considerações sobre o carste da região de cordisburgo, minas ...
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1803 e 1805, Martim Francisco <strong>de</strong> Andra<strong>da</strong> realizou as primeiras <strong>de</strong>scrições <strong>de</strong> algumas<br />
cavernas <strong>de</strong> São Paulo e Paraná, com <strong>de</strong>staque provável à Gruta dos Jesuítas (PR) e à<br />
Gruta <strong>de</strong> Santo Antônio (atual Casa <strong>de</strong> Pedra) em Iporanga, São Paulo. Em 1803, José<br />
Vieira Couto estudou as jazi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> salitre <strong>da</strong> colônia produzindo um interessante estudo<br />
<strong>sobre</strong> o salitre on<strong>de</strong> várias cavernas são menciona<strong>da</strong>s (Auler, 2004; Auler & Zogbi,<br />
2005).<br />
O século XIX foi extremamente propício ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong>s ciências em<br />
geral e, com o tempo, “teorias catastróficas” ou somente a explicação divina para a<br />
ocorrência dos fenômenos naturais perdiam espaço entre os naturalistas. Por<br />
consequência, a lista dos naturalistas que palmilharam nosso território reúne os nomes<br />
<strong>de</strong> Spix, Martius, Pohl, Rugen<strong>da</strong>s, Rie<strong>de</strong>l, Lagsdorff, Walsh, Burton, Fountain, Saint<br />
Hilarie e Castelnau, entre outros (Auler, 2004). O próprio Imperador Dom Pedro II é<br />
citado pelos autores por seu entusiasmo pela ciência.<br />
Para Auler (2004), a importância que <strong>de</strong>ve ser atribuí<strong>da</strong> ao Padre Casal está na<br />
publicação <strong>da</strong> “Chorographia Brasílica” em 1817, que reunia diversas referências a<br />
cavernas em vários pontos do país, indicação <strong>de</strong> que muitas grutas já eram então<br />
conheci<strong>da</strong>s. Entretanto, acreditamos que tais estudos <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>rados como<br />
precursores <strong>da</strong> espeleologia e não <strong>da</strong> carstologia.<br />
Entre os naturalistas que viajaram pelo Brasil e que se <strong>de</strong>dicaram a um estudo<br />
mais sistemático do interior <strong>da</strong>s cavernas estão o dinamarquês Peter Wilhelm Lund<br />
(1801-1880) e o alemão Richard Krone (1861-1917). Para Dequech (2000), escolher<br />
entre Lund e Krone como fun<strong>da</strong>dor <strong>da</strong> Espeleologia nacional é tarefa <strong>de</strong>lica<strong>da</strong>. Para<br />
tanto, não seria correto comparar os valores científicos dos trabalhos <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um,<br />
critério que resultaria em Lund como o precursor, mas sim <strong>de</strong>ve-se comparar a natureza<br />
e a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> científica <strong>de</strong> suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s nas cavernas. Dessa forma, <strong>de</strong>staque seria<br />
<strong>da</strong>do a Krone.<br />
Vale a pena ressaltar que nessa etapa não ocorria o estudo sistemático do Carste,<br />
mas sim <strong>de</strong> parte integrante <strong>de</strong>ssa paisagem: as cavernas.<br />
A partir <strong>de</strong> 1840, o termo karst passa a figurar os estudos científicos com o<br />
objetivo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar genericamente um tipo específico <strong>de</strong> relevo. Para Kranjc (2001;<br />
2006), na segun<strong>da</strong> meta<strong>de</strong> do século XIX, surgem importantes trabalhos <strong>sobre</strong> o <strong>carste</strong>,<br />
favorecendo o <strong>de</strong>bate e a organização dos conhecimentos até então adquiridos,<br />
aparecendo os primeiros mo<strong>de</strong>los evolutivos do <strong>carste</strong> nesse período.<br />
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