As uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s do Grupo Bambuí ocupam aproxima<strong>da</strong>mente a extensão <strong>da</strong> atual Bacia do Rio São Francisco. São limita<strong>da</strong>s a leste pelas frentes <strong>de</strong> empurrão do Espinhaço e ao sul pelos migmatitos (granito-gnaisse) do embasamento cristalino. Ao norte, as sequências do Bambuí prolongam-se até o extremo norte <strong>de</strong> Minas Gerais e a oeste são limita<strong>da</strong>s pelas Chapa<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s Vertentes Oci<strong>de</strong>ntais do São Francisco (IGA, 1983; Magalhães, 1988; Piló, 1998). Para Grossi Sad e Qua<strong>de</strong> (1985), o Grupo Bambuí, Subgrupo Paraopeba, por sua vez, po<strong>de</strong> ser dividido em três uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s principais: a primeira composta por um conglomerado basal discor<strong>da</strong>nte carrancas-samburá associado a calcoxistos e calcofilitos; uma outra cama<strong>da</strong> intermediária composta por calcários <strong>de</strong> até 95% <strong>de</strong> carbonatos e sedimentos finos e; um outro nível composto por carbonatos intercalados por sedimentos finos (Kohler, 2007). Para Noce e Renger (2005, p. 253), “as formações que constituem o Subgrupo Paraopeba, <strong>da</strong> base para o topo são a Formação Sete Lagoas, a Formação Serra <strong>de</strong> Santa Helena e a Formação Lagoa do Jacaré”. Na <strong>região</strong> <strong>de</strong> estudo predominam rochas pelito-carbonáticas agrupa<strong>da</strong>s no Subgrupo Paraopeba, Formação Lagoa do Jacaré, do Proterozoico. São comuns as ardósias, os calcários, os filitos, folhelhos e metassiltitos <strong>de</strong>positados <strong>sobre</strong> a superfície irregular do embasamento cristalino <strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> primária composta por granitos e gnaisses (Noce & Renger, 2005). Acredita-se ser possível a ocorrência <strong>de</strong> calcários <strong>da</strong> Formação Sete Lagoas. A sedimentação dos carbonatos ocorreu em um mar epicontinental <strong>de</strong> águas rasas <strong>sobre</strong> o embasamento cristalino irregular e impermeável que permitiu o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s extensas plataformas carbonáticas brasileiras. Datações radiométricas e análises <strong>de</strong> estromatólitos i<strong>de</strong>ntificam a <strong>de</strong>posição do carbonato entre 900 e 600 milhões <strong>de</strong> anos. Ain<strong>da</strong> em relação a essa plataforma, é possível afirmar que na <strong>região</strong> centro-sul <strong>de</strong> Minas Gerais, <strong>de</strong>vido à irregulari<strong>da</strong><strong>de</strong> do embasamento, as profundi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong>s rochas do Grupo Bambuí vão <strong>de</strong> 50 a 250m (Kohler, 1989; Auler, 1994; Piló, 1998; Noce & Renger, 2005). Em Cordisburgo, <strong>região</strong> recoberta por filitos <strong>da</strong> Serra <strong>de</strong> Santa Helena e calcários <strong>da</strong> Formação Lagoa do Jacaré (Figuras 6 e 7), são encontra<strong>da</strong>s poucas referências <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lados cársticos comparado às regiões <strong>de</strong> Lagoa Santa e Sete Lagoas. No entanto, esse conjunto paisagístico revela importantes feições cársticas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> significado no âmbito histórico, cultural e ambiental sendo dignas <strong>de</strong> preservação. 53
Figura 6 – Aspecto do calcário <strong>da</strong> Formação Lagoa do Jacaré, representa<strong>da</strong> como um pacote <strong>de</strong> intercalações rítmicas <strong>de</strong> calcários e rochas <strong>de</strong> baixo teor carbonático. A tampa <strong>da</strong> máquina possui 6cm (Foto: L.E.P.Travassos, 2007). Figura 7 – Filito intercalado aos calcários <strong>da</strong> Formação Lagoa do Jacaré, Cordisburgo, Minas Gerais (Foto: L.E.P.Travassos, 2007). 54
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