Poesias líricas - Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes

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Serei Nume, ou Demônio sobre a terra... todo ternura e amor, ou todo cólera... Todo venturas, ou desgraças todo. Ser minha, ou não -eis todo o meu futuro, para o qual duas páginas abertas em perfeito contraste há neste livro imenso do porvir. É uma delas toda negra e de sangue salpicada; a outra toda rósea, e matizada de azul e verde, com relevos de ouro! Destas páginas n'uma os nossos nomes, o dela e o meu, por força hão de gravar-se. Ver-me-eis Demônio apascentando fúrias, precipitado a caminhar na terra, como quem busca o termo da existência; dos olhos a saltarem-se faíscas de loucura e furos; na destra um ferro, nos lábios um som único -vingança! E assim medonho, impenetrável, louco, pisando por abrolhos sem senti-los, insensível a tudo, aos próprios crimes, querendo o mundo enfim todo de sangue!... Se ela minha não for -serei Demônio! Ver-me-eis, porém, um Nume de venturas, um prisma de afeições, cândidas todas, um poeta de amor, sorrindo à terra, um ente só feliz olhando encantos; ver-me-eis co'os olhos em seu rosto impressos, como os seus em minha alma impressos brilham; ver-me-eis co'os lábios em seus pés, e ao mundo entretanto c'os pés calcando a fronte!! Poesias completas 58
Se Eulina minha for! -serei um Nume!! Homens! Eis meu porvir: -dos trovadores ou o mais desgraçado, ou um Poeta mágico, inspirado, bebendo vida e luz num céu de amores. Bahia, 21 de janeiro de 1855. Antônio Joaquim RODRIGUES DA COSTA Se fosse possível na minha alma amanhecer um dia da ventura, corado por um beijo de donzela ao despontar d'aurora... Se, Anjo de salvação mandado ao mísero, sorrindo, pelo céu jurasse a bela fazer-me cada vez por novos beijos mais rubra a cor do dia... Se fiel companheira em toda parte quisesse me seguir, presa comigo, como um raio celeste preso a um astro a iluminar-lhe o curso... Se a visse, desdenhosa a mil tesouros, só por ter-me, deixá-los e contente IV Amor e lágrimas 4 4 Oferecida ao amigo e colega Manoel Bernardino Bolivar. Poesias completas 59
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Poesias líricas Se é vate quem ac
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estas rugas, que trago sobre as fac
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Hino Poesias completas Cantado pelo
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se nutre e reproduz; se para a luz
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aos céus levanta os olhos, e vê o
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Sonetos Leandro e Hero Hei de, már
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crava os olhos na campa, e deixa o
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e, só para gozá-lo, eterna a vida
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cresta do orgulho a chama crepitant
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E, além das ilusões, quimeras fú
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que perdera de frio gelada do inver
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jaz em terra desfolhada, choram ave
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que da morte alegrando a impiedade,
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Aquela noite sempiterna cruel, acer
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Una ave sola Ni canta ni llora. Lam
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Instante acerbo, que ao tirano caus
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o anjo do destino!... Ó povos! col
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Vêm curar-lhe do mundo as feridas
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geme o meu coração? Se inda desej
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E não brada vingança um tal delit
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Gemidos que ouvirás na minha campa
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Chicanista imoral, doutor em nada,
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olhando para ti, vendo que és home
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Por não haver um templo onde pudes
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os vôos enfreei do entusiasmo, pre
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ganhada dos trabalhos pelo trilho,
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Amarga como o fel sempre a verdade
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Inda busco uma flor para enfeitar-t
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Ei-las no campo de glória, que com
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que das ondas vai na flor, mortalha
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Ai quando, bem adorado, minha alma
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Glosas Quem Feliz-asno se chama de-
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Quando em calma cogitava, calmo, es
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já seu raio fulgurante deu ao mund
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corrente do ribeiro, das flores o g
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O meu bem em certa feira em que com
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Epigramas Cabeça, triste é dizê-
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e filho de boa gente e dos passados
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de rubra cor, quando tu ris-te sorr
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Eu era ente da terra, eras um queru
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no que mais poderei crer? Onde a ve
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O amor da mulher é a nuvem quando
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sem este canto!... Talvez que as ch
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Perdeu a flor de meus dias todo o p
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Ao ver-me continuamente de pranto o
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Entre as frutas que há no mundo n
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