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considerações sobre o carste da região de cordisburgo, minas ...

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O Enfoque Geossistêmico<br />

Para Monteiro (2001) e Ross (2006), é no contexto <strong>da</strong> aplicação <strong>da</strong> geografia no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do Estado Soviético que surge o conceito <strong>de</strong> “geossistema”, proposto<br />

por Sotchava (1962). Como pioneiro <strong>de</strong>sses estudos, <strong>de</strong>monstrou preocupação antiga<br />

com o estudo do geossistema (integração <strong>de</strong> vários elementos) na análise integra<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

paisagem. Para ele, seria necessário o estudo <strong>da</strong>s conexões entre os componentes<br />

naturais e não somente sua morfologia.<br />

Lembremos que, <strong>de</strong> certa forma, tal abor<strong>da</strong>gem já era utiliza<strong>da</strong> por Alexan<strong>de</strong>r<br />

Von Humboldt no século XIX. Afirmava que tudo estaria interligado e que o<br />

conhecimento ocorre quando <strong>da</strong> compreensão <strong>da</strong>s conexões e <strong>da</strong> <strong>de</strong>pendência mútua<br />

entre os fenômenos. Humboldt preferia, sob a ótica geossistêmica ain<strong>da</strong> não formal, ligar<br />

os fatos já sabidos a <strong>de</strong>scobrir outros novos e isolados. Dessa forma, a ciência só po<strong>de</strong>ria<br />

avançar reunindo os diversos fenômenos naturais em uma gran<strong>de</strong> sequência <strong>de</strong> causa e<br />

efeito indissociáveis. Somente a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> rochas e minerais, por exemplo, não lhe<br />

interessava. Sua busca era pelo estabelecimento <strong>de</strong> relações <strong>de</strong>sses com o solo e a<br />

vegetação (Humboldt, 1844; Helferich, 2005) sendo, portanto, possível consi<strong>de</strong>rá-lo<br />

holista, sistêmico e cientificista.<br />

A abor<strong>da</strong>gem geossistêmica nos estudos geográficos <strong>de</strong>ve então ser entendi<strong>da</strong><br />

como forma <strong>de</strong> integrar diferentes variáveis <strong>de</strong> sistemas abertos e dinâmicos. Sotchava,<br />

citado por Ross (2006), caracteriza os geossistemas como fenômenos naturais, embora<br />

todos os fatores econômicos e sociais afetem sua estrutura e peculiari<strong>da</strong><strong>de</strong>s espaciais.<br />

Assim, conclui-se que sua análise somente po<strong>de</strong> ocorrer sob enfoque holístico para<br />

compreensão <strong>de</strong> um sistema dinâmico. Os estudos <strong>de</strong> geografia, portanto, não mais<br />

po<strong>de</strong>riam ocorrer sem a busca pela compreensão <strong>da</strong>s inter-relações entre as variáveis<br />

naturais e antrópicas.<br />

No Brasil, o conceito <strong>de</strong> “geossistema” foi introduzido por Bertrand em 1971<br />

quando falava <strong>da</strong> “ciência <strong>da</strong> paisagem”. Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, para Ross (2006), o autor apoiava-<br />

se na Teoria Geral dos Sistemas e no aporte <strong>da</strong>s informações gera<strong>da</strong>s por biólogos e<br />

ecólogos <strong>da</strong> mesma forma que o mo<strong>de</strong>lo soviético. A importância <strong>da</strong> contribuição <strong>da</strong><br />

escola russa nos estudos geossistêmicos é resgata<strong>da</strong> por Monteiro (2001) através <strong>de</strong><br />

uma bem elabora<strong>da</strong> revisão acerca dos trabalhos existentes. Com a leitura <strong>de</strong> seu<br />

trabalho, po<strong>de</strong>-se concluir que a questão antrópica foi insuficientemente abor<strong>da</strong><strong>da</strong><br />

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