Poesias líricas - Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes
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Ah! que não fosse a hora de perdê-la, a hora em que parti!... O sul formoso é belo, benfazejo, é lar ditoso: Mas eu tenho no Norte a minha estrela! Eia, Baianos, raiar vai na terra do Cruzeiro esse dia tão jucundo, que, apesar de ser segundo, há de sempre ser primeiro! Não deixes despercebido o rei dos dias passar, mostrai que não sois escravos, mostrai que o dia dos bravos inda sabeis festejar! Se o misérrimo que sofre da escravidão os rigores, às vezes repete a história dos seus passados de glória nas senzalas dos senhores; nós livres, a quem escravos inda não pôde fazer o furor do despotismo, nossos feitos de heroísmo não devemos esquecer. Não devemos esquecer esse dia, a cuja luz Bando Poesias completas 100
os deus dos Americanos escreveu -morte aos tiranos- nos braços da Santa-Cruz. Esse dia que provou com solene majestade ao vil tirano atrevido, quanto pode um povo unido, quando grita -liberdade- com as frontes coroadas de louros vamos cantar hinos aos fortes soldados, que valentes, denodados, nos souberam libertar. Todos os ódios se esqueçam, demo-nos todos as mãos, e empenhemos nosso orgulho em festejar dous de julho, em um banquete d'irmãos! Nem receeis que algum braço, que para nos esmagar ocultamente trabalha, da nossa mesa a toalha venha com sangue manchar. Não, que tem a liberdade seus amores neste dia, e, temendo as iras dela, se atormenta, se arrepela, mas não fala a tirania. Comece pois o festim, e nas galas sem rival Poesias completas 101
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os <strong>de</strong>us dos Americanos<br />
escreveu -morte aos tiranos-<br />
nos braços da Santa-Cruz.<br />
Esse dia que provou<br />
com solene majesta<strong>de</strong><br />
ao vil tirano atrevido,<br />
quanto po<strong>de</strong> um povo unido,<br />
quando grita -liberda<strong>de</strong>-<br />
com as frontes coroadas<br />
<strong>de</strong> louros vamos cantar<br />
hinos aos fortes soldados,<br />
que valentes, <strong>de</strong>nodados,<br />
nos souberam libertar.<br />
Todos os ódios se esqueçam,<br />
<strong>de</strong>mo-nos todos as mãos,<br />
e empenhemos nosso orgulho<br />
em festejar dous <strong>de</strong> julho,<br />
em um banquete d'irmãos!<br />
Nem receeis que algum braço,<br />
que para nos esmagar<br />
ocultamente trabalha,<br />
da nossa mesa a toalha<br />
venha com sangue manchar.<br />
Não, que tem a liberda<strong>de</strong><br />
seus amores neste dia,<br />
e, temendo as iras <strong>de</strong>la,<br />
se atormenta, se arrepela,<br />
mas não fala a tirania.<br />
Comece pois o festim,<br />
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