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BOLETIM ARQUITETOS 229.indd - Ordem dos Arquitectos

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Impulso também, por vontade e/ou necessidade, de passar<br />

fronteiras, de internacionalizar, individual e colectivamente.<br />

Nesta nova possibilidade nascida da impossibilidade, cria-se<br />

o espaço para (re)aprender a lidar com a condição de depen -<br />

dência 3 Impulso também, por vontade e/ou necessidade, de passar<br />

fronteiras, de internacionalizar, r, r individual e colectivamente.<br />

Nesta nova possibilidade nascida da impossibilidade, cria-se<br />

o espaço para (re)aprender a lidar com a condição de depen -<br />

dência própria da profissão, reflectir e agir, pensar num futu -<br />

ro para a arquitectura portuguesa.<br />

“Do caos nascem estrelas” ou “da crise nasce a consciência”;<br />

depois de um momento de pensar e promover a arquitectura<br />

fora de portas na senda da internacionalização, será talvez<br />

o momento de repensar uma nacionalização da arquitectura<br />

portuguesa, estimando e estimulando as boas práticas exis -<br />

tentes [resistentes] no território nacional e criando as condi -<br />

ções para que o crescente número de arquitectos que saem do<br />

país – numa lógica de internacionalizemigração – possa re -<br />

gressar com todo o seu know-how acumulado.<br />

Sim, porque por desejo ou contingência, a internacionalização<br />

é já uma realidade.<br />

3 própria da profissão, reflectir e agir, r, r pensar num futu -<br />

ro para a arquitectura portuguesa.<br />

“Do caos nascem estrelas” ou “da crise nasce a consciência”; ”; ”<br />

depois de um momento de pensar e promover a arquitectura<br />

fo f ra de portas na senda da internacionalização, será talvez<br />

o momento de repensar uma nacionalização da arquitectura<br />

portuguesa, estimando e estimulando as boas práticas exis -<br />

tentes [resistentes] no território nacional e criando as condi -<br />

ções para que o crescente número de arquitectos que saem do<br />

país – numa lógica de internacionalizemigração – possa re -<br />

gressar com todo o seu know-how acumulado.<br />

Sim, porque por desejo ou contingência, a internacionalização<br />

é já uma realidade.<br />

CRISTINA CASTELO BRANCO<br />

Doutoranda Douto to t ra r nda em Cultura Arq Arquitectónica rq r uite te t ctó tó t nica e Ur UUrbana, bana, DArq DA D rq r / FCTUC F FCTUC<br />

UC U<br />

Marselha, Deze Dezembro ze z mbro 2012<br />

4<br />

INTERNACIONALIZAÇÃO<br />

A internacionalização <strong>dos</strong> <strong>dos</strong> arquitectos. arquitectos. Um facto, fa f cto, uma alterna alterna -<br />

tiva, uma consequência? Existirão sempre duas versões, duas<br />

faces fa f ces da mesma moeda sobre este assunto, assim como na<br />

maioria <strong>dos</strong> temas que abrangem abrangem questões sociais.<br />

Está intrínseco na nossa natureza (especialmente nós por -<br />

tugueses e o “fado” “fad “f o” que nos persegue) muitas vezes encarar a<br />

mudança como um obstáculo, uma adversidade, quando, no<br />

entanto, passa muito por poder ser uma oportunidade disfar disfa sfa sf r -<br />

çada. Fala-se bastante actualmente na tentativa (muitas vezes<br />

frustrada) <strong>dos</strong> ateliers exportarem exportarem projectos, proj oj o ectos, como um um último<br />

esfo esforço fo f rço de resposta à crise que se instalou. Para esses, é talvez<br />

tarde ou muito mais trabalhoso trabalhoso conseguirem vingar interna -<br />

cionalmente, pois será sempre um processo muito experimen -<br />

tal, numa primeira fa ffase, se, exigindo algum tempo de adaptação,<br />

aprendizagem, aprendizagem, investimento, nos nos méto<strong>dos</strong> que naturalmente<br />

são bastante diferentes dife fe f rentes <strong>dos</strong> nossos.<br />

Do outro lado, infe infelizmente fe f lizmente pouco divulgado, existem algumas<br />

equipas de arquitectos que, com ou sem crise, sempre tiveram<br />

a ambição, curiosidade, humildade, de querer desbravar outros<br />

territórios. São São esses que hoje hoj oj o e vingam pois já há muitos anos<br />

começaram a investir fora fo f ra de Portugal, paralelamente. São es -<br />

ses que, antes de escassear o trabalho em terras lusas, se aven -<br />

turaram por outros lugares e que se mantêm na luta por traba -<br />

lho, sem pessimismos, sem discursos negativos ou derrotistas.<br />

derrotistas.<br />

São esses que viram para além do óbvio, e que anteciparam a<br />

procura procura de outras hipóteses.<br />

Exportar projectos; proj oj o ectos; é sem dúvida uma das soluções a médio<br />

prazo de resposta à crise. É também uma grande oportunidade,<br />

se eventualmente existirem associações a arquitectos naturais<br />

desses países, que assim cumpram um intercâmbio de conhe -<br />

cimentos, conceitos, dinâmicas, e consequentemente engran -<br />

decerão os trabalhos a realizar. Para além do projecto proj oj o ecto em si, a<br />

experiência será tão enriquecedora enriquecedora que não tem apenas valor<br />

económico, e isso será sempre uma mais-valia. A troca de sa -<br />

beres além-fronteiras será eficaz traduzindo uma complemen -<br />

taridade de motivações e objectivos.<br />

obj bj b ectivos.<br />

É já conhecido que Portugal é um <strong>dos</strong> países da União Europeia<br />

com mais arquitectos per capita. Por outro lado tem sido também<br />

divulgado e é com certeza notável o reconhecimento que<br />

alguns portugueses têm obtido internacionalmente seja seja na re -<br />

alização de projectos, proj oj o ectos, seja em áreas artísticas complementares<br />

à arquitectura. Tem Te T m sido recorrente a distinção através de pré -<br />

mios e cada vez mais constante ouvirmos nos meios de comu -<br />

nicação nomes facilmente fa f cilmente identifica<strong>dos</strong> como “nossos”. É o re -<br />

sultado da globalização mas também das grandes capacidades<br />

<strong>dos</strong> nossos profissionais.<br />

Urge uma mudança de rumo na profissão. Talvez Ta T lvez a criação de<br />

programas que formem fo f rmem uma nova consciência preparada para<br />

a ruptura, ruptura, ou até mesmo meios de partilhar experiências bem<br />

conseguidas lá fo ffora ra que sejam incentivadoras principalmente<br />

para as gerações mais novas. Urge acabar com o cliché do des -<br />

tino que nos assombra. Urge apoiar o que é nosso, indepen -<br />

dentemente de ser aqui, ou noutro continente, continente, e e acreditar que<br />

podemos ultrapassar as dificuldades e que a arquitectura em<br />

Portugal pode vir a ganhar.<br />

MARIANA BRILHA SALDANHA<br />

3 “(...) architecture at every stage of its existence (...) is bueted bueted by external forces. (...) Architecture is defined by its very contigency,<br />

y, y<br />

by its very uncertainty in the face of (...) outside forces”. Till, 2009, p. 21.

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