Baixe o caderno. - SPR
Baixe o caderno. - SPR
Baixe o caderno. - SPR
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
[ Caso 1 ]<br />
História clínica<br />
Masculino, 24 anos,<br />
com duas lesões friáveis<br />
de aspecto enegrecido<br />
e bordos bem definidos<br />
no dorso da mão, sem<br />
aparente contato entre<br />
elas, de surgimento há<br />
mais de seis meses e<br />
maior crescimento nos<br />
últimos dois. Refere dor<br />
moderada espontânea.<br />
Figura 5<br />
RM sequência T2, corte axial: secção<br />
longitudinal da maior lesão,<br />
observando-se infiltração cutânea e<br />
do tecido subcutâneo, aprofundando-se<br />
como uma espécie de cripta<br />
Figura 1<br />
RM de crânio com sequência<br />
ponderada em T2* adquirida<br />
no plano axial demonstra<br />
marcado hipossinal<br />
nos globos pálidos,<br />
associado ao alargamento<br />
difuso das vias de circulação<br />
liquóricas, denotando<br />
redução volumétrica do<br />
parênquima encefálico.<br />
Figuras 2, 3 e 4<br />
CadernoDois<br />
Figura 1<br />
RM sequência T1 sem<br />
contraste, corte coronal:<br />
formação nodular de<br />
baixo sinal homogêneo<br />
com espiculações<br />
periféricas no dorso<br />
da mão<br />
EstE EncartE contém casos Enviados pElos lEitorEs do Jornal da imagEm • parte integrante da Edição 390 • FEvErEiro dE 2011<br />
Figura 2<br />
RM sequência<br />
T2, corte coronal:<br />
espiculações<br />
periféricas de<br />
alto sinal<br />
Figura 3<br />
RM de crânio com imagens adquiridas no plano axial e ponderadas nas<br />
sequências T1, T2 e FLAIR, respectivamente, evidencia alteração de sinal<br />
difusa e confluente na substância branca dos hemisférios cerebrais e<br />
sinais de redução volumétrica do parênquima encefálico<br />
RM sequência T1<br />
pós-gadolínio, corte<br />
coronal: realce das<br />
espiculações, que se<br />
aprofundam na lesão<br />
Figura 5<br />
Imagem de<br />
RM de crânio<br />
adquirida no<br />
plano coronal<br />
na sequência<br />
ponderada<br />
em T2<br />
Figura 6<br />
Sequência T1 pós-gadolínio,<br />
corte axial: padrão lesional<br />
espiculado com realce,<br />
infiltrando os tecidos mais<br />
profundos do dorso da mão<br />
[ Caso 2 ]<br />
História clínica<br />
Figura 4<br />
RM<br />
sequência<br />
T1 pósgadolínio,<br />
corte sagital:<br />
observamse<br />
as duas<br />
lesões sem<br />
contiguidade<br />
entre si<br />
Feminina, quatro anos<br />
e dez meses, filha de<br />
pais não consanguíneos,<br />
nascida de parto cesáreo<br />
a termo (Apgar 8/9),<br />
com história de retardo<br />
do desenvolvimento<br />
neuropsicomotor. Ao<br />
exame físico apresenta<br />
hipotonia global, com<br />
ausência de reflexo<br />
nos quatro membros.<br />
Não reage a estímulos<br />
sonoros. Estudo de<br />
fundo de olho com<br />
atrofia óptica bilateral.<br />
Eletroneuromiografia:<br />
Polineuropatia<br />
desmielinizante<br />
sensitivo-motora.
2 | Jornal da imagEm São Paulo, janeiro de 2011<br />
[ Caso 1 ]<br />
Carcinoma verrucoso (CV),<br />
antigamente reconhecido como<br />
epitelioma cuniculatum da mão<br />
é uma apresentação rara do<br />
carcinoma de células escamosas<br />
(CEC) de baixo grau.<br />
Sua localização muito mais<br />
frequente é no pé. Apresenta curso<br />
insidioso, com mínimo potencial de<br />
invasão local e baixa probabilidade<br />
de metastatizar-se. Todavia,<br />
esporádicos casos de acometimento<br />
linfonodal têm sido descritos.<br />
O seu crescimento faz-se em<br />
direção aos tecidos profundos<br />
produzindo uma espécie de criptas<br />
perfurantes assemelhando-se<br />
a uma colônia subterrânea de<br />
coelhos, derivando-se, então, a<br />
alcunha de cuniculatum. A invasão<br />
óssea não é frequente, embora a<br />
chance aumente quando se localiza<br />
na mão. As formas clássicas de<br />
Autor: Dr. Jailson Rodrigues Lopes, R4 do HC/FMUSP.<br />
Carcinoma verrucoso<br />
[ Caso 2 ]<br />
Neurodegeneração com acúmulo<br />
de ferro (NAF) define um grupo de<br />
doenças genéticas caracterizadas<br />
por depósitos de ferro no cérebro<br />
associado à degeneração neuronal.<br />
Há quatro grupos geneticamente<br />
distintos: distrofia neuroaxonal infantil,<br />
neurodegeneração associada<br />
à pantotenatoquinase, neuroferritinopatia<br />
e aceruloplasminemia.<br />
Distrofia neuroaxonal infantil<br />
é uma doença autossômica<br />
recessiva decorrente de mutação<br />
do gene PLA2G6, que se manifesta<br />
classicamente com sinais<br />
piramidais simétricos associados à<br />
hipotonia, com curso progressivo<br />
e evolução para tetraparesia<br />
espástica, cegueira por atrofia<br />
dos nervos ópticos e demência<br />
até os quatro anos. O aspecto<br />
de imagem mais característico é<br />
a presença de depósitos de ferro<br />
apresentação são a variante oral e<br />
a anogenital, também conhecido<br />
como grupo Buschke-Lowenstein.<br />
A ressecção incompleta tem sido<br />
implicada na aceleração do crescimento<br />
do tumor. Alguns autores<br />
têm proposto uma associação com<br />
as verrugas virais. Também tem<br />
sido relatada a transformação anaplásica<br />
de uma variante oral do CV<br />
pós-radioterapia. A colonização secundária<br />
por bactéria também tem<br />
que ser avaliada no contexto terapêutico<br />
da doença. O tratamento<br />
definitivo é a ressecção completa.<br />
Como regra geral, os tumores<br />
de partes moles não costumam<br />
apresentar um padrão de imagem<br />
específico, seja em TC ou RM.<br />
Todavia, de uma maneira bem<br />
gratificante, tem se observado<br />
uma constância nas avaliações<br />
por imagem de RM. Tanto nas<br />
no globo pálido e substância<br />
cinzenta, manifestados como<br />
hipossinal em T2*, além de outros<br />
achados inespecíficos como atrofia<br />
encefálica e alteração de sinal da<br />
substância branca.<br />
O estudo de eletroneuromiografia<br />
pode evidenciar também padrão<br />
de denervação e polineuropatia<br />
desmielinizante. Seu diagnóstico<br />
definitivo pode ser estabelecido<br />
pela biópsia de nervos periféricos,<br />
músculos ou conjuntivas.<br />
A neurodegeneração associada<br />
à pantotenatoquinase,<br />
antigamente conhecida como<br />
doença de Hallervorden-Spatz,<br />
está relacionada à mutação do<br />
gene da PANK2, que codifica a<br />
pantotenatoquinase, enzima<br />
reguladora da Coenzima A. O<br />
achado de imagem característico<br />
é o sinal do “olho de tigre”,<br />
sequências T2 quanto nas T1<br />
pós-gadolínio, observa-se um<br />
padrão estriado ou espiculado,<br />
que se tem formulado a hipótese<br />
de corresponder a um tecido<br />
linfocítico associado a outras<br />
alterações inflamatórias, como<br />
hiperemia e edema, permeando o<br />
tecido estromal tumoral. Outros<br />
autores preferem descrever<br />
esse padrão como filamentar,<br />
semelhante aos tofos de algodão.<br />
O estudo de RM nesse contexto<br />
clínico pode auxiliar tanto no<br />
diagnóstico, devido ao padrão<br />
supracitado, como no estadiamento<br />
pré-cirúrgico da lesão e na<br />
avaliação de ressecções incompletas<br />
ou recidivas.<br />
Referências bibliográficas<br />
1. Wasserman PL, Taylor RC,<br />
Pinillia J, Wuertzer SD.<br />
caracterizado por hipossinal<br />
periférico e hipersinal central nos<br />
globos pálidos nas sequências T2<br />
e FLAIR, refletindo depósitos de<br />
ferro e gliose, respectivamente.<br />
Há ainda outras doenças que<br />
podem evoluir com neurodegeneração<br />
e acúmulo de ferro,<br />
incluindo a neuroferritinopatia,<br />
doença que mais comumente<br />
ocorre em adultos e possui espectro<br />
de apresentação variado,<br />
incluindo diferencial para o<br />
sinal do “olho de tigre”, além<br />
da aceruloplasminemia, ambas<br />
podendo ter apresentação com<br />
depósitos de ferro nos núcleos<br />
da base e nos tálamos.<br />
No caso apresentado, a<br />
correlação com os achados<br />
clínicos, eletroneuromiográficos<br />
e de ressonância magnética<br />
favorecem o diagnóstico<br />
Verrucous carcinoma of the foot<br />
and enhancement assessment<br />
by MRI. Skeletal Radiol. 2009<br />
Apr;38(4):393-5.<br />
2. Swanson NA, Taylor WB.<br />
Plantar verrucous carcinoma:<br />
literature review and treatment<br />
by the Mohs’ chemosurgery<br />
technique. Arch Dermatol.<br />
1980; 116(7):794-7<br />
3. García-Gavín J, González-Vilas<br />
D, Rodríguez-Pazos L, Sánchez-<br />
Aguilar D, Toribio J. Verrucous<br />
carcinoma of the foot affecting<br />
the bone: utility of the computed<br />
tomography scanner. Dermatol<br />
Online J. 2010 Feb 15;16(2):8.<br />
4. Theodorou, Stavroula J., Theodorou,<br />
Daphne J., Bona, Susan<br />
J., Farooki, Shella Primary Squamous<br />
Cell Carcinoma: An Incidental<br />
Toe Mass Am. J. Roentgenol.<br />
2005 184: S110-111.<br />
Autores: Drs. Leopoldo Blanco de Araujo, Fabrício Stewan Feltrin e Elizabeth Santos Rebello, do HC/FMUSP.<br />
Supervisora: Dra. Claudia da Costa Leite, professora livre docente do departamento de Radiologia do HC/FMUSP.<br />
Distrofia neuroaxonal infantil<br />
etiológico provável de distrofia<br />
neuroaxonal infantil.<br />
Referências bibliográficas<br />
1. Leite CC, Lucato LT, Amaro<br />
Júnior E. Neurorradiologia:<br />
diagnóstico por imagem das<br />
alterações encefálicas. Editora<br />
Guanabara Koogan 2008;<br />
capítulo 14.<br />
2. McNeill A, Chinnery PF. T2*<br />
and FSE MRI distinguishes four<br />
subtypes of neurodegeneration<br />
with brain iron accumulation.<br />
Neurology 2008; 70 (18): 1614-9.<br />
4. Nardocci N. Infantile<br />
neuroaxonal dystrophy: Clinical<br />
spectrum and diagnostic criteria.<br />
NEJM 1999; 52 (7): 1472-1478.<br />
5. Chow G wt al. A Case of Infantile<br />
Neuroaxonal Dystrophy-<br />
Connatal Seitelberger Disease. J<br />
Child Neurol 2008 23: 418-20.
Figuras 1<br />
Cortes axiais de TC na fase portal evidenciando coleção na face posterior do lobo esquerdo hepático com conteúdo<br />
gasoso formando nível hidroaéreo e em contato com o antro gástrico que apresenta espessamento parietal. No<br />
interior desta coleção caracteriza-se imagem hipoatenuante, com distribuição linear e que não forma nível<br />
Figura 2<br />
Reconstrução multiplanar no eixo coronal,<br />
caracterizando imagem alongada hipoatenuante,<br />
linear, medindo 60 x 02 mm (C x D), com<br />
atenuação de -251 UH<br />
[ Caso 4 ]<br />
História clínica<br />
Masculino, 33 anos,<br />
com dispneia progressiva<br />
desde a infância com<br />
piora recente. Refere<br />
“drenagens” prévias em<br />
ambos os hemitóraces.<br />
Nunca fumou;<br />
I.S.D.A.: Divertículo<br />
esofágico. Sinais de envelhecimento<br />
precoce.<br />
AF: Irmã com síndrome<br />
clínica semelhante,<br />
porém menos intensa.<br />
Irmão falecido por causas<br />
respiratórias com<br />
um mês de vida.<br />
Figura 2<br />
Tomografia computadorizada<br />
com corte axial do paciente<br />
mostra enfisema bolhoso<br />
(panlobular) bilateral com<br />
grande bolha ocupando<br />
praticamente todo o lobo<br />
superior direito<br />
Figura 3<br />
Imagem axial de TC em janela com nível mais baixo e<br />
maior abertura em comparação com a das outras imagens.<br />
Caracterizar-se pela diferença de atenuação que a imagem<br />
em discussão não deve corresponder a conteúdo gasoso<br />
São Paulo, fevereiro de 2011 CadernoDois | 3<br />
Figura 1<br />
[ Caso 3 ]<br />
História clínica<br />
Masculino, 55 anos,<br />
com epigastralgia<br />
há 10 dias e febre há<br />
três dias. Ao exame<br />
físico apresentava<br />
palpação dolorosa do<br />
epigástrio e aumento<br />
das dimensões do lobo<br />
esquerdo hepático.<br />
Radiografia convencional em PA do tórax do<br />
paciente com Cutis Laxa mostra obliteração dos<br />
seios costofrênicos com retificação das cúpulas e<br />
aumento da transparência pulmonar que traduz<br />
um pulmão hiperinsuflado/enfisematoso; notamse<br />
também bolhas pulmonares confluentes<br />
esparsas mais evidentes no campo pulmonar<br />
superior direito; estrias atelectásicas esparsas<br />
Figura 4<br />
TC do paciente em corte mostra<br />
enfisema bolhoso (panlobular)<br />
acometendo as bases, bronquiectasias<br />
(seta azul) e espessamento de<br />
paredes brônquicas (seta verde)<br />
Figura 3<br />
Tomografia computadorizada do<br />
paciente em corte sagital no pulmão<br />
direito mostra enfisema bolhoso<br />
(panlobular) acometendo todos<br />
os lobos pulmonares ocupando<br />
praticamente todo o lobo superior
4 | Jornal da imagEm São Paulo, fevereiro de 2011<br />
[ Caso 3 ]<br />
[ Caso 4 ]<br />
Autores: Drs. Danilo Bianco, Milene Brito, Fernanda Vergilio, Michelle Rosemberg e Fabiana Hirata, do HC/FMUSP.<br />
Enfisema Panlobular na Elastólise<br />
Sistêmica (Cutis Laxa)<br />
Cutis Laxa (CL), ou elastólise<br />
sistêmica, é uma rara desordem<br />
do tecido conjuntivo, adquirida<br />
ou, mais comumente, herdada.<br />
Nela a pele apresenta-se frouxa<br />
e com pregueado excessivo.<br />
Acomete todas as raças e<br />
ambos os sexos. Há grande<br />
heterogeneidade de fenótipos<br />
e padrões de herança. A<br />
forma herdada pode acometer<br />
todas as idades, porém mais<br />
frequentemente manifesta-se<br />
na fase adulta.<br />
Nas formas autossômica<br />
recessiva (mais grave) e ligada<br />
ao X, em geral há acometimento<br />
sistêmico, sendo a forma recessiva<br />
capaz de levar a morte nos<br />
primeiros anos de vida por cor<br />
pulmonale. A forma autossômica<br />
dominante tem curso benigno,<br />
afetando a pele, com raro<br />
envolvimento de outros órgãos.<br />
Existem diversas causas para<br />
os casos adquiridos, dentre elas:<br />
Autor: Dr. Paulo Victor Partezani Helito, do InRad-HC/FMUSP.<br />
Supervisor: Dr. Celso Augusto Kamiya, médico assistente do setor de Radiologia de emergência do InRad-HC/FMUSP.<br />
Abscesso hepático secundário a perfuração<br />
intestinal por ingestão de corpo estranho<br />
(palito de madeira)<br />
O abscesso hepático secundário<br />
a perfuração intestinal por<br />
ingestão de corpo estranho é um<br />
diagnóstico raro, descrito pela<br />
primeira vez em 1898 por Lambert.<br />
No entanto, nas últimas décadas,<br />
o número de casos publicados com<br />
este diagnóstico tem aumentado,<br />
possivelmente pela evolução de<br />
recursos diagnósticos.<br />
A apresentação clínica cursa<br />
com febre e sintomas gerais,<br />
dor abdominal em hipocôndrio<br />
direito ou epigástrio e, menos<br />
frequentemente, aumento do<br />
fígado ao exame físico. O intervalo<br />
entre a ingestão do corpo estranho<br />
e o início dos sintomas é variável,<br />
podendo chegar a um ano, e a<br />
grande maioria dos pacientes não<br />
tem recordação de tê-lo ingerido.<br />
Dada à baixa especificidade dos<br />
achados clínicos, os exames de<br />
imagem podem ser definitivos para<br />
um diagnóstico correto.<br />
A radiografia pouco acrescenta<br />
nestes casos, pois os corpos<br />
estranhos mais frequentemente<br />
associados a esta condição (espinha<br />
de peixe, palito de dente e osso de<br />
galinha) são radiotransparentes.<br />
Além disso, embora a USG possa<br />
identificar o corpo estranho como<br />
uma imagem hiperecogênica<br />
que forma sombra acústica, este<br />
método na maioria das vezes<br />
não traz dados além da presença<br />
de uma coleção hepática. Neste<br />
contexto a TC do abdome tem<br />
papel importante.<br />
lúpus eritematoso sistêmico,<br />
sarcoidose, mieloma múltiplo,<br />
amiloidose sistêmica, deficiência de<br />
complemento (C3 e C4), infecções<br />
(doença de Lyme) e uso de drogas<br />
(D-penicilamina). Casos de CL<br />
precedidos de lesões urticariformes<br />
podem ser associados à deficiência<br />
de alfa-1 antitripsina.<br />
Sabe-se que a CL resulta de<br />
alterações na síntese (mutação no<br />
gene da fibulina-5 ou da elastina),<br />
estabilização ou degradação<br />
(hiperatividade das elastases) das<br />
fibras elásticas.<br />
O quadro clínico apresentase<br />
com pele frouxa e pregueada<br />
com aparência envelhecida dos<br />
acometidos. A pele é hipextensível<br />
e não volta rapidamente a<br />
posição normal como na<br />
síndrome de Ehlers-Danlos.<br />
Os danos cutâneos da CL são<br />
exuberantes, mas causam apenas<br />
dano estético. O acometimento<br />
das fibras elásticas cardíacas e<br />
Na minoria dos casos a TC identifica<br />
o corpo estranho. Assim, sinais<br />
indiretos devem ser valorizados,<br />
tais como espessamento parietal<br />
de alça intestinal em contato com<br />
coleção hepática, abscesso único,<br />
localizado no lobo esquerdo do<br />
fígado, com gás no seu interior e<br />
pneumoperitôneo, devem levantar<br />
a suspeita diagnóstica.<br />
No caso apresentado, o corpo estranho<br />
era um palito de madeira. A<br />
madeira seca pode apresentar atenuação<br />
tão baixa quanto –656 UH,<br />
podendo ser confundida com gás.<br />
Para essa diferenciação a avaliação<br />
em reconstruções multiplanares, a<br />
caracterização da distribuição linear<br />
da imagem de hipoatenuante,<br />
que não formava nível hidroaéreo<br />
pulmonares são responsáveis<br />
pela morbimortalidade da<br />
doença. Pode ocorrer grave<br />
envolvimento do SNC, crises<br />
epilépticas, perdas auditivas,<br />
divertículos gastrointestinais,<br />
hérnias hiatais, inguinais e<br />
diafragmáticas, cardiomegalia,<br />
insuficiência cardíaca congestiva,<br />
enfisema pulmonar panlobular<br />
podendo levar à cor pulmonale,<br />
bronquiectasias, traqueomegalia,<br />
aneurisma de aorta, luxação de<br />
quadril, fechamento tardio das<br />
fontanelas, frouxidão ligamentar.<br />
O quadro radiológico inclui<br />
alterações esqueléticas como<br />
clavículas curtas e chatas, fusão<br />
de ossos do carpo e corno occipital,<br />
este último característico da<br />
forma ligada ao X.<br />
O caso apresentado é típico de<br />
CL com as clássicas alterações<br />
cutâneas associadas a enfisema<br />
panlobular e bronquiectasias.<br />
A dosagem normal de alfa-1-<br />
e o uso de diferentes janelas, contribuíram<br />
para diferenciar o palito<br />
de conteúdo gasoso.<br />
Referências bibliográficas<br />
1. Hunter et al – Foreign Bodies – RadioGraphics<br />
2003; 23:731 – 757.<br />
2. Santos et al – Hepatic Abscess<br />
Induced by Foreign Body – World<br />
J Gastroenterol 2007 March 7;<br />
13(9):1466-1470.<br />
3. McGuckin et al – CT and MR<br />
Evaluation of a Wooden Foreign<br />
Body in an In Vitro Model of the<br />
Orbit – AJNR 17:129–133,1996.<br />
4. Liu et al – Migration of a swallowed<br />
toothpick into the liver: the<br />
value of multiplanar CT – The<br />
British Journal of Radiology,<br />
82(2009), e79–e81.<br />
antitripsina exclui sua deficiência<br />
como causa do quadro pulmonar.<br />
A história familiar é sugestiva de<br />
herança autossômica recessiva<br />
compatível com a apresentação<br />
sistêmica da doença.<br />
Referências bibliográficas<br />
1. Freedberg I. M. et al.<br />
Fitzpatrick’s Dermatology<br />
in General Medicine, 6th<br />
Ed. mc Graw Hill, 2003:<br />
Vol.2;1505-1507.<br />
2. L Turner-Stokes et al.<br />
Emphysema and cútis laxa.<br />
Thorax. 1983; 38: 790-792.<br />
3. E Corbett et al. Congenital cutis<br />
laxa with dominant inheritance<br />
and early onset emphisema.<br />
Thorax. 1994; 49: 836-837.<br />
4. Franquet T. et al. Imaging<br />
of Pulmonary-Cutaneous<br />
Disorders: Matching the<br />
Radiologic and Dermatologic<br />
Findings. Radiographics.<br />
1996; 16: 855-869.