11 Sep-13 Sep-15 Sep-17 Sep-19 Sep-21 Sep-23 Sep-25 Sep-27 Sep-29 Oct-01<br />
59
figura 3.7<br />
Salinidade 2006 (s/ unidades)<br />
40<br />
35<br />
30<br />
25<br />
20<br />
15<br />
10<br />
5<br />
0<br />
CANTAREIRA<br />
Feb-25 Mar-01 Mar-05 Mar-09 Mar-13 Mar-17 Mar-21 Mar-25 Mar-29 Apr-02 Apr-06 Apr-10<br />
10<br />
8<br />
6<br />
4<br />
AVINTES<br />
2<br />
0<br />
Feb-25 Mar-01 Mar-05 Mar-09 Mar-13 Mar-17 Mar-21 Mar-25 Mar-29 Apr-02 Apr-06 Apr-10<br />
60
figura 3.8<br />
Salinidade <strong>–</strong> Síntese de estatística descritiva<br />
1.00E+04<br />
40<br />
2006<br />
36.7<br />
36.3<br />
35.1<br />
35<br />
32.4<br />
1.00E+03<br />
30<br />
27.7<br />
Potência (s/ unidades)<br />
25.2<br />
25<br />
1.00E+02<br />
22.4<br />
20<br />
1.00E+01<br />
15<br />
12.5<br />
10<br />
1.00E+00<br />
7.9<br />
Mínimo<br />
Máximo<br />
Média<br />
Potência<br />
2005<br />
5<br />
1.00E-01<br />
0<br />
CANTAREIRA AVINTES CANTAREIRA AVINTES<br />
61
3.1.4 <strong>–</strong> PRESSÃO<br />
100<br />
figura 3.9<br />
Pressão 2005 (kPa)<br />
90<br />
80<br />
70<br />
60<br />
CANTAREIRA<br />
50<br />
Sep-09 Sep-11 Sep-13 Sep-15 Sep-17 Sep-19 Sep-21 Sep-23 Sep-25 Sep-27 Sep-29 Oct-01<br />
290<br />
280<br />
270<br />
260<br />
250<br />
PONTE D. MARIA<br />
240<br />
Sep-09 Sep-11 Sep-13 Sep-15 Sep-17 Sep-19 Sep-21 Sep-23 Sep-25 Sep-27 Sep-29 Oct-01<br />
120<br />
110<br />
100<br />
AVINTES<br />
90<br />
80<br />
Sep-09 Sep-11 Sep-13 Sep-15 Sep-17 Sep-19 Sep-21 Sep-23 Sep-25 Sep-27 Sep-29 Oct-01<br />
140<br />
130<br />
120<br />
110<br />
CRESTUMA<br />
100<br />
90<br />
Sep-09 Sep-11 Sep-13 Sep-15 Sep-17 Sep-19 Sep-21 Sep-23 Sep-25 Sep-27 Sep-29 Oct-01<br />
62
figura 3.10<br />
Pressão 2006 (kPa)<br />
100<br />
90<br />
80<br />
70<br />
60<br />
CANTAREIRA<br />
50<br />
Feb-25 Mar-01 Mar-05 Mar-09 Mar-13 Mar-17 Mar-21 Mar-25 Mar-29 Apr-02 Apr-06 Apr-10<br />
120<br />
110<br />
100<br />
90<br />
AVINTES<br />
80<br />
70<br />
Feb-25 Mar-01 Mar-05 Mar-09 Mar-13 Mar-17 Mar-21 Mar-25 Mar-29 Apr-02 Apr-06 Apr-10<br />
63
3.1.5 <strong>–</strong> VELOCIDADE LONGITUDINAL<br />
CANTAREIRA<br />
figura 3.11 (continua na pág. seguinte)<br />
Velocidade longitudinal 2005 (mm.s -1 )<br />
Cantareira: 10/09/05 07:00 a 01/10/05 08:00; Ponte D. Maria: 10/09/05 13:00 a 01/10/05 07:00<br />
5.50<br />
1200<br />
1000<br />
5.00<br />
800<br />
600<br />
4.50<br />
400<br />
4.00<br />
200<br />
0<br />
-200<br />
3.50<br />
-400<br />
3.00<br />
-600<br />
-800<br />
2.50<br />
Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />
-1000<br />
-1200<br />
480<br />
432<br />
384<br />
336<br />
288<br />
240<br />
192<br />
144<br />
96<br />
48<br />
0<br />
-1400<br />
-1600<br />
Tempo (horas)<br />
PONTE DONA MARIA<br />
1200<br />
20.00<br />
1000<br />
800<br />
17.00<br />
600<br />
400<br />
14.00<br />
200<br />
0<br />
-200<br />
11.00<br />
-400<br />
8.00<br />
-600<br />
Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />
-800<br />
5.00<br />
-1000<br />
-1200<br />
480<br />
432<br />
384<br />
336<br />
288<br />
240<br />
192<br />
144<br />
96<br />
48<br />
0<br />
-1400<br />
-1600<br />
Tempo (horas)<br />
64
figura 3.11 (cont.)<br />
Velocidade longitudinal 2005 (mm.s -1 )<br />
Avintes: 09/09/05 20:00 a 30/09/05 15:00; Crestuma: 10/09/05 15:00 a 30/09/05 16:00<br />
400<br />
200<br />
0<br />
AVINTES<br />
-200<br />
Sep-09 Sep-11 Sep-13 Sep-15 Sep-17 Sep-19 Sep-21 Sep-23 Sep-25 Sep-27 Sep-29 Oct-01<br />
CRESTUMA<br />
1200<br />
8.50<br />
1000<br />
800<br />
7.00<br />
600<br />
400<br />
200<br />
5.50<br />
0<br />
-200<br />
-400<br />
4.00<br />
-600<br />
-800<br />
2.50<br />
-1000<br />
-1200<br />
480<br />
432<br />
384<br />
336<br />
288<br />
240<br />
192<br />
144<br />
96<br />
48<br />
0<br />
-1400<br />
-1600<br />
Tempo (horas)<br />
65<br />
Distância ao fun<strong>do</strong> (m) -400
CANTAREIRA<br />
figura 3.12<br />
Velocidade longitudinal 2006 (mm.s -1 )<br />
Cantareira: 09/03/06 10:00 a 10/04/06 14:00; Avintes: 25/02/06 17:00 a 10/04/05 16:00<br />
1200<br />
5.50<br />
1000<br />
800<br />
600<br />
4.00<br />
400<br />
200<br />
0<br />
-200<br />
2.50<br />
-400<br />
-600<br />
Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />
-800<br />
1.00<br />
-1000<br />
-1200<br />
768<br />
720<br />
672<br />
624<br />
576<br />
528<br />
480<br />
432<br />
384<br />
336<br />
288<br />
240<br />
192<br />
144<br />
96<br />
48<br />
0<br />
-1400<br />
-1600<br />
Tempo (horas)<br />
400<br />
0<br />
-400<br />
AVINTES<br />
-800<br />
-1200<br />
Feb-25 Mar-01 Mar-05 Mar-09 Mar-13 Mar-17 Mar-21 Mar-25 Mar-29 Apr-02 Apr-06 Apr-10<br />
66
figura 3.13<br />
Velocidade longitudinal <strong>–</strong> Resíduo amostral<br />
25<br />
20<br />
CANTAREIRA<br />
PONTE D. MARIA<br />
2005<br />
AVINTES<br />
CRESTUMA<br />
15<br />
2006<br />
CANTAREIRA<br />
AVINTES<br />
10<br />
Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />
5<br />
0<br />
-600 -500 -400 -300 -200 -100 0 100 200<br />
mm.s -1<br />
67
3.2 <strong>–</strong> COMPOSIÇÃO ESPECTRAL<br />
Neste capítulo mostro os espectros de energia <strong>do</strong> caudal (figura 3.14), temperatura<br />
(figuras 3.16 e 3.17), salinidade (figuras 3.18 e 3.19), pressão (figuras 3.20 e 3.21) e<br />
velocidade longitudinal (figuras 3.22 a 3.27).<br />
Mostro ainda os caudais característicos em Crestuma (figura 3.15), que estão<br />
acompanha<strong>do</strong>s da curva de frequência absoluta de ocorrência.<br />
Os principais picos espectrais estão assinala<strong>do</strong>s nas figuras e a sua nomenclatura<br />
procura dar informação sobre o tipo de forçamento que representa: notas descritivas<br />
escritas em perío<strong>do</strong>, para componentes não típicas de maré; e classificação genérica da<br />
frequência da variabilidade, para componentes de maré. Apesar disto, algumas notas<br />
descritivas <strong>do</strong>s picos espectrais <strong>do</strong> caudal lança<strong>do</strong> em Crestuma aparecem em notação<br />
de frequência pois agrupam um conjunto de componentes de forçamento diurno e semi-<br />
diurno.<br />
Os espectros de energia da velocidade longitudinal estão acompanha<strong>do</strong>s da<br />
distribuição da variabilidade total pelas componentes originais e componentes<br />
reorientadas, que pode ser interpretada como uma medida da eficácia da<br />
unidimensionalização <strong>do</strong> campo de velocidade horizontal. O anexo C mostra uma<br />
medida frequencial desta distribuição.<br />
As interpretações que se possam fazer a partir <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s da distribuição em<br />
frequência da densidade de energia têm que ser relativizadas ao facto de que a resolução<br />
das estimativas espectrais é variável e que, portanto, não se podem fazer inter-<br />
comparações sazonais da densidade de energia. Este tipo de comparação está feito, para<br />
classes espectrais, no capítulo de análise da distribuição de energia (capítulo 3.3).<br />
68
3.2.1 <strong>–</strong> CAUDAL LANÇADO EM CRESTUMA<br />
10 7<br />
10 6<br />
10 5<br />
10 4<br />
10 3<br />
10 2<br />
10 10<br />
10 9<br />
10 8<br />
10 7<br />
10 6<br />
10 5<br />
10 4<br />
10 3<br />
10 2<br />
figura 3.14<br />
0.0001<br />
0.0001<br />
2005<br />
2006<br />
0.001<br />
0.001<br />
21.3 dias<br />
Barragem de Crestuma <strong>–</strong> Espectro de energia <strong>do</strong> caudal horá<strong>rio</strong> médio ([m 3 .s -1 ] 2 /cph)<br />
2 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,27; 39,53]<br />
2005 (em cima) <strong>–</strong> Res. aprox. 0,00098 cph; 2006 (em baixo) <strong>–</strong> Res. aprox. 0,00049 cph<br />
9.5 dias<br />
0.01<br />
cph<br />
5.3 dias<br />
3.4 dias<br />
0.01<br />
cph<br />
diur.<br />
diur.<br />
semi diur.<br />
0.1<br />
semi diur.<br />
0.1<br />
8.4 hr.<br />
1<br />
1<br />
69
Caudal característico (m 3 /s)<br />
Caudal característico (m 3 /s)<br />
200<br />
160<br />
120<br />
80<br />
40<br />
0<br />
1000<br />
800<br />
600<br />
400<br />
200<br />
0<br />
figura 3.15<br />
0:00<br />
0:00<br />
2:00<br />
2005<br />
2:00<br />
4:00<br />
4:00<br />
2006<br />
6:00<br />
6:00<br />
Barragem de Crestuma <strong>–</strong> Cauda horá<strong>rio</strong> médio característico<br />
2005 (em cima): 10/09 a 30/09; 2006 (em baixo): 26/02 a 10/04<br />
Barras <strong>–</strong> Caudal característico; Linha <strong>–</strong> Frequência de ocorrência de lançamento<br />
8:00<br />
8:00<br />
10:00<br />
10:00<br />
12:00<br />
12:00<br />
14:00<br />
14:00<br />
16:00<br />
16:00<br />
18:00<br />
18:00<br />
20:00<br />
20:00<br />
22:00<br />
22:00<br />
0.6<br />
0.5<br />
0.4<br />
0.3<br />
0.2<br />
0.1<br />
0<br />
1<br />
0.9<br />
0.8<br />
0.7<br />
0.6<br />
0.5<br />
Frequência de ocorrência<br />
Frequência de ocorrência<br />
70
3.2.2 <strong>–</strong> TEMPERATURA<br />
figura 3.16<br />
Temperatura 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia (ºC 2 /cph)<br />
Res. aprox. 0,00586 cph; 6 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,42; 4,84]<br />
10 4<br />
10 3<br />
10 2<br />
10 1<br />
10 0<br />
10 -1<br />
10 4<br />
10 3<br />
10 2<br />
10 1<br />
10 0<br />
10 -1<br />
10 -2<br />
diur.<br />
CANTAREIRA<br />
semi diur.<br />
ter. diur.<br />
quar. diur.<br />
sex. diur.<br />
0.001 0.01 0.1 1<br />
cph<br />
AVINTES<br />
diur.<br />
semi diur.<br />
0.001 0.01 0.1 1<br />
cph<br />
10 3<br />
10 2<br />
10 1<br />
10 0<br />
10 -1<br />
10 -2<br />
10 4<br />
10 3<br />
10 2<br />
10 1<br />
10 0<br />
10 -1<br />
1.8 dias<br />
diur.<br />
semi diur.<br />
PONTE D. MARIA<br />
0.001 0.01 0.1 1<br />
cph<br />
3.6 dias<br />
diur.<br />
CRESTUMA<br />
semi diur.<br />
ter. diur.<br />
quar. diur.<br />
qui. diur.<br />
0.001 0.01 0.1 1<br />
cph<br />
71
figura 3.17<br />
Temperatura 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia (ºC 2 /cph)<br />
Res. aprox. 0,00293 cph; 8 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,46; 3,67]<br />
10 3<br />
10 5<br />
7.1 dias<br />
semi diur.<br />
10 2<br />
diur.<br />
semi diur.<br />
10 4<br />
10 1<br />
quar. diur.<br />
3.6 dias<br />
10 3<br />
10 0<br />
diur.<br />
10 2<br />
10 -1<br />
AVINTES<br />
10 1<br />
10 -2<br />
CANTAREIRA<br />
10 -3<br />
10 0<br />
0.001 0.01 0.1 1<br />
cph<br />
0.001 0.01 0.1 1<br />
cph<br />
72
3.2.3 <strong>–</strong> SALINIDADE<br />
figura 3.18<br />
Salinidade 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia (s/ unidades)<br />
Res. aprox. 0,00586 cph; 6 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,42; 4,84]<br />
10 5<br />
10 5<br />
semi diur.<br />
10 4<br />
semi diur.<br />
diur.<br />
quar. diur.<br />
10 4<br />
10 3<br />
sex. diur.<br />
10 3<br />
10 2<br />
10 2<br />
10 1<br />
AVINTES<br />
10 1<br />
10 0<br />
CANTAREIRA<br />
10 -1<br />
10 0<br />
0.001 0.01 0.1 1<br />
cph<br />
0.001 0.01 0.1 1<br />
cph<br />
73
figura 3.19<br />
Salinidade 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia (s/ unidades)<br />
Res. aprox. 0,00293 cph; 8 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,46; 3,67]<br />
10 3<br />
10 7<br />
10 2<br />
semi diur.<br />
10 6<br />
quar. diur.<br />
10 5<br />
diur.<br />
10 1<br />
10 4<br />
AVINTES<br />
10 0<br />
10 3<br />
CANTAREIRA<br />
10 -1<br />
10 2<br />
0.001 0.01 0.1 1<br />
cph<br />
0.001 0.01 0.1 1<br />
cph<br />
74
3.2.4 <strong>–</strong> PRESSÃO<br />
10 7<br />
10 6<br />
10 5<br />
10 4<br />
10 3<br />
10 2<br />
10 1<br />
10 0<br />
10 -1<br />
10 7<br />
10 6<br />
10 5<br />
10 4<br />
10 3<br />
10 2<br />
10 1<br />
10 0<br />
figura 3.20<br />
Pressão 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia (kPa 2 /cph)<br />
Res. aprox. 0,00586 cph; 6 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,42; 4,84]<br />
CANTAREIRA<br />
diur.<br />
semi diur.<br />
quar. diur.<br />
0.001 0.01 0.1 1<br />
cph<br />
AVINTES<br />
diur.<br />
semi diur.<br />
quar. diur.<br />
0.001 0.01 0.1 1<br />
cph<br />
10 7<br />
10 6<br />
10 5<br />
10 4<br />
10 3<br />
10 2<br />
10 1<br />
10 0<br />
10 -1<br />
10 7<br />
10 6<br />
10 5<br />
10 4<br />
10 3<br />
10 2<br />
10 1<br />
10 0<br />
10 -1<br />
diur.<br />
PONTE D. MARIA<br />
semi diur.<br />
quar. diur.<br />
0.001 0.01 0.1 1<br />
cph<br />
CRESTUMA<br />
diur.<br />
semi diur.<br />
quar. diur.<br />
0.001 0.01 0.1 1<br />
cph<br />
75
figura 3.21<br />
Pressão 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia (kPa 2 /cph)<br />
Res. aprox. 0,00293 cph; 8 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,46; 3,67]<br />
10 7<br />
semi diur.<br />
10 6<br />
semi diur.<br />
10 7<br />
10 6<br />
7.1 dias<br />
10 5<br />
10 5<br />
quar. diur.<br />
diur.<br />
7.1 dias<br />
10 4<br />
diur.<br />
10 4<br />
19 hr.<br />
quar. diur.<br />
10 3<br />
10 3<br />
10 2<br />
10 2<br />
10 1<br />
AVINTES<br />
10 1<br />
CANTAREIRA<br />
10 0<br />
10 0<br />
10 -1<br />
0.001 0.01 0.1 1<br />
cph<br />
0.001 0.01 0.1 1<br />
cph<br />
76
3.2.5 <strong>–</strong> VELOCIDADE LONGITUDINAL<br />
figura 3.22<br />
Cantareira 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal ([mm.s -1 ] 2 /cph) (à esquerda)<br />
Res. aprox. 0,00195 cph; 2 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,27; 39,53]<br />
Distribuição de variabilidade pelas componentes originais / reorientadas (à direita)<br />
sex. diur.<br />
quar. diur.<br />
ter. diur.<br />
semi diur.<br />
diur.<br />
10.7 dias<br />
5.50<br />
5.0E+009<br />
4.0E+009<br />
3.0E+009<br />
2.0E+009<br />
1.0E+009<br />
7.8E+008<br />
5.5E+008<br />
1.0E+008<br />
5.5E+007<br />
1.0E+007<br />
5.5E+006<br />
1.0E+006<br />
5.5E+005<br />
1.0E+005<br />
5.5E+004<br />
1.0E+004<br />
1.0E+003<br />
0.0E+000<br />
5.00<br />
4.50<br />
4.00<br />
3.50<br />
Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />
3.00<br />
2.50<br />
0.5<br />
0.48<br />
0.46<br />
0.44<br />
0.42<br />
0.4<br />
0.38<br />
0.36<br />
0.34<br />
0.32<br />
0.3<br />
0.28<br />
0.26<br />
0.24<br />
0.22<br />
0.2<br />
0.18<br />
0.16<br />
0.14<br />
0.12<br />
0.1<br />
0.08<br />
0.06<br />
0.04<br />
0.02<br />
0<br />
cph<br />
6<br />
Comp. E-W<br />
Comp. Longitudinal<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />
92 94 96 98 100<br />
Distribuição de variabilidade (%)<br />
77
figura 3.23<br />
Ponte D. Maria 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal ([mm.s -1 ] 2 /cph) (à esquerda)<br />
Res. aprox. 0,00195 cph; 2 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,27; 39,53]<br />
Distribuição de variabilidade pelas componentes originais / reorientadas (à direita)<br />
oit. diur.<br />
sex. diur.<br />
quar. diur.<br />
6.9 hr.<br />
ter. diur.<br />
semi diur.<br />
1.4 dias<br />
diur.<br />
19.7 hr.<br />
10.7 dias<br />
4.3 dias<br />
5.0E+009<br />
4.0E+009<br />
20.00<br />
3.0E+009<br />
2.0E+009<br />
17.00<br />
1.0E+009<br />
7.8E+008<br />
5.5E+008<br />
1.0E+008<br />
14.00<br />
5.5E+007<br />
1.0E+007<br />
11.00<br />
5.5E+006<br />
1.0E+006<br />
Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />
8.00<br />
5.5E+005<br />
1.0E+005<br />
5.5E+004<br />
1.0E+004<br />
5.00<br />
1.0E+003<br />
0.0E+000<br />
0.5<br />
0.48<br />
0.46<br />
0.44<br />
0.42<br />
0.4<br />
0.38<br />
0.36<br />
0.34<br />
0.32<br />
0.3<br />
0.28<br />
0.26<br />
0.24<br />
0.22<br />
0.2<br />
0.18<br />
0.16<br />
0.14<br />
0.12<br />
0.1<br />
0.08<br />
0.06<br />
0.04<br />
0.02<br />
0<br />
cph<br />
24<br />
Comp. N-S<br />
Comp. Longitudinal<br />
20<br />
16<br />
12<br />
8<br />
4<br />
0<br />
Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />
64 68 72 76 80 84 88 92 96 100<br />
Distribuição de variabilidade (%)<br />
78
figura 3.24<br />
Avintes 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal ([mm.s -1 ] 2 /cph) (em cima)<br />
Res. aprox. 0,00195 cph; 2 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,27; 39,53]<br />
Distribuição de variabilidade pelas componentes originais / reorientadas (em baixo)<br />
10 8<br />
10 7<br />
10 6<br />
10 5<br />
10 4<br />
10 3<br />
5.3 dias<br />
Comp. Longitudinal<br />
0.001 0.01 0.1 1<br />
cph<br />
diur.<br />
semi diur.<br />
Comp. N-S Comp. Longit.<br />
83.9 % 98.6 %<br />
quar. diur.<br />
oit. diur.<br />
79
figura 3.25<br />
Crestuma 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal ([mm.s -1 ] 2 /cph) (à esquerda)<br />
Res. aprox. 0,00195 cph; 2 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,27; 39,53]<br />
Distribuição de variabilidade pelas componentes originais / reorientadas (à direita)<br />
sex. diur.<br />
qui. diur.<br />
quar. diur.<br />
semi diur.<br />
diur.<br />
19.7 hr.<br />
10.7 dias<br />
9.00<br />
5.0E+009<br />
4.0E+009<br />
8.00<br />
3.0E+009<br />
2.0E+009<br />
7.00<br />
1.0E+009<br />
7.8E+008<br />
5.5E+008<br />
1.0E+008<br />
6.00<br />
5.5E+007<br />
1.0E+007<br />
5.00<br />
5.5E+006<br />
1.0E+006<br />
Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />
4.00<br />
5.5E+005<br />
1.0E+005<br />
3.00<br />
5.5E+004<br />
1.0E+004<br />
1.0E+003<br />
0.0E+000<br />
0.5<br />
0.48<br />
0.46<br />
0.44<br />
0.42<br />
0.4<br />
0.38<br />
0.36<br />
0.34<br />
0.32<br />
0.3<br />
0.28<br />
0.26<br />
0.24<br />
0.22<br />
0.2<br />
0.18<br />
0.16<br />
0.14<br />
0.12<br />
0.1<br />
0.08<br />
0.06<br />
0.04<br />
0.02<br />
0<br />
cph<br />
10<br />
8<br />
Comp. E-W<br />
Comp. Longitudinal<br />
6<br />
4<br />
2<br />
Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />
68 72 76 80 84 88 92 96 100<br />
Distribuição de variabilidade (%)<br />
80
figura 3.26<br />
Cantareira 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal ([mm.s -1 ] 2 /cph) (à esquerda)<br />
Res. aprox. 0,00195 cph; 4 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,36; 8,26]<br />
Distribuição de variabilidade pelas componentes originais / reorientadas (à direita)<br />
sex. diur.<br />
quar. diur.<br />
ter. diur.<br />
semi diur.<br />
diur.<br />
6.00<br />
2.0E+009<br />
1.2E+009<br />
7.3E+008<br />
3.0E+008<br />
5.00<br />
2.3E+008<br />
1.7E+008<br />
4.00<br />
9.8E+007<br />
3.0E+007<br />
2.3E+007<br />
1.7E+007<br />
3.00<br />
3.0E+006<br />
1.7E+006<br />
Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />
2.00<br />
3.0E+005<br />
1.7E+005<br />
3.0E+004<br />
1.7E+004<br />
1.00<br />
3.0E+003<br />
0.0E+000<br />
0.5<br />
0.48<br />
0.46<br />
0.44<br />
0.42<br />
0.4<br />
0.38<br />
0.36<br />
0.34<br />
0.32<br />
0.3<br />
0.28<br />
0.26<br />
0.24<br />
0.22<br />
0.2<br />
0.18<br />
0.16<br />
0.14<br />
0.12<br />
0.1<br />
0.08<br />
0.06<br />
0.04<br />
0.02<br />
0<br />
cph<br />
8<br />
Comp. E-W<br />
Comp. Longitudinal<br />
6<br />
4<br />
2<br />
0<br />
Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />
92 94 96 98 100<br />
Distribuição de variabilidade (%)<br />
81
figura 3.27<br />
Avintes 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal ([mm.s -1 ] 2 /cph) (em cima)<br />
Res. aprox. 0,00195 cph; 6 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,42; 4,84]<br />
Distribuição de variabilidade pelas componentes originais / reorientadas (em baixo)<br />
10 8<br />
10 7<br />
10 6<br />
10 5<br />
10 4<br />
10.7 dias<br />
3 dias<br />
Comp. Longitudinal<br />
1.9 dias<br />
0.001 0.01 0.1 1<br />
cph<br />
diur.<br />
19 hr.<br />
semi diur.<br />
Comp. N-S Comp. Longit.<br />
91.2 % 99.6 %<br />
82
3.3 <strong>–</strong> DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E SAZONAL DA ENERGIA<br />
A análise da composição espectral <strong>do</strong>s sinais estuda<strong>do</strong>s conduziu ao<br />
conhecimento da forma da sua variabilidade numa base normalizada pela resolução<br />
espectral. Neste capítulo transformo esses resulta<strong>do</strong>s numa quantidade cuja variação<br />
sazonal é comparável e, ao mesmo tempo, determino a contribuição relativa que têm as<br />
diferentes classes espectrais para a variabilidade total <strong>do</strong>s parâmetros medi<strong>do</strong>s.<br />
Mostro a distribuição relativa da energia <strong>do</strong> caudal lança<strong>do</strong> (figura 3.28),<br />
temperatura (figura 3.29), salinidade (figura 3.30), pressão (figura 3.31) e velocidade<br />
longitudinal (figuras 3.32 a 3.35).<br />
Além da distribuição relativa de energia, as figuras representam ainda <strong>–</strong> para cada<br />
classe espectral <strong>–</strong> a energia normalizada pelo máximo global ocorri<strong>do</strong> (entre parênteses<br />
nas figuras), de mo<strong>do</strong> a poder estabelecer-se uma comparação directa da variabilidade<br />
espacial <strong>–</strong> horizontal e vertical <strong>–</strong> e também sazonal.<br />
Note-se que as percentagens de energia representadas nas figuras estão escritas<br />
em número inteiro, o que leva a que valores infe<strong>rio</strong>res a 0,50 % apareçam como zero.<br />
Por outro la<strong>do</strong>, a importância relativa que cada classe tem para o to<strong>do</strong> de energia<br />
de cada entidade está também representada graficamente pela dimensão <strong>do</strong>s rectângulos<br />
das figuras, levan<strong>do</strong> a que classes pouco importantes sejam descritas por rectângulos<br />
pequenos e sem espaço para inscrição <strong>do</strong> rótulo. Na legenda de cada figura indico a<br />
percentagem máxima cujo rótulo já não é apresenta<strong>do</strong>.<br />
83
3.3.1 <strong>–</strong> CAUDAL LANÇADO EM CRESTUMA<br />
figura 3.28<br />
Caudal lança<strong>do</strong> em Crestuma <strong>–</strong> Distribuição relativa da energia total por classes espectrais (%)<br />
Percentagem <strong>do</strong> valor máximo ocorri<strong>do</strong> (entre parênteses); Valor máximo ocorri<strong>do</strong>:<br />
2,99E+06 (m 3 .s -1 ) 2<br />
40 (4)<br />
44 (4)<br />
12 (1)<br />
4<br />
6 (11)<br />
23 (42)<br />
17 (31)<br />
54 (100)<br />
2005 2006<br />
T < 11.2 hr<br />
28 hr > T >= 11.2 hr (diur. + semi diur.)<br />
5.8 dias > T >= 28 hr<br />
T >= 5.8 dias<br />
84
3.3.2 - TEMPERATURA<br />
figura 3.29<br />
Temperatura <strong>–</strong> Distribuição relativa da energia total por classes espectrais (%)<br />
Classes não comentadas apresentam valores abaixo de 4 %. Percentagem <strong>do</strong> valor máximo<br />
ocorri<strong>do</strong> (entre parênteses); Valor máximo ocorri<strong>do</strong>: 21,55 ºC 2<br />
2005 2006<br />
11 (1)<br />
15 (32)<br />
16 (32)<br />
12 (7)<br />
8 (11)<br />
22 (9)<br />
Outras freq.<br />
T < 3 hr<br />
3.2 hr > T >= 3 hr (oit. diur.)<br />
7<br />
4 (9)<br />
8 (10)<br />
5 (10)<br />
4 (9)<br />
5 (10)<br />
14 (1)<br />
21 (13)<br />
3.6 hr > T >= 3.5 hr (set. diur.)<br />
4.2 hr > T >= 4 hr (sex. diur.)<br />
11 (5)<br />
5.0 hr > T >= 4.8 hr (qui. diur.)<br />
6.4 hr > T >= 5.9 hr (quar. diur.)<br />
13 (5)<br />
8.5 hr > T >= 7.8 hr (ter. diur.)<br />
13.6 hr > T >= 11.2 hr (semi diur.)<br />
31 (2)<br />
42 (89)<br />
51 (66)<br />
51 (100)<br />
31 (19)<br />
28 hr > T >= 21.6 hr (diur.)<br />
5.8 dias > T >= 28 hr<br />
T >= 5.8 dias<br />
33 (14)<br />
13 (27)<br />
8 (10)<br />
33 (2)<br />
31 (18)<br />
16 (33)<br />
21 (41)<br />
16 (7)<br />
16 (21)<br />
CANTAREIRA PONTE D. MARIA AVINTES CRESTUMA CANTAREIRA AVINTES<br />
85
3.3.3 - SALINIDADE<br />
figura 3.30<br />
Salinidade <strong>–</strong> Distribuição relativa da energia total por classes espectrais (%)<br />
Classes não comentadas apresentam valores abaixo de 4 %. Percentagem <strong>do</strong> valor máximo<br />
ocorri<strong>do</strong> (entre parênteses) ; Valor máximo ocorri<strong>do</strong>: 2,27E+03<br />
2005 2006<br />
9<br />
12<br />
16 (40)<br />
4<br />
Outras freq.<br />
T < 3 hr<br />
3.2 hr > T >= 3 hr (oit. diur.)<br />
5 (12)<br />
15 (1)<br />
49 (0)<br />
5 (13)<br />
13 (1)<br />
3.6 hr > T >= 3.5 hr (set. diur.)<br />
4.2 hr > T >= 4 hr (sex. diur.)<br />
5.0 hr > T >= 4.8 hr (qui. diur.)<br />
6.4 hr > T >= 5.9 hr (quar. diur.)<br />
27 (2)<br />
8.5 hr > T >= 7.8 hr (ter. diur.)<br />
13.6 hr > T >= 11.2 hr (semi diur.)<br />
9<br />
40 (100)<br />
28 hr > T >= 21.6 hr (diur.)<br />
5.8 dias > T >= 28 hr<br />
57 (5)<br />
T >= 5.8 dias<br />
6<br />
5<br />
11 (28)<br />
44 (3)<br />
17<br />
16 (40)<br />
6<br />
CANTAREIRA AVINTES CANTAREIRA AVINTES<br />
86
3.3.4 - PRESSÃO<br />
figura 3.31<br />
Pressão <strong>–</strong> Distribuição relativa de energia total por classes espectrais (%)<br />
Classes não comentadas apresentam valores abaixo de 5 %. Percentagem <strong>do</strong> valor máximo<br />
ocorri<strong>do</strong> (entre parênteses) ; Valor máximo ocorri<strong>do</strong>: 3,56E+03 kPa 2<br />
2005 2006<br />
Outras freq.<br />
T < 3 hr<br />
3.2 hr > T >= 3 hr (oit. diur.)<br />
3.6 hr > T >= 3.5 hr (set. diur.)<br />
4.2 hr > T >= 4 hr (sex. diur.)<br />
5.0 hr > T >= 4.8 hr (qui. diur.)<br />
6.4 hr > T >= 5.9 hr (quar. diur.)<br />
87 (51)<br />
97 (54)<br />
96 (91)<br />
96 (94)<br />
97 (100)<br />
98 (88)<br />
8.5 hr > T >= 7.8 hr (ter. diur.)<br />
13.6 hr > T >= 11.2 hr (semi diur.)<br />
28 hr > T >= 21.6 hr (diur.)<br />
5.8 dias > T >= 28 hr<br />
T >= 5.8 dias<br />
5 (3)<br />
5 (3)<br />
CANTAREIRA PONTE D. MARIA AVINTES CRESTUMA CANTAREIRA AVINTES<br />
87
3.3.5 <strong>–</strong> VELOCIDADE LONGITUDINAL<br />
figura 3.32 (continua na pág. seguinte)<br />
Vel. longitudinal Cantareira 2005 <strong>–</strong> Distribuição relativa de energia total por classes espectrais (%)<br />
Níveis de profundidade: 1 a 8 <strong>–</strong> 2,11 m a 5,61 m com res. de 0,50 m. Classes não comentadas<br />
apresentam valores abaixo de 3 %. Percentagem <strong>do</strong> valor máximo ocorri<strong>do</strong> (entre parênteses);<br />
Valor máximo ocorri<strong>do</strong>: 1,81E+07 (mm.s -1 ) 2<br />
92 (98)<br />
8<br />
4 (4) 4 (4) 3 (3) 3 (3)<br />
93 (100)<br />
7<br />
T >= 5.8 dias<br />
5.8 dias > T >= 28 hr.<br />
93 (97)<br />
6<br />
28. hr. > T >= 21.6 hr (diur.)<br />
13.6 hr. > T >= 11.2 hr. (semi diur.)<br />
8.5 hr. > T >= 7.8 hr. (ter. diur.)<br />
6.4 hr. > T >= 5.9 hr. (quar. diur.)<br />
92 (95)<br />
5<br />
5.0 hr. > T >= 4.8 hr. (qui. diur.)<br />
4.2 hr. > T >= 4 hr. (sex. diur.)<br />
92 (94)<br />
4<br />
3.6 hr. > T >= 3.5 hr. (set. diur.)<br />
3.2 hr. > T >= 3 hr. (oit. diur.)<br />
T < 3 hr.<br />
Outras freq.<br />
5 (5)<br />
91 (94)<br />
3<br />
5 (5)<br />
91 (93)<br />
2<br />
5 (5)<br />
90 (89)<br />
1<br />
2005<br />
88
figura 3.32 (cont.)<br />
Vel. longitudinal Cantareira 2006 <strong>–</strong> Distribuição relativa de energia total por classes espectrais (%)<br />
Níveis de profundidade: 0 <strong>–</strong> 0,50 m; 1 a 9 <strong>–</strong> 2,11 m a 6,11 m com res. de 0,50 m. Classes não<br />
comentadas apresentam valores abaixo de 3 %. Percentagem <strong>do</strong> valor máximo ocorri<strong>do</strong> (entre<br />
parênteses); Valor máximo ocorri<strong>do</strong>: 1,81E+07 (mm.s -1 ) 2<br />
5 (2)<br />
82 (39)<br />
5 (2)<br />
3 (1)<br />
9<br />
3 (2) 4 (2) 4 (2) 4 (2) 4 (2) 4 (2)<br />
84 (42)<br />
4 (2)<br />
3 (1)<br />
8<br />
84 (41)<br />
4 (2)<br />
3 (2)<br />
7<br />
T >= 5.8 dias<br />
5.8 dias > T >= 28 hr.<br />
28. hr. > T >= 21.6 hr (diur.)<br />
13.6 hr. > T >= 11.2 hr. (semi diur.)<br />
84 (40)<br />
3 (2)<br />
4 (2)<br />
6<br />
8.5 hr. > T >= 7.8 hr. (ter. diur.)<br />
6.4 hr. > T >= 5.9 hr. (quar. diur.)<br />
84 (39)<br />
3 (1)<br />
4 (2)<br />
5<br />
5.0 hr. > T >= 4.8 hr. (qui. diur.)<br />
4.2 hr. > T >= 4 hr. (sex. diur.)<br />
84 (39)<br />
3 (1)<br />
5 (2)<br />
4<br />
3.6 hr. > T >= 3.5 hr. (set. diur.)<br />
3.2 hr. > T >= 3 hr. (oit. diur.)<br />
83 (39)<br />
2 (1)<br />
5 (2)<br />
3<br />
T < 3 hr.<br />
Outras freq.<br />
4 (2)<br />
2 (1)<br />
82 (37)<br />
2<br />
5 (2)<br />
2<br />
4 (2)<br />
3 (1)<br />
81 (33)<br />
2<br />
5 (2)<br />
1<br />
7<br />
8 (1)<br />
70 (12)<br />
5 3<br />
0<br />
2006<br />
89
figura 3.33<br />
Vel. longit. P. D. Maria 2005 <strong>–</strong> Distribuição relativa de energia total por classes espectrais (%)<br />
Níveis de profundidade: 1 a 19 <strong>–</strong> 3,72 m a 21,72 com res. de 1,00 m. Classes não comentadas<br />
apresentam valores abaixo de 3 %. Percentagem <strong>do</strong> valor máximo ocorri<strong>do</strong> (entre parênteses);<br />
Valor máximo ocorri<strong>do</strong>: 1,81E+07 (mm.s -1 ) 2<br />
3<br />
5 (2)<br />
87 (36)<br />
19<br />
4<br />
5 (2)<br />
86 (35)<br />
18<br />
4<br />
4 (2)<br />
85 (32)<br />
17<br />
5 (2)<br />
4<br />
84 (30)<br />
16<br />
6 (2)<br />
4<br />
83 (27)<br />
15<br />
T >= 5.8 dias<br />
5.8 dias > T >= 28 hr.<br />
6 (2)<br />
3<br />
83 (25)<br />
14<br />
28. hr. > T >= 21.6 hr (diur.)<br />
13.6 hr. > T >= 11.2 hr. (semi diur.)<br />
7 (2)<br />
2<br />
2<br />
82 (23)<br />
13<br />
8 (2)<br />
3<br />
80 (19)<br />
12<br />
8.5 hr. > T >= 7.8 hr. (ter. diur.)<br />
6.4 hr. > T >= 5.9 hr. (quar. diur.)<br />
10 (2)<br />
4<br />
77 (15)<br />
11<br />
5.0 hr. > T >= 4.8 hr. (qui. diur.)<br />
4.2 hr. > T >= 4 hr. (sex. diur.)<br />
12 (2)<br />
5<br />
72 (11)<br />
3<br />
10<br />
13 (2)<br />
3<br />
6<br />
3<br />
68 (8)<br />
9<br />
3.6 hr. > T >= 3.5 hr. (set. diur.)<br />
3.2 hr. > T >= 3 hr. (oit. diur.)<br />
13 (1)<br />
3<br />
6<br />
6<br />
62 (5)<br />
8<br />
13<br />
3<br />
6<br />
13 (1)<br />
54 (3)<br />
7<br />
T < 3 hr.<br />
Outras freq.<br />
14<br />
2<br />
5<br />
6<br />
23 (1)<br />
43 (2)<br />
2<br />
6<br />
14<br />
3<br />
5<br />
7<br />
26<br />
38 (1)<br />
3<br />
5<br />
13<br />
3<br />
5<br />
8<br />
29<br />
34 (1)<br />
4<br />
4<br />
12<br />
3<br />
5<br />
9<br />
31<br />
33 (1)<br />
5<br />
3<br />
11<br />
2<br />
5<br />
10<br />
29<br />
34 (1)<br />
6<br />
2<br />
10<br />
2<br />
4<br />
12<br />
28<br />
34 (1)<br />
7<br />
1<br />
90
figura 3.34<br />
Velocidade longitudinal Avintes <strong>–</strong> Distribuição relativa de energia total por classes espectrais (%)<br />
Classes não comentadas apresentam valores abaixo de 4 %. Percentagem <strong>do</strong> valor máximo<br />
ocorri<strong>do</strong> (entre parênteses); Valor máximo ocorri<strong>do</strong>: 1,81E+07 (mm.s -1 ) 2<br />
19<br />
5<br />
8<br />
47 (1)<br />
7<br />
4<br />
2005<br />
16<br />
38 (3)<br />
17<br />
18 (1)<br />
5<br />
2006<br />
Outras freq.<br />
T < 3 hr.<br />
3.2 hr. > T >= 3 hr. (oit. diur.)<br />
3.6 hr. > T >= 3.5 hr. (set. diur.)<br />
4.2 hr. > T >= 4 hr. (sex. diur.)<br />
5.0 hr. > T >= 4.8 hr. (qui. diur.)<br />
6.4 hr. > T >= 5.9 hr. (quar. diur.)<br />
8.5 hr. > T >= 7.8 hr. (ter. diur.)<br />
13.6 hr. > T >= 11.2 hr. (semi diur.)<br />
28. hr. > T >= 21.6 hr (diur.)<br />
5.8 dias > T >= 28 hr.<br />
T >= 5.8 dias<br />
91
figura 3.35<br />
Vel. longitudinal Crestuma 2005 <strong>–</strong> Distribuição relativa de energia total por classes espectrais (%)<br />
Níveis de profundidade: 1 a 15 <strong>–</strong> 2,11 m a 9,11 com res. de 0,50 m. Percentagem <strong>do</strong> valor máximo<br />
ocorri<strong>do</strong> (entre parênteses); Valor máximo ocorri<strong>do</strong>: 1,81E+07 (mm.s -1 ) 2<br />
23<br />
3<br />
2<br />
5<br />
6<br />
9<br />
33 (0)<br />
4<br />
5<br />
6<br />
15<br />
28 (0)<br />
3<br />
3<br />
4<br />
5<br />
10<br />
27<br />
5<br />
8<br />
4<br />
14<br />
33 (0)<br />
4<br />
3<br />
4<br />
5<br />
10<br />
19<br />
6<br />
9<br />
3<br />
13<br />
38 (0)<br />
7<br />
3<br />
4<br />
4<br />
10<br />
12<br />
7<br />
10<br />
12<br />
T >= 5.8 dias<br />
5.8 dias > T >= 28 hr.<br />
42 (0)<br />
7<br />
3<br />
4<br />
5<br />
10<br />
11<br />
8<br />
7<br />
11<br />
28. hr. > T >= 21.6 hr (diur.)<br />
13.6 hr. > T >= 11.2 hr. (semi diur.)<br />
44 (0)<br />
7<br />
4<br />
5<br />
5<br />
8<br />
10<br />
8<br />
7<br />
10<br />
8.5 hr. > T >= 7.8 hr. (ter. diur.)<br />
6.4 hr. > T >= 5.9 hr. (quar. diur.)<br />
44 (0)<br />
9<br />
5<br />
5<br />
4<br />
7<br />
9<br />
8<br />
6<br />
2<br />
9<br />
44 (0)<br />
9<br />
7<br />
5<br />
3<br />
7<br />
7<br />
8<br />
6<br />
3<br />
8<br />
5.0 hr. > T >= 4.8 hr. (qui. diur.)<br />
4.2 hr. > T >= 4 hr. (sex. diur.)<br />
42 (0)<br />
7<br />
7<br />
6<br />
2<br />
6<br />
4<br />
11<br />
9<br />
4<br />
7<br />
3.6 hr. > T >= 3.5 hr. (set. diur.)<br />
3.2 hr. > T >= 3 hr. (oit. diur.)<br />
41 (0)<br />
5<br />
6<br />
5<br />
6<br />
3<br />
14<br />
10<br />
6<br />
6<br />
T < 3 hr.<br />
Outras freq.<br />
35 (0)<br />
5<br />
5<br />
3<br />
5<br />
3<br />
15<br />
14<br />
10<br />
5<br />
29 (0)<br />
4<br />
2<br />
2<br />
4<br />
3<br />
2<br />
16<br />
21<br />
15<br />
4<br />
23<br />
3<br />
2<br />
2<br />
2<br />
17<br />
27 (0)<br />
19<br />
3<br />
18<br />
2<br />
2<br />
3<br />
17<br />
29 (0)<br />
26<br />
2<br />
15<br />
3<br />
14<br />
31<br />
31 (0)<br />
1<br />
92
3.4 <strong>–</strong> MODULAÇÃO PELO REGIME DE MARÉ<br />
Utilizei as séries de pressão para identificar um troço de marés vivas e <strong>do</strong>is troços<br />
de marés mortas, na campanha de 2005; enquanto a campanha de 2006 <strong>–</strong> mais longa <strong>–</strong><br />
permitiu isolar <strong>do</strong>is troços de marés vivas e <strong>do</strong>is troços de marés mortas.<br />
Trabalhei troços de cerca de quatro dias, que correspondem a oito ciclos<br />
completos de maré semi-diurna, ou seja: oito enchentes e oito vazantes.<br />
Os troços isola<strong>do</strong>s contêm o efeito adicional <strong>do</strong> caudal lança<strong>do</strong> em Crestuma, pelo<br />
que estão classifica<strong>do</strong>s pela sua média. A variância da pressão é um indica<strong>do</strong>r de que o<br />
contributo da maré é, nos troços considera<strong>do</strong>s, equiparável <strong>–</strong> amplitude infe<strong>rio</strong>r a 10 %,<br />
com a excepção <strong>do</strong>s perío<strong>do</strong>s de marés vivas em 2006, que têm uma discrepância de<br />
cerca de 20 %. O quadro 3.2 resume a identificação <strong>do</strong>s troços estuda<strong>do</strong>s.<br />
Mostro a média calculada nos troços referi<strong>do</strong>s para a temperatura (figura 3.36),<br />
salinidade (figura 3.37) e velocidade longitudinal (figuras 3.38 a 3.41).<br />
DESIGNAÇÃO<br />
2005<br />
CAUDAL MÉDIO (m3 /s) /<br />
CAUDAL NORMALIZADO *1<br />
VARIÂNCIA DA<br />
PRESSÃO *2<br />
PERÍODO DE<br />
OBSERVAÇÃO *3<br />
MM 5 % 53 / 5 19 10/09/05 20:00 a 15/09/05 00:00<br />
MV 5 % 51 / 5 100 17/09/05 09:00 a 21/09/05 12:00<br />
MM 12 % 133 / 12 11 24/09/05 20:00 a 29/09/05 01:00<br />
2006<br />
MV 29 % 319 / 29 96 27/02/06 22:00 a 04/03/06 00:00<br />
MM 53 % 592 / 53 14 06/03/06 21:00 a 11/03/06 01:00<br />
MV 100 % 1110 / 100 79 27/03/06 21:00 a 31/03/06 23:00<br />
MM 68 % 754 / 68 12 04/04/06 08:00 a 08/04/06 12:00<br />
quadro 3.2<br />
Síntese de troços de marés mortas / maré vivas<br />
*1 <strong>–</strong> normaliza<strong>do</strong> pela média mais elevada (1110 m 3 /s) (%); *2 <strong>–</strong> média espacial normalizada pelo<br />
máximo global (%); *3 <strong>–</strong> perío<strong>do</strong>s de observação limite (não corresponde a to<strong>do</strong>s os casos<br />
particulares)<br />
93
3.4.1 <strong>–</strong> TEMPERATURA<br />
figura 3.36<br />
Temperatura <strong>–</strong> Média de oito ciclos de marés vivas (MV) e de marés mortas (MM)<br />
Perío<strong>do</strong>s de maré classifica<strong>do</strong>s pelo caudal médio normaliza<strong>do</strong> pela média mais elevada obtida nos<br />
troços considera<strong>do</strong>s (1110 m 3 /s). 2005 <strong>–</strong> MV 5 %: 17/09/05 09:00 a 21/09/05 12:00; MM 5 %:<br />
10/09/05 20:00 a 15/09/05 00:00; MM 12 %: 24/09/05 20:00 a 29/09/05 01:00. 2006 <strong>–</strong> MV 29 %:<br />
27/02/06 22:00 a 04/03/06 00:00; MV 100 %: 27/03/06 21:00 a 31/03/06 23:00; MM 53 %:<br />
06/03/06 21:00 a 11/03/06 01:00; MM 68 %: 04/04/06 08:00 a 08/04/06 12:00. Amplitude <strong>do</strong> erro<br />
amostral, a 95 % de confiança (à frente da estimativa)<br />
20<br />
2006<br />
18.5 ± 0.4 / 0.6<br />
18.4 ± 0.4<br />
18<br />
18.3 ± 0.5<br />
17.3 ± 0.1<br />
16.4 ± 0.3<br />
16.6 ± 0.4<br />
15.5 ± 0.5<br />
15.1 ± 0.2<br />
14.7 ± 0.4<br />
MM 5 %<br />
MV 5 %<br />
MM 12 %<br />
16<br />
14.7 ± 0.2<br />
14.6 ± 0.2<br />
14.4 ± 0.3<br />
14<br />
13.0 ± 0.3<br />
12.4 ± 0.0<br />
11.9 ± 0.2<br />
MV 29 %<br />
MM 53 %<br />
MV 100 %<br />
MM 68 %<br />
o C<br />
12<br />
11.3 ± 0.2<br />
2005<br />
11.8 ± 0.8<br />
10<br />
8.9 ± 0.2<br />
8.8 ± 0.1<br />
8<br />
CANTAREIRA PONTE. D. MARIA AVINTES CRESTUMA CANTAREIRA AVINTES<br />
94
3.4.2 - SALINIDADE<br />
figura 3.37<br />
Salinidade <strong>–</strong> Média de oito ciclos de marés vivas (MV) e de marés mortas (MM)<br />
Perío<strong>do</strong>s de maré classifica<strong>do</strong>s pelo caudal médio normaliza<strong>do</strong> pela média mais elevada obtida nos<br />
troços considera<strong>do</strong>s (1110 m 3 /s). 2005 <strong>–</strong> MV 5 %: 17/09/05 09:00 a 21/09/05 12:00; MM 5 %:<br />
10/09/05 20:00 a 15/09/05 00:00; MM 12 %: 24/09/05 20:00 a 29/09/05 01:00. 2006 <strong>–</strong> MV 29 %:<br />
27/02/06 22:00 a 04/03/06 00:00; MV 100 %: 27/03/06 21:00 a 31/03/06 23:00; MM 53 %:<br />
06/03/06 21:00 a 11/03/06 01:00; MM 68 %: 04/04/06 08:00 a 08/04/06 12:00. Amplitude <strong>do</strong> erro<br />
amostral, a 95 % de confiança (à frente da estimativa)<br />
40<br />
2006<br />
35.9 ± 0.2<br />
35.1 ± 0.5<br />
35<br />
31.1 ± 0.8<br />
34.7 ± 0.3<br />
29.5 ± 1.6<br />
30<br />
27.4 ± 1.7<br />
26.5 ± 7.4<br />
25<br />
24.2 ± 4.3<br />
24.4 ± 1.7<br />
20<br />
16.3 ± 2.2<br />
MM 5 %<br />
MV 5 %<br />
MM 12 %<br />
15<br />
MV 29 %<br />
MM 53 %<br />
MV 100 %<br />
MM 68 %<br />
2005<br />
10<br />
5<br />
± 0.5 / 0.0 / 0.0 / 0.0<br />
0<br />
CANTAREIRA AVINTES CANTAREIRA AVINTES<br />
95
3.4.3 <strong>–</strong> VELOCIDADE LONGITUDINAL<br />
figura 3.38<br />
Vel. longit. Cantareira <strong>–</strong> Média de oito ciclos de marés vivas (MV) e de marés mortas (MM)<br />
Perío<strong>do</strong>s de maré classifica<strong>do</strong>s pelo caudal médio normaliza<strong>do</strong> pela média mais elevada obtida nos<br />
troços considera<strong>do</strong>s (1110 m 3 /s). 2005 <strong>–</strong> MV 5 %: 17/09/05 09:00 a 21/09/05 12:00; MM 5 %:<br />
10/09/05 20:00 a 15/09/05 00:00; MM 12 %: 24/09/05 20:00 a 29/09/05 01:00. 2006 <strong>–</strong> MV 100 %:<br />
27/03/06 21:00 a 31/03/06 23:00; MM 68 %: 04/04/06 08:00 a 08/04/06 12:00. Erro amostral<br />
máximo, a 95 % de confiança: MV 5 % (39,8); MM 5 % (53,4); MM 12 % (77,8); MV 100 % (69,8);<br />
MM 68 % (99,8)<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2005<br />
MM 5 %<br />
MV 5 %<br />
MM 12 %<br />
Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />
2<br />
2006<br />
MV 100 %<br />
MM 68 %<br />
1<br />
0<br />
-700 -600 -500 -400 -300 -200 -100 0 100 200<br />
mm.s -1<br />
96
figura 3.39<br />
Vel. longit. P. D. Maria <strong>–</strong> Média de oito ciclos de marés vivas (MV) e de marés mortas (MM)<br />
Perío<strong>do</strong>s de maré classifica<strong>do</strong>s pelo caudal médio normaliza<strong>do</strong> pela média mais elevada obtida nos<br />
troços considera<strong>do</strong>s (1110 m 3 /s). 2005 <strong>–</strong> MV 5 %: 17/09/05 09:00 a 21/09/05 12:00; MM 5 %:<br />
10/09/05 20:00 a 15/09/05 00:00; MM 12 %: 24/09/05 20:00 a 29/09/05 01:00. Erro amostral<br />
máximo, a 95 % de confiança: MV 5 % (34,7); MM 5 % (47,3); MM 12 % (94,7)<br />
25<br />
20<br />
15<br />
10<br />
Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />
MM 5 %<br />
MV 5 %<br />
MM 12 %<br />
5<br />
0<br />
-120 -100 -80 -60 -40 -20 0 20 40 60<br />
mm.s -1<br />
97
figura 3.40<br />
Vel. longitudinal Avintes <strong>–</strong> Média de oito ciclos de marés vivas (MV) e de marés mortas (MM)<br />
Perío<strong>do</strong>s de maré classifica<strong>do</strong>s pelo caudal médio normaliza<strong>do</strong> pela média mais elevada obtida nos<br />
troços considera<strong>do</strong>s (1110 m 3 /s). 2005 <strong>–</strong> MV 5 %: 17/09/05 09:00 a 21/09/05 12:00; MM 5 %:<br />
10/09/05 20:00 a 15/09/05 00:00; MM 12 %: 24/09/05 20:00 a 29/09/05 01:00. 2006 <strong>–</strong> MV 29 %:<br />
27/02/06 22:00 a 04/03/06 00:00; MV 100 %: 27/03/06 21:00 a 31/03/06 23:00; MM 53 %:<br />
06/03/06 21:00 a 11/03/06 01:00; MM 68 %: 04/04/06 08:00 a 08/04/06 12:00. Erro amostral<br />
máximo, a 95 % de confiança: MV 5 % (14,2); MM 5 % (16,5); MM 12 % (41,3); MV 29 % (69,7);<br />
MV 100 % (37,6); MM 53 % (135,7); MM 68 % (45,7)<br />
2005<br />
MM 5 %<br />
MV 5 %<br />
MM 12 %<br />
2006<br />
MV 29 %<br />
MM 53 %<br />
MV 100 %<br />
MM 68 %<br />
-350 -300 -250 -200 -150 -100 -50 0 50 100<br />
mm.s -1<br />
98
figura 3.41<br />
Vel. longitudinal Crestuma <strong>–</strong> Média de oito ciclos de marés vivas (MV) e de marés mortas (MM)<br />
Perío<strong>do</strong>s de maré classifica<strong>do</strong>s pelo caudal médio normaliza<strong>do</strong> pela média mais elevada obtida nos<br />
troços considera<strong>do</strong>s (1110 m 3 /s). 2005 <strong>–</strong> MV 5 %: 17/09/05 09:00 a 21/09/05 12:00; MM 5 %:<br />
10/09/05 20:00 a 15/09/05 00:00; MM 12 %: 24/09/05 20:00 a 29/09/05 01:00. Erro amostral<br />
máximo, a 95 % de confiança: MV 5 % (22,4); MM 5 % (13,6); MM 12 % (38,4)<br />
10<br />
9<br />
8<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />
MM 5 %<br />
MV 5 %<br />
MM 12 %<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
-60 -40 -20 0 20 40 60 80<br />
mm.s -1<br />
99
4.1 <strong>–</strong> CAUDAL FLUVIAL<br />
4 <strong>–</strong> DISCUSSÃO<br />
A análise <strong>do</strong> caudal horá<strong>rio</strong> lança<strong>do</strong> em Crestuma nos <strong>do</strong>mínios <strong>do</strong> tempo e da<br />
frequência mostra uma situação bem demarcada nos <strong>do</strong>is regimes sazonais estuda<strong>do</strong>s. A<br />
média de aprox. 57 m 3 /s, registada no perío<strong>do</strong> de 2005 <strong>–</strong> com 81 % <strong>do</strong>s valores abaixo<br />
<strong>do</strong>s 100 m 3 /s <strong>–</strong> revela um caudal pouco importante e, sobretu<strong>do</strong>, de carácter intermitente<br />
<strong>–</strong> 77 % de ocorrências nulas (figuras 3.1 e 3.2). Neste perío<strong>do</strong>, a análise da composição<br />
frequencial <strong>do</strong> sinal mostra um caudal <strong>do</strong>mina<strong>do</strong> por uma variabilidade (vb) diurna e, de<br />
forma cumulativa, pela região de perío<strong>do</strong> igual ou infe<strong>rio</strong>r à componente diurna,<br />
perfazen<strong>do</strong> as classes que respeitam essa condição 84 % da vb <strong>do</strong> sinal (figuras 3.14 e<br />
3.28).<br />
Os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> de 2006 mostram um quadro em que o caudal médio é<br />
agora de aprox. 766 m 3 /s <strong>–</strong> com 65 % <strong>do</strong>s valores acima <strong>do</strong>s 600 m 3 /s. A análise <strong>do</strong><br />
conteú<strong>do</strong> espectral <strong>do</strong> sinal mostra uma inflexão da importância espectral para a parte<br />
infe<strong>rio</strong>r <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio de Nyquist <strong>–</strong> classes com perío<strong>do</strong> acima da diurna contêm 71 % da<br />
vb <strong>do</strong> sinal (figura 3.28).<br />
A composição espectral <strong>do</strong> caudal lança<strong>do</strong> na barragem de Crestuma sugere que o<br />
funcionamento <strong>do</strong> <strong>rio</strong> <strong>Douro</strong> é, no Verão, <strong>do</strong>mina<strong>do</strong> por uma vb de forçamento<br />
antropogénico <strong>–</strong> induzida pelas necessidades de produção de energia eléctrica <strong>–</strong> o que<br />
explica a ocorrência no caudal característico de <strong>do</strong>is picos diurnos, centra<strong>do</strong>s às 12:00 e<br />
às 21:00 (figura 3.15); no Inverno é essencialmente marca<strong>do</strong> por uma vb de longo<br />
perío<strong>do</strong> <strong>–</strong> certamente relacionada com a passagem <strong>do</strong>s sistemas de tempo <strong>–</strong>, cujo efeito<br />
remoto assume o papel de deslocar a importância espectral para regiões ainda mais<br />
100
aixas <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio de Nyquist e explica uma distribuição característica mais<br />
homogénea, típica de uma composição frequencial não associada a processos de<br />
controlo humano.<br />
4.2 <strong>–</strong> EXTENSÃO DA INFLUÊNCIA DA MARÉ<br />
4.2.1 <strong>–</strong> TEMPERATURA E SALINIDADE<br />
2005<br />
A estrutura espacial da temperatura média registada no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> canal revela, em<br />
2005, um aumento gradual desde a foz até à barragem de Crestuma <strong>–</strong> 4 ºC de amplitude,<br />
poden<strong>do</strong> ir até aos 7 ºC (figuras 3.3 e 3.5) <strong>–</strong>, ao mesmo tempo que se verifica uma<br />
redução de cerca de 21 % no teor salino da água entre a foz e Avintes (figuras 3.6 e<br />
3.8). Isto permite estabelecer um padrão de comportamento em que se faz corresponder<br />
<strong>–</strong> neste regime sazonal <strong>–</strong> uma água <strong>do</strong>ce a uma água mais quente e uma água salina a<br />
uma água mais fria.<br />
A composição espectral <strong>do</strong>s sinais (figuras 3.16, 3.18, 3.29, 3.30) mostra um<br />
<strong>do</strong>mínio <strong>do</strong> forçamento pela maré semi-diurna, junto à foz, mais pronuncia<strong>do</strong> na<br />
salinidade <strong>–</strong> 57 % da vb <strong>–</strong> <strong>do</strong> que na temperatura <strong>–</strong> apenas 51 %. A importância da<br />
classe semi-diurna é atenuada à medida que se progride no estuá<strong>rio</strong>, para montante <strong>–</strong><br />
apenas 4 % da vb em Crestuma, no caso da temperatura; e 15 % da vb da salinidade, em<br />
Avintes <strong>–</strong>, sen<strong>do</strong> o seu <strong>do</strong>mínio substituí<strong>do</strong> progressivamente pelas classes de perío<strong>do</strong><br />
mais longo que a componente diurna <strong>–</strong> 72 % da vb da temperatura, em Crestuma; e<br />
71 % da vb da salinidade, em Avintes.<br />
101
De entre as outras classes de frequência associadas ao forçamento pela maré<br />
destaca-se apenas a quarto-diurna, que aparece, no entanto, como a segunda mais<br />
importante apenas na salinidade da Cantareira <strong>–</strong> 13 % da vb<br />
Verifica-se uma redução da vb semi-diurna da temperatura entre a foz e Crestuma<br />
<strong>–</strong> máximo na foz é 66 % <strong>do</strong> máximo global, que ocorre em Crestuma; enquanto a vb<br />
total aparece com valores mais eleva<strong>do</strong>s nos extremos <strong>do</strong> estuá<strong>rio</strong> <strong>do</strong> que no seu inte<strong>rio</strong>r<br />
<strong>–</strong> 128 % <strong>do</strong> máximo, na foz; e 198 % <strong>do</strong> máximo, em Crestuma; contra 43 % e 60 % <strong>do</strong><br />
máximo, na Ponte D. Maria e em Avintes, respectivamente. Por sua vez, os níveis de vb<br />
da salinidade são comparáveis entre a foz e Avintes <strong>–</strong> níveis totais de 8 % e 7 %,<br />
respectivamente.<br />
O aumento de aprox. 1,5 ºC da média da temperatura em marés vivas, em Avintes<br />
<strong>–</strong> acompanha<strong>do</strong> pela redução de 20 % na salinidade <strong>–</strong> sugere que o regime de marés<br />
vivas favorece, aqui, o controlo da vb <strong>do</strong>s sinais por processos de mistura, mais <strong>do</strong> que<br />
uma maior penetração da cunha salina (figuras 3.36 e 3.37).<br />
A comparação da temperatura média obtida na Cantareira nos três troços de maré<br />
extrema (figuras 3.36) parece revelar que o controlo da temperatura é feito pela<br />
tendência <strong>–</strong> redução de aprox. 0,5 ºC em cada semana (figura 3.3). Por outro la<strong>do</strong>, a<br />
comparação equivalente para a salinidade média (figura 3.37) sugere que a indução de<br />
uma mistura mais eficaz no troço de marés vivas é responsável por uma redução de<br />
cerca de 2 % na salinidade média neste perío<strong>do</strong>.<br />
A importância relativa das regiões espectrais descrita acima pode ser interpretada<br />
como uma medida da extensão de influência da maré sobre os parâmetros temperatura e<br />
salinidade. Pode dizer-se que esta não se estende até Avintes <strong>–</strong> no regime em que o<br />
caudal médio está tipicamente abaixo <strong>do</strong>s 100 m 3 /s. Não se pode, no entanto, associar o<br />
<strong>do</strong>mínio progressivo das baixas frequências <strong>–</strong> à medida que nos aproximamos <strong>do</strong> limite<br />
102
<strong>do</strong> estuá<strong>rio</strong> <strong>–</strong> com o caudal de Crestuma, uma vez que, neste regime, trabalha sobretu<strong>do</strong><br />
na região diurna e de perío<strong>do</strong> mais curto que a diurna.<br />
De qualquer maneira, a média de 27.7 encontrada para a salinidade no perío<strong>do</strong> de<br />
2005, em Avintes (figura 3.8), mostra que <strong>–</strong> apesar da vb associada à maré ser de apenas<br />
cerca de 15 % (figura 3.30) <strong>–</strong> a água apresenta um teor salino médio suficientemente<br />
eleva<strong>do</strong> para que se admita que a cunha salina penetra, pelo menos, até aqui <strong>–</strong> num<br />
regime de caudal baixo <strong>–</strong>, o que vem de acor<strong>do</strong> com o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> estu<strong>do</strong><br />
ante<strong>rio</strong>rmente feito (1).<br />
O facto de se verificar um contributo espectral da maré tão pequeno pode até<br />
significar que a frente salina se encontra presente mais a montante.<br />
2006<br />
A estrutura espacial da temperatura (figuras 3.4 e 3.5) e salinidade (figuras 3.7 e<br />
3.8) aparece invertida, no perío<strong>do</strong> sazonal de Inverno, poden<strong>do</strong> observar-se uma<br />
redução média de 2,2 ºC entre a foz e Avintes. O teor salino médio da água é 36 %<br />
menor em 2006 <strong>do</strong> que em 2005, sen<strong>do</strong> praticamente nulo em Avintes.<br />
A composição espectral <strong>do</strong>s sinais mostra que a vb da temperatura, na Cantareira,<br />
continua a ser fortemente influenciada pela classe semi-diurna <strong>–</strong> 42 %, para um nível<br />
global de 89 %; enquanto em Avintes 64 % da vb é induzida por forçamento pelas<br />
baixas frequências, sen<strong>do</strong> o nível global máximo, no entanto, de apenas 2 %<br />
(figuras 3.17 e 3.29). Já a salinidade tem, na Cantareira, o nível máximo de vb <strong>–</strong> é<br />
<strong>do</strong>mina<strong>do</strong> a 40 % pela classe semi-diurna <strong>–</strong> e apresenta vb infe<strong>rio</strong>r a 0,5 % <strong>do</strong> máximo<br />
global, em Avintes, o que é coerente com a média quase nula <strong>do</strong> seu registo no tempo<br />
(figuras 3.19 e 3.30).<br />
103
A média da temperatura calculada nos troços de maré extrema (figura 3.36)<br />
sugere que a sua vb é mais controlada pela tendência <strong>–</strong> aumento de 0,50 ºC /semana, na<br />
Cantareira; e de 0,74 ºC /semana, em Avintes (figura 3.4) <strong>–</strong> <strong>do</strong> que modulada pelo<br />
regime de maré; enquanto a intensidade <strong>do</strong> caudal parece ser, por sua vez, mais<br />
determinante <strong>do</strong> que o regime de maré para a forma da vb da salinidade na Cantareira <strong>–</strong><br />
teor em salinidade está ordena<strong>do</strong> pelo caudal horá<strong>rio</strong> médio (figura 3.37).<br />
Pode concluir-se que, aos níveis de caudal verifica<strong>do</strong>s na campanha de 2006 <strong>–</strong> a<br />
média de 766 m 3 /s é 13 vezes supe<strong>rio</strong>r aos níveis médios regista<strong>do</strong>s na campanha de<br />
2005 <strong>–</strong> a influência da maré sobre os parâmetros temperatura e salinidade não se<br />
estende até Avintes, nem mesmo em perío<strong>do</strong> de marés vivas.<br />
4.2.2 <strong>–</strong> PRESSÃO<br />
A vb da pressão relativa é <strong>do</strong>minada pela maré semi-diurna sem grandes variações<br />
espaciais ou sazonais (figuras 3.20, 3.21 e 3.31). Em 2005, o seu <strong>do</strong>mínio oscila entre os<br />
96 % e os 98 %, com importância máxima na foz; enquanto em 2006 atinge 97 %, na<br />
Cantareira e 87 %, em Avintes.<br />
Os níveis globais de vb baixaram, em 2006, para cerca de metade, o que pode ser<br />
consequência de uma penetração mais difícil da corrente de maré e a subsequente<br />
redução da amplitude de oscilação semi-diurna da superfície livre. Esta interpretação<br />
fica, no entanto, sob reserva, uma vez que outras duas hipóteses podem estar na origem<br />
da redução de energia: uma deformação espectral provocada pelo acréscimo de um<br />
excessivo número de zeros aos segmentos em que subdividi as séries temporais (méto<strong>do</strong><br />
de Welch); e o facto de a campanha de 2005 ter incluí<strong>do</strong> observações durante um<br />
perío<strong>do</strong> de marés vivas equinociais.<br />
104
4.2.3 <strong>–</strong> VELOCIDADE LONGITUDINAL<br />
2005<br />
Os cronogramas da velocidade longitudinal registada em 2005 mostram valores<br />
tipicamente muito baixos, de Avintes para montante (figura 3.11). O resíduo não excede<br />
muito os 50 mm/s, em Avintes; enquanto em Crestuma oscila entre os 15 mm/s, para<br />
jusante e os 30 mm/s, para montante (figura 3.13).<br />
Olhan<strong>do</strong> para o quadro global (figuras 3.22 a 3.25 e 3.32 a 3.35), a composição<br />
espectral da velocidade longitudinal mostra uma influência progressivamente menor da<br />
classe <strong>do</strong>minante, a semi-diurna, desde a foz até Crestuma <strong>–</strong> entre os 90 e os 93 % da<br />
vb, na Cantareira; 72 % a 87 %, acima <strong>do</strong> fundão da Ponte D. Maria; 47 %, em Avintes;<br />
e um máximo de 33 %, em Crestuma, onde apenas é <strong>do</strong>minante na parte supe<strong>rio</strong>r da<br />
coluna de água. A classe quarto-diurna aparece como a segunda mais importante nos<br />
níveis mais profun<strong>do</strong>s da Cantareira <strong>–</strong> 5 % da vb <strong>–</strong> e chega a atingir 31 % da vb, no<br />
fundão da Ponte D. Maria <strong>–</strong> muito próximo da importância da classe semi-diurna.<br />
De qualquer maneira, os níveis globais de vb sugerem que a velocidade<br />
longitudinal é pouco importante a montante da Ponte D. Maria, local onde, no fun<strong>do</strong>,<br />
atingem um máximo de apenas 8 % <strong>do</strong> valor mais alto <strong>–</strong> que é atingi<strong>do</strong> na Cantareira.<br />
Em Avintes, a sua variabilidade <strong>do</strong>minante é, pelo menos, 2 ordens de grandeza infe<strong>rio</strong>r<br />
ao máximo e, em Crestuma, inexpressiva <strong>–</strong> menos de 0,50 %.<br />
Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s parecem sugerir que a influência da maré sobre a velocidade<br />
longitudinal se estende <strong>–</strong> para os níveis de caudal regista<strong>do</strong>s no perío<strong>do</strong> de 2005 <strong>–</strong> de<br />
algum mo<strong>do</strong>, até Avintes, onde o valor máximo da corrente para montante está próximo<br />
<strong>do</strong>s 30 cm/s (figura 3.11).<br />
105
2006<br />
A velocidade longitudinal mostra, em 2006, uma situação em que o escoamento<br />
de enchente comporta, geralmente, valores muito infe<strong>rio</strong>res ao que se faz para jusante.<br />
O estuá<strong>rio</strong> comporta-se mesmo, por vezes, como um <strong>rio</strong>, não se verifican<strong>do</strong> corrente de<br />
enchente durante mais de <strong>do</strong>is dias, na Cantareira <strong>–</strong> perío<strong>do</strong> entre o meio <strong>do</strong> dia 23 e o<br />
fim <strong>do</strong> dia 25 de Março (figura 3.12 <strong>–</strong> hora 338 a 396) <strong>–</strong> e durante mais de 15 dias, em<br />
Avintes <strong>–</strong> perío<strong>do</strong> entre o dia 20 de Março e o dia 6 de Abril (figura 3.12). Tal<br />
comportamento é induzi<strong>do</strong> por um aumento persistente <strong>do</strong>s níveis de caudal lança<strong>do</strong> em<br />
Crestuma, que ultrapassa os 3000 m 3 /s (figura 3.1).<br />
A variabilidade da velocidade longitudinal é, tal como em 2005, <strong>do</strong>minada pela<br />
classe semi-diurna (figuras 3.32 e 3.34) <strong>–</strong> 70 % a 84 %, na Cantareira; e 38 %, em<br />
Avintes <strong>–</strong> notan<strong>do</strong>-se o acréscimo da importância das classes não associadas à maré,<br />
nomeadamente a classe de perío<strong>do</strong> supe<strong>rio</strong>r ao diurno e a classe que contém as<br />
frequências não atribuídas a uma banda especifica. De entre as classes associadas ao<br />
forçamento pela maré, surge um aumento da importância da diurna <strong>–</strong> impon<strong>do</strong>-se sobre<br />
a quarto-diurna acima <strong>do</strong> meio da coluna, na Cantareira; e sen<strong>do</strong> mesmo quase tão<br />
importante como a primeira das classes de longo perío<strong>do</strong>, com 17 % da vb, em Avintes.<br />
Observa-se, no entanto, uma redução <strong>do</strong>s seus níveis globais <strong>–</strong> apenas 12 a 42 %,<br />
na Cantareira; e um máximo de 3%, em Avintes <strong>–</strong> o que permitir dizer que a influência<br />
efectiva da maré sobre a velocidade se estende, neste regime, apenas até um local<br />
situa<strong>do</strong> a jusante de Avintes.<br />
106
4.3 <strong>–</strong> ESTRUTURA VERTICAL DA VELOCIDADE<br />
4.3.1 - 2005<br />
O resíduo da velocidade longitudinal (figura 3.13) mostra uma coluna de água<br />
estratificada, no perío<strong>do</strong> da campanha de 2005 <strong>–</strong> orientan<strong>do</strong>-se para montante na parte<br />
infe<strong>rio</strong>r e para jusante na parte supe<strong>rio</strong>r; este resulta<strong>do</strong> é supostamente determina<strong>do</strong> por<br />
conservação da massa <strong>–</strong> proposição que fica por demonstrar em trabalhos futuros.<br />
O resulta<strong>do</strong> pode, de algum mo<strong>do</strong> <strong>–</strong> se estabelecermos um paralelismo entre os<br />
perfis de salinidade e de velocidade <strong>–</strong> reforçar a conclusão <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> feito ante<strong>rio</strong>rmente<br />
(1) que apontava para um perfil de salinidade estratifica<strong>do</strong> em regime de baixo caudal.<br />
O efeito de modulação <strong>do</strong> resíduo por parte <strong>do</strong> regime de marés vivas (figuras<br />
3.38 a 3.41) parece ser, na Cantareira e em Crestuma, o de homogeneizar a coluna,<br />
reduzin<strong>do</strong> o seu valor nos <strong>do</strong>is estratos <strong>–</strong> o que pode resultar de uma incorporação maior<br />
<strong>do</strong> escoamento que se faz para jusante na parte infe<strong>rio</strong>r da coluna, por mistura vertical.<br />
Por sua vez, o regime de marés mortas parece ter o efeito contrá<strong>rio</strong> de aumentar a<br />
estratificação da coluna <strong>–</strong> efeito que sofre a contribuição adicional <strong>do</strong> aumento de<br />
caudal <strong>–</strong>, o que é visível sobretu<strong>do</strong> em Crestuma. Em Avintes, o efeito <strong>do</strong> regime de<br />
marés vivas parece ser o de aumentar o excedente de velocidade, que se orienta, em<br />
to<strong>do</strong> o caso, sempre para montante.<br />
4.3.2 - 2006<br />
O perfil vertical <strong>do</strong> resíduo da velocidade longitudinal (figura 3.13) mostra uma<br />
situação diferente, em 2006, em que se observa que o excedente se orienta sempre para<br />
107
jusante, coerente com a solução proposta pelos autores <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> antecedente (1) que<br />
previa um perfil de salinidade bastante homogéneo em regime de caudal intenso.<br />
O perío<strong>do</strong> de marés mortas parece ter o papel de trazer o valor <strong>do</strong> resíduo para<br />
próximo de zero, na foz (figura 3.38) <strong>–</strong> o que revela o seu efeito indutor de<br />
estratificação. Por sua vez, o caudal regista<strong>do</strong> nos perío<strong>do</strong>s de marés mortas de 2006<br />
parece não ter si<strong>do</strong> suficiente para quebrar uma possível estratificação em Avintes<br />
(figura 3.40) <strong>–</strong> o que resulta num resíduo mais pequeno associa<strong>do</strong> a um aumento de<br />
caudal fluvial, no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> canal; enquanto que o efeito <strong>do</strong> regime de marés vivas<br />
parece ser o de originar um resíduo mais próximo de zero quan<strong>do</strong> o caudal é infe<strong>rio</strong>r.<br />
4.4 <strong>–</strong> A SITUAÇÃO DA PONTE DONA MARIA<br />
O estu<strong>do</strong> da modulação exercida pelo regime de maré revelou resulta<strong>do</strong>s<br />
anómalos na Ponte Dona Maria: quer na temperatura (figura 3.36); quer no perfil<br />
vertical de velocidade (figura 3.39), em que se verifica mesmo um padrão inverti<strong>do</strong><br />
relativamente ao que se passa nos outros locais estuda<strong>do</strong>s (perfis de velocidade na<br />
Cantareira e em Crestuma, em 2005). Por outro la<strong>do</strong>, a velocidade longitudinal é muito<br />
baixa nos perío<strong>do</strong>s de marés mortas, em toda a coluna (figura 3.11); e a variabilidade<br />
dentro <strong>do</strong> fundão é também muito reduzida <strong>–</strong> com a particularidade de que a quarto-<br />
-diurna é quase tão importante como a semi-diurna (figura 3.33). Tu<strong>do</strong> isto poderá ser<br />
consequência <strong>do</strong> posicionamento <strong>do</strong> equipamento dentro <strong>do</strong> fundão (figura 2.3) <strong>–</strong> quase<br />
28 m de profundidade média na campanha de 2005.<br />
Reservo interpretações mais conclusivas sobre a situação da dinâmica na Ponte<br />
para um estu<strong>do</strong> mais detalha<strong>do</strong> sobre a forma como a topografia particular da zona<br />
108
induzirá uma dinâmica local algo conspícua <strong>–</strong> em particular, saliento que terá que<br />
incluir o estu<strong>do</strong> da velocidade vertical.<br />
4.5 <strong>–</strong> VALIDADE DO ESTUDO E TRABALHO FUTURO<br />
4.5.1 <strong>–</strong> VELOCIDADE NA CAMADA SUB-SUPERFICIAL<br />
Os perfis de velocidade da corrente horizontal recolhi<strong>do</strong>s com os ADCP foram<br />
referencia<strong>do</strong>s ao fun<strong>do</strong> e guarda<strong>do</strong>s na forma de matrizes regulares, o que originou uma<br />
perda de resolução da camada superficial <strong>–</strong> numa espessura que pode atingir um valor<br />
igual à amplitude de maré, em preia-mar de marés vivas. Quaisquer estu<strong>do</strong>s de dinâmica<br />
que se empreendam no futuro passam por redefinir a forma como a velocidade foi<br />
transferida para ficheiro a partir da interface de visualização de da<strong>do</strong>s. Terá que se optar<br />
entre conceber um méto<strong>do</strong> que permita processar os da<strong>do</strong>s de velocidade armazena<strong>do</strong>s<br />
na forma de matrizes irregulares ou referir a velocidade à superfície, perden<strong>do</strong> resolução<br />
no fun<strong>do</strong>.<br />
4.5.2 <strong>–</strong> A HIPÓTESE ESTACIONÁRIA<br />
Os resulta<strong>do</strong>s da análise <strong>do</strong>s sinais no <strong>do</strong>mínio frequência conduziram a um<br />
conjunto de interpretações cuja acuidade está dependente da validade da hipótese<br />
estacionária <strong>–</strong> ou quasi-estacionária; de facto, ao utilizar a teoria clássica de Fourier,<br />
supus que a composição espectral da sua variabilidade se mantinha invariável no tempo.<br />
Existem suspeitas de que essa aproximação não será válida quan<strong>do</strong> o caudal<br />
lança<strong>do</strong> na barragem é importante, o que lança, por um la<strong>do</strong>, o repto para que futuros<br />
109
trabalhos contemplem a aplicação de técnicas alternativas de análise espectral que<br />
critiquem os resulta<strong>do</strong>s agora obti<strong>do</strong>s <strong>–</strong> refiro-me, nomeadamente, a méto<strong>do</strong>s<br />
paramétricos que permitam estudar a distribuição frequencial de sinais de duração curta;<br />
e a análise de ondulas; e, por outro la<strong>do</strong>, impõe algumas reservas sobre o seu espectro<br />
da validade <strong>do</strong> presente trabalho.<br />
4.5.3 <strong>–</strong> SIGNIFICÂNCIA ESTATÍSTICA<br />
A análise da distribuição da energia <strong>do</strong>s parâmetros estuda<strong>do</strong>s trabalhou sobre<br />
espectros de densidade cujo intervalo de confiança a 95 % oscila entre cerca de 0,25 e<br />
cerca de 39 vezes o valor da estimativa <strong>–</strong> nomeadamente, para o caudal e para<br />
velocidade longitudinal, em 2005. Mesmo os espectros que foram estima<strong>do</strong>s partin<strong>do</strong> a<br />
série original em múltiplos segmentos <strong>–</strong> conduzin<strong>do</strong> a uma significância estatística<br />
maior <strong>–</strong> originaram intervalos de confiança a 95 % que oscilam entre pouco menos de<br />
metade e quatro, cinco ou oito vezes o valor da estimativa. É necessá<strong>rio</strong> estabelecer as<br />
contribuições limite que as classes espectrais podem oferecer para o to<strong>do</strong> de energia, em<br />
vez de fazê-lo apenas consideran<strong>do</strong> as estimativas obtidas.<br />
Por outro la<strong>do</strong>, a amplitude <strong>do</strong> erro amostral da média da temperatura calculada<br />
em troços de marés vivas e marés mortas é suficientemente boa para que as<br />
interpretações feitas sejam significativas <strong>–</strong> máximo de 6 %, que se traduz numa<br />
oscilação de 0,8 ºC em torno da estimativa; enquanto que para a salinidade terá que se<br />
fazer uso de algumas reservas, uma vez que o erro tem amplitudes tão grandes como<br />
18 % ou 28 %, para as médias de 2006, em marés mortas, na Cantareira.<br />
O erro amostral mais gravoso provém da estimativa <strong>do</strong>s resíduos da velocidade<br />
longitudinal calcula<strong>do</strong>s em maré extrema <strong>–</strong> pode, por exemplo, ser cerca de 37 vezes o<br />
110
valor <strong>do</strong> próp<strong>rio</strong> resíduo nas marés vivas de 2005, na Cantareira; ou aprox. oito vezes<br />
em marés mortas, na Ponte D. Maria; ou ainda 27 vezes nas marés vivas, em Crestuma<br />
<strong>–</strong> estan<strong>do</strong> sempre associa<strong>do</strong> a valores residuais próximos de zero. A amplitude <strong>do</strong>s<br />
intervalos de confiança sugere que estu<strong>do</strong>s mais sé<strong>rio</strong>s sobre o resíduo da velocidade<br />
longitudinal terão que fazer estimativas sobre mais de que as oito amostras que utilizei <strong>–</strong><br />
o que implica trabalhar perío<strong>do</strong>s equivalentes recolhi<strong>do</strong>s em mais campanhas.<br />
4.5.4 <strong>–</strong> A COBERTURA ESPACIAL<br />
O facto de os correntómetros fundea<strong>do</strong>s na Ponte Dona Maria e em Crestuma,<br />
durante a campanha de 2006, não terem funciona<strong>do</strong>, impede um detalhe maior na<br />
resposta ao problema investiga<strong>do</strong>, particularmente a determinação mais exacta da<br />
extensão da influência da maré.<br />
Por outro la<strong>do</strong>, a utilização de correntómetros pontuais em Avintes e a não<br />
inclusão de sensor Doppler na configuração <strong>do</strong> RCM fundea<strong>do</strong> na Cantareira, em 2005,<br />
limitam o estu<strong>do</strong> da estrutura vertical da velocidade e sugerem pontos de refinamento de<br />
estu<strong>do</strong>s poste<strong>rio</strong>res.<br />
4.5.5 <strong>–</strong> OUTRAS PERSPECTIVAS DE TRABALHO FUTURO<br />
O campo de velocidade horizontal foi unidimensionaliza<strong>do</strong>, o que trás vantagens<br />
de simplificação na aplicação de meto<strong>do</strong>logias de inferência estatística que permitam<br />
resolver problemas de dinâmica. Com o problema escrito numa base 1D pode<br />
facilmente fazer-se análise de correlação entre séries de velocidade longitudinal de<br />
111
locais diferentes <strong>–</strong> conten<strong>do</strong> a composição espectral que se entender <strong>–</strong>, tentan<strong>do</strong><br />
perceber como se faz a propagação da corrente de maré ou da corrente fluvial.<br />
Se for possível atribuir ao forçamento pela maré uma parte suficientemente<br />
grande da variabilidade da velocidade longitudinal pode tentar-se explicar o seu sinal<br />
com análise harmónica. Isto permitiria estimar o perfil vertical <strong>do</strong> resíduo da velocidade<br />
por subtracção ao sinal original e calcular a variação das amplitudes e das fases relativas<br />
da corrente, estudan<strong>do</strong> a forma como se faz a propagação <strong>do</strong> seu sinal para o inte<strong>rio</strong>r <strong>do</strong><br />
estuá<strong>rio</strong>. O mesmo tipo de estu<strong>do</strong> pode ser feito para os outros parâmetros.<br />
Caso não seja possível admitir que a variabilidade está essencialmente associada à<br />
maré <strong>–</strong> como acontece para to<strong>do</strong>s os parâmetros hidrológicos e velocidade longitudinal<br />
medi<strong>do</strong>s a montante de Avintes <strong>–</strong> é necessá<strong>rio</strong> encontrar uma forma de remover esse<br />
resíduo antes de modelar o sinal com análise harmónica <strong>–</strong> a manipulação da sua<br />
composição espectral é uma hipótese.<br />
112
5 <strong>–</strong> REFERÊNCIAS<br />
1. Vieira, Má<strong>rio</strong>; Bordalo, Adriano. The <strong>Douro</strong> estuary (Portugal): a mesotidal salt<br />
wedge. Oceanológica Acta 2000; Vol. 23, nº 5.<br />
2. <strong>Instituto</strong> Nacional da Água. Descrição <strong>–</strong> <strong>Douro</strong> [online]. [cita<strong>do</strong> 17 Agosto 2007].<br />
Disponível em World Wide Web: http://www.inag.pt/estua<strong>rio</strong>s/MenusEstua<strong>rio</strong>s/<strong>Douro</strong>-<br />
Menu.htm<br />
3. Ferreira J. G., Simas T, Nobre A, et tal. Identification of sensitive areas and<br />
vulnerable zones in transitional and Coastal Portuguese Systems [online]. [cita<strong>do</strong><br />
17 Agosto 2007]. Disponível em World Wide Web: http://www.eutro.org/<strong>do</strong>cuments/N<br />
EEA%20Portugal.pdf<br />
4. Direcção-Geral <strong>do</strong>s Recursos e Aproveitamentos Hidráulicos. Monografias<br />
Hidrológicas <strong>do</strong>s Principais Cursos de Água de Portugal Continental. Lisboa: Divisão<br />
de Hidrometria; 1986.<br />
113
ANEXO A <strong>–</strong> ESTATÍSTICA VECTORIAL DA VELOCIDADE<br />
quadro A.1 (continua na pág. seguinte)<br />
Velocidade 2005 <strong>–</strong> Síntese de estatística vectorial <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s compacta<strong>do</strong>s<br />
Níveis de profundidade: Cantareira (1 a 8 <strong>–</strong> 2,11 m a 5,61 m com res. de 0,50 m); Ponte Dona<br />
Maria (1 a 19 <strong>–</strong> 3,72 m a 21,72 com res. de 1,00 m)<br />
*1 direcção referida ao Norte; *2 direcção referida a leste (+ senti<strong>do</strong> directo; - senti<strong>do</strong> retrógra<strong>do</strong>)<br />
NÍVEL<br />
CANTAREIRA<br />
VECTOR MÉDIO<br />
MAGNITUDE (mm/s) DIRECÇÃO *1<br />
DIRECÇÃO<br />
PRINCIPAL *2<br />
129 113 -14<br />
2 111 108 -13<br />
3 86 101 -12<br />
4 57 90 -11<br />
5 27 63 -9<br />
6 22 335 -8<br />
7 50 299 -6<br />
8 82 286 -4<br />
PONTE DONA MARIA<br />
1 16 178 -72<br />
2 10 156 -69<br />
3 9 116 -66<br />
4 8 78 -63<br />
5 10 42 -63<br />
6 14 6 -61<br />
7 16 353 -61<br />
8 16 330 -60<br />
9 17 324 -59<br />
10 20 318 -59<br />
11 27 326 -58<br />
12 34 322 -57<br />
13 41 320 -56<br />
14 49 318 -55<br />
15 61 320 -55<br />
16 71 319 -55<br />
17 81 318 -54<br />
18 88 328 -55<br />
19 89 331 -54<br />
MÉTODO DE<br />
REORIENTAÇÃO<br />
Direcção única<br />
Direcção única<br />
114
quadro A.1 (cont.)<br />
Velocidade 2005 <strong>–</strong> Síntese de estatística vectorial <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s compacta<strong>do</strong>s<br />
Níveis de profundidade: Avintes (0,50 m); Crestuma (1 a 15 <strong>–</strong> 2,11 m a 9,11 com res. de 0,50 m)<br />
*1 direcção referida ao Norte; *2 direcção referida a leste (+ senti<strong>do</strong> directo; - senti<strong>do</strong> retrógra<strong>do</strong>)<br />
AVINTES<br />
NÍVEL<br />
CRESTUMA<br />
1<br />
2<br />
3<br />
4<br />
5<br />
6<br />
7<br />
8<br />
9<br />
10<br />
11<br />
12<br />
13<br />
14<br />
15<br />
VECTOR MÉDIO<br />
MAGNITUDE (mm/s) DIRECÇÃO *1<br />
DIRECÇÃO<br />
PRINCIPAL *2<br />
54 160 -67<br />
VECTOR MÉDIO<br />
MAGNITUDE (mm/s) DIRECÇÃO *1<br />
DIRECÇÃO<br />
PRINCIPAL *2<br />
34 93 -22<br />
32 92 -23<br />
20 125 -30<br />
23 107 -31<br />
24 104 -28<br />
24 102 -28<br />
24 101 -30<br />
21 102 -32<br />
17 102 -31<br />
15 104 -30<br />
11 107 -29<br />
5 100 -27<br />
1 20 -25<br />
5 296 -25<br />
15 289 -24<br />
MÉTODO DE<br />
REORIENTAÇÃO<br />
Direcção única<br />
MÉTODO DE<br />
REORIENTAÇÃO<br />
Direcção única<br />
115
quadro A.2<br />
Velocidade 2006 <strong>–</strong> Síntese de estatística vectorial <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s compacta<strong>do</strong>s<br />
Níveis de profundidade: Cantareira (0 <strong>–</strong> 0,50 m; 1 a 9 <strong>–</strong> 2,11 m a 6,11 m com res. de 0,50 m);<br />
Avintes (0,50 m)<br />
*1 direcção referida ao Norte; *2 direcção referida a leste (+ senti<strong>do</strong> directo; - senti<strong>do</strong> retrógra<strong>do</strong> /<br />
direcções limite <strong>do</strong>s sectores que definem o crité<strong>rio</strong> de reorientação (referidas ao Norte);<br />
*3 direcções de reorientação <strong>do</strong> nível zero da Cantareira e de Avintes são direcções empíricas<br />
NÍVEL<br />
CANTAREIRA<br />
AVINTES<br />
0<br />
1<br />
2<br />
3<br />
4<br />
5<br />
6<br />
7<br />
8<br />
9<br />
VECTOR MÉDIO<br />
MAGNITUDE (mm/s) DIRECÇÃO *1<br />
109 268<br />
DIRECÇÃO<br />
PRINCIPAL *2,3<br />
-20 / 15 a 187,5<br />
5 / 187,5 a 272,5<br />
-10 / 272,5 a 15<br />
215 279 14<br />
257 281 14<br />
300 282 13<br />
342 282 11<br />
383 282 10<br />
423 281 10<br />
464 280 9<br />
509 279 8<br />
541 278 7<br />
VECTOR MÉDIO<br />
MAGNITUDE (mm/s) DIRECÇÃO *1<br />
311 341<br />
DIRECÇÃO<br />
PRINCIPAL *2,3<br />
-75 / 75 a 250<br />
-65 / 250 a 340<br />
-75 / 340 a 75<br />
MÉTODO DE<br />
REORIENTAÇÃO<br />
Direcções múltiplas<br />
Direcção única<br />
MÉTODO DE<br />
REORIENTAÇÃO<br />
Direcções múltiplas<br />
116
quadro B.1<br />
ANEXO B <strong>–</strong> SÍNTESE DE ESTATÍSTICA DESCRITIVA<br />
Temperatura <strong>–</strong> Síntese de estatística descritiva.<br />
POTÊNCIA<br />
VARIÂNCIA<br />
MÉDIA<br />
MÁXIMO<br />
MÍNIMO<br />
PONTOS<br />
PERÍODO DE OBSERVAÇÃO<br />
LOCAL<br />
( o C 2 /hr)<br />
( o C 2 )<br />
( o C)<br />
( o C)<br />
( o C)<br />
2005<br />
505<br />
10/09/05 08:00 a 01/10/05 08:00<br />
2.21E+02<br />
6.42E-01<br />
14.8<br />
17.5<br />
13.7<br />
Cantareira<br />
499<br />
10/09/05 13:00 a 01/10/05 07:00<br />
2.33E+02<br />
5.72E-01<br />
15.2<br />
17.5<br />
14.1<br />
Ponte. D. Maria<br />
500<br />
09/09/05 20:00 a 30/09/05 15:00<br />
3.10E+02<br />
1.15E+00<br />
17.6<br />
21.8<br />
15.5<br />
Avintes<br />
482<br />
10/09/05 15:00 a 30/09/05 16:00<br />
3.54E+02<br />
1.90E+00<br />
18.8<br />
24.6<br />
17.0<br />
Crestuma<br />
2006<br />
1037<br />
26/02/06 09:00 a 10/04/06 13:00<br />
1.60E+02<br />
2.49E+00<br />
12.6<br />
15.8<br />
8.7<br />
Cantareira<br />
1056<br />
25/02/06 17:00 a 10/04/06 16:00<br />
1.10E+02<br />
1.90E+00<br />
10.4<br />
13.3<br />
8.4<br />
Avintes<br />
117
quadro B.2<br />
Salinidade <strong>–</strong> Síntese de estatística descritiva.<br />
PONTOS<br />
PERÍODO DE OBSERVAÇÃO<br />
POTÊNCIA<br />
VARIÂNCIA<br />
MÉDIA<br />
MÁXIMO<br />
MÍNIMO<br />
LOCAL<br />
2005<br />
505<br />
10/09/05 08:00 a 01/10/05 08:00<br />
1.24E+03<br />
2.59E+00<br />
35.1<br />
36.7<br />
25.2<br />
Cantareira<br />
500<br />
09/09/05 20:00 a 30/09/05 15:00<br />
7.82E+02<br />
1.58E+01<br />
27.7<br />
32.4<br />
12.5<br />
Avintes<br />
2006<br />
1037<br />
26/02/06 09:00 a 10/04/06 13:00<br />
6.99E+02<br />
1.95E+02<br />
22.4<br />
36.3<br />
0.2<br />
Cantareira<br />
1056<br />
25/02/06 17:00 a 10/04/06 16:00<br />
1.81E-01<br />
1.09E-01<br />
0.3<br />
7.9<br />
0.2<br />
Avintes<br />
118
quadro B.3<br />
Pressão <strong>–</strong> Síntese de estatística descritiva.<br />
POTÊNCIA<br />
VARIÂNCIA<br />
MÉDIA<br />
MÁXIMO<br />
MÍNIMO<br />
PONTOS<br />
PERÍODO DE OBSERVAÇÃO<br />
LOCAL<br />
(KPa 2 /hr)<br />
(KPa 2 )<br />
(KPa)<br />
(KPa)<br />
(KPa)<br />
2005<br />
505<br />
10/09/05 08:00 a 01/10/05 08:00<br />
5.11E+03<br />
5.93E+01<br />
71.0<br />
90.1<br />
53.7<br />
Cantareira<br />
499<br />
10/09/05 13:00 a 01/10/05 07:00<br />
6.99E+04<br />
6.45E+01<br />
264.1<br />
283.6<br />
246.2<br />
Ponte. D. Maria<br />
500<br />
09/09/05 20:00 a 30/09/05 15:00<br />
9.92E+03<br />
6.38E+01<br />
99.2<br />
118.8<br />
80.5<br />
Avintes<br />
482<br />
10/09/05 15:00 a 30/09/05 16:00<br />
1.32E+04<br />
6.50E+01<br />
114.4<br />
133.7<br />
95.6<br />
Crestuma<br />
2006<br />
1037<br />
26/02/06 09:00 a 10/04/06 13:00<br />
5.41E+03<br />
6.67E+01<br />
73.0<br />
92.5<br />
53.0<br />
Cantareira<br />
1056<br />
25/02/06 17:00 a 10/04/06 16:00<br />
9.09E+03<br />
6.70E+01<br />
94.9<br />
113.5<br />
72.8<br />
Avintes<br />
119
quadro B.4 (continua na pág. seguinte)<br />
Velocidade longitudinal 2005 <strong>–</strong> Síntese de estatística descritiva<br />
Níveis de profundidade: Cantareira (1 a 8 <strong>–</strong> 2,11 m a 5,61 m com res. de 0,50 m); Ponte Dona<br />
Maria (1 a 19 <strong>–</strong> 3,72 m a 21,72 com res. de 1,00 m)<br />
NÍVEL<br />
CANTAREIRA<br />
MÍNIMO<br />
(mm.s -1 )<br />
MÁXIMO<br />
(mm.s -1 )<br />
MÉDIA<br />
(mm.s -1 )<br />
VARIÂNCIA<br />
(mm 2 .s -2 )<br />
POTÊNCIA<br />
(mm 2 .s -2 /hr)<br />
1 -860.7 1133.9 127.2 2.09E+05 2.25E+05<br />
2 -921.6 1112.8 110.6 2.14E+05 2.26E+05<br />
3 -978.8 1122.8 85.8 2.13E+05 2.21E+05<br />
4 -1030.2 1127.7 55.6 2.12E+05 2.15E+05<br />
5 -1068.8 1133.4 21.8 2.12E+05 2.13E+05<br />
6 -1101.3 1138.9 -11.8 2.16E+05 2.17E+05<br />
7 -1125.8 1140.5 -45.5 2.25E+05 2.28E+05<br />
8 -1152.4 1136.2 -79.5 2.32E+05 2.38E+05<br />
PONTE DONA MARIA<br />
1 -155.8 375.7 15.6 3.73E+03 3.97E+03<br />
2 -183.4 351.6 9.6 3.53E+03 3.62E+03<br />
3 -201.0 359.0 6.6 3.71E+03 3.75E+03<br />
4 -233.0 387.9 2.2 4.36E+03 4.36E+03<br />
5 -286.1 415.4 -3.7 5.41E+03 5.43E+03<br />
6 -335.1 442.9 -11.1 6.97E+03 7.09E+03<br />
7 -390.5 480.1 -14.4 1.04E+04 1.06E+04<br />
8 -496.3 519.4 -16.1 1.43E+04 1.46E+04<br />
9 -575.6 552.0 -16.6 2.00E+04 2.03E+04<br />
10 -709.1 574.5 -19.2 2.70E+04 2.74E+04<br />
11 -739.3 594.2 -26.7 3.49E+04 3.56E+04<br />
12 -740.1 595.8 -34.3 4.35E+04 4.47E+04<br />
13 -752.3 588.4 -41.2 5.23E+04 5.40E+04<br />
14 -780.7 567.1 -49.0 5.79E+04 6.03E+04<br />
15 -820.7 578.0 -60.6 6.69E+04 7.06E+04<br />
16 -782.3 615.1 -70.6 7.52E+04 8.02E+04<br />
17 -725.4 637.1 -80.7 8.29E+04 8.95E+04<br />
18 -725.2 653.1 -88.0 9.07E+04 9.85E+04<br />
19 -700.9 658.3 -88.2 9.11E+04 9.89E+04<br />
120
quadro B.4 (cont.)<br />
Velocidade longitudinal 2005 <strong>–</strong> Síntese de estatística descritiva<br />
Níveis de profundidade: Avintes (0,50 m); Crestuma (1 a 15 <strong>–</strong> 2,11 m a 9,11 com res. de 0,50 m)<br />
MÍNIMO<br />
(mm.s -1 )<br />
MÁXIMO<br />
(mm.s -1 )<br />
MÉDIA<br />
(mm.s -1 )<br />
VARIÂNCIA<br />
(mm 2 .s -2 )<br />
POTÊNCIA<br />
(mm 2 .s -2 /hr)<br />
AVINTES -302.7 283.4 53.7 6.22E+03 9.07E+03<br />
NÍVEL<br />
CRESTUMA<br />
MÍNIMO<br />
(mm.s -1 )<br />
MÁXIMO<br />
(mm.s -1 )<br />
MÉDIA<br />
(mm.s -1 )<br />
VARIÂNCIA<br />
(mm 2 .s -2 )<br />
POTÊNCIA<br />
(mm 2 .s -2 /hr)<br />
1 -24.1 308.3 31.9 2.05E+03 3.07E+03<br />
2 -28.4 305.4 30.1 1.86E+03 2.77E+03<br />
3 -38.7 286.3 19.9 1.61E+03 2.00E+03<br />
4 -31.3 272.3 22.2 1.44E+03 1.93E+03<br />
5 -39.5 244.1 22.9 1.48E+03 2.01E+03<br />
6 -74.6 210.9 23.5 1.56E+03 2.12E+03<br />
7 -107.9 165.7 22.7 1.48E+03 1.99E+03<br />
8 -138.4 161.7 19.6 1.37E+03 1.75E+03<br />
9 -178.9 156.3 16.1 1.51E+03 1.77E+03<br />
10 -239.8 152.5 14.2 1.64E+03 1.84E+03<br />
11 -282.7 157.9 11.3 1.81E+03 1.93E+03<br />
12 -310.6 164.9 4.9 1.93E+03 1.96E+03<br />
13 -322.1 163.4 -0.1 2.18E+03 2.18E+03<br />
14 -333.8 161.3 -5.4 2.61E+03 2.64E+03<br />
15 -374.3 160.7 -15.3 3.24E+03 3.47E+03<br />
121
quadro B.5<br />
Velocidade longitudinal 2006 <strong>–</strong> Síntese de estatística descritiva<br />
Níveis de profundidade: Cantareira (0 <strong>–</strong> 0,50 m; 1 a 9 <strong>–</strong> 2,11 m a 6,11 m com res. de 0,50 m);<br />
Avintes (0,50 m)<br />
NÍVEL<br />
CANTAREIRA<br />
MÍNIMO<br />
(mm.s -1 )<br />
MÁXIMO<br />
(mm.s -1 )<br />
MÉDIA<br />
(mm.s -1 )<br />
VARIÂNCIA<br />
(mm 2 .s -2 )<br />
POTÊNCIA<br />
(mm 2 .s -2 /hr)<br />
0 -833.0 747.2 -108.8 1.06E+05 1.18E+05<br />
1 -1255.1 969.0 -214.1 2.33E+05 2.79E+05<br />
2 -1335.3 973.8 -256.7 2.48E+05 3.14E+05<br />
3 -1384.6 1032.7 -299.7 2.51E+05 3.41E+05<br />
4 -1433.3 1087.2 -341.7 2.47E+05 3.64E+05<br />
5 -1465.6 1117.0 -382.4 2.42E+05 3.89E+05<br />
6 -1500.7 1148.7 -422.8 2.42E+05 4.21E+05<br />
7 -1537.2 1162.8 -463.6 2.43E+05 4.58E+05<br />
8 -1565.7 1162.5 -508.6 2.40E+05 4.99E+05<br />
9 -1584.5 1131.3 -540.8 2.32E+05 5.24E+05<br />
MÍNIMO<br />
(mm.s -1 )<br />
MÁXIMO<br />
(mm.s -1 )<br />
MÉDIA<br />
(mm.s -1 )<br />
VARIÂNCIA<br />
(mm 2 .s -2 )<br />
POTÊNCIA<br />
(mm 2 .s -2 /hr)<br />
AVINTES -1186.7 331.4 -313.1 5.66E+04 1.55E+05<br />
122
ANEXO C <strong>–</strong> DISTRIBUIÇÃO DE VARIABILIDADE DA VELOCIDADE<br />
figura C.1<br />
Cantareira 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal ([mm.s -1 ] 2 /cph) (em baixo)<br />
Res. aprox. 0,00195 cph; 2 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,27; 39,53]<br />
Distribuição frequencial de variabilidade pelas componentes originais / reorientadas (em cima e ao centro)<br />
Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />
Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />
Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />
5.50<br />
5.00<br />
4.50<br />
4.00<br />
3.50<br />
3.00<br />
2.50<br />
0<br />
5.50<br />
5.00<br />
4.50<br />
4.00<br />
3.50<br />
3.00<br />
2.50<br />
0<br />
5.50<br />
5.00<br />
4.50<br />
4.00<br />
3.50<br />
3.00<br />
2.50<br />
10.7 dias<br />
0<br />
0.02<br />
0.02<br />
0.02<br />
0.04<br />
0.04<br />
diur.<br />
0.04<br />
0.06<br />
0.06<br />
0.06<br />
0.08<br />
0.08<br />
semi diur.<br />
0.08<br />
0.1<br />
0.1<br />
0.1<br />
0.12<br />
0.12<br />
ter. diur.<br />
0.12<br />
0.14<br />
0.14<br />
0.14<br />
0.16<br />
0.16<br />
quar. diur.<br />
0.16<br />
0.18<br />
0.18<br />
0.18<br />
0.2<br />
0.2<br />
0.2<br />
0.22<br />
0.22<br />
0.22<br />
0.24<br />
0.24<br />
sex. diur.<br />
0.24<br />
0.26<br />
Distribuição de Variabilidade - Componente Longitudinal<br />
0.26<br />
0.26<br />
0.28<br />
Frequência (cph)<br />
0.28<br />
Frequência (cph)<br />
Distribuição de Variabilidade - Componente E-W<br />
0.28<br />
Frequência (cph)<br />
0.3<br />
0.3<br />
0.3<br />
0.32<br />
0.32<br />
0.32<br />
0.34<br />
0.34<br />
Espectro da Componente Longitudinal<br />
0.34<br />
0.36<br />
0.36<br />
0.36<br />
0.38<br />
0.38<br />
0.38<br />
0.4<br />
0.4<br />
0.4<br />
0.42<br />
0.42<br />
0.42<br />
0.44<br />
0.44<br />
0.44<br />
0.46<br />
0.46<br />
0.46<br />
0.48<br />
0.48<br />
0.48<br />
0.5<br />
0.5<br />
0.5<br />
100 %<br />
98 %<br />
95 %<br />
80 %<br />
50 %<br />
0 %<br />
100 %<br />
98 %<br />
95 %<br />
80 %<br />
50 %<br />
0 %<br />
5.0E+009<br />
4.0E+009<br />
3.0E+009<br />
2.0E+009<br />
1.0E+009<br />
7.8E+008<br />
5.5E+008<br />
1.0E+008<br />
5.5E+007<br />
1.0E+007<br />
5.5E+006<br />
1.0E+006<br />
5.5E+005<br />
1.0E+005<br />
5.5E+004<br />
1.0E+004<br />
1.0E+003<br />
0.0E+000<br />
123
figura C.2<br />
Ponte D. Maria 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal ([mm.s -1 ] 2 /cph) (em baixo)<br />
Res. aprox. 0,00195 cph; 2 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,27; 39,53]<br />
Distribuição frequencial de variabilidade pelas componentes originais / reorientadas (em cima e ao centro)<br />
Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />
Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />
Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />
20.00<br />
17.00<br />
14.00<br />
11.00<br />
8.00<br />
5.00<br />
0<br />
20.00<br />
17.00<br />
14.00<br />
11.00<br />
8.00<br />
5.00<br />
0<br />
20.00<br />
17.00<br />
14.00<br />
11.00<br />
8.00<br />
5.00<br />
10.7 dias<br />
4.3 dias<br />
0<br />
0.02<br />
0.02<br />
0.02<br />
0.04<br />
0.04<br />
1.4 dias<br />
diur.<br />
19.7 hr.<br />
0.04<br />
0.06<br />
0.06<br />
0.06<br />
0.08<br />
0.08<br />
semi diur.<br />
0.08<br />
0.1<br />
0.1<br />
0.1<br />
0.12<br />
0.12<br />
ter. diur.<br />
0.12<br />
0.14<br />
0.14<br />
0.14<br />
0.16<br />
0.16<br />
6.9 hr.<br />
quar. diur.<br />
0.16<br />
0.18<br />
0.18<br />
0.18<br />
0.2<br />
0.2<br />
0.2<br />
0.22<br />
0.22<br />
0.22<br />
0.24<br />
0.24<br />
sex. diur.<br />
0.24<br />
0.26<br />
0.26<br />
0.26<br />
0.28<br />
Frequência (cph)<br />
0.28<br />
Frequência (cph)<br />
0.28<br />
Frequência (cph)<br />
0.3<br />
0.3<br />
0.3<br />
0.32<br />
Distribuição de Variabilidade - Componente Longitudinal<br />
0.32<br />
oit. diur.<br />
0.32<br />
0.34<br />
0.34<br />
0.34<br />
Distribuição de Variabilidade - Componente N-S<br />
0.36<br />
0.36<br />
0.36<br />
0.38<br />
0.38<br />
0.38<br />
0.4<br />
0.4<br />
0.4<br />
0.42<br />
0.42<br />
Espectro da Componente Longitudinal<br />
0.42<br />
0.44<br />
0.44<br />
0.44<br />
0.46<br />
0.46<br />
0.46<br />
0.48<br />
0.48<br />
0.48<br />
0.5<br />
0.5<br />
0.5<br />
100 %<br />
98 %<br />
95 %<br />
80 %<br />
50 %<br />
0 %<br />
100 %<br />
98 %<br />
95 %<br />
80 %<br />
50 %<br />
0 %<br />
5.0E+009<br />
4.0E+009<br />
3.0E+009<br />
2.0E+009<br />
1.0E+009<br />
7.8E+008<br />
5.5E+008<br />
1.0E+008<br />
5.5E+007<br />
1.0E+007<br />
5.5E+006<br />
1.0E+006<br />
5.5E+005<br />
1.0E+005<br />
5.5E+004<br />
1.0E+004<br />
1.0E+003<br />
0.0E+000<br />
124
quadro C.3<br />
Avintes 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal ([mm.s -1 ] 2 /cph) (em baixo)<br />
Res. aprox. 0,00195 cph; 2 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,27; 39,53]<br />
Distribuição frequencial de variabilidade pelas componentes originais / reorientadas (em cima)<br />
Distribuição de Variabilidade<br />
(cms -1 ) 2 /cph<br />
100 %<br />
80 %<br />
60 %<br />
40 %<br />
20 %<br />
0 %<br />
1E+006<br />
1E+005<br />
1E+004<br />
1E+003<br />
1E+002<br />
1E+001<br />
1E+000<br />
1E-001<br />
1E-002<br />
0.001 0.01 0.1 1<br />
cph<br />
5.3 dias<br />
Comp. Longitudinal<br />
Comp. Longitudinal<br />
Comp. N-S<br />
0.001 0.01 0.1 1<br />
cph<br />
diur.<br />
semi diur.<br />
quar. diur.<br />
oit. diur.<br />
0 %<br />
20 %<br />
40 %<br />
60 %<br />
80 %<br />
100 %<br />
125
figura C.4<br />
Crestuma 2005 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal ([mm.s -1 ] 2 /cph) (em baixo)<br />
Res. aprox. 0,00195 cph; 2 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,27; 39,53]<br />
Distribuição de frequencial de variabilidade pelas componentes originais / reorientadas (em cima e ao centro)<br />
Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />
Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />
Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />
9.00<br />
8.00<br />
7.00<br />
6.00<br />
5.00<br />
4.00<br />
3.00<br />
0<br />
9.00<br />
8.00<br />
7.00<br />
6.00<br />
5.00<br />
4.00<br />
3.00<br />
0<br />
9.00<br />
8.00<br />
7.00<br />
6.00<br />
5.00<br />
4.00<br />
3.00<br />
10.7 dias<br />
0<br />
0.02<br />
0.02<br />
0.02<br />
0.04<br />
0.04<br />
diur.<br />
19.7 hr.<br />
0.04<br />
0.06<br />
0.06<br />
0.06<br />
0.08<br />
0.08<br />
semi diur.<br />
0.08<br />
0.1<br />
0.1<br />
0.1<br />
0.12<br />
0.12<br />
0.12<br />
0.14<br />
0.14<br />
0.14<br />
0.16<br />
0.16<br />
quar. diur.<br />
0.16<br />
0.18<br />
0.18<br />
0.18<br />
0.2<br />
0.2<br />
qui. diur.<br />
0.2<br />
0.22<br />
0.22<br />
0.22<br />
0.24<br />
0.24<br />
0.24<br />
0.26<br />
Distribuição de Variabilidade - Componente Longitudinal<br />
0.26<br />
sex. diur.<br />
0.26<br />
0.28<br />
Frequência (cph)<br />
0.28<br />
Frequência (cph)<br />
Distribuição de Variabilidade - Componente E-W<br />
0.28<br />
Frequência (cph)<br />
0.3<br />
0.3<br />
0.3<br />
0.32<br />
0.32<br />
0.32<br />
0.34<br />
0.34<br />
Espectro da Componente Longitudinal<br />
0.34<br />
0.36<br />
0.36<br />
0.36<br />
0.38<br />
0.38<br />
0.38<br />
0.4<br />
0.4<br />
0.4<br />
0.42<br />
0.42<br />
0.42<br />
0.44<br />
0.44<br />
0.44<br />
0.46<br />
0.46<br />
0.46<br />
0.48<br />
0.48<br />
0.48<br />
0.5<br />
0.5<br />
0.5<br />
100 %<br />
98 %<br />
95 %<br />
80 %<br />
50 %<br />
0 %<br />
100 %<br />
98 %<br />
95 %<br />
80 %<br />
50 %<br />
0 %<br />
5.0E+009<br />
4.0E+009<br />
3.0E+009<br />
2.0E+009<br />
1.0E+009<br />
7.8E+008<br />
5.5E+008<br />
1.0E+008<br />
5.5E+007<br />
1.0E+007<br />
5.5E+006<br />
1.0E+006<br />
5.5E+005<br />
1.0E+005<br />
5.5E+004<br />
1.0E+004<br />
1.0E+003<br />
0.0E+000<br />
126
figura C.5 <strong>–</strong> Cantareira 2006<br />
Cantareira 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal ([mm.s -1 ] 2 /cph) (em baixo)<br />
Res. aprox. 0,00195 cph; 4 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,36; 8,26]<br />
Distribuição frequencial de variabilidade pelas componentes originais / reorientadas (em cima e ao centro)<br />
Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />
Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />
Distância ao fun<strong>do</strong> (m)<br />
6.00<br />
5.00<br />
4.00<br />
3.00<br />
2.00<br />
1.00<br />
0<br />
6.00<br />
5.00<br />
4.00<br />
3.00<br />
2.00<br />
1.00<br />
0<br />
6.00<br />
5.00<br />
4.00<br />
3.00<br />
2.00<br />
1.00<br />
0<br />
0.02<br />
0.02<br />
0.02<br />
0.04<br />
0.04<br />
diur.<br />
0.04<br />
0.06<br />
0.06<br />
0.06<br />
0.08<br />
0.08<br />
semi diur.<br />
0.08<br />
0.1<br />
0.1<br />
0.1<br />
0.12<br />
0.12<br />
ter. diur.<br />
0.12<br />
0.14<br />
0.14<br />
0.14<br />
0.16<br />
0.16<br />
quar. diur.<br />
0.16<br />
0.18<br />
0.18<br />
0.18<br />
0.2<br />
0.2<br />
0.2<br />
0.22<br />
0.22<br />
0.22<br />
0.24<br />
0.24<br />
sex. diur.<br />
0.24<br />
0.26<br />
Distribuição de Variabilidade - Componente Longitudinal<br />
0.26<br />
0.26<br />
0.28<br />
Frequência (cph)<br />
0.28<br />
Frequência (cph)<br />
Distribuição de Variabilidade - Componente E-W<br />
0.28<br />
Frequência (cph)<br />
0.3<br />
0.3<br />
0.3<br />
0.32<br />
0.32<br />
0.32<br />
0.34<br />
0.34<br />
Espectro da Componente Longitudinal<br />
0.34<br />
0.36<br />
0.36<br />
0.36<br />
0.38<br />
0.38<br />
0.38<br />
0.4<br />
0.4<br />
0.4<br />
0.42<br />
0.42<br />
0.42<br />
0.44<br />
0.44<br />
0.44<br />
0.46<br />
0.46<br />
0.46<br />
0.48<br />
0.48<br />
0.48<br />
0.5<br />
0.5<br />
0.5<br />
100 %<br />
98 %<br />
95 %<br />
80 %<br />
50 %<br />
0 %<br />
100 %<br />
98 %<br />
95 %<br />
80 %<br />
50 %<br />
0 %<br />
2.0E+009<br />
1.2E+009<br />
7.3E+008<br />
3.0E+008<br />
2.3E+008<br />
1.7E+008<br />
9.8E+007<br />
3.0E+007<br />
2.3E+007<br />
1.7E+007<br />
3.0E+006<br />
1.7E+006<br />
3.0E+005<br />
1.7E+005<br />
3.0E+004<br />
1.7E+004<br />
3.0E+003<br />
0.0E+000<br />
127
quadro C.6<br />
Avintes 2006 <strong>–</strong> Espectro de energia da velocidade longitudinal ([mm.s -1 ] 2 /cph) (em baixo)<br />
Res. aprox. 0,00195 cph; 6 g.l.; IC 95% normaliza<strong>do</strong> pela estimativa: [0,42; 4,84]<br />
Distribuição frequencial de variabilidade pelas componentes originais / reorientadas (em cima)<br />
Distribuição de Variabilidade<br />
(cms -1 ) 2 /cph<br />
100 %<br />
80 %<br />
60 %<br />
40 %<br />
20 %<br />
0 %<br />
1E+006<br />
1E+005<br />
1E+004<br />
1E+003<br />
1E+002<br />
1E+001<br />
1E+000<br />
1E-001<br />
1E-002<br />
1E-003<br />
0.001 0.01 0.1 1<br />
cph<br />
10.7 dias<br />
3 dias<br />
Comp. Longitudinal<br />
Comp. Longitudinal<br />
Comp. N-S<br />
1.9 dias<br />
0.001 0.01 0.1 1<br />
cph<br />
diur.<br />
19 hr.<br />
semi diur.<br />
0 %<br />
20 %<br />
40 %<br />
60 %<br />
80 %<br />
100 %<br />
128