Poesias líricas - Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes
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Gemidos que ouvirás na minha campa,<br />
sairão <strong>de</strong> meu peito inanimado;<br />
entre suspiros ouvirás teu nome<br />
por meus já mortos lábios repetido;<br />
que amor, essencial parte do espírito,<br />
no espírito eterno, eterno viva.<br />
Minha lira brandamente,<br />
<strong>de</strong>linqüente em leis <strong>de</strong> amor<br />
do traidor que tem por crime<br />
o que imprime na razão,<br />
que lacera a quem afaga<br />
que propaga em seus ardores<br />
os horrores da tristeza<br />
que me pesa na feição,<br />
tangerei as cordas tuas,<br />
que são tuas, e não minhas<br />
que o que tinhas tangedor<br />
tens <strong>de</strong> amor a escravidão.<br />
Não mais <strong>de</strong> outras criaturas<br />
formosuras cantaremos,<br />
louvaremos tão-somente<br />
<strong>de</strong> um só ente a perfeição.<br />
Tirce, a bela moreninha,<br />
que <strong>de</strong> minha nada tem,<br />
é meu bem, a criatura<br />
que segura meu grilhão.<br />
Eu que em vê-la só me esmero<br />
ser não quero <strong>de</strong>sprendido,<br />
Rondó<br />
<strong>Poesias</strong> completas<br />
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