Poesias líricas - Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes
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amos cobertos <strong>de</strong> formosas flores,<br />
e curvados <strong>de</strong> frutos. Encantado,<br />
<strong>de</strong> a ver assim tão bela, o Rei Celeste,<br />
antes que envenenada perecesse<br />
no solo ingrato, transplantou-a em breve<br />
para os pomares seus.<br />
Pátria, teu choro,<br />
merecem, mais que o morto, os filhos vivos.<br />
Ai! tristes <strong>de</strong>ssas plantas que ficaram<br />
no campo estéril, pedregoso e imundo!<br />
Pela má região contaminados,<br />
raça <strong>de</strong>generada os dias contam<br />
por ampulhetas grávidas <strong>de</strong> crimes.<br />
começa a punição. Esse do Egito<br />
anjo exterminador está conosco;<br />
cada dia, um a um, nos vai ceifando<br />
da liberda<strong>de</strong> os filhos primogênitos.<br />
Assim a espada da justiça eterna<br />
invisível nos fere, inopinada:<br />
Assim os tetos da cida<strong>de</strong> ímpia,<br />
do Senhor pela ira arremessado,<br />
sem fuzil nem trovão, mudo, imprevisto,<br />
o raio punidor fulmina e abate.<br />
XIV<br />
Sobre o túmulo do Marechal Labatut<br />
<strong>Poesias</strong> completas<br />
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