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095 - Centro de Engenharia Elétrica - USP

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Condutor<br />

CONDUTOR<br />

- Outubro <strong>de</strong> 2002<br />

Número 95 Outubro <strong>de</strong> 2002<br />

O Curso<br />

Cooperativo<br />

Tire as últimas dúvidas sobre<br />

o formato do curso cooperativo<br />

e como funciona o sistema<br />

quadrimestral do coop antes da<br />

escolha <strong>de</strong> ênfase.<br />

Projeto<br />

Mapcom<br />

Conheça o projeto <strong>de</strong><br />

Mapeamento <strong>de</strong> Competências,<br />

uma iniciativa da Associação <strong>de</strong><br />

Engenheiros Politénicos que<br />

cadastra os politécnicos <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> formados, criando uma re<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> contatos com aqueles que já<br />

estudaram na nossa escola,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> on<strong>de</strong><br />

estejam, para quando precisarmos<br />

encontrar alguém da<br />

poli no mercado <strong>de</strong> trabalho.<br />

Copa elétrica<br />

Como está a copa elétrica?<br />

Veja na nossa sessão <strong>de</strong> esportes<br />

e confira quais os times que irão<br />

disputar as finais e <strong>de</strong>pois<br />

participe da premiação no dia<br />

11 às 18h, junto com a festa <strong>de</strong><br />

inauguração da churrasqueira no<br />

CEE.<br />

Órgão Representativo do <strong>Centro</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>Elétrica</strong><br />

A Revolução <strong>de</strong> 1932 e a<br />

Escola Politécnica<br />

Saiba mais sobre a participação da Poli na Revolução<br />

Constitucionalista, as conseqüências para a Escola e como aqueles<br />

politécnicos ajudaram na luta contra um governo ditatorial sem<br />

constituição, o inimigo da liberda<strong>de</strong>, e pagando até com a vida a<br />

afronta ao governo <strong>de</strong> Getúlio Vargas.<br />

Nada é tão<br />

novo...<br />

Depois <strong>de</strong> duas edições com<br />

bandas <strong>de</strong> décadas passadas, um<br />

artigo sobre algumas bandas que<br />

vêm tomando espaço no cenário<br />

musical nos últimos anos, e<br />

consquistando o gosto das novas<br />

gerações <strong>de</strong> ouvintes <strong>de</strong> música<br />

no mundo.<br />

...nada é tão<br />

velho<br />

Um estilo que influênciou<br />

tanto a música mo<strong>de</strong>rna não<br />

po<strong>de</strong>ria passar sem um artigo no<br />

Indutor. Algumas linhas sobre o<br />

Ska, ritmo jamaicano que <strong>de</strong>ixou<br />

muitas marcas nos mais variados<br />

estilos e influênciou muitas<br />

bandas <strong>de</strong> nossa geração.<br />

Nesta edição:<br />

Informa CEE<br />

Curso Cooperativo<br />

Mapcom<br />

Valvulada<br />

Poli na Revolução <strong>de</strong> 32<br />

Ska<br />

INDUTOR<br />

Bandas Novas<br />

INDUTOR<br />

Copa elétrica<br />

INDUTOR<br />

Isolante<br />

1<br />

III Valvulada<br />

Saiba como foi a III<br />

Valvulada na tempesta<strong>de</strong> do<br />

dia 20 <strong>de</strong> setembro, veja as<br />

fotos das bandas que tocaram<br />

e leia <strong>de</strong>talhes do nosso festival<br />

<strong>de</strong> bandas da elétrica, que<br />

aconteceu mesmo <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong><br />

chuva. Quem ficou para<br />

conferir não se arrepen<strong>de</strong>u.


2 Condutor - Outubro <strong>de</strong> 2002<br />

Editorial<br />

Sim, temos finalmente mais<br />

uma edição do condutor. E<br />

novamente gostaria <strong>de</strong><br />

agra<strong>de</strong>cer a todos que enviaram<br />

o texto e viabilizaram mais uma<br />

edição do nosso jornal. Nesta<br />

edição, temos uma matéria<br />

muito interessante que trata<br />

CEE<br />

CEE Informa<br />

Finalmente a churrasqueira<br />

está pronta<br />

Evento<br />

Beneficente<br />

Será realizada durante os<br />

meses <strong>de</strong> outubro e novembro<br />

ação beneficente em prol do<br />

Grendacc - Grupo Em Defesa<br />

da Criança com Câncer. O CEC,<br />

o CAFB - C.A. Farmácia e<br />

Bioquímica e o CEE participarão<br />

sobre a participação da Poli na<br />

da coleta <strong>de</strong> doações e da<br />

revolução <strong>de</strong> 1932; apesar dos<br />

gran<strong>de</strong> festa 29/11, sexta:<br />

efeitos <strong>de</strong>ssa revolução terem<br />

“Forró Beneficente do<br />

ficado aquém das expectativas<br />

dos paulistas, muitos <strong>de</strong>ram suas<br />

vidas num momento pós-golpe<br />

acreditando nos i<strong>de</strong>ais pelos<br />

Grendacc”. Informações com a<br />

Joaninha, da Farmácia:<br />

joaine@zipmail.com.br.<br />

JDF<br />

quais lutavam. Para o pessoal do<br />

segundo ano, o artigo sobre o<br />

curso Cooperativo é muito<br />

Reuniões<br />

estudantis do<br />

interessante <strong>de</strong> ser lido antes da<br />

escolha <strong>de</strong> ênfase. No mais,<br />

tenham uma boa leitura, e<br />

espero que vocês gostem <strong>de</strong>sta<br />

edição.<br />

IEEE<br />

Prof. Orsini<br />

80 anos<br />

O professor Orsini<br />

completou 80 anos do dia 10<br />

<strong>de</strong> setembro <strong>de</strong>sse ano. A data<br />

foi comerada com uma mo<strong>de</strong>sta<br />

festa na lanchonete da elétrica,<br />

que, por melhor que fosse, não<br />

há festa que consiga<br />

homenagear esse professor e a<br />

importância que ele tem para a<br />

engenharia elétrica no Brasil.<br />

Expediente<br />

CONDUTOR 95-Outubro/2002<br />

Editor<br />

Rogério “Koshas” Yonemura (4! Energia)<br />

Revisão<br />

Luana Wilke Moreira (1o. Letras)<br />

CEE<br />

Finalmente temos uma churrasqueira para os alunos da<br />

engenharia elétrica e engenharia <strong>de</strong> computação utilizarem. Depois<br />

<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> um ano <strong>de</strong> novelas, finalmente conseguimos fazer este<br />

projeto se tornar realida<strong>de</strong>. Para po<strong>de</strong>r usar a churrasqueira, <strong>de</strong>verá<br />

ser feita reserva (só para evitar conflito entre usuários) com a<br />

Luana.<br />

Agra<strong>de</strong>cimento<br />

Agra<strong>de</strong>ço a todos os alunos,<br />

professores e funcionários pela<br />

ajuda que recebi nessa hora tão<br />

difícil que passei. Que as suas<br />

alegrias sejam tão gran<strong>de</strong>s quanto<br />

a bonda<strong>de</strong> que vocês me<br />

ofereceram na hora em que eu<br />

mais precisei.<br />

Isolante<br />

Claudio “Salsicha” Cervelin (4!<br />

Energia)<br />

Dalmo Gue<strong>de</strong>s “Hobbit” <strong>de</strong><br />

Oliveira (4! Sistemas)<br />

Muito Obrigado.<br />

Reinaldo Comerço<br />

Tiragem: 3000 exemplares<br />

O CONDUTOR é um espaço livre para<br />

opiniões e pensamentos <strong>de</strong> todos os<br />

alunos e professores. A equipe <strong>de</strong><br />

edição e o CEE não se responsabilizam<br />

pelo conteúdo e/ou teor dos artigos<br />

assinados neste veículo, cabendo os<br />

ônus aos autores dos textos.<br />

<strong>Centro</strong> <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> <strong>Elétrica</strong><br />

AssociaÁ„o dos Alunos <strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> ElÈtrica<br />

War II<br />

Para quem gosta <strong>de</strong>ste<br />

velho jogo <strong>de</strong> estratégia, o<br />

centrinho tem a disposição um<br />

jogo <strong>de</strong> WAR II dos alunos.<br />

Mate a sauda<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse bom<br />

jogo que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> tanto<br />

tempo ainda é apreciado por<br />

muitos. Mas venha com<br />

tempo <strong>de</strong> sobra, porque quem<br />

joga sabe que uma partida<br />

<strong>de</strong>mora.<br />

Gestão: ATENSÃO 2002 Presi<strong>de</strong>nte: Marcelo “Boituva” Vieira <strong>de</strong> Moraes Vice-Presi<strong>de</strong>nte: Renata Fontes Leite<br />

“Renata Loira” Tesoureiro: Leonardo “Milhouse” Nantes Secretária Geral: Renata Duarte Men<strong>de</strong>s“Renata Noel”<br />

Av. Prof. Luciano Gualberto, travessa 3, nº 158 - Cida<strong>de</strong> Universitária – SP – CEP: 05508-900<br />

Tel: 3091-5451 na internet: www.cee.poli.usp.br e-mail:cee@cee.poli.usp.br<br />

Aconteceu neste fim <strong>de</strong><br />

semana na Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<br />

<strong>de</strong> Juiz <strong>de</strong> Fora-MG a primeira<br />

RNR-Reunião Nacional<br />

<strong>de</strong>“Ramos Estudantis do IEEE”,<br />

entre os dias 26 e 29 <strong>de</strong><br />

setembro, da qual participaram<br />

estudantes <strong>de</strong> todo o Brasil e<br />

inclusive alunos da Poli<br />

membros do IEEE. Na próxima<br />

semana acontecerá em Bogotá<br />

(Col) a VI Reunião Regional <strong>de</strong><br />

Ramos da Região 9 (América<br />

Latina). Maiores <strong>de</strong>talhes sobre<br />

a ativida<strong>de</strong> do IEEE po<strong>de</strong>m ser<br />

obtidos com André Ribeiro<br />

"Magrão"(andre.ribeiro@ieee.org),<br />

Damião (damiao@ieee.org) ou<br />

Paulo Alexandre Calil<br />

(pcalil@ieee.org).<br />

JDF<br />

Colabore com o cONDUTOR :<br />

condutor@cee.poli.usp.br<br />

Visite o CONDUTOR ONLINE na<br />

Internet:<br />

http://cee.poli.usp.br/novocee/<br />

condutor/<br />

Notícias, Condutores Antigos


Condutor - Outubro <strong>de</strong> 2002<br />

O Curso Cooperativo <strong>de</strong> Computação na Poli<br />

A vida é feita <strong>de</strong> muitas<br />

escolhas. Depois <strong>de</strong> escolher a<br />

Poli e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> escolher a<br />

elétrica, o segundo-anista ainda<br />

tem que escolher a ênfase<br />

<strong>de</strong>ntro da elétrica. Bom, os<br />

bixos da elétrica <strong>de</strong>vem estar<br />

cansados <strong>de</strong> saber disso.<br />

O mais importante na hora<br />

da <strong>de</strong>cisão é ir atrás do que se<br />

gosta, e não <strong>de</strong> uma tendência<br />

do mercado. É impossível prever<br />

como o mundo estará daqui a<br />

três, quatro anos, mas se o<br />

formando sai da faculda<strong>de</strong> sendo<br />

bom naquilo que faz (e<br />

gostando!), aumenta a<br />

probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma maior<br />

satisfação pessoal e uma melhor<br />

colocação no mercado <strong>de</strong><br />

trabalho.<br />

Um exemplo do porquê as<br />

escolhas não po<strong>de</strong>m ser feitas<br />

pela “moda” do momento. Há<br />

alguns anos a tendência era a<br />

computação e, portanto, este<br />

A AEP – Associação dos<br />

Engenheiros Politécnicos vêm<br />

pesquisando há muito tempo<br />

como os politécnicos estão<br />

posicionados no mercado <strong>de</strong><br />

trabalho. Constatou que do seu<br />

quadro associativo – cerca <strong>de</strong><br />

21.000 politécnicos:<br />

-30,6% são diretores/<br />

sócios/ proprietários <strong>de</strong><br />

empresa;<br />

-11,6% são consultores/<br />

profissionais liberais;<br />

-10,0% são gerentes <strong>de</strong><br />

era o curso mais concorrido<br />

<strong>de</strong>ntro da elétrica. Mas com o<br />

<strong>de</strong>saquecimento do mercado, a<br />

falência <strong>de</strong> inúmeras empresas<br />

pontocom e outros fatores<br />

fizeram o interesse pelas ênfases<br />

<strong>de</strong> computação diminuir. Nos<br />

últimos anos a gran<strong>de</strong><br />

coqueluche da elétrica foi a<br />

ênfase <strong>de</strong> telecomunicações.<br />

Com a grave crise que<br />

assola este setor<br />

atualmente,<br />

acredito<br />

que este<br />

interesse<br />

p o d e<br />

acabar<br />

diminuindo.<br />

Minha<br />

missão aqui não é<br />

dizer qual curso é melhor ou<br />

pior, porque eu consi<strong>de</strong>ro todos<br />

os cursos da Poli bons<br />

(principalmente na elétrica) e a<br />

opção é simplesmente por um<br />

gosto pessoal. Inclusive para os<br />

divisão / <strong>de</strong>partamento.<br />

Sendo que um terço dos<br />

politécnicos não exercem a<br />

profissão <strong>de</strong><br />

engenheiro por<br />

diversos motivos:<br />

entraram para o<br />

m e r c a d o<br />

financeiro,<br />

dirigem negócios familiares,<br />

gerenciam <strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong><br />

vendas/marketing ou<br />

escolheram outra profissão.<br />

Atualmente o número <strong>de</strong><br />

Diego M Dela Corte, representante <strong>de</strong> classe do Coop2004<br />

e-mail: coop2004@cee.poli.usp.br<br />

que querem computação, a<br />

escolha entre semestral e<br />

cooperativo vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do<br />

seu estilo <strong>de</strong> vida. Nenhuma<br />

<strong>de</strong>las tem mais status, nenhuma<br />

<strong>de</strong>las é melhor.<br />

Com currículos bastante<br />

semelhantes, os<br />

c u r s o s<br />

semestral e<br />

quadrimestral<br />

<strong>de</strong><br />

<strong>Engenharia</strong><br />

<strong>de</strong> Computação<br />

diferem,<br />

principalmente,<br />

na agenda<br />

escolar. Sim, o<br />

Coop tem aula<br />

nas férias, em<br />

janeiro, julho.... Mas<br />

acredite, mesmo quem é do<br />

semestral começa a estagiar em<br />

algum momento e também<br />

acaba “per<strong>de</strong>ndo” as férias. E<br />

é bom se convencer, as férias<br />

vão ficando cada vez mais<br />

Você exercerá a profissão <strong>de</strong> engenheiro?<br />

Engº Geraldo Burani<br />

Coor<strong>de</strong>nador do Programa Bolsa <strong>de</strong> Estudos da AEP<br />

recém-formados que exercem<br />

funções <strong>de</strong> administradores,<br />

economistas, profissionais <strong>de</strong><br />

marketing/<br />

vendas vêm<br />

crescendo!<br />

Diante da<br />

realida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

m u i t o s<br />

politécnicos competirem por<br />

uma vaga no mercado <strong>de</strong><br />

trabalho não somente com<br />

engenheiros <strong>de</strong> outras<br />

faculda<strong>de</strong>s, mas com<br />

3<br />

escassas para os alunos <strong>de</strong><br />

qualquer ênfase...<br />

A diferença do cooperativo<br />

é a maior organização e<br />

estruturação das tarefas. Após os<br />

quatro módulos <strong>de</strong> estágio<br />

previstos no curso, o engenheiro<br />

<strong>de</strong> computação do quadrimestral<br />

sai com uma gran<strong>de</strong> experiência<br />

para o mercado <strong>de</strong> trabalho e o<br />

mais importante: muitos, muitos<br />

contatos.<br />

Imagine os contatos que você<br />

fará nas empresas on<strong>de</strong> fará seus<br />

estágios. Agora some com os<br />

contatos entre os colegas, porque<br />

a turma do Coop é mais unida, e<br />

certamente <strong>de</strong> lá sairão alguns<br />

CIOs (ou até um CEO). Bastante<br />

interessante, hein?!<br />

Portanto, segundo-anista,<br />

quando chegar a hora da opção,<br />

faça a <strong>de</strong>cisão baseado em VOCÊ,<br />

não no mercado nem no glamour<br />

<strong>de</strong> alguma ênfase.<br />

administradores e economistas da<br />

FEA, FGV e até publicitários da<br />

ESPM, a AEP se mobilizou para<br />

auxiliar os novos politécnicos na<br />

difícil <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir o início<br />

<strong>de</strong> suas carreiras, oferecendo a<br />

todos os formandos o<br />

mapeamento <strong>de</strong> competências<br />

(Projeto POLI<br />

MAPCOM). Através <strong>de</strong>ste<br />

instrumento será mais fácil<br />

<strong>de</strong>scobrir e <strong>de</strong>senvolver suas<br />

habilida<strong>de</strong>s e talentos...seja qual<br />

for sua opção!


4 Condutor - Outubro <strong>de</strong> 2002<br />

A terceira edição do mais<br />

tradicional encontro <strong>de</strong> bandas<br />

da elétrica contou com a<br />

presença <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 7 bandas<br />

da engenharia elétrica dos mais<br />

variados estilos, indo <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

alanis até o que tem <strong>de</strong> mais<br />

podreira na vertente musical<br />

podre atual.<br />

A festa foi regada a muita<br />

cerveja e muita água... Muita<br />

água mesmo(choveu pra<br />

caralho!-vi<strong>de</strong> isolante), ficamos<br />

impressionados com a presença<br />

Música <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> chuva<br />

André Ribeiro - 4o. Controle<br />

Aislan Foina - 3o. Sistemas<br />

Flor <strong>de</strong> Vinil<br />

MonkeyBrain<br />

do público que, fiel ao evento,<br />

aproveitou todo o potencial e se<br />

divertiu à beça mesmo tomando<br />

gotas na nuca.<br />

O palco foi montado<br />

pontualmente duas horas após<br />

o previsto, às 20:30, com<br />

aprovação<br />

da instalação<br />

do<br />

equipamento<br />

que<br />

seguiu<br />

todas as<br />

regras <strong>de</strong><br />

segurança<br />

previstas<br />

no IEEE<br />

STD 666<br />

<strong>de</strong> como<br />

f a z e r<br />

gambiarras<br />

( v i d e<br />

isolante, ou melhor fita crepe).<br />

Poucos BOOMs ocorreram,<br />

houve um blackout local que<br />

atingiu apenas a região oeste do<br />

estado, e a tão esperada queima<br />

<strong>de</strong> ... amplificadores no meio do<br />

show. Sensacional, foi um<br />

espetáculo, tinha fumaça para<br />

todos os lados!<br />

Desconsi<strong>de</strong>rando os <strong>de</strong>talhes<br />

técnicos, todos os objetivos<br />

foram atingidos, apesar dos<br />

erros <strong>de</strong> paralaxe, o show teve<br />

seu começo, meio,chuva,<br />

meio,chuva. meio,<br />

chuva,começo chuva, fim, meio<br />

chuva e finalmente acabou,<br />

pontualmente as 5 da manhã,<br />

com o bis triplo da banda final.<br />

As impressões do evento<br />

foram variadas. Segundo um dos<br />

participante escolhido aleatoriamente<br />

para respon<strong>de</strong>r<br />

nossa pergunta, o festival foi<br />

praticamente um woodstock,<br />

porém, segundo membros da<br />

equipe técnica diversas<br />

afirmações não compreessíveis<br />

foram feitas, seguindo abaixo<br />

uma <strong>de</strong>las:<br />

O que o senhor achou do<br />

evento?<br />

“-zzzzzzz...”<br />

De qual banda o senhor mais<br />

gostou?<br />

- zzzzzzzzzz...”<br />

O senhor está acordado?!?<br />

- Uh? Zzzzzzzzzzzzz<br />

Rapantes<br />

Acreditamos que os sons<br />

emitidos e a baba escorrendo são<br />

sinais <strong>de</strong> aprovação.<br />

Gostaríamos se agra<strong>de</strong>cer a<br />

todos os participantes e aos<br />

valentes e corajosos<br />

espectadores que resistiram ao<br />

tempo e à água, enfrentando a<br />

natureza para assistir ao maior<br />

e melhor festival <strong>de</strong> bandas que<br />

o CEE organiza.<br />

O Nobre Entrevistado


Condutor - Outubro <strong>de</strong> 2002<br />

Os participantes da brava expedição contra a chuva<br />

Todo gran<strong>de</strong> feito <strong>de</strong>manda<br />

a presença <strong>de</strong> heróis, e não tem<br />

como pensar <strong>de</strong> outra forma<br />

quando se pensa em um festival<br />

<strong>de</strong> bandas no meio da chuva tão<br />

forte que a montagem da parte<br />

Fugindo da Seca<br />

elétrica do palco se tornou<br />

praticamente inviável até as<br />

20h30 (o início estava marcado<br />

para as 18h). O que dizer então<br />

da primeira banda, os Rapantes,<br />

que arriscou estrear combinando<br />

eletricida<strong>de</strong> e água (não precisa<br />

ser formado em Potência pra<br />

Cova Rasa<br />

saber que não dá certo) e<br />

abrindo caminho para que as<br />

outras bandas não tivessem tanto<br />

receio <strong>de</strong> tocar e po<strong>de</strong>r realizar<br />

mais uma edição da valvulada,<br />

que vem a três anos resisitindo<br />

à chuvas (sim,<br />

a primeira e a<br />

segunda<br />

valvulada<br />

f o r a m<br />

marcadas pela<br />

chuva no dia<br />

do evento,<br />

tanto que na<br />

primeira<br />

valvulada<br />

tivemos que<br />

recolher o<br />

equipamento<br />

às pressas pois<br />

a lona que<br />

cobria o palco rompeu com a<br />

chuva). Um <strong>de</strong>staque que não<br />

po<strong>de</strong> passar em branco, é a<br />

banda Flor <strong>de</strong> Vinil, que tinha<br />

como vocalista uma mulher, esse<br />

ser tão <strong>de</strong>sconhecido pelos<br />

politécnicos, que <strong>de</strong>sperta lendas<br />

e mistérios na mente daqueles<br />

Aislan Gomi<strong>de</strong> Foina - 3o. Sistemas<br />

que fazem parte <strong>de</strong>ssa escola.<br />

Mas falando sério, muitos<br />

gostaram <strong>de</strong>ssa banda,<br />

principalmente os fãs <strong>de</strong> Alanis<br />

Morissete (obviamente a banda<br />

tocou covers <strong>de</strong>la). Tivemos<br />

também bandas <strong>de</strong> rock clássico<br />

tocando estilo Deep Purple e<br />

Dire Straits representados pela<br />

banda Tequila con Bolachitas. E<br />

o que seria <strong>de</strong> um festival <strong>de</strong><br />

bandas da poli sem bandas punk<br />

tocando? A primeira banda (Os<br />

Tequila con Bolachitas<br />

QSoul<br />

5<br />

Rapantes) e as duas últimas<br />

(Fugindo da seca e<br />

MonkeyBrain) agradaram aos<br />

a<strong>de</strong>ptos do estilo.Teve também<br />

uma banda <strong>de</strong> Trash (que contou<br />

com a participação do Magrão<br />

e o Zoca), O<br />

Cova Rasa,<br />

tocando<br />

músicas<br />

próprias e<br />

covers do<br />

Sepultura. E<br />

claro, não<br />

po<strong>de</strong>ríamos<br />

<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> citar<br />

a QSoul, a<br />

única banda<br />

com um estilo<br />

não manjado<br />

na elétrica,<br />

trazendo<br />

varieda<strong>de</strong> à valvulada ao tocar<br />

Soul Music. Enfim, a III Valvulada<br />

foi um evento muito legal, pena<br />

que muita gente per<strong>de</strong>u esse<br />

gran<strong>de</strong> evento, mas contamos<br />

com a sua presença na IV<br />

Valvulada no ano que vem.


6 Condutor - Outubro <strong>de</strong> 2002<br />

Heróis Politécnicos na Revoluçã o<br />

Carlos “Caê / Óla” Paiola – 4 o . Controle<br />

carlos.paiola@poli.usp.br<br />

Granadas <strong>de</strong> mão, capacetes, munição <strong>de</strong><br />

infantaria, mapas e binóculos, máscaras antigases,<br />

bombas aéreas, morteiros leves e<br />

pesados, lança-chamas: uma nova super<br />

produção hollywoodiana?<br />

Não. Escola Politécnica,<br />

1932.<br />

Assim <strong>de</strong>screvia a<br />

Revista Politécnica os<br />

acontecimentos da época: “A<br />

9 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1932<br />

irrompeu neste estado um<br />

gran<strong>de</strong> movimento armado,<br />

animado do mais puro<br />

i<strong>de</strong>alismo, sob as<br />

aclamações calorosas <strong>de</strong><br />

crianças, <strong>de</strong> moços e <strong>de</strong><br />

velhos, sublevação heróica,<br />

com o incondicional apoio<br />

<strong>de</strong> ricos e pobres, homens e<br />

mulheres. E a nossa Escola,<br />

através <strong>de</strong> todo o seu corpo<br />

docente e discente, unânime<br />

e coesa, apressou-se em<br />

hipotecar completa e<br />

irrestrita solidarieda<strong>de</strong> ao<br />

movimento assim<br />

<strong>de</strong>flagrado.” E assim foi<br />

feito. A Politécnica entregavase<br />

<strong>de</strong> corpo e alma ao<br />

movimento constitucionalista, engajando-se na<br />

política e na construção <strong>de</strong> armas e outros<br />

artefatos úteis à guerra, contra a ditadura <strong>de</strong><br />

Getúlio Vargas.<br />

Durante os cansativos três meses do<br />

conflito a rotina da Escola transformou-se.<br />

Laboratórios eram utilizados para o estudo e<br />

fabricação <strong>de</strong> perigosos explosivos, mesmo<br />

sem o conhecimento perfeito <strong>de</strong> seu<br />

comportamento e dos aci<strong>de</strong>ntes que po<strong>de</strong>riam<br />

ser provocados. Muitas vezes os politécnicos<br />

tiveram que resolver problemas com os quais<br />

nunca sonharam confrontar-se, sempre à<br />

O Pelotão Caçadores <strong>de</strong> Piratininga<br />

iminência <strong>de</strong> uma explosão fatal,<br />

<strong>de</strong>monstrando puro i<strong>de</strong>alismo e coragem.<br />

Vários projetos ousados foram realizados sob<br />

a supervisão da Politécnica, como a blindagem<br />

<strong>de</strong> trens, veículos terrestres leves e até <strong>de</strong> uma<br />

lancha, utilizada para<br />

patrulhar a fronteira<br />

com Minas Gerais.<br />

Foram fabricadas<br />

ainda bombas <strong>de</strong><br />

fumaça, munições<br />

para fuzis e<br />

metralhadoras (a<br />

Escola chegou a<br />

adaptar máquinas<br />

<strong>de</strong> parafusos para<br />

tal ativida<strong>de</strong>) e<br />

lança-chamas,<br />

“ interessante<br />

arma vomitadora<br />

<strong>de</strong> longa língua<br />

<strong>de</strong> fogo à<br />

temperatura <strong>de</strong><br />

1700o C”, segundo<br />

relato da Revista<br />

Politécnica. Outro<br />

engenhoso recurso fabricado foi a matraca,<br />

aparelho que era composto por uma lâmina<br />

metálica em contato com uma roda<br />

<strong>de</strong>ntada; girando a roda em gran<strong>de</strong><br />

velocida<strong>de</strong>, produzia-se tremendo ruído,<br />

semelhante ao <strong>de</strong> uma metralhadora.<br />

Mas nem todos conseguiram conter-se<br />

diante da situação. Alguns alunos chegaram a<br />

se alistar como soldados rasos<br />

em vez <strong>de</strong> se engajar nas<br />

ativida<strong>de</strong>s da Escola. Por<br />

iniciativa do grêmio foi<br />

organizado o batalhão<br />

“Caçadores <strong>de</strong> Piratininga”,<br />

do qual o primeiro pelotão era<br />

formado por politécnicos. Há<br />

registro <strong>de</strong> que eles se<br />

rebelaram e <strong>de</strong>sobe<strong>de</strong>ceram<br />

as or<strong>de</strong>ns da comissão <strong>de</strong><br />

professores da escola, que <strong>de</strong><br />

posse <strong>de</strong> uma requisição do<br />

Q.G., tencionava impedir a<br />

sua partida para o front,<br />

alegando que seus serviços<br />

seriam mais úteis no Serviço<br />

<strong>de</strong> <strong>Engenharia</strong> da Força<br />

Pública do estado.<br />

Ao lado <strong>de</strong> outros 135<br />

mil paulistas, os politécnicos<br />

lutaram incansavelmente.<br />

Mas, no dia dois <strong>de</strong> outubro,<br />

sem armas, sem munição e<br />

sem o apoio <strong>de</strong> outros<br />

estados, São Paulo foi<br />

obrigado a ren<strong>de</strong>r-se às forças <strong>de</strong> Vargas.<br />

Entretanto, embora <strong>de</strong>rrotada em armas, a<br />

revolução paulista conquistou todos seus<br />

objetivos, já que no mesmo dia em que<br />

rebentou o conflito, ce<strong>de</strong>ndo à pressão, Getúlio<br />

nomeou uma<br />

comissão <strong>de</strong><br />

constitucionalização,<br />

iniciando assim o<br />

franco <strong>de</strong>clínio do<br />

m o v i m e n t o<br />

tenentista.<br />

Não posso <strong>de</strong>ixar<br />

<strong>de</strong> citar ao menos um<br />

<strong>de</strong>stes “Heróis<br />

Politécnicos”,<br />

engran<strong>de</strong>cendo meus<br />

escritos com seu<br />

nome: Clineu Braga<br />

<strong>de</strong> Magalhães,<br />

componente do<br />

memorável batalhão<br />

“14 <strong>de</strong> Julho”, morto<br />

em combate. Eis o<br />

discurso <strong>de</strong> Alfredo<br />

Giglio, quando da<br />

inauguração do monumento em memória aos<br />

politécnicos mortos na Revolução<br />

Constitucionalista: “A mocida<strong>de</strong> acadêmica<br />

tomou parte em todas as fases da Revolução<br />

Um dos blindados construídos na Poli


Condutor - Outubro <strong>de</strong> 2002<br />

o <strong>de</strong> 1932<br />

<strong>de</strong> 32, e continua ativamente no resguardo<br />

das cousas paulistas que se prendam<br />

intimamente aos feitos sagrados daquela<br />

epopéia. Aqui estamos diante dos feitos mais<br />

eloqüentes <strong>de</strong> nossa guerra, aqui vemos o<br />

dinamismo do paulista na mágica<br />

improvisada do alcance técnico <strong>de</strong> nossa<br />

engenharia, no tocante ao prolongamento<br />

<strong>de</strong> uma guerra feita quase sem outra ajuda<br />

que o armamento da inteligência...”<br />

Devíamos nos espelhar nestes bravos,<br />

<strong>de</strong>ixar nosso comodismo <strong>de</strong> lado e lutar por<br />

aquilo em que acreditamos. Pra quê<br />

estudamos? Apenas para ganhar dinheiro e<br />

adquirir certo status? Eu não quero acreditar<br />

nisso. A Escola Politécnica antigamente<br />

formava, não só engenheiros altamente capazes<br />

<strong>de</strong> resolver problemas, problemas esses que<br />

po<strong>de</strong>riam custar a sua própria vida, mas<br />

também pessoas cientes <strong>de</strong> sua<br />

responsabilida<strong>de</strong> como agentes modificadores<br />

da socieda<strong>de</strong>, que tinham coragem <strong>de</strong> se<br />

levantar <strong>de</strong> suas salas <strong>de</strong> aula, <strong>de</strong> largar os seus<br />

laboratórios e aplicar todo o conhecimento<br />

adquirido em prol <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ais revolucionários.<br />

Aon<strong>de</strong> foi parar este espírito? Morreu na<br />

Revolução <strong>de</strong> 1932?<br />

Tenho orgulho <strong>de</strong> ser paulista, tenho<br />

orgulho <strong>de</strong> estudar engenharia e tenho orgulho<br />

<strong>de</strong> ser Politécnico, sei do meu valor e não me<br />

acho melhor ou pior que ninguém. Apenas<br />

sei <strong>de</strong> minhas responsabilida<strong>de</strong>s, e, por isso,<br />

darei o quanto sou naquilo que fizer; é o mesmo<br />

que espero <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong> vocês. Que<br />

possamos nunca <strong>de</strong>sistir <strong>de</strong> nossos i<strong>de</strong>ais, <strong>de</strong><br />

nossa guerra diária, só assim seremos dignos<br />

<strong>de</strong> ser chamados colegas dos politécnicos <strong>de</strong><br />

32 e <strong>de</strong> cada gran<strong>de</strong> pessoa que marcou esta<br />

Escola.<br />

ORAÇÃO ANTE A ÚLTIMA TRINCHEIRA<br />

“Agora é o silêncio<br />

É o silêncio que faz a última chamada<br />

É o silêncio que respon<strong>de</strong>:<br />

— Presente” !<br />

Depois será a gran<strong>de</strong> asa tutelar <strong>de</strong> São<br />

Paulo — asa que é dia e noite e sangue e estrela<br />

e mapa — <strong>de</strong>scendo, petrificada, sobre um<br />

sono que é vigília.<br />

E aqui ficareis, Heróis-Mártires plantados,<br />

firmes: — para, sempre, neste santificado<br />

torrão <strong>de</strong> chão paulista.<br />

Para receber-vos, feriu-se ele da máxima<br />

<strong>de</strong> entre as únicas feridas, na terra, que nunca<br />

se cicatrizam, porque <strong>de</strong>las uma imensa coisa<br />

emerge e impõe-se que as eterniza.<br />

Só para o alicerce, a lavra, a sepultura, e a<br />

trincheira se tem o direito <strong>de</strong> ferir a terra.<br />

E, mais legítima que a ferida do alicerce,<br />

que se eterniza na casa, a dar teto para o amor,<br />

a família, a honra, a paz.<br />

Mais legítima que a ferida da lavra, que se<br />

eterniza na árvore a dar lenho para o leito, a<br />

mesa, o cabo da enxada, a coronha do fuzil;<br />

mais legítima que a ferida da sepultura, que se<br />

eterniza no mármore a dar imagem para a<br />

sauda<strong>de</strong>, o consolo, a benção, a inspiração,<br />

mais legítima que essas feridas é a ferida da<br />

trincheira, que se eterniza na Pátria a dar a<br />

pura razão <strong>de</strong> ser da casa, da árvore e do<br />

mármore.<br />

Este cavado trapo <strong>de</strong> terra — corpo místico<br />

<strong>de</strong> São Paulo, em que ora existis,<br />

consubstanciados, mais que corte <strong>de</strong> alicerce,<br />

sulco <strong>de</strong> lavra, cova <strong>de</strong> sepultura, é rasgão <strong>de</strong><br />

trincheira.<br />

E esta, perene que povoais, é a nossa<br />

última trincheira.<br />

Esta é a trincheira que não se ren<strong>de</strong>u,<br />

a que <strong>de</strong>u à terra o seu suor,<br />

a que <strong>de</strong>u à terra a sua lágrima,<br />

a que <strong>de</strong>u à terra o seu sangue!<br />

Guilherme <strong>de</strong> Almeida<br />

Esta é a trincheira que não se ren<strong>de</strong>u,<br />

a que é nossa ban<strong>de</strong>ira gravada no chão,<br />

pelo branco do nosso I<strong>de</strong>al,<br />

pelo negro do nosso Luto,<br />

pelo vermelho do nosso Coração.<br />

Esta é a trincheira que não se ren<strong>de</strong>u:<br />

a que, atenta, nos vigia;<br />

a que, invicta, nos <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>;<br />

a que, eterna, nos glorifica!<br />

Esta é a trincheira que não se ren<strong>de</strong>u:<br />

a que não transigiu,<br />

a que não esqueceu,<br />

a que não perdoou!<br />

Esta é a trincheira que não se ren<strong>de</strong>u:<br />

Aqui a vossa presença, que é relíquia,<br />

transfigura e consagra num altar,<br />

para o vôo, até Deus da nossa fé!<br />

E, pois, ante este altar, alma <strong>de</strong> joelho,<br />

a voz rogamos:<br />

— Soldados santos <strong>de</strong> 32,<br />

sem armas em vossos ombros, velai por<br />

nós!;<br />

sem balas na cartucheira, velai por nós!;<br />

sem pão em vosso bornal, velai por nós!;<br />

sem água em vosso cantil, velai por<br />

nós!;<br />

sem galões <strong>de</strong> ouro no braço, velai por<br />

nós!;<br />

sem medalhas sobre o cáqui, velai por<br />

nós!;<br />

sem mancha no pensamento, velai por<br />

nós!;<br />

sem medo no coração, velai por nós!;<br />

sem sangue já pelas veias, velai por nós!;<br />

sem lágrimas ainda nos olhos, velai por<br />

nós!;<br />

sem sopro mais entre os lábios, velai<br />

por nós!;<br />

sem nada a não ser vós mesmos, velai<br />

por nós!;<br />

sem nada senão São Paulo, velai por nós!<br />

7


8 Condutor - Outubro <strong>de</strong> 2002<br />

Resenhas e impressões sobre música, cinema, literatura, esportes, enfim, sobre qualquer coisa.<br />

INDUTOR<br />

INDUTOR<br />

Talvez nunca os jazzistas da<br />

Jamaica um dia sequer teriam<br />

imaginado a<br />

repercussão que o<br />

ritmo inventado<br />

por eles teria sobre<br />

a música. Se você<br />

algum dia já ouviu<br />

falar sobre Bob<br />

Marley, ou<br />

qualquer banda <strong>de</strong><br />

reggae, ou até mais<br />

recentemente<br />

sobre Reel Big<br />

Fish, ou se você<br />

gostava daquela<br />

música do<br />

Offspring<br />

“Smash”, você<br />

com certeza já<br />

ouviu parte do legado <strong>de</strong>ixado por esses<br />

músicos. A Jamaica dos anos 50 e 60<br />

foi muito próspera <strong>de</strong> bons músicos,<br />

influenciados pela música negra norteamericana,<br />

principalmente o jazz e o<br />

rhythm’n’blues. Pela própria mutação<br />

musical que qualquer estilo passa, a<br />

música jamaicana sofreu uma gran<strong>de</strong><br />

mudança aliando o som das big bands<br />

à percussão africana. Isso resultou o<br />

Ska. Uma das gran<strong>de</strong>s bandas<br />

jamaicanas foram os Skatalites. Bob<br />

Marley chegou a gravar com eles. Ao<br />

final dos 60 houve uma queda na<br />

produção das bandas <strong>de</strong> ska ao mesmo<br />

SKA para quem gosta<br />

tempo que surgia um novo estilo, o rock<br />

steady, mais tar<strong>de</strong> batizado <strong>de</strong> reggae.<br />

Nos anos 70<br />

e 80 o ska<br />

ressurgiu na<br />

Inglaterra<br />

misturado ao<br />

punk rock,<br />

mistura que até<br />

hoje se mantém<br />

firme. Bandas<br />

como Specials,<br />

Bad Manners e<br />

Madness foram<br />

os gran<strong>de</strong>s<br />

expoentes da<br />

época. O<br />

interessante<br />

<strong>de</strong>ssa sinestesia<br />

foi o cunho<br />

político surgido nas letras. Nessa época<br />

surge o “Ska contra o racismo”, tema<br />

freqüentemente abordado por esse<br />

pessoal.<br />

Da Inglaterra,<br />

o ska foi<br />

para os EUA.<br />

Bandas como<br />

Toasters,<br />

H e p c a t ,<br />

Mudsharks são<br />

nomes que<br />

d e r a m<br />

continuida<strong>de</strong> ao<br />

que estava sendo<br />

feito lá. Mas o<br />

ska tomou<br />

uma notorieda<strong>de</strong><br />

tão<br />

forte que<br />

permitiu que<br />

bandas com influências <strong>de</strong> outros estilos<br />

também incorporassem o ska, assim<br />

como o punk o fez nos 80. Daí vieram<br />

Reel Big Fish, Save Ferris, Spring<br />

Heeled Jack, Five Iron Frenzy, Less<br />

than Jake, Voodoo Glow Skulls, e<br />

muitas outras, sem contar as bandas que<br />

se influenciaram do ska e que todos já<br />

ouviram falar como Sugar Ray,<br />

Mario Linestevão <strong>de</strong> Barros - GAE<br />

Sublime, No Doubt, Offspring, etc.<br />

No Brasil, talvez a banda que mais<br />

tenha divulgado o ska foram Os<br />

Paralamas do Sucesso, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> seu início<br />

até os últimos álbuns. Bandas como<br />

Titãs, Raimundos, Charlie Brown Jr.<br />

e Skank já utilizaram <strong>de</strong>ssa influência.<br />

Mas o ska meio que tomou face como<br />

um movimento a partir dos anos 90<br />

com as bandas Skuba,<br />

Skamoondongos, por exemplo. A<br />

partir daí, mais uma vez, a molecada<br />

que curtia um som alternativo, assim<br />

como foi na Inglaterra nos 80, começou<br />

a ouvir e produzir um ska <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

misturado com outros estilos,<br />

principalmente o hardcore. Dessa<br />

geração temos bandas muito boas e que<br />

se <strong>de</strong>stacam na cena como Sapo Banjo,<br />

Randal Grave, Os Thompsons,<br />

Supersaiajeans, King Kong <strong>de</strong> Conga,<br />

Pinru<strong>de</strong>s e Homesick. O que nos resta<br />

fazer é valorizar e curtir o que está<br />

sendo feito<br />

aqui. São<br />

pessoas que<br />

fazem o que<br />

gostam<br />

mesmo sem<br />

ter apoio<br />

algum, tudo<br />

o que essas<br />

bandas<br />

fazem parte<br />

do próprio<br />

bolso. Tudo<br />

isso somente<br />

pelo prazer<br />

<strong>de</strong> tocar.<br />

Quem<br />

quiser saber<br />

mais sobre as bandas aqui citadas, é<br />

muito fácil achar conteúdo na internet.<br />

As bandas nacionais citadas no final<br />

possuem homepages próprias<br />

contendo mp3 e material multimídia<br />

bastante interessante.<br />

*Este texto foi baseado em uma<br />

edição especial da ShowBizz


Condutor - Outubro <strong>de</strong> 2002<br />

Bandas (nem tão) novas que você <strong>de</strong>veria conhecer<br />

Nas duas últimas edições do Condutor,<br />

estavam presentes matérias sobre duas<br />

bandas dos anos 60 e 70. Nada contra<br />

essas bandas, mas, como vivemos do<br />

presente, acho mais importante<br />

conhecermos as bandas que produzem<br />

trabalhos <strong>de</strong> alguma relevância hoje.<br />

Abaixo, faço uma lista das bandas<br />

promissoras que surgiram neste ano ou <strong>de</strong><br />

bandas que já tem alguns anos <strong>de</strong> estrada,<br />

mas que provavelmente atingiram seu ápice<br />

<strong>de</strong> trabalho neste ano.<br />

The Vines – Des<strong>de</strong> o fim do grunge,<br />

todo ano se procura pelo novo Nirvana.<br />

Os australianos do The Vines ocupam o<br />

posto em 2002. O vocalista Craig Nicholls<br />

é o maior Kurt Cobain wannabe já surgido<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> então. Do disco, Highly Evolved, as<br />

músicas mais lentas são fracas, mas as<br />

pesadas são ótimas, com guitarras<br />

barulhentas e refrões gru<strong>de</strong>ntos. Destaque<br />

para ‘Get Free’, ‘The Outtathaway!’,<br />

‘1969’ e a faixa título. Outras<br />

referências: Nirvana, Stone Temple Pilots.<br />

INDUTOR<br />

INDUTOR<br />

The Hives – Banda sueca pertencente<br />

a uma onda <strong>de</strong> bandas nórdicas surgidas<br />

ultimamente, com um pé nos anos 60 e o<br />

outro no punk-rock, os caras são uma lição<br />

<strong>de</strong> estilo, tocando arrumadinhos em cima<br />

do palco. O disco <strong>de</strong>les é <strong>de</strong> 2000, nenhuma<br />

musica tem mais <strong>de</strong> três minutos e meio,<br />

mas só este ano surgiu para o mundo. ‘Die,<br />

All Right!’, ‘Hate to say I told you so’ e ‘The<br />

Hives Declaire Guerre Nucleaire’ são as<br />

musicas que voce precisa ouvir. Outras<br />

referências: The (International) Noise<br />

Conspiracy, The Hellacopters.<br />

Wilco – A banda está na ativa <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

1994 e é um dos pilares do chamado<br />

alt.country americano. Musicas leves e<br />

complexas são características <strong>de</strong>sta banda,<br />

que podia ser muito bem a banda do Neil<br />

Young <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ‘Harvest Moon’. Jeff Tweedy<br />

e sua banda são também responsáveis por<br />

uma das melhores histórias <strong>de</strong> amor à música<br />

dos últimos anos, ao romper com a<br />

gravadora após esta os ter mandado regravar<br />

o disco que, para ela, era suicídio comercial.<br />

Após este rompimento, o disco resultante é<br />

a obra-prima ‘Yankee Hotel Foxtrot’. Difícil<br />

indicar só algumas músicas, mas ‘I’m trying<br />

to break your heart’, ‘Kamera’ e ‘Heavy<br />

Metal Drummer’ vão servir. Outras<br />

referências: Calexico, Neil Young.<br />

Queens of the Stone Age – Esses já<br />

E E S S P P O O R R T T E E S<br />

S<br />

E E S S P P O O R R T T E E S<br />

S<br />

E E S S P P O O R R T T E E S<br />

S<br />

E E E S S P P O O R R T T E E S<br />

S<br />

E E S S P P O O R R T T E E S S<br />

E E S S P P O O R R T T E E S<br />

S<br />

E E S S P P O O R R T T E E S<br />

S<br />

E E S S P P O O R R T T E E S<br />

S<br />

Aconteceram nas últimas semanas as<br />

quartas-<strong>de</strong>-finais e semifinais da Copa<br />

<strong>Elétrica</strong> 2002, a mais emocionante dos<br />

últimos tempos.Nas quartas-<strong>de</strong>-finais, 3<br />

goleadas: do Ae<strong>de</strong>s à Caçadora sobre<br />

osComputoscos (11 a 3), do Fusil em cima<br />

do Sai que é Sua Ojima(7 a 1) e do<br />

Tentáculos em cima do Parax (9 a 1). Só<br />

o Uspernadipau penaram no seu jogo: os<br />

Smurfs per<strong>de</strong>ram por 5 a 4, com um gol<br />

noúltimo minuto.Nas semifinais, o<br />

confronto entre os campeões Fusil (2001)<br />

eTentáculos (2000) resultou num<br />

surpreen<strong>de</strong>nte 10 a 1 para oTentáculos,<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um primeiro tempo que terminou<br />

em 1 a 0.Já o Ae<strong>de</strong>sxUspernadipau foi um<br />

jogo equilibradíssimo: 4 a 4, e2 a 0 na<br />

<strong>de</strong>cisão por penaltis.As finais acontecerão<br />

na próxima terça (dia 8) e quarta(dia 9),<br />

antecipando a Festa <strong>de</strong> Inauguração da<br />

Churrasqueirado CEE, na qual será feita a<br />

premiação dos times vencedores.<br />

Thiago da Silva Cavazzana - 3o. Cooperativo<br />

9<br />

estiveram até no Brasil, tocando no RiR3,<br />

quando ficaram mais conhecidos pela banda<br />

cujo baixista tocou sem roupa. Naquele<br />

tempo eles vinham aparados pelo ótimo<br />

disco ‘Rated R’, <strong>de</strong> 2000. Para 2002, eles<br />

lançaram ‘Songs for the Deaf’, que vem<br />

respaldado pelo Dave Grohl (Nirvana, Foo<br />

Fighters) tocando bateria em TODAS as<br />

faixas. Só por isso já valeria conferir, mas<br />

‘I ain’t worth a dollar, but I feel like a<br />

millionaire’, ‘No one knows’ e ‘Another<br />

Love Song’ são motivos a mais. Outras<br />

referências: ...and you will know us by<br />

the trail of <strong>de</strong>ad, At the Drive-In.<br />

Ash – Trio irlandês que faz<br />

provavelmente o melhor power-pop do<br />

mundo hoje. Guitarras enlouquecidas, com<br />

o vocalista quase berrando por cima da<br />

massa sonora. O último disco <strong>de</strong>les – ‘Free<br />

All Angels’ – é <strong>de</strong> 2001, mas eu só o<br />

<strong>de</strong>scobri este ano. As letras muitas vezes<br />

são meio bobas, só que, juntas à melodia<br />

criam pop-songs perfeitas. ‘Walking<br />

Barefoot’ é uma das melhores canções<br />

sobre o verão já escritas. ‘Cherry Bomb’,<br />

‘Nicole’ e ‘There’s a star’ também <strong>de</strong>vem<br />

ser conferidas. Outras referências: JJ72,<br />

Teenage Fanclub.<br />

FINAIS DA COPA ELÉTRICA ANTECIPAM<br />

CHURRASCO DE INAUGURAÇÃO!!


ISOLANTE<br />

De mal com a vida...<br />

Hipocrisia<br />

10 Condutor - Outubro <strong>de</strong> 2002<br />

Sim, apenas uma palavra.... hipocrisia. Quantas vezes você<br />

já se <strong>de</strong>parou com pessoas que fingem que nem te conhece<br />

pelos corredores <strong>de</strong> nossa faculda<strong>de</strong>, ou mesmo você que<br />

finge que não conhece.... será você uma pessoa um pouco<br />

tímida? Ou apenas mais um hipócrita que fala apenas quando<br />

interessa ao seu próprio umbigo?<br />

Situação complicada não é verda<strong>de</strong>? De difícil<br />

explicação , mas que gira em torno <strong>de</strong> você que simplesmente<br />

vive em qualquer que seja a região.<br />

Não sou eu, mero ser medíocre, que irá resolver seus problemas, mas que isso as<br />

vezes causa situações inusitadas, isso causa..... você que só fala com aquele nerd na<br />

véspera <strong>de</strong> prova pra saber se ele tem alguma dica , ou simplesmente pra fazer o<br />

trouxa te explicar toda a matéria antes da prova, afinal você matou todas as aulas<br />

pra ficar jogando sinuca, vendo tv, etc.... e <strong>de</strong>pois da bela <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong><br />

solidarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu “querido nerd <strong>de</strong> plantão” , você até que tira uma nota razoável<br />

naquela prova que “estudou” <strong>de</strong> véspera, e para agra<strong>de</strong>cer seu “amigo” simplesmente o<br />

ignora pelos corredores. Seu hipócrita!!<br />

São esses os mesmos que zoam com os outros <strong>de</strong>ntro das salas <strong>de</strong> aulas durante o<br />

semestre, se achando os tais, não sendo meras crianças idiotas que tem tudo o que<br />

querem <strong>de</strong> mão beijada.... você agora po<strong>de</strong>ria dizer que talvez eu que seria esse ser<br />

zoado que estaria querendo se mostrar ou fazer papel <strong>de</strong> coitado, mas pelo contrário,<br />

nunca tive esse tipo <strong>de</strong> problema, sou mal humorado <strong>de</strong>mais para levar <strong>de</strong>saforo pra<br />

casa... muito menos gozação (opss..)<br />

E falando em ignorar, e aquela mina que te <strong>de</strong>u um fora e que agora finge que<br />

nem te vê mais quando cruza com você porae, e que talvez até mesmo você esteja<br />

agindo da mesma forma agora..... será hipocrisia da parte <strong>de</strong> ambos? Ou apenas uma<br />

“troca <strong>de</strong> gentilezas” (para não dizer c* doce).<br />

Nessas horas <strong>de</strong> ficar analisando a realida<strong>de</strong> que nos cerca que me pergunto,<br />

qual será a lógica disso tudo? Vai saber, afinal o ser humano é que existe <strong>de</strong> mais<br />

facetado nesse mundo, on<strong>de</strong> a pessoa que você conhece po<strong>de</strong> agir <strong>de</strong> maneira mais<br />

estranho ao seus olhos, do que aquele estranho(a) que acabou <strong>de</strong> conhecer...<br />

Você agir como um hipócrita, ou simplesmente ser você mesmo, ou será que<br />

cometi um erro ao digitar isso, será você mesmo esse hipócrita? Ou será que sou mais<br />

um hipócrita em escrever algumas atitu<strong>de</strong>s que eu mesmo cometo e que consi<strong>de</strong>ro como<br />

uma hipocrisia?<br />

Po<strong>de</strong>ria escrever um livro <strong>de</strong> lixo como esse pequeno texto hipócrita, mas acho<br />

que já me confundi todo com essa merda hipócrita que é a realida<strong>de</strong> que nos cerca <strong>de</strong><br />

maneira idiota. :P<br />

Moral da estória 1: esse cara que tá escrevendo essa merda é um hipócrita!<br />

Moral da estória 2: cara, que merda <strong>de</strong> texto!<br />

Moral da estória 3: pra que discutir hipocrisia? Você nem sabe o que significa<br />

isso mesmo<br />

Moral da estória 4: Por que esse texto tá aqui afinal?<br />

Moral da estória 5: Ainda sem mulher?<br />

A<br />

R<br />

T<br />

E<br />

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S<br />

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Condutor - Outubro <strong>de</strong> 2002<br />

!#$&*%$# !#$&*%$#<br />

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11<br />

!#$&*%$#<br />

O Direito do Foda-se<br />

Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário <strong>de</strong> expressões<br />

que traduzem com a maior fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> nossos mais fortes e genuínos sentimentos do povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será<br />

esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia.<br />

“Pra caralho”, por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia <strong>de</strong> muita quantida<strong>de</strong> do que “Pra caralho”?<br />

“Pra caralho” ten<strong>de</strong> ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é<br />

quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto <strong>de</strong> cerveja pra caralho, enten<strong>de</strong>?<br />

No gênero do “Pra caralho”, mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso<br />

“Nem fo<strong>de</strong>ndo!”. O “Não, não e não!” e tampouco o nada<br />

eficaz e já sem nenhuma credibilida<strong>de</strong> “Não, absolutamente não!” o substituem. O “Nem fo<strong>de</strong>ndo” é<br />

irretorquével, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho <strong>de</strong> 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir<br />

surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um <strong>de</strong>finitivo “Marquinhos, presta<br />

atenção, filho querido, NEM FODENDO!”. O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar<br />

com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio.<br />

Por sua vez, o “porra nenhuma!” aten<strong>de</strong>u tão plenamente as situações on<strong>de</strong> nosso ego exigia não só a <strong>de</strong>finição<br />

<strong>de</strong> uma negação, mas também o justo escárnio contra <strong>de</strong>scarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar<br />

que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a bravata daquele chefe idiota senão<br />

com um “É PhD porra nenhuma!”, ou “ele<br />

redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!”. O “porra nenhuma”, como vocês po<strong>de</strong>m ver, nos provê sensações <strong>de</strong><br />

incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa <strong>de</strong>núncia pública <strong>de</strong> um canalha. São <strong>de</strong>ssa mesma gênese os<br />

clássicos “aspone”, “chepone”, “repone” e, mais recentemente, o “prepone” - presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> porra nenhuma.<br />

Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um “Puta-que-pariu!”, ou seu correlato “Putaque-o-pariu!”,<br />

falados assim, ca<strong>de</strong>nciadamente, sílaba por sílaba...Diante <strong>de</strong> uma notícia irritante qualquer um<br />

“puta-que-o-pariu!” dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o <strong>de</strong>vido tempo e clima para<br />

se reorganizar e sacar a atitu<strong>de</strong> que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar <strong>de</strong> maiores dores <strong>de</strong> cabeça.<br />

E o que dizer <strong>de</strong> nosso famoso “vai tomar no cu!”? E sua maravilhosa e reforçadora <strong>de</strong>rivação “vai tomar no<br />

olho do seu cu!”. Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do<br />

suportável, se dirige ao canalha <strong>de</strong> seu interlocutor e solta:<br />

“Chega! Vai tomar no olho do seu cu!”. Pronto, você retomou as ré<strong>de</strong>as <strong>de</strong> sua vida, sua auto-estima.<br />

Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um <strong>de</strong>licioso sorriso <strong>de</strong><br />

vitória e renovado amor-íntimo nos lábios. E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão <strong>de</strong><br />

maior po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição do Português Vulgar: “Fo<strong>de</strong>u!”. E sua <strong>de</strong>rivação mais avassaladora ainda:<br />

“Fo<strong>de</strong>u <strong>de</strong> vez!”.Você conhece <strong>de</strong>finição mais exata, pungente e<br />

arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável<br />

<strong>de</strong> ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez<br />

proferida insere seu autor em todo um provi<strong>de</strong>ncial contexto interior<br />

<strong>de</strong> alerta e auto-<strong>de</strong>fesa. Algo assim como quando você está dirigindo<br />

bêbado, sem documentos do carro e sem carteira <strong>de</strong> habilitação e ouve<br />

uma sirene <strong>de</strong> polícia atrás <strong>de</strong> você mandando você parar: O que você<br />

fala? “Fo<strong>de</strong>u <strong>de</strong> vez!”. Sem contar que o nível <strong>de</strong> stress <strong>de</strong> uma pessoa é<br />

inversamente proporcional à quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “foda-se!” que ela fala. Existe algo mais libertário do<br />

que o conceito do “foda-se!”? O “foda-se!” aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor.<br />

Reorganiza as coisas. Me liberta. “Não quer sair comigo? Então foda-se!”. “Vai querer <strong>de</strong>cidir essa<br />

merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!”. O direito ao “foda-se!” <strong>de</strong>veria estar assegurado na Constituição<br />

Fe<strong>de</strong>ral.<br />

Liberda<strong>de</strong>, igualda<strong>de</strong>, fraternida<strong>de</strong> e foda-se.<br />

Millôr Fernan<strong>de</strong>s


12 Condutor - Outubro <strong>de</strong> 2002<br />

Difícil é fornicar sobre os apoios na re<strong>de</strong><br />

Conclusão do ano 2002<br />

Faça como o *******, copie a conclusão abaixo e garanta já a sua<br />

nota <strong>de</strong> relatório e passe <strong>de</strong> todos os laboratórios para o resto <strong>de</strong><br />

seus dia na Poli. Resultados testados e comprovados no laboratório<br />

<strong>de</strong> controle, aprovados pela equipe <strong>de</strong> <strong>de</strong>socupados do Isolante!<br />

Phrases Phantásticas 2002<br />

As mais votadas<br />

1<br />

“Me avisa se vier um tronco aí atrás”<br />

B2 (Christian) - 5o. Computação, em pé e <strong>de</strong> costas, no jipe do passeio do Macuco, tirando as fotos da galera<br />

2<br />

“A primeira vez, eu fiquei com vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> salsichão”<br />

Luiz Faro - 5o. Computação, comentando as preferências por comida alemã<br />

3<br />

“Que seja na minha bunda”<br />

Bruno Bom - 3o. Sistemas, orientando o melhor local <strong>de</strong> propaganda eleitoral na <strong>USP</strong><br />

“Você é praticamente meu cunhado”<br />

Lia - Irmã do Thiago(5o. Computação), falando para o B2 (sim, ele <strong>de</strong> novo), revelando ao mundo o relacionamento<br />

íntimo <strong>de</strong> seu irmão e o amigo<br />

“Todo mundo vai dar e vai faltar”<br />

Gabi - Futsal Feminino, comentando a vaquinha para a inscrição nos Jogos da Liga<br />

“Ai, eu adoro essa lingüicinha vermelha, a única coisa que atrapalha é a pelinha”<br />

Gama- GAE, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter posto a linguiça na boca<br />

“Eu tenho experiência no PUT<strong>USP</strong>”<br />

Bruno Bom (sim, ele consegue)- 3o. Sistemas, mostrando a sua intimida<strong>de</strong> com a área<br />

“Hoje a gente tava <strong>de</strong> quatro e <strong>de</strong>moramos umas duas horas”<br />

Rodolfo Augusto - 4o. Sistemas, sobre o tempo que levou para terminar um jogo<br />

“O do Perônio é mais razoável... mais eu ainda acho gran<strong>de</strong>”<br />

Goiano - GAE, incomodado com o tamanho, querendo um menor para usar<br />

Lixeira<br />

do Hobbit<br />

-Um site <strong>de</strong> caricaturas<br />

http://www.caricaturas.com.br<br />

-Morto Magician (2mb) - Indicacao do An<strong>de</strong>rson<br />

(Sistemao)<br />

http://images.countingdown.com/images/theater2/<br />

264343/media/264343_fl_l.swf<br />

-Teste <strong>de</strong> masculinida<strong>de</strong> - Indicacao Lenin (GAE)<br />

http://www.b3ta.com/femaleorshemale/<br />

-Manual da H.O.M.E.M (Honrada Organizacao Mundial<br />

<strong>de</strong> Especialistas em Mulheres)<br />

http://www.geocities.com/ccneves/homem.htm<br />

-Para quem gosta <strong>de</strong> animacoes<br />

http://www.pocketmovies.net<br />

-Coisas escondidas em softwares, os famosos Easter<br />

Eggs<br />

http://www.eeggs.com/<br />

-Olha que idiotice<br />

http://www.beijoneles.com<br />

-De nota para fotos<br />

http://www.cocadapreta.com.br<br />

-Cemiterio virtual<br />

http://www.cemetery.org/<br />

-Veja a hora que voce morrerß<br />

http://www.<strong>de</strong>athclock.com/<br />

-Site oficial das Rouge (Popstars)<br />

http://www.somosrouge.aol.com.br

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