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2 | Jornal da imagEm São Paulo, janeiro de 2011<br />

[ Caso 1 ]<br />

Carcinoma verrucoso (CV),<br />

antigamente reconhecido como<br />

epitelioma cuniculatum da mão<br />

é uma apresentação rara do<br />

carcinoma de células escamosas<br />

(CEC) de baixo grau.<br />

Sua localização muito mais<br />

frequente é no pé. Apresenta curso<br />

insidioso, com mínimo potencial de<br />

invasão local e baixa probabilidade<br />

de metastatizar-se. Todavia,<br />

esporádicos casos de acometimento<br />

linfonodal têm sido descritos.<br />

O seu crescimento faz-se em<br />

direção aos tecidos profundos<br />

produzindo uma espécie de criptas<br />

perfurantes assemelhando-se<br />

a uma colônia subterrânea de<br />

coelhos, derivando-se, então, a<br />

alcunha de cuniculatum. A invasão<br />

óssea não é frequente, embora a<br />

chance aumente quando se localiza<br />

na mão. As formas clássicas de<br />

Autor: Dr. Jailson Rodrigues Lopes, R4 do HC/FMUSP.<br />

Carcinoma verrucoso<br />

[ Caso 2 ]<br />

Neurodegeneração com acúmulo<br />

de ferro (NAF) define um grupo de<br />

doenças genéticas caracterizadas<br />

por depósitos de ferro no cérebro<br />

associado à degeneração neuronal.<br />

Há quatro grupos geneticamente<br />

distintos: distrofia neuroaxonal infantil,<br />

neurodegeneração associada<br />

à pantotenatoquinase, neuroferritinopatia<br />

e aceruloplasminemia.<br />

Distrofia neuroaxonal infantil<br />

é uma doença autossômica<br />

recessiva decorrente de mutação<br />

do gene PLA2G6, que se manifesta<br />

classicamente com sinais<br />

piramidais simétricos associados à<br />

hipotonia, com curso progressivo<br />

e evolução para tetraparesia<br />

espástica, cegueira por atrofia<br />

dos nervos ópticos e demência<br />

até os quatro anos. O aspecto<br />

de imagem mais característico é<br />

a presença de depósitos de ferro<br />

apresentação são a variante oral e<br />

a anogenital, também conhecido<br />

como grupo Buschke-Lowenstein.<br />

A ressecção incompleta tem sido<br />

implicada na aceleração do crescimento<br />

do tumor. Alguns autores<br />

têm proposto uma associação com<br />

as verrugas virais. Também tem<br />

sido relatada a transformação anaplásica<br />

de uma variante oral do CV<br />

pós-radioterapia. A colonização secundária<br />

por bactéria também tem<br />

que ser avaliada no contexto terapêutico<br />

da doença. O tratamento<br />

definitivo é a ressecção completa.<br />

Como regra geral, os tumores<br />

de partes moles não costumam<br />

apresentar um padrão de imagem<br />

específico, seja em TC ou RM.<br />

Todavia, de uma maneira bem<br />

gratificante, tem se observado<br />

uma constância nas avaliações<br />

por imagem de RM. Tanto nas<br />

no globo pálido e substância<br />

cinzenta, manifestados como<br />

hipossinal em T2*, além de outros<br />

achados inespecíficos como atrofia<br />

encefálica e alteração de sinal da<br />

substância branca.<br />

O estudo de eletroneuromiografia<br />

pode evidenciar também padrão<br />

de denervação e polineuropatia<br />

desmielinizante. Seu diagnóstico<br />

definitivo pode ser estabelecido<br />

pela biópsia de nervos periféricos,<br />

músculos ou conjuntivas.<br />

A neurodegeneração associada<br />

à pantotenatoquinase,<br />

antigamente conhecida como<br />

doença de Hallervorden-Spatz,<br />

está relacionada à mutação do<br />

gene da PANK2, que codifica a<br />

pantotenatoquinase, enzima<br />

reguladora da Coenzima A. O<br />

achado de imagem característico<br />

é o sinal do “olho de tigre”,<br />

sequências T2 quanto nas T1<br />

pós-gadolínio, observa-se um<br />

padrão estriado ou espiculado,<br />

que se tem formulado a hipótese<br />

de corresponder a um tecido<br />

linfocítico associado a outras<br />

alterações inflamatórias, como<br />

hiperemia e edema, permeando o<br />

tecido estromal tumoral. Outros<br />

autores preferem descrever<br />

esse padrão como filamentar,<br />

semelhante aos tofos de algodão.<br />

O estudo de RM nesse contexto<br />

clínico pode auxiliar tanto no<br />

diagnóstico, devido ao padrão<br />

supracitado, como no estadiamento<br />

pré-cirúrgico da lesão e na<br />

avaliação de ressecções incompletas<br />

ou recidivas.<br />

Referências bibliográficas<br />

1. Wasserman PL, Taylor RC,<br />

Pinillia J, Wuertzer SD.<br />

caracterizado por hipossinal<br />

periférico e hipersinal central nos<br />

globos pálidos nas sequências T2<br />

e FLAIR, refletindo depósitos de<br />

ferro e gliose, respectivamente.<br />

Há ainda outras doenças que<br />

podem evoluir com neurodegeneração<br />

e acúmulo de ferro,<br />

incluindo a neuroferritinopatia,<br />

doença que mais comumente<br />

ocorre em adultos e possui espectro<br />

de apresentação variado,<br />

incluindo diferencial para o<br />

sinal do “olho de tigre”, além<br />

da aceruloplasminemia, ambas<br />

podendo ter apresentação com<br />

depósitos de ferro nos núcleos<br />

da base e nos tálamos.<br />

No caso apresentado, a<br />

correlação com os achados<br />

clínicos, eletroneuromiográficos<br />

e de ressonância magnética<br />

favorecem o diagnóstico<br />

Verrucous carcinoma of the foot<br />

and enhancement assessment<br />

by MRI. Skeletal Radiol. 2009<br />

Apr;38(4):393-5.<br />

2. Swanson NA, Taylor WB.<br />

Plantar verrucous carcinoma:<br />

literature review and treatment<br />

by the Mohs’ chemosurgery<br />

technique. Arch Dermatol.<br />

1980; 116(7):794-7<br />

3. García-Gavín J, González-Vilas<br />

D, Rodríguez-Pazos L, Sánchez-<br />

Aguilar D, Toribio J. Verrucous<br />

carcinoma of the foot affecting<br />

the bone: utility of the computed<br />

tomography scanner. Dermatol<br />

Online J. 2010 Feb 15;16(2):8.<br />

4. Theodorou, Stavroula J., Theodorou,<br />

Daphne J., Bona, Susan<br />

J., Farooki, Shella Primary Squamous<br />

Cell Carcinoma: An Incidental<br />

Toe Mass Am. J. Roentgenol.<br />

2005 184: S110-111.<br />

Autores: Drs. Leopoldo Blanco de Araujo, Fabrício Stewan Feltrin e Elizabeth Santos Rebello, do HC/FMUSP.<br />

Supervisora: Dra. Claudia da Costa Leite, professora livre docente do departamento de Radiologia do HC/FMUSP.<br />

Distrofia neuroaxonal infantil<br />

etiológico provável de distrofia<br />

neuroaxonal infantil.<br />

Referências bibliográficas<br />

1. Leite CC, Lucato LT, Amaro<br />

Júnior E. Neurorradiologia:<br />

diagnóstico por imagem das<br />

alterações encefálicas. Editora<br />

Guanabara Koogan 2008;<br />

capítulo 14.<br />

2. McNeill A, Chinnery PF. T2*<br />

and FSE MRI distinguishes four<br />

subtypes of neurodegeneration<br />

with brain iron accumulation.<br />

Neurology 2008; 70 (18): 1614-9.<br />

4. Nardocci N. Infantile<br />

neuroaxonal dystrophy: Clinical<br />

spectrum and diagnostic criteria.<br />

NEJM 1999; 52 (7): 1472-1478.<br />

5. Chow G wt al. A Case of Infantile<br />

Neuroaxonal Dystrophy-<br />

Connatal Seitelberger Disease. J<br />

Child Neurol 2008 23: 418-20.

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