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Acupuntura para tratamento de Síndrome das Pernas ... - Bio Cursos

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<strong>Acupuntura</strong> Para Tratamento <strong>de</strong> <strong>Síndrome</strong> <strong>das</strong> <strong>Pernas</strong> Inquietas<br />

Resumo<br />

Alberto Augusto Lima <strong>de</strong> Farias<br />

jacarta_blue@yahoo.com.br<br />

Pós-graduação em <strong>Acupuntura</strong> – Faculda<strong>de</strong> Ávila<br />

A acupuntura visa à terapia e à cura <strong>das</strong> enfermida<strong>de</strong>s pela aplicação <strong>de</strong> estímulos através<br />

da pele, com a inserção <strong>de</strong> agulhas em pontos específicos, porém essa técnica ainda é<br />

anticientífica apesar <strong>de</strong> sua eficácia ter levado a Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> a listar<br />

enfermida<strong>de</strong>s que po<strong>de</strong>m ser trata<strong>das</strong> pela acupuntura, tanto <strong>para</strong> seres humanos quanto<br />

<strong>para</strong> os animais. A <strong>Síndrome</strong> <strong>das</strong> <strong>Pernas</strong> Inquietas (SPI) é uma condição constrangedora,<br />

com efeitos negativos do sono durante o dia e ativida<strong>de</strong>s que afetam a vida pessoal, familiar e<br />

vida profissional. O erro no diagnóstico e o <strong>tratamento</strong> ina<strong>de</strong>quado <strong>de</strong>sta doença po<strong>de</strong>m<br />

aumentar o sofrimento dos doentes, com <strong>tratamento</strong>s invasivos e dolorosos <strong>de</strong>snecessários. O<br />

objetivo é apresentar uma síntese dos principais temas na literatura sobre acupuntura e<br />

sobre a síndrome <strong>das</strong> pernas inquietas (SPI). A coleta <strong>de</strong> dados dar-se-á através da técnica<br />

da pesquisa bibliográfica, em artigos consi<strong>de</strong>rando a enfermida<strong>de</strong> e a técnica, escritos no<br />

período (1990-2011), configurados em estudos <strong>de</strong> casos ou revisões, tendo como critérios <strong>de</strong><br />

inclusão artigos escritos no período <strong>de</strong> 1990 a 2011 e critérios <strong>de</strong> exclusão bibliográfica com<br />

data inferior ou superior a esta. Concluiu-se que a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) e a<br />

acupuntura observam, <strong>de</strong> forma muito mais acentuada que a medicina oci<strong>de</strong>ntal, os<br />

fenômenos naturais que agem e interagem no e com o corpo humano, por isso são muito<br />

menos invasivas. Acredita-se também que uma visão holística ou global por parte da<br />

medicina oci<strong>de</strong>ntal é muito superior à percepção fragmentada ou exageradamente<br />

particularizada que normalmente a caracteriza.<br />

Palavras-chave: <strong>Acupuntura</strong>; <strong>Síndrome</strong> <strong>das</strong> <strong>Pernas</strong> Inquietas; Visão holística.<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

A medicina oci<strong>de</strong>ntal obteve formidáveis avanços em prol da humanida<strong>de</strong>, no <strong>de</strong>correr dos<br />

séculos; vacinas, medicamentos, técnicas cirúrgicas, <strong>de</strong>ntre outros. Nas últimas déca<strong>das</strong> as<br />

tecnologias <strong>de</strong> diagnósticos vieram fortalecer esse admirável mundo novo da saú<strong>de</strong>, que<br />

permite que a média <strong>de</strong> vida do ser humano chegue a 80 anos em alguns países<br />

<strong>de</strong>senvolvidos. Entretanto, milhares <strong>de</strong> doenças ainda espantam essa medicina tradicional,<br />

ortodoxa e hermética, dogmática, que reluta em pensar alternativas <strong>de</strong> <strong>tratamento</strong> <strong>para</strong> aquelas<br />

doenças <strong>de</strong> etiologias por ela <strong>de</strong>sconheci<strong>das</strong> e incuráveis.<br />

Essa fantástica medicina também se espanta quando um pastor analfabeto faz “curas<br />

milagrosas” na frente <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> pessoas e com o registro da Televisão. Essa medicina não<br />

sabe explicar milhares <strong>de</strong> fenômenos provados e comprovados pelos sentidos humanos como,<br />

por exemplo, a mulher estéril que muito <strong>de</strong>seja um filho e que faz <strong>de</strong>senvolver uma barriga<br />

que imita claramente uma mulher em estado avançado <strong>de</strong> gravi<strong>de</strong>z. Não enten<strong>de</strong> também<br />

como alguém, sob hipnose, se <strong>de</strong>licia com uma cebola pensando que está comendo uma maçã,<br />

ou ainda, sob tal efeito, alguém faz crescer uma bolha d’água on<strong>de</strong> o hipnotizador encosta o<br />

<strong>de</strong>do dizendo-lhe que é a ponta <strong>de</strong> um cigarro aceso.<br />

1


Os seres adoentados ou enfermos <strong>de</strong>vem merecer olhar holístico e humanitário do profissional<br />

da saú<strong>de</strong>, não um olhar apressado e fragmentado da medicina tradicional nem sempre obtém a<br />

cura da doença. Ainda existem muitas lacunas no ser humano que nem nossa vã filosofia não<br />

conseguiu <strong>de</strong>cifrar, senão vejamos a seguinte notícia na revista Superinteressante: “Placebo<br />

po<strong>de</strong> ser o melhor remédio. A ciência acreditava que uma pílula <strong>de</strong> açúcar não fazia efeito em<br />

nosso corpo. Mas agora estudos mostram que o placebo po<strong>de</strong> acabar com dores e sensações<br />

ruins” (FREGNI, 2010, p.40).<br />

A ciência rejeita também o princípio energético, linguagem metafísica e sistema<br />

aparentemente primitivo da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), dificultando o<br />

engajamento <strong>de</strong> cientistas na investigação e <strong>de</strong>senvolvimento da acupuntura (ANDERSSON,<br />

1995). A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma linguagem comum <strong>para</strong> facilitar o ensino, pesquisa, prática<br />

médica e troca <strong>de</strong> informações ao nível global em acupuntura, levou a Organização Mundial<br />

<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OMS) a criar uma nomenclatura internacional padrão (STANDARD, 1990).<br />

Stux; Hammershlag apud Gonçalves (2009) abordaram a importante questão da tendência<br />

reducionista oci<strong>de</strong>ntal <strong>de</strong> tentar explicar os mecanismos da Medicina Tradicional Chinesa<br />

apenas por uma visão anatomofisiológica, <strong>de</strong>stituída do entendimento ou da valorização dos<br />

campos eletromagnéticos do ser humano, aos quais sofrem influência inclusive dos<br />

pensamentos e sentimentos <strong>das</strong> pessoas. A ativida<strong>de</strong> elétrica <strong>de</strong> conjuntos <strong>de</strong> neurônios que se<br />

expressam em pensamento produzem variações <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s magnéticas do tecido que<br />

po<strong>de</strong>m ser visualiza<strong>das</strong> pela ressonância magnética funcional.<br />

<strong>Síndrome</strong> <strong>das</strong> pernas inquietas, por sua vez, é consi<strong>de</strong>rada, pela medicina tradicional, uma<br />

doença <strong>de</strong> condição constrangedora, com efeitos negativos que afetam a vida pessoal, familiar<br />

e vida profissional. O impacto global da síndrome <strong>das</strong> pernas inquietas na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida é<br />

comparável ao <strong>de</strong> doenças crônicas e frustrantes, como <strong>de</strong>pressão e diabetes.<br />

O objetivo geral <strong>de</strong>ste artigo é <strong>de</strong>screver os princípios e as principais características da<br />

Medicina Tradicional Chinesa e da acupuntura, contextualizando a <strong>Síndrome</strong> <strong>das</strong> <strong>Pernas</strong><br />

Inquietas (SPI). Quanto aos objtevos específicos são os seguintes: examinar os princípios da<br />

MTC e as características e indicações principais da acupuntura; analisar a incidência,<br />

sintomas, diagnóstico, <strong>tratamento</strong>, <strong>de</strong>ntre outros, da SPI.<br />

O problema aventado neste estudo é: Qual é a eficácia da acupuntura no <strong>tratamento</strong> da SPI.<br />

Tem-se como hipótese <strong>para</strong> essa questão que gran<strong>de</strong> parte <strong>das</strong> doenças é multifatorial e<br />

necessitam <strong>de</strong> ação conjunta da medicina tradicional oci<strong>de</strong>ntal e tantas outras que tenham<br />

ação comprovada no <strong>tratamento</strong>. Cabe lembrar que o profissional fisioterapeuta não era<br />

valorizado num passado recente, porém atualmente é consi<strong>de</strong>rado indispensável <strong>para</strong> a<br />

reabilitação <strong>de</strong> muitas doenças ou traumas. Assim se dará também com a acupuntura.<br />

Tal estudo justifica-se pela importância e respeitabilida<strong>de</strong> crescentes da acupuntura, tanto<br />

pela Organização Mundial da Saú<strong>de</strong> e pela medicina oci<strong>de</strong>ntal quanto pelos inúmeros e<br />

incontestáveis estudos e relatos <strong>de</strong> melhora e ou cura <strong>de</strong> médicos pacientes tratados por esta<br />

modalida<strong>de</strong> da MTC, respectivamente.<br />

No que diz respeito à metodologia, trata-se <strong>de</strong> uma pesquisa <strong>de</strong> natureza exploratório<strong>de</strong>scritiva.<br />

Utilizou-se a técnica da pesquisa bibliográfica, obtida <strong>de</strong> fontes secundárias, tais<br />

como livros, artigos e meios eletrônicos, tendo características dialéticas, <strong>de</strong>scritivas,<br />

reflexivas e analíticas.<br />

2


2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

2.1 MEDICINA TRADICIONAL CHINESA: ACUPUNTURA<br />

Os conhecimentos da acupuntura estiveram isolados do mundo oci<strong>de</strong>ntal por cerca <strong>de</strong> 5000<br />

anos, distanciando a forma <strong>de</strong> raciocínio e linguagem. Além do empecilho semântico, a<br />

prática <strong>de</strong>ssa técnica se <strong>de</strong><strong>para</strong> com <strong>de</strong>ficiências no ensino e difusão científica (CIGNOLINI,<br />

1990).<br />

Segundo Gonçalves (2009), os princípios da MTC resistem há mais <strong>de</strong> 3 mil anos, sendo que<br />

em todo o seu <strong>de</strong>senvolvimento histórico não faltaram os céticos que tentaram falseá-la, nem<br />

as mentes verda<strong>de</strong>iramente científicas que buscam transformar as idéias sem per<strong>de</strong>r a<br />

essência, com coerência admirável no processo <strong>de</strong> uma busca multiprofissional <strong>para</strong> equilibrar<br />

dinamicamente as diferenças e fazer pontes <strong>para</strong> integrar os conhecimentos.<br />

Conforme Altman (1992), no Oriente, a acupuntura vem sendo usada com finalida<strong>de</strong>s<br />

preventiva e terapêutica há vários milênios. De fato, agulhas <strong>de</strong> pedra e <strong>de</strong> espinha <strong>de</strong> peixe<br />

foram utiliza<strong>das</strong> na China durante a Ida<strong>de</strong> da Pedra (cerca <strong>de</strong> 3000 anos AC). Ney Jing ou<br />

“Clássico do Imperador Amarelo sobre Medicina Interna”, texto clássico e fundamental da<br />

MTC, <strong>de</strong>screve aspectos anatômicos, fisiológicos, patológicos, diagnósticos e terapêuticos <strong>das</strong><br />

moléstias à luz da medicina oriental. Nesse tratado, já se afirmava que o sangue flui<br />

continuamente por todo o corpo, sob controle do coração. Cerca <strong>de</strong> 2000 anos <strong>de</strong>pois, mais<br />

precisamente em 1628, William Harvey, proporia sua teoria sobre a circulação sanguínea.<br />

A MTC é uma medicina energética, ou seja, toma como base a existência <strong>de</strong> uma estrutura<br />

energética <strong>para</strong> além do corpo físico, e afirma que no nosso corpo a energia circula por canais<br />

que têm pontos específicos que, ao serem puncturados, reorganizam a circulação energética<br />

<strong>de</strong> todo o corpo. A doença, por sua vez, é sempre uma <strong>de</strong>sorganização da energia funcional<br />

que controla e dinamiza os órgãos. A concepção filosófica chinesa a respeito do universo está<br />

apoiada em três pilares básicos: a teoria do Yang/Yin, dos cinco movimentos e dos Zang Fu<br />

(órgãos e vísceras) (MTC, 2006).<br />

O conceito <strong>de</strong> yin-yang (Yin= pólo negativo e Yang= pólo positivo) é provavelmente o mais<br />

importante e distintivo da teoria da medicina chinesa, o conceito yin-yang juntamente com o<br />

Qi (energia fluídica) tem permeado a filosofia chinesa há séculos. Yin-yang representa<br />

qualida<strong>de</strong>s opostas, mas também complementares proporcionando equilíbrio ao organismo<br />

(MACIOCIA, 1996).<br />

Na China, a acupuntura é utilizada rotineiramente <strong>para</strong> o <strong>tratamento</strong> <strong>de</strong> diversas afecções. A<br />

partir <strong>de</strong> 1970, tiveram início diversos estudos científicos no sentido <strong>de</strong> comprovar a eficácia<br />

da acupuntura. Em 1979, a Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OMS) editou uma lista com 41<br />

doenças que apresentaram excelentes resultados com o <strong>tratamento</strong> <strong>de</strong> acupuntura. Após vinte<br />

e cinco anos <strong>de</strong> pesquisas em renoma<strong>das</strong> instituições do mundo, a OMS publicou o<br />

documento Acupuncture: Review and analysis of reports on controlled clinical trials, no qual<br />

expõe os resultados <strong>de</strong>stas pesquisas. Neste documento foi analisada a eficácia da acupuntura<br />

– assim como <strong>das</strong> técnicas <strong>de</strong> moxabustão, ventosa, sangria, eletro-acupuntura, laseracupuntura,<br />

magneto-acupuntura, massagem shiatsu/tuina e acupressura (pressão digital nos<br />

pontos) – em com<strong>para</strong>ção com o <strong>tratamento</strong> convencional <strong>para</strong> 147 doenças, sintomas e<br />

condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (BASSO, 2011).<br />

Em Medicina Veterinária, a acupuntura também é indicada <strong>para</strong> o <strong>tratamento</strong> <strong>de</strong> diversas<br />

doenças, tais como: gastrites, enterites, colites, bronquite, broncopneumonia, pleurisia,<br />

miocardites, arritmia cardíaca, nefrites, alterações na micção, prostatite, cistite,<br />

hipotiroidismo, hipertiroidismo, diabetes insipidus, espondilopatia hipertrófica, <strong>para</strong>lisia<br />

3


facial, epilepsia, seqüelas da cinomose, mastite, conjuntivite, otite média, entre outras<br />

(ALTMAN, 1997).<br />

Derivada dos radicais latinos acus e pungere, que significam agulha e puncionar,<br />

respectivamente, a acupuntura visa à terapia e cura <strong>das</strong> enfermida<strong>de</strong>s pela aplicação <strong>de</strong><br />

estímulos através da pele, com a inserção <strong>de</strong> agulhas em pontos específicos (JAGGAR, 1992;<br />

SCHOEN, 1993) chamados acupontos. Trata-se também <strong>de</strong> uma terapia reflexa, em que o<br />

estímulo <strong>de</strong> uma área age sobre outra(s). Para este fim, utiliza, principalmente, o estímulo<br />

nociceptivo (LUNDEBERG, 1993).<br />

Em pacientes vítimas <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte vascular cerebral (AVC), a acupuntura é capaz <strong>de</strong> promover<br />

uma melhora funcional mais intensa que os métodos usuais <strong>de</strong> fisioterapia. Johansson et al.<br />

(1993) estudaram 78 pacientes com hemiparesia severa, tanto direita quanto esquerda, e<br />

observaram que aqueles que receberam o estímulo sensitivo se recuperaram mais rapidamente<br />

e <strong>de</strong> forma mais intensa que os controles, com uma diferença significativa no equilíbrio,<br />

mobilida<strong>de</strong>, ativida<strong>de</strong>s da vida diária, qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e dias dispendidos no hospital ou com<br />

cuidados <strong>de</strong> enfermeiras no domicílio.<br />

Yao (1993) estudou o efeito pressor da acupuntura em animais hipotensos. Ratos com<br />

hipotensão hemorrágica, ou seja, com pressão arterial média (PAM) correspon<strong>de</strong>nte a 60% do<br />

valor controle antes da indução da hemorragia, tiveram a PAM elevada a 80% da PAM<br />

controle, após aplicação <strong>de</strong> eletroacupuntura. Houve também um aumento significativo da<br />

ativida<strong>de</strong> do nervo esplênico, ou seja, inibição da resposta <strong>de</strong>pressora pós-estimulatória<br />

atribuível à inibição simpática.<br />

Entretanto, além do sentido restrito <strong>de</strong> agulhamento, a palavra acupuntura po<strong>de</strong> ter sentido<br />

mais amplo, o do estímulo do acuponto segundo as várias técnicas disponíveis (agulhamento,<br />

alterações <strong>de</strong> temperatura, pressão e outras). A acupuntura faz parte <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong><br />

conhecimentos teórico-empíricos, a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) que inclui técnicas<br />

<strong>de</strong> massagem (Tui-Na), exercícios respiratórios (Chi-Gung), orientações nutricionais (Shu-<br />

Shieh) e a farmacopéia chinesa (medicamentos <strong>de</strong> origem animal, vegetal e mineral)<br />

(ALTMAN, 1997).<br />

É uma característica da acupuntura manter a função imunológica em um estado ótimo,<br />

regulando seus mecanismos. Em geral, a acupuntura po<strong>de</strong> restaurar a homeostase <strong>de</strong> um<br />

organismo, diminuindo hiperfunções e ativando mecanismos em hipofunção. Meng (1992)<br />

classifica essa situação como um efeito regulatório <strong>de</strong> dupla direção, mas essas ações<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do organismo em questão.<br />

De acordo com Gonçalves (2009), os meridianos da acupuntura são reconhecidos pela MTC<br />

como canais que conectam a superfície do corpo com os órgãos internos, sendo que estes<br />

canais têm a função <strong>de</strong> transportar a energia através <strong>de</strong> todo corpo. Nos últimos anos cerca <strong>de</strong><br />

17 teorias tentam compreen<strong>de</strong>r o sistema <strong>de</strong> pontos da acupuntura por uma perspectiva<br />

oci<strong>de</strong>ntal, procurando principalmente característica histológicas distintas que pu<strong>de</strong>ssem<br />

diferenciar os pontos <strong>de</strong> acupuntura do tecido circunvizinho; i<strong>de</strong>ntificando estruturas, feixes<br />

neurovasculares, acessórios neuromusculares e terminações nervo-sensoriais. Esta mesma<br />

perspectiva <strong>de</strong> estudo foi transportada <strong>para</strong> estudar o sistema <strong>de</strong> meridianos <strong>de</strong> acupuntura,<br />

tentando i<strong>de</strong>ntificar as mesmas estruturas no trajeto dos canais <strong>de</strong> energia da MTC.<br />

As regiões da pele on<strong>de</strong> encontramos uma alta concentração <strong>de</strong> terminações nervosas<br />

sensoriais <strong>de</strong>terminam os acupontos (pontos <strong>de</strong> aplicação da acupuntura) que se relacionam<br />

intimamente com nervos, vasos sanguíneos, tendões, periósteo e cápsulas articulares (WU,<br />

1990). A estimulação dos acupontos possibilita acesso direto ao sistema nervoso central<br />

(RISTOL, 1997; FARBER; TIMOIARIA, 1994).<br />

4


Os acupontos possuem proprieda<strong>de</strong>s elétricas diversas <strong>das</strong> áreas adjacentes: condutância<br />

elevada, menor resistência, padrões <strong>de</strong> campo organizados e diferenças <strong>de</strong> potencial elétrico<br />

(ALTMAN, 1992). Por isso, são <strong>de</strong>nominados pontos <strong>de</strong> baixa resistência elétrica da pele<br />

(PBRP) e po<strong>de</strong>m ser localizados na superfície da pele através <strong>de</strong> um localizador <strong>de</strong> pontos.<br />

Em ratos, há uma correlação positiva entre o <strong>de</strong>senvolvimento pós-natal <strong>de</strong> PBRP e o<br />

aumento da contagem <strong>de</strong> mastócitos no tecido conjuntivo da <strong>de</strong>rme nestes PBRP.<br />

Estudos morfofuncionais i<strong>de</strong>ntificaram plexos nervosos, elementos vasculares e feixes<br />

musculares como sendo os mais prováveis sítios receptores dos acupontos. Outros receptores<br />

encapsulados, principalmente o órgão <strong>de</strong> Golgi <strong>de</strong> tendões e bulbos terminais <strong>de</strong> Krause,<br />

também po<strong>de</strong>m ser observados (HWANG, 1992).<br />

Diversos trabalhos têm <strong>de</strong>monstrado gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> mastócitos nos acupontos. Nesse<br />

sentido, Hwang (1992) verificou que nos ratos adultos a contagem <strong>de</strong> mastócitos é<br />

significativamente mais altas nos acupontos do que quando com<strong>para</strong>dos com outros locais.<br />

Além disso, os acupontos possuem proprieda<strong>de</strong>s elétricas diversas <strong>das</strong> áreas adjacentes:<br />

condutância elevada, menor resistência, padrões <strong>de</strong> campo organizados e diferenças <strong>de</strong><br />

potencial elétrico (ALTMAN, 1992).<br />

Os acupontos foram empiricamente <strong>de</strong>terminados no transcorrer <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> anos <strong>de</strong><br />

prática médica (RISTOL, 1997). Acuponto é uma região da pele em que é gran<strong>de</strong> a<br />

concentração <strong>de</strong> terminações nervosas sensoriais. Essa região está em relação íntima com<br />

nervos, vasos sangüíneos, tendões, periósteos e cápsulas articulares. Sua estimulação<br />

possibilita acesso direto ao SNC (FARBER; TIMO-IARIA, 1994).<br />

Estudos morfofuncionais i<strong>de</strong>ntificaram plexos nervosos, elementos vasculares e feixes<br />

musculares como sendo os mais prováveis sítios receptores dos acupontos. Outros receptores<br />

encapsulados, principalmente o órgão <strong>de</strong> Golgi do tendão e bulbos terminais <strong>de</strong> Krause<br />

também po<strong>de</strong>m ser observados (HWANG, 1992). Diversos trabalhos têm <strong>de</strong>monstrado gran<strong>de</strong><br />

número <strong>de</strong> mastócitos nos acupontos. Nesse sentido, Zhai apud Hwang (1992) verificou que<br />

ratos adultos possuem contagens <strong>de</strong> mastócitos significativamente mais altas nos acupontos<br />

que em outros locais.<br />

Funcionalmente, os mastócitos estão intimamente relacionados às reações <strong>de</strong><br />

hipersensibilida<strong>de</strong> imediata, inflamação neurogênica e enfermida<strong>de</strong>s <strong>para</strong>sitárias.<br />

Devido à gama <strong>de</strong> estímulos e agentes capazes <strong>de</strong> ativar o mastócito, tem sido<br />

também sugerida sua participação como adjuvante ou amplificador <strong>de</strong> respostas<br />

inflamatórias agu<strong>das</strong> não relaciona<strong>das</strong> com hipersensibilida<strong>de</strong> imediata. Sabe-se, por<br />

exemplo, que os mastócitos produzem interleucina 8 (IL-8), um potente agente<br />

quimiotático <strong>para</strong> neutrófilos (MÖLLER et al., 1993:78).<br />

Vários autores sugeriram que po<strong>de</strong> existir uma correspondência entre os meridianos <strong>de</strong><br />

<strong>Acupuntura</strong> e o tecido conectivo. Trabalhos forneceram evidência experimental na<br />

sustentação <strong>de</strong>sta hipótese caracterizada por uma resposta do tecido conectivo ao agulhamento<br />

que é quantitativamente diferente nos pontos <strong>de</strong> <strong>Acupuntura</strong> com<strong>para</strong>dos com os pontos<br />

controle, o que po<strong>de</strong> constituir um importante indício da natureza dos pontos e meridianos <strong>de</strong><br />

acupuntura (LANGEVIN, et. al. 2001).<br />

A manipulação da agulha <strong>de</strong> acupuntura produz mudanças celulares que se propagam ao<br />

longo do tecido conectivo plano. Estas mudanças po<strong>de</strong>m ocorrer mesmo se a agulha for<br />

colocada em qualquer ponto mas po<strong>de</strong> ser realçada quando a agulha é colocada exatamente<br />

5


nos pontos <strong>de</strong> acupuntura. A anatomia <strong>de</strong> pontos e <strong>de</strong> meridianos da <strong>Acupuntura</strong> po<strong>de</strong> ser um<br />

fator importante na <strong>de</strong>smistificação <strong>de</strong>sta técnica milenar (LANGEVIN, et. al. 2001).<br />

2.2 A SÍNDROME DAS PERNAS INQUIETAS (SPI)<br />

A síndrome <strong>das</strong> pernas inquietas foi <strong>de</strong>scrita inicialmente, por Ekbom, em uma monografia<br />

publicada há mais <strong>de</strong> meio século. Apesar disso, muitos profissionais da saú<strong>de</strong> ainda a<br />

<strong>de</strong>sconhecem e a maioria dos casos permanece sem diagnóstico. Primeiramente <strong>de</strong>scrita por<br />

Sir Thomas Willis em 1685. Na década <strong>de</strong> 1940, Ekbom reconheceu que esta situação leva a<br />

um impacto significativo na qualida<strong>de</strong> do sono e do estado funcional do dia<br />

(SYMVOULAKIS, et. al., 2010).<br />

De acordo com Teive et. al. (2002), embora tenha sido i<strong>de</strong>ntificada há quase quatro séculos<br />

por Willis (1685), a síndrome é ainda <strong>de</strong>sconhecida por muitos médicos. A SPI foi <strong>de</strong>scrita<br />

pela primeira vez pelo neurologista sueco Karl-Axel Ekbom em 1945.<br />

Alguns casos especiais <strong>de</strong> distúrbios que interferem no curso normal do sono <strong>de</strong> uma pessoa<br />

são <strong>de</strong>nominados <strong>de</strong> <strong>para</strong>ssonias. As <strong>para</strong>ssonias consistem em um grupo <strong>de</strong> distúrbios<br />

motores (que afetam os movimentos) e autonômicos (subjetivos, que fogem ao controle<br />

voluntário do paciente) que po<strong>de</strong>m retardar ou <strong>de</strong>sorganizar o curso do sono normal. Muitas<br />

<strong>de</strong>stas condições acometem crianças, mas algumas interferem nos padrões <strong>de</strong> sono <strong>de</strong> adultos.<br />

Trata-se <strong>de</strong> doença crônica, com maior prevalência acima dos 30 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> (O’KEEFFE,<br />

1996; DANEK et. al., 1996). Porém, po<strong>de</strong> ocorrer em to<strong>das</strong> as faixas etárias.<br />

A SPI po<strong>de</strong> se manifestar em qualquer fase da vida, todavia, geralmente ocorre com maior<br />

frequência em adultos e nos idosos e em <strong>de</strong>termina<strong>das</strong> famílias com predisposição genética<br />

<strong>para</strong> o problema. Segundo as estimativas, calcula-se que 5% da população possam<br />

<strong>de</strong>senvolver esta síndrome (DANEK et. al. 1996; MONTPLAISIR, et. al., 1997).<br />

A classificação da SPI ainda é motivo <strong>de</strong> controvérsia, sendo basicamente dividida em duas<br />

categorias: idiopática (primária); sintomática (secundária) e ainda em familial e não-familial.<br />

Nas formas primárias po<strong>de</strong>-se encontrar formas familiares com herança autossômica<br />

dominante (O’KEEFFE, 1996; DANEK et. al., 1996).<br />

Conforme Poyares (2011), a SPI compromete a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dos portadores e <strong>de</strong> seus<br />

parceiros. Primeiro, porque a agitação motora e os movimentos involuntários <strong>das</strong> pernas<br />

interferem no sono <strong>de</strong> ambos. Depois, porque muitos pacientes não conseguem assistir a uma<br />

simples sessão <strong>de</strong> cinema, ir ao teatro, ou permanecer sentados por mais tempo durante uma<br />

reunião social ou <strong>de</strong> negócios, nem <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um automóvel ou <strong>de</strong> um avião.<br />

Ondo; Jankovic (1996) publicaram um estudo <strong>de</strong> correlação clínico-etiológica da SPI e<br />

sugeriram classificar a síndrome em formas neuropática e familial, pois os resultados do<br />

estudo <strong>de</strong>monstraram que SPI a idiopática apresenta cerca 92% <strong>de</strong> positivida<strong>de</strong> na história<br />

familiar e as formas apresentando lesão neural (neuropática) tinham apenas 13,3% com<br />

história familiar.<br />

A SPI primária é o tipo mais comum, acomete pacientes sem qualquer outra doença<br />

subjacente que possa explicar os sintomas relatados. Aproximadamente seis <strong>de</strong> cada <strong>de</strong>z<br />

<strong>de</strong>sses pacientes têm uma história familiar <strong>de</strong> SPI, o que sugere uma predisposição genética.<br />

Nestes pacientes, o padrão <strong>de</strong> herança sugere que o SPI é transmitida autosomally. Uma vez<br />

iniciado, torna-se geralmente uma condição clínica variável ao longo da vida com evolução.<br />

Pessoas que apresentem sintomas da SPI em tenra ida<strong>de</strong> são mais susceptíveis <strong>de</strong> ter um<br />

histórico familiar da doença do que outros que são afetados em uma ida<strong>de</strong> mais avançada<br />

(SYMVOULAKIS, et. al., 2010).<br />

6


A secundária refere-se a SPI que é <strong>de</strong>rivada <strong>de</strong> algumas condições médicas, tais como a<br />

gravi<strong>de</strong>z, insuficiência renal crônica terminal, a <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> ferro e polineuropatias. SPI<br />

po<strong>de</strong> aparecer durante a gravi<strong>de</strong>z ou po<strong>de</strong> ser agravada por esta condição. Em um estudo em<br />

500 mulheres grávi<strong>das</strong>, 19% apresentaram essa condição. Isso geralmente é uma forma<br />

benigna <strong>de</strong> SPI, com o maior nível <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> no terceiro trimestre e uma tendência a<br />

<strong>de</strong>saparecer após o parto (SYMVOULAKIS, et. al., 2010).<br />

Segundo O’keeffe (1996); Danek et. al (1996), a SPI po<strong>de</strong> ter origem secundária, <strong>de</strong>ntre as<br />

causas relaciona<strong>das</strong> estão: <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> ferro, folato e vitamina B12 (com ou sem anemia);<br />

gravi<strong>de</strong>z; polineuropatia (uremia, diabetes mellitus, artrite reumatói<strong>de</strong>, doença <strong>de</strong> Charcot-<br />

Marie-Tooth, abuso <strong>de</strong> álcool, avitaminoses, amiloidose, síndrome <strong>de</strong> Sjögren,<br />

crioglobulinemia, lesões <strong>de</strong> plexo lombossacral, polineuropatia crônica idiopática); mielopatia<br />

crônica; doença <strong>de</strong> Parkinson; doença pulmonar obstrutiva crônica; gastrectomia parcial;<br />

carcinoma; hipotireoidismo; medicações (neurolépticos, lítio, beta-bloqueadores,<br />

anti<strong>de</strong>pressivos tricíclicos, anticonvulsivantes, bloqueadores <strong>de</strong> histamina, cafeína e álcool).<br />

Com base nas diretrizes diagnósticas da International Restless Legs Syndrome Study Group,<br />

estudos recentes estimam que a SPI é um distúrbio comum que afeta aproximadamente 5-10%<br />

dos a população em geral na Europa e nos Estados Unidos. A menor prevalência ocorre entre<br />

as populações <strong>de</strong> origem asiática (SEAH, et. al., 2001)<br />

Um gran<strong>de</strong> interesse nesta enfermida<strong>de</strong> vem sendo observado, talvez pela sua alta incidência,<br />

<strong>de</strong> até 5%, na população em geral segundo alguns estudos (O’KEEFFE, 1996;<br />

MONTPLAISIR, 1997). Um estudo realizado por Lavigne e Montplaisir, no Canadá, avaliou<br />

cerca <strong>de</strong> 2.019 adultos. Aproximadamente 17% <strong>das</strong> mulheres e 13% dos homens relataram<br />

sintomas compatíveis com a síndrome, como acordar durante a noite com sensações<br />

<strong>de</strong>sagradáveis nas pernas. Estes achados sugerem que a prevalência da doença po<strong>de</strong> ser<br />

elevada em uma população.<br />

Um estudo sobre o Reino Unido postos <strong>de</strong> atenção básica <strong>para</strong> o período 1994-1998 relataram<br />

prevalência muito baixa (0,25%) e SPI incidência <strong>de</strong> 41 por 100.000 pessoas-ano. Este achado<br />

po<strong>de</strong>ria ser um indicativo da falta <strong>de</strong> consciência <strong>de</strong> SPI em ajustes da atenção primária,<br />

levando ao reconhecimento pobre (VAN DE VIJVER, et. al., 2004).<br />

No estudo REST, os autores Hening; Walters; Allen (2004) constataram que a prevalência<br />

entre adultos cujos sintomas eram graves o suficiente <strong>para</strong> informá-los ao atendimento médico<br />

primário foi estimado em mais <strong>de</strong> 3%. A maioria <strong>de</strong>les estavam experimentando ambos<br />

relacionados ao sono e sintomas sensoriais. Cerca <strong>de</strong> nove em cada <strong>de</strong>z sofredores SPI<br />

relataram pelo menos um dos sintomas relacionados com o sono. Quase sete em cada <strong>de</strong>z<br />

<strong>de</strong>sses pacientes disseram ter tomado mais <strong>de</strong> 30 minutos <strong>para</strong> pegar no sono, e<br />

aproximadamente seis <strong>de</strong> cada <strong>de</strong>z acordou três ou mais vezes por noite.<br />

A evidência sugere que a SPI não tem sido gerida <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada, mesmo em casos raros,<br />

quando foi reconhecida corretamente. Pacientes continuam a sofrer e são ina<strong>de</strong>quadamente<br />

referidos outros especialistas <strong>para</strong> investigação ou tratados com medicamentos não<br />

apropriados <strong>para</strong> a SPI. Estes dados refletem a falta <strong>de</strong> boa prática médica orientações<br />

relativas a esta doença (HENING, et al., 2004).<br />

A SPI é caracterizada, sumariamente, pela sensação <strong>de</strong> inquietu<strong>de</strong> noturna e ao <strong>de</strong>scanso dos<br />

membros inferiores, associados a queixas <strong>de</strong> parestesias e disestesias. A insônia é uma<br />

consequência comum <strong>de</strong>stes sintomas. Caracteriza-se por alterações da sensibilida<strong>de</strong> e<br />

<strong>de</strong>sconforto nos membros inferiores, mas que po<strong>de</strong>m acometer também os braços e melhoram<br />

quando a pessoa se movimenta. Embora os sintomas apareçam quase sempre à noite, nos<br />

casos avançados po<strong>de</strong>m manifestar-se também durante o dia.<br />

7


Por exemplo, os pacientes po<strong>de</strong>m experimentar um impulso <strong>de</strong> mover os membros inferiores.<br />

De acordo com Allen et. al. (2003), este impulso é frequentemente acompanhado por uma<br />

sensação <strong>de</strong>sagradável sentida no fundo do membro afetado o que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scrito como<br />

distúrbios sensoriais <strong>de</strong> “rasteira”, “Crawling”, “queimação”, “puxando” ou “soda<br />

borbulhando nas veias”. Quando os sintomas aumentam ou aparecem durante os períodos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scanso são aliviados pelo movimento e ocorrem principalmente durante períodos <strong>de</strong><br />

inativida<strong>de</strong>, principalmente à noite. Para alguns pacientes com SPI, os sintomas são leves e<br />

causar menor incômodo.<br />

A SPI também costuma acompanhar-se <strong>das</strong> seguintes características clínicas: distúrbios do<br />

sono e suas consequências; movimentos involuntários (movimentos periódicos dos membros<br />

durante o sono, movimentos involuntários dos membros em vigília e ao repouso); exame<br />

neurológico normal; curso clínico apresentando início em qualquer ida<strong>de</strong>, com acometimento<br />

mais intenso em pacientes <strong>de</strong> meia ida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> avançada, po<strong>de</strong>ndo ter quadro estático ou<br />

ainda progressivo; história familiar, sugestiva <strong>de</strong> herança autossômica dominante<br />

(WALTERS, 1995; MONTPLAISIR et. al. 1985).<br />

Acreditava-se que a SPI seja uma doença <strong>de</strong> meia ida<strong>de</strong> e da senilida<strong>de</strong>, mas estudos recentes<br />

mostram que os sintomas frequentemente iniciam na infância e adolescência<br />

(MONTPLAISIR, et. al., 1997; DANEK, et. al., 1996). A SPI na adolescência e infância<br />

po<strong>de</strong>ria ser confundida com o transtorno <strong>de</strong> atenção, com hiperativida<strong>de</strong> (WALTERS et. al.,<br />

2004).<br />

Estudos têm <strong>de</strong>monstrado que os níveis séricos <strong>de</strong> ferritina abaixo <strong>de</strong> 50 mcg/l po<strong>de</strong> estar<br />

relacionado à maior intensida<strong>de</strong> dos sintomas da SPI. Após a terapia <strong>de</strong> reposição <strong>de</strong> ferro, há<br />

uma melhora nos sintomas (AUL et. al., 2008). Além disso, os pacientes com doença renal<br />

terminal são frequentemente afetados. A prevalência da SPI varia 20-57% neste grupo <strong>de</strong><br />

pacientes. Em alguns casos, a SPI po<strong>de</strong> se tornar remitente após o transplante renal<br />

(YASUDA, et. al., 1986).<br />

Polineuropatias também estão associados à SPI. Gemignani et al. constatou que cerca <strong>de</strong> três<br />

em cada <strong>de</strong>z pacientes em sua coorte com polineuropatia sofria <strong>de</strong> síndrome <strong>das</strong> pernas<br />

inquietas. Neuropatia sensorial fibra Pequeno foi a ocorrência mais frequente entre os<br />

pacientes com SPI (GEMIGNANI, et. al., 2006).<br />

De acordo com Lopes (2010), ganha espaço na medicina a neuromodulação, uma técnica que<br />

controla por algum tempo os sintomas <strong>de</strong> certas doenças por meio <strong>de</strong> choques. O autor<br />

<strong>de</strong>screve experiências com ótimos resultados no <strong>tratamento</strong> <strong>de</strong> doença <strong>de</strong> Parkinson, dor<br />

neuropática, epilepsia, <strong>de</strong>pressão, obesida<strong>de</strong> mórbida e coma.<br />

Os dados publicados mostram que alguns medicamentos po<strong>de</strong>m agravar ou <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar a<br />

SPI, como anti<strong>de</strong>pressivos tricíclicos, inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS),<br />

<strong>de</strong> lítio, antagonistas da dopamina e cafeína. Para um melhor reconhecimento do SPI, o<br />

International Restless Legs Syndrome Study Group (IRLSSG) estabeleceu em 1995 um<br />

consenso acerca <strong>de</strong> critérios diagnósticos essenciais <strong>para</strong> a SPI, quais sejam: <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> mover<br />

os membros, usualmente associado com parestesias e disestesias; inquietu<strong>de</strong> motora; piora ou<br />

presença exclusiva dos sintomas ao repouso (em <strong>de</strong>cúbito ou sentado), com alívio parcial,<br />

temporário, pela ativida<strong>de</strong>; piora da sintomatologia a noite e durante a madrugada. To<strong>das</strong> as<br />

quatro características tem que estar presentes <strong>para</strong> o diagnóstico ser estabelecido corretamente<br />

(WALTERS, 1995).<br />

Conforme Almeida (s.d.), um dos recursos utilizados <strong>para</strong> averiguar o diagnóstico <strong>de</strong>sta<br />

síndrome é a polissonografia, exame que realiza um levantamento do que acontece durante o<br />

sono, como ativida<strong>de</strong> cerebral, movimentos oculares e contrações musculares. Dessa forma,<br />

8


este exame ainda po<strong>de</strong> fazer um registro <strong>de</strong> o exame indica o número <strong>de</strong> movimentos da SPI e<br />

o período em que eles ocorrem. Este mapeamento é importante porque permitirá ao médico<br />

responsável pelo caso, em geral, um psiquiatra ou mesmo um neurologista, a <strong>de</strong>finir o tipo e a<br />

dosagem <strong>de</strong> medicamento a serem encaminhados aos seus portadores.<br />

O diagnóstico da síndrome é atualmente baseado na história fornecida pelo paciente. Nenhum<br />

exame complementar ou teste <strong>de</strong> laboratório é necessário ou útil <strong>para</strong> fornecer um diagnóstico<br />

mais acurado. Os critérios analisados pelo médico <strong>para</strong> fornecer o diagnóstico são: o <strong>de</strong>sejo<br />

<strong>de</strong> mover os membros, associado geralmente a parestesias; incoor<strong>de</strong>nação motora; sintomas<br />

exacerbados exclusivamente em períodos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso; e a piora dos sintomas durante o fim<br />

da tar<strong>de</strong> ou à noite. Determinados movimentos incômodos e periódicos dos membros (pernas)<br />

ocorrem durante o sono na maioria dos pacientes portadores <strong>de</strong>sta condição. Esses<br />

movimentos também po<strong>de</strong>m ser encontrados em praticamente todos os outros distúrbios do<br />

sono e em até cerca <strong>de</strong> 40% <strong>das</strong> pessoas idosas sadias e assintomáticas. Na maioria <strong>de</strong>stes<br />

casos, o número <strong>de</strong> movimentos por noite, é menor que na síndrome <strong>das</strong> pernas inquietas.<br />

Embora os sintomas <strong>de</strong>scritos ocorram com frequência e os pacientes vivem suas vi<strong>das</strong> tendo<br />

incapacida<strong>de</strong> funcional e sofrimento, a SPI ainda é subdiagnosticada (NICHOLS, et. al.,<br />

2003). Há quem balance as pernas enquanto lê, escreve ou vê televisão, mas isso nada tem a<br />

ver com a síndrome <strong>das</strong> pernas inquietas. São cacoetes que <strong>de</strong>saparecem assim que a pessoa<br />

se dá conta do que está fazendo.<br />

Conforme Almeida (s.d.) faz-se necessário não confundir esse distúrbio com alguns<br />

movimentos rítmicos e repetitivos que aparecem, em situações específicas, por exemplo,<br />

quando a pessoa está distraída, ou ainda, muito tensa, como numa situação <strong>de</strong> timi<strong>de</strong>z ou<br />

mesmo <strong>de</strong> apaixonamento, on<strong>de</strong> a pessoa sente suas pernas trêmulas. Estes po<strong>de</strong>m ser<br />

interpretados enquanto cacoetes que <strong>de</strong>saparecem tão logo a pessoa se dá conta do que está<br />

fazendo, ou ainda, restritos a uma situação específica e não patológica.<br />

O <strong>tratamento</strong> da SPI apresenta diversas controvérsias <strong>de</strong>vido ao <strong>de</strong>sconhecimento <strong>de</strong> suas<br />

causas. Alguns dos medicamentos mais utilizados são a carbamazepina e a carbidopalevodopa,<br />

um medicamento utilizado no <strong>tratamento</strong> da doença <strong>de</strong> Parkinson. Há alguns<br />

medicamentos que po<strong>de</strong>m agravar ainda o quadro. O principal recurso que as pessoas<br />

empregam no combate <strong>de</strong>sta síndrome é a ativida<strong>de</strong> física em sua gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

nuances possíveis (ALMEIDA, s.d.).<br />

As principais medi<strong>das</strong> gerais no <strong>tratamento</strong> da SPI incluem diminuição ou <strong>para</strong>da <strong>de</strong> ingestão<br />

<strong>de</strong> bebi<strong>das</strong> com cafeína, <strong>para</strong>r <strong>de</strong> fumar, redução na ingestão <strong>de</strong> álcool. Estas substâncias<br />

po<strong>de</strong>m precipitar ou exacerbar a condição clínica. Um banho quente antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>itar tem<br />

ajudado alguns pacientes (O'KEEFFE, 1996).<br />

O <strong>tratamento</strong> da causa básica ou afastamento do fator exacerbante, quando i<strong>de</strong>ntificados,<br />

frequentemente é efetivo no alívio da sintomatologia. Assim, pacientes com <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong><br />

ferro respon<strong>de</strong>m muito bem à terapia com reposição <strong>de</strong> ferro. Suplementos <strong>de</strong> folato também<br />

são benéficos em pacientes com essa <strong>de</strong>ficiência, como no caso <strong>das</strong> mulheres grávi<strong>das</strong>.<br />

Transplante renal e <strong>tratamento</strong> com eritropoitina <strong>para</strong> anemia po<strong>de</strong>m aliviar a SPI associada à<br />

uremia ou diálise (O'KEEFFE, 1996; DANEK, et. al., 1996).<br />

2.3 SPI E A DOENÇA DE CROHN<br />

De acordo com Correio do Brasil (2009), a SPI po<strong>de</strong> ser manifestação <strong>de</strong> uma doença<br />

inflamatória intestinal chamada doença <strong>de</strong> Crohn. Um estudo realizado por cientistas norteamericanos,<br />

publicado na revista Inflammatory Bowel Disease, avaliou 272 pacientes. O<br />

9


estudo indicou uma associação significativa entre as duas condições. As análises indicaram<br />

uma incidência <strong>de</strong> SPI em pacientes com a doença inflamatória intestinal <strong>de</strong> 43%. A<br />

prevalência do problema neurológico foi <strong>de</strong> 30 % nos pacientes, e <strong>de</strong> apenas 9% nos esposos.<br />

Com<strong>para</strong>dos àqueles que não tinham pernas inquietas, os pacientes com o distúrbio<br />

neurológico tinham maior média <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> (46,8, contra 42,6 anos), maior<br />

comprometimento do intestino <strong>de</strong>lgado (78%, contra 66,7%), mais anemia anterior<br />

(49%, contra 33%) e menos comprometimento do cólon. Em quase 92% dos<br />

pacientes a síndrome <strong>das</strong> pernas inquietas começou durante ou após o diagnóstico da<br />

doença inflamatória intestinal. E mais <strong>de</strong> 44% daqueles que apresentavam as duas<br />

condições afirmaram que havia uma relação entre a melhora dos sintomas <strong>das</strong> pernas<br />

e dos sintomas da doença e Crohn (CORREIO DO BRASIL, 2009:01).<br />

Os pesquisadores acreditam que a explicação possa incluir os mecanismos comuns entre as<br />

duas condições, que estão associa<strong>das</strong> à <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> ferro, inflamação e crescimento<br />

bacteriano excessivo.<br />

2.4 TRATAMENTO DA SPI PELA ACUPUNTURA<br />

Conforme Silva Filho (2008) há pouca informação sobre a visão da Medicina Tradicional<br />

Chinesa em relação da <strong>Síndrome</strong> <strong>das</strong> <strong>Pernas</strong> Inquietas. No entanto os autores e pesquisadores<br />

chineses concordam que esta situação envolve alterações na Circulação do Sangue (Xue),<br />

pelos Canais (Jing). Com base nas Teorias da Medicina Tradicional Chinesa, a SPI está<br />

principalmente relacionada com a <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> sangue(Xue); frio combinado com<br />

Estagnação do Sangue (Xue); Estagnação no Aquecedor Inferior (Xia Jiao); Insuficiência da<br />

Essência (Jing) do Rim (Shen).<br />

O autor tratou cinco pacientes com diagnóstico <strong>de</strong> SPI com acupuntura, tendo sido avaliados<br />

antes e <strong>de</strong>pois do <strong>tratamento</strong>. Para verificação dos resultados os pacientes foram solicitados a<br />

marcar o grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconforto em uma escala visual analógica variando <strong>de</strong> 0 a 10 e<br />

respon<strong>de</strong>ram a um Questionário <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Vida específico <strong>para</strong> <strong>Síndrome</strong> <strong>das</strong> <strong>Pernas</strong><br />

Inquietas e também mencionaram quaisquer outros sintomas direta ou indiretamente<br />

associados com a SPI.<br />

Os resultados pré e pós <strong>tratamento</strong> respectivamente <strong>para</strong> cada domínio do IAQVSPI foram:<br />

Função social = 63,75 – 81,25; + 27,45%<br />

Função diária = 60,13 – 82,79; + 37,68%<br />

Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sono = 31,12 – 74,44; + 139,20%<br />

Bem estar emocional = 23,37 – 68,33. + 192,38%<br />

O autor percebeu que a prática regular da acupuntura po<strong>de</strong> ser eficiente <strong>para</strong> aliviar os<br />

irritáveis sintomas da <strong>Síndrome</strong> <strong>das</strong> <strong>Pernas</strong> Inquietas, assim como melhorar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vida dos pacientes. Concluiu, com a realização do estudo, com os cinco pacientes<br />

mencionados, que a acupuntura po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> ajuda <strong>para</strong> os sinais e sintomas direta ou<br />

indiretamente associados com a SPI. Recomendou que estudos maiores e mais aprofundados<br />

<strong>de</strong>vem ser conduzidos com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obter uma compreensão mais precisa dos<br />

mecanismos <strong>de</strong> ação da acupuntura no <strong>tratamento</strong> <strong>de</strong>sta doença, <strong>de</strong> modo que os resultados<br />

pu<strong>de</strong>ssem ser encarados como evidências.<br />

10


CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Verificou-se que a acupuntura se apresenta como <strong>tratamento</strong> importante, melhorando<br />

significativamente a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> pacientes vitimados por diversifica<strong>das</strong> doenças. Os<br />

fortes indícios da relação da síndrome <strong>das</strong> pernas inquietas com a doença <strong>de</strong> Crohn, se<br />

confirmada, po<strong>de</strong> se tranformar num formidável achado que comprovará a importância da<br />

alimentação saudável <strong>para</strong> a saú<strong>de</strong> humana.<br />

Estudos com equipe multidisciplinar <strong>de</strong> psicólogos, massoterapeuta, acupunturista, médico,<br />

neurologista, psiquiatras, especialistas em sono, <strong>de</strong>ntre outros, po<strong>de</strong>riam preencher as lagunas<br />

<strong>de</strong>sconheci<strong>das</strong>, bem como i<strong>de</strong>ndificar a qual profissional cabe os trabalhos mais intensos e<br />

frequentes com o paciente.<br />

Deve-se ter em mente que todos os profissionais da saú<strong>de</strong> são importantes, no entanto as<br />

origens <strong>das</strong> doenças estão conti<strong>das</strong> em inúmeras variáveis. Cada área do conhecimento tem<br />

sua missão específica, os pacientes porém preferem um <strong>tratamento</strong> menos invasivo e doloroso<br />

possível. A medicina oci<strong>de</strong>ntal tradicional presta inestimáveis serviços à humanida<strong>de</strong>. Num<br />

aci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> trânsito, por exemplo, ela é insubstituível, igualmente as vacinas <strong>para</strong> prevenir<br />

holocaustos epidêmicos.<br />

A acupuntura também já provou e comprovou seu valor, sendo este reconhecido pela OMS.<br />

Portanto, tanto a MTC, <strong>de</strong> modo geral, e a acupuntura em particular, quanto a medicina<br />

Oci<strong>de</strong>ntal, <strong>de</strong>vem trabalhar em conjunto <strong>para</strong> que os pacientes tenham o <strong>tratamento</strong> mais<br />

apropriado e menos invasivo possível.<br />

A medicina brasileira e o SUS estão imersos no caos e na anarquia <strong>de</strong>vido à arrogância e<br />

prepotência da medicina, <strong>de</strong> médicos e dos políticos. Atualmente sobram cirurgiões plásticos<br />

e faltam clínicos <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r os milhões <strong>de</strong> pacientes que precisam aliviar sua dor e seu risco<br />

<strong>de</strong> morte. Trata-se a rigor <strong>de</strong> um ultrage contra a cidadania e a dignida<strong>de</strong> humana, princípios<br />

fundamentais da Constituição Brasileira que estão sendo <strong>de</strong>srespeitados <strong>de</strong> forma massificada<br />

e brutal.<br />

Portanto, é preciso repensar toda a medicina brasileira, tanto a privada quanto a pública. A<br />

globalização precisa atingir to<strong>das</strong> as áreas humanas, verificando-se o que há <strong>de</strong> bom em to<strong>das</strong><br />

as culturas do planeta. É necessário um afastamento saudável do egocentrismo e do<br />

etnocentrismo característicos da civilização oci<strong>de</strong>ntal. È necessário lembrar que as principais<br />

fontes <strong>de</strong> observação e inspiração da ciência e da tecnologia são os fenômenos da natureza e<br />

estes estão espalhados por todo o planeta e não somente no mundo oci<strong>de</strong>ntal.<br />

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