Poesias líricas - Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes
Poesias líricas - Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes Poesias líricas - Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes
de duas redenções; mostrando um'alma limpa do crime primitivo no corpo de um cativo que quebra os seus grilhões. Que assunto mais merece um hino de poesia? Que dia tem mais dia? Que feito tem mais Luz? Do cativeiro um anjo quebrando infames laços, à cruz estende os braços e os braços lhe abre a cruz. Perfilha Deus o anjo na filiação da graça, e o ser que o crime embaça puniu a redenção! E o homem, dissipando do berço insano agravo, em menos um escravo abraça um novo irmão! Que foras, inocente, que foras, nesta vida, da escravidão perdida no bárbaro bazar!? Pobre rola ferida da infâmia pelo espinho, em que ramo, em que ninho te havias de aninhar? Infante, sem afagos, temendo-te altiveza, Poesias completas 82
querendo-te a vileza plantar no coração, dariam-te nos gestos, nas vestes, no aposento, na mesa, no alimento, somente -escravidão! Donzela (oh! sacrilégio!) amor, qual flor sem viço, mil vezes é serviço que fero senhor quer! É dor que o fel requinta, que a ímpia sorte agrava daquela que é escrava depois de ser mulher! Se mãe (é mãe escrava!) Quem sabe se verias teu filho mãos ímpias do seio te arrancar? E surdos ao teu pranto mandarem-te com calma do seio da tua alma a outro alimentar?! Criança mas sem veres da infância as verdes cores, donzela sem amores, talvez alam sem Deus! Não foras arrastada da vida pelos trilhos, nem tu, e nem teus filhos seriam filhos teus. Ó vós que hoje lhe destes Poesias completas 83
- Page 32 and 33: misérias enfeitadas. São flores s
- Page 34 and 35: se o povo, esquecido de loucos enga
- Page 36 and 37: tanta fertilidade ao pátrio solo,
- Page 38 and 39: e, concentrado em mim, disse comigo
- Page 40 and 41: que desmaiado arqueja agonizante do
- Page 42 and 43: amos cobertos de formosas flores, e
- Page 44 and 45: decidido no empenho de ganhá-la, c
- Page 46 and 47: Eis aqui Labatut. Aguiar, Siqueira,
- Page 48 and 49: minha dor, é morrer longe da pátr
- Page 50 and 51: Feliz, feliz aquele, a quem não ce
- Page 52 and 53: Este mundo é-me um deserto por ond
- Page 54 and 55: Descidas lá do céu, Virgens do Em
- Page 56 and 57: amor plantou -mais fundo- o seu fei
- Page 58 and 59: Serei Nume, ou Demônio sobre a ter
- Page 60 and 61: a gabar-me o sabor do pão grosseir
- Page 62 and 63: Demais tu não mudas; seja qual for
- Page 64 and 65: lenitivo à minha dor? Ah! minh'alm
- Page 66 and 67: nos narras inspirado dos livres os
- Page 68 and 69: do estéril pensamento os pecos fru
- Page 70 and 71: essa idéia de fogo, onde releva a
- Page 72 and 73: É uma visão divina, que a vida no
- Page 74 and 75: Leste-lhe a poesia? Eram arquejos d
- Page 76 and 77: Ai! seca flor, de bom grado, se tan
- Page 78 and 79: Mas a razão, que salva da baixeza
- Page 80 and 81: Mas não bastava: -ao martírio ime
- Page 84 and 85: o dom da liberdade, que junto à di
- Page 86 and 87: Sus, vivente feliz, bendiz teu fado
- Page 88 and 89: Depois de tantas perdas só restou-
- Page 90 and 91: O fogo santo que dá vida à vida,
- Page 92 and 93: é tão pesada, é tão dura, que a
- Page 94 and 95: Adeus!... Perdoa se me queixo; as q
- Page 96 and 97: presente de amor, de ti, na hora da
- Page 98 and 99: ou se em todas as mentes apagado, p
- Page 100 and 101: Ah! que não fosse a hora de perdê
- Page 102 and 103: entre as ledas comitivas, impelido
- Page 104 and 105: seus irmãos, seus amigos, te entre
- Page 106 and 107: Quando eu morrer, não chorem minha
- Page 108 and 109: Hino Poesias completas Cantado pelo
- Page 110 and 111: se nutre e reproduz; se para a luz
- Page 112 and 113: aos céus levanta os olhos, e vê o
- Page 114 and 115: Sonetos Leandro e Hero Hei de, már
- Page 116 and 117: crava os olhos na campa, e deixa o
- Page 118 and 119: e, só para gozá-lo, eterna a vida
- Page 120 and 121: cresta do orgulho a chama crepitant
- Page 122 and 123: E, além das ilusões, quimeras fú
- Page 124 and 125: que perdera de frio gelada do inver
- Page 126 and 127: jaz em terra desfolhada, choram ave
- Page 128 and 129: que da morte alegrando a impiedade,
- Page 130 and 131: Aquela noite sempiterna cruel, acer
querendo-te a vileza<br />
plantar no coração,<br />
dariam-te nos gestos,<br />
nas vestes, no aposento,<br />
na mesa, no alimento,<br />
somente -escravidão!<br />
Donzela (oh! sacrilégio!)<br />
amor, qual flor sem viço,<br />
mil vezes é serviço<br />
que fero senhor quer!<br />
É dor que o fel requinta,<br />
que a ímpia sorte agrava<br />
daquela que é escrava<br />
<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ser mulher!<br />
Se mãe (é mãe escrava!)<br />
Quem sabe se verias<br />
teu filho mãos ímpias<br />
do seio te arrancar?<br />
E surdos ao teu pranto<br />
mandarem-te com calma<br />
do seio da tua alma<br />
a outro alimentar?!<br />
Criança mas sem veres<br />
da infância as ver<strong>de</strong>s cores,<br />
donzela sem amores,<br />
talvez alam sem Deus!<br />
Não foras arrastada<br />
da vida pelos trilhos,<br />
nem tu, e nem teus filhos<br />
seriam filhos teus.<br />
Ó vós que hoje lhe <strong>de</strong>stes<br />
<strong>Poesias</strong> completas<br />
83