Poesias líricas - Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes
Poesias líricas - Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes Poesias líricas - Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes
O fogo santo que dá vida à vida, chama-se amor; botão de rosa, que o pudor defende, quando dous corpos este fogo acende, desabrocha em flor. Chorando sangue a virgindade foge, e mais não vem: botão de rosa, no botão fechada, depois que a rosa foi desabrochada, vida não tem. Prossegue o fogo, e faz que a flor aberta murchando vá; mas quase sempre generoso amor em recompensa da perdida flor Um fruto dá. Desses frutos o mundo se povoa em sua imensidade; formam eles o grupo da família, os reinos, as nações, a maravilha chamada humanidade! Feliz aquele que feliz recolhe o seu fruto de amor! Que seguindo da lei divina o trilho, como filho de Deus vê no seu filho um filho do Senhor! Os dous batizados 10 Poesias completas 10 Oferecida ao casal Torres, amigos do poeta, por ocasião do batismo de um dos seus filhos. 90
Feliz o que cumprindo um dever santo às santas aras vem, fazendo o mesmo que seus pais fizeram, a Deus, como seus pais outrora o deram, seu filho dar também! Felizes vós portanto neste dia, em que da culpa o véu rasgando aos olhos de dous novos crentes, fizestes de dous anjos inocentes dous anjos para o céu! Folgai, ó anjos, que o espaço é vosso, a cintilar! Vede... a estrela da graça se levanta!... Ganhastes asas nessa pia santa... Podeis voar! Voar, meu Deus? Defende-os das torpezas do mundo réu; pela bondade que teu seio encerra, dá que estes anjos sem roçar na terra cheguem ao céu! Ao meu amigo Leopoldo Luís da Cunha Quando eu morrer, minha morte não lamentes, caro amigo, que o sepulcro é um jazigo onde eu devo descansar; a minha triste existência O desalento Poesias completas 91
- Page 40 and 41: que desmaiado arqueja agonizante do
- Page 42 and 43: amos cobertos de formosas flores, e
- Page 44 and 45: decidido no empenho de ganhá-la, c
- Page 46 and 47: Eis aqui Labatut. Aguiar, Siqueira,
- Page 48 and 49: minha dor, é morrer longe da pátr
- Page 50 and 51: Feliz, feliz aquele, a quem não ce
- Page 52 and 53: Este mundo é-me um deserto por ond
- Page 54 and 55: Descidas lá do céu, Virgens do Em
- Page 56 and 57: amor plantou -mais fundo- o seu fei
- Page 58 and 59: Serei Nume, ou Demônio sobre a ter
- Page 60 and 61: a gabar-me o sabor do pão grosseir
- Page 62 and 63: Demais tu não mudas; seja qual for
- Page 64 and 65: lenitivo à minha dor? Ah! minh'alm
- Page 66 and 67: nos narras inspirado dos livres os
- Page 68 and 69: do estéril pensamento os pecos fru
- Page 70 and 71: essa idéia de fogo, onde releva a
- Page 72 and 73: É uma visão divina, que a vida no
- Page 74 and 75: Leste-lhe a poesia? Eram arquejos d
- Page 76 and 77: Ai! seca flor, de bom grado, se tan
- Page 78 and 79: Mas a razão, que salva da baixeza
- Page 80 and 81: Mas não bastava: -ao martírio ime
- Page 82 and 83: de duas redenções; mostrando um'a
- Page 84 and 85: o dom da liberdade, que junto à di
- Page 86 and 87: Sus, vivente feliz, bendiz teu fado
- Page 88 and 89: Depois de tantas perdas só restou-
- Page 92 and 93: é tão pesada, é tão dura, que a
- Page 94 and 95: Adeus!... Perdoa se me queixo; as q
- Page 96 and 97: presente de amor, de ti, na hora da
- Page 98 and 99: ou se em todas as mentes apagado, p
- Page 100 and 101: Ah! que não fosse a hora de perdê
- Page 102 and 103: entre as ledas comitivas, impelido
- Page 104 and 105: seus irmãos, seus amigos, te entre
- Page 106 and 107: Quando eu morrer, não chorem minha
- Page 108 and 109: Hino Poesias completas Cantado pelo
- Page 110 and 111: se nutre e reproduz; se para a luz
- Page 112 and 113: aos céus levanta os olhos, e vê o
- Page 114 and 115: Sonetos Leandro e Hero Hei de, már
- Page 116 and 117: crava os olhos na campa, e deixa o
- Page 118 and 119: e, só para gozá-lo, eterna a vida
- Page 120 and 121: cresta do orgulho a chama crepitant
- Page 122 and 123: E, além das ilusões, quimeras fú
- Page 124 and 125: que perdera de frio gelada do inver
- Page 126 and 127: jaz em terra desfolhada, choram ave
- Page 128 and 129: que da morte alegrando a impiedade,
- Page 130 and 131: Aquela noite sempiterna cruel, acer
- Page 132 and 133: Una ave sola Ni canta ni llora. Lam
- Page 134 and 135: Instante acerbo, que ao tirano caus
- Page 136 and 137: o anjo do destino!... Ó povos! col
- Page 138 and 139: Vêm curar-lhe do mundo as feridas
O fogo santo que dá vida à vida,<br />
chama-se amor;<br />
botão <strong>de</strong> rosa, que o pudor <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>,<br />
quando dous corpos este fogo acen<strong>de</strong>,<br />
<strong>de</strong>sabrocha em flor.<br />
Chorando sangue a virginda<strong>de</strong> foge,<br />
e mais não vem:<br />
botão <strong>de</strong> rosa, no botão fechada,<br />
<strong>de</strong>pois que a rosa foi <strong>de</strong>sabrochada,<br />
vida não tem.<br />
Prossegue o fogo, e faz que a flor aberta<br />
murchando vá;<br />
mas quase sempre generoso amor<br />
em recompensa da perdida flor<br />
Um fruto dá.<br />
Desses frutos o mundo se povoa<br />
em sua imensida<strong>de</strong>;<br />
formam eles o grupo da família,<br />
os reinos, as nações, a maravilha<br />
chamada humanida<strong>de</strong>!<br />
Feliz aquele que feliz recolhe<br />
o seu fruto <strong>de</strong> amor!<br />
Que seguindo da lei divina o trilho,<br />
como filho <strong>de</strong> Deus vê no seu filho<br />
um filho do Senhor!<br />
Os dous batizados 10<br />
<strong>Poesias</strong> completas<br />
10 Oferecida ao casal Torres, amigos do poeta, por ocasião do batismo <strong>de</strong> um dos seus filhos.<br />
90