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Poesias líricas - Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes

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amor plantou -mais fundo- o seu feitiço:<br />

Dai mais peso ao que eu sinto, homens, que trago<br />

o viver, como ve<strong>de</strong>s, tão submisso!<br />

Não cui<strong>de</strong>is que o penoso sentimento,<br />

que toda pren<strong>de</strong> a amor minha existência,<br />

é como este sentir que todos sentem,<br />

<strong>de</strong> um dia, sem ardor, sem veemência!<br />

Também já assim amei, se amor se po<strong>de</strong><br />

chamar essa ilusão <strong>de</strong> namorado,<br />

mas hoje esse sentir me é tão da vida<br />

que, se ele me faltar, ver-me-eis finado.<br />

Indagais meu sofrer! Buscai na terra<br />

o ente mais formoso,<br />

aquele que do céu for mais mimoso-<br />

que todo meu sentir nele se encerra.<br />

Vendo-o, formai <strong>de</strong> mim vosso juízo;<br />

se o encontrar<strong>de</strong>s ledo,<br />

contai que <strong>de</strong>scobristes o segredo<br />

do meu prazer... -vereis- sou todo riso.<br />

Mas, se, ao contrário, vir<strong>de</strong>s o quebranto<br />

da tristeza em seu rosto,<br />

julgai-me logo a pa<strong>de</strong>cer exposto;<br />

sabei logo o que sou... sou todo pranto.<br />

Se o vir<strong>de</strong>s pôr em mim seus olhos belos,<br />

seus lábios me sorrindo,<br />

e seu seio a ondular cândido e lindo...-<br />

II<br />

<strong>Poesias</strong> completas<br />

56

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