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Poesias líricas - Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes

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Creio em Deus, minha mãe; tanto que espero<br />

qu'inda a terra do meu funéreo leito<br />

-por teu maternal pranto semeada-<br />

me brote um verda<strong>de</strong>iro amor-perfeito.<br />

Creio em Deus, creio em Deus; o bardo amigo,<br />

e por isso inda creio que, se o fado,<br />

se não na minha pátria, neste solo<br />

me permitir morrer junto a teu lado,<br />

por talismã da fé que nós sagramos<br />

e sincero tributo <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong>,<br />

na terra que cobrir-me as frias cinzas<br />

plantarás um suspiro, uma sauda<strong>de</strong>.<br />

Bahia, 4 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1854<br />

Mais nada resta a suspeitar!... Mais nada<br />

o véu da falsida<strong>de</strong> encobrir po<strong>de</strong>!...<br />

Do <strong>de</strong>sengano ao lume, <strong>de</strong>sesp'rada,<br />

atenta tudo vê, tudo conhece<br />

minha alma acesa em raiva, acesa em zelos!...<br />

Que pretendias, pérfida?... Que ainda<br />

perdurasse a ilusão com que risonha<br />

entretinhas meus loucos pensamentos?<br />

Que da paixão ao sopro envenenado<br />

o lume da razão, per<strong>de</strong>ndo a chama,<br />

jamais recuperasse?... Não! não pô<strong>de</strong><br />

em mim <strong>de</strong> amor a força ganhar tanto!...<br />

Mas oh! por que me ufano se ainda escravo<br />

Delírio e ciúme<br />

<strong>Poesias</strong> completas<br />

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