Poesias líricas - Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes
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ao trono se não remonte,<br />
curva os joelhos e a fronte,<br />
para beijar-lhes a mão.<br />
E nós, cegos infelizes,<br />
quando a <strong>de</strong>stra lhes beijamos,<br />
<strong>de</strong>ntro d'alma sufocamos<br />
um pranto <strong>de</strong> gratidão.<br />
Súplica<br />
Tu, Ser no qual dos seres<br />
somente o ser consiste!<br />
Que És ser <strong>de</strong> quanto existe<br />
se nutre e reproduz;<br />
se para a luz nascemos,<br />
<strong>de</strong>pois da luz criados,<br />
eis-nos aqui prostrados!<br />
A luz, Senhor! A luz!<br />
A luz, dádiva imensa,<br />
bela, sublime, santa,<br />
que <strong>de</strong>ste à terra, à planta,<br />
ao bruto, aos bons, aos maus!<br />
As nossas mãos tateiam<br />
abismo negro e fundo;<br />
aos outros <strong>de</strong>ste o mundo,<br />
a nós somente o caos!<br />
Mas Tu És Ser dos seres<br />
em que o ser consiste!!<br />
És Ser <strong>de</strong> quanto existe,<br />
2º canto<br />
<strong>Poesias</strong> completas<br />
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