Poesias líricas - Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes
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olhando para ti, vendo que és homem,<br />
na figura somente... em nada mais!...<br />
Imortal, Redator do papelucho<br />
a quem um respeitável nome <strong>de</strong>ste<br />
(sim que o nome da Pátria, para o probo,<br />
que não p'ra ti, é nome respeitável),<br />
é tempo <strong>de</strong> voltar ao antro escuro,<br />
ou p'ra o lugar -ignoro don<strong>de</strong> hás vindo!<br />
Já muito por aqui <strong>de</strong> mal tens feito...<br />
As cinzas venerandas revolveste<br />
<strong>de</strong> um dos heróis da «In<strong>de</strong>pendência» nossa!...<br />
Tua missão cumpriu-se!... é tempo, volta...<br />
Era minha intenção trazer-te à praça;<br />
mas <strong>de</strong>sisto da empresa!... A puros homens<br />
é um crime mostrar torpes figuras,<br />
negros quadros, que infâmias representam!<br />
Vai-te! foge daqui! do vate a <strong>de</strong>stra<br />
só cordas vibra <strong>de</strong> doiradas liras:<br />
Se indignado empunha o forte relho<br />
para surrar hipócritas malvados,<br />
envergonha-se logo do que há feito!<br />
É nobre o fim p'ra que o Poeta nasce;<br />
e não para amansar bestas bravias<br />
ou corrigir sicários sevandijas!...<br />
O<strong>de</strong><br />
(Na noite <strong>de</strong> seu benefício em 16 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1858)<br />
A D. Carlota Leal Milliet<br />
<strong>Poesias</strong> completas<br />
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