<strong>Arquitectos</strong> no Boletim ba 231. Maio 2013. Política Polít ít í ica Pública de Arquitectura A sua implementação pelo Estado Português constitui um <strong>dos</strong> principais desígnios do actual mandato nacional da <strong>Ordem</strong> <strong>dos</strong> <strong>Arquitectos</strong>. Qualquer Política Polít ít í ica Nacional de Arquitectura é sempre uma Polít Política ít í ica Pública para os cidadãos, envolvendo e vinculando o Estado num conjunto conj nj n unto de princípios orientadores que visam o ambiente construído construíd íd í o e a qualidade de vida, a regeneração urbana e paisagística, a sustentabilidade energética e o combate às alterações climáticas, bem como a educação e a participação <strong>dos</strong> cidadãos. O SEU PONTO DE VISTA TA T QUEREMOS QU Q ERE RE R MOS LER A SUA UA U OPINIÃO, CONHECER AS SUAS SUA UA U S PROPOSTAS PRO RO R POSTA TA T S PARA PA P RA R UMA POLÍTICA NACIONAL, NA N CIONA NA N L, OU PÚBLICA, DE ARQUITECTURA. ARQ RQ RQU QUITECTURA RA R . Interessado em partilhar os seus contributos, aposte também na discussão de ideias. Envie o seu texto com até 3500 caracteres incluindo espaços até ao próximo dia 3 de Maio para integrar a edição de Maio 2013 do ba. Os autores publica<strong>dos</strong> recebem o boletim impresso. IMPRESSIONE-NOS. envie-nos o seu contributo: paulo.serodio@ordem<strong>dos</strong>arquitectos.pt
1 INTERNACIONALIZAÇÃO: QUANDO A A VONTADE VO V NTA TA T DE SE SE TORNA NECESSIDADE NECESSIDADE (...) Quero refletir sobre o fenómeno fe f nómeno da internacionalização na atual conjuntura e os caminhos que se estão a formar fo f rmar para os jovens arquitetos, incluindo eu mesmo. Isto espelha-se em duas palavras da afirmação do texto de apresentação deste Call for fo f r Papers que passo a citar: “Por vontade ou por necessidade, a internacionalização <strong>dos</strong> arquitetos portugueses tem percorri percorri - do caminhos distintos.” Sublinho, “por vontade ou por neces - sidade”. Pois. Aqui está a parte crítica crít ít í ica da questão. Até à His - tória mais recente a internacionalização tem acontecido por vontade, porque houve oportunidades, porque se acreditou na qualidade das obras produzidas por arquitetos portugue - ses, qualidade qualidade aliás reconhecida internacionalmente de for fo f r - ma irredutível, irredutív ív í el, porque estávamos seguros que tínhamos tínhamos algo a “ensinar” aquém e além-fronteiras, porque provavelmente tínhamos algo a dizer na prática de arquitetura, e porque ha - via fe fferramentas rramentas para o fa ffazer, zer, r, r repito, por vontade. Vivemos num mundo globalizado, já um lugar-comum, vivemos interliga<strong>dos</strong>, é certo, e a internacionalização de produtos, ideias ideias e práticas práticas é um bem essencial para afirmar uma cultura, a nossa, um país, o nosso, os profissionais, nós. As trocas trocas políticas, polít ít í icas, económicas e culturais entre países são fundamentais fundamentais na criação de relações, quer de complemento, quer de concorrência. Somos nações in - dependentes, umas mais do que outras, mas interligadas. Já se sabe e já se estava a fazer fa f zer por isso! Porém, a reviravolta vislumbra-se nas circunstâncias atuais, a situação difícil em que estamos e que recentemente tem feito fe f ito massas saírem às ruas. ruas. É a crise! Repentinamente Repentinamente deixámos de o fazer fa f zer por vontade e temos que o fazer fa f zer por necessidade. Subitamente a internacionalização passou a fazer fa f zer parte <strong>dos</strong> dis - cursos diários, quando já se verificava. Tornou-se To T rnou-se na cura para PAPERS Internacionalização Inte te t rnacionaliza za z ção O mote fo ffoi i lançado e recebemos nove “impressões”, de que se publicam sete; por razões de espaço nem to<strong>dos</strong> tiveram o seu lugar na versão impressa mas to<strong>dos</strong> cabem no blogue (boletimarquitectos.wordpress.com). (boletimarquitectos.w .w . ordpress.com). Continuamos a contar com a participação <strong>dos</strong> membros; de seguida com o Emprego e depois, como anunciado nesta edição, com a Política Polít ít í ica Pública de Arquitectura. Participe e impressione-nos. uma doença recentemente diagnosticada. diagnosticada. Acho que isto muda drasticamente o sentido da internacionalização. Quando ou - vimos os arquitetos Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura (lá voltamos aos mesmos!) dizer que apenas apenas têm oportunidades no estrangeiro e que essa é a salvação da sua prática profissional em Portugal, tocamos na ferida. fe f rida. Quando antes antes exportar fo ffosse sse o que fo ffosse sse era uma ferramenta fe f rramenta para difundir sucessos nacio - nais, agora é apenas uma forma fo f rma de tentar atingir os objectivos obj bj b ectivos em Portugal. O revés. Citando Clara Ferreira Alves num artigo que escreveu para o Jornal Arquitetos, intitulado “Ser In Quê?”, “o Estado está em estado falido, fa f lido, o desemprego é a circunstância do homem (e sobretudo da mulher) r) r e o fr ffree-lancing, ee-lancing, g, g nome bonito para o recibo verde e a fa ffatura tura por pagar, pagar, r, r é a moda das pro - fissões não suficientemente liberais para serem ren<strong>dos</strong>as”, e acrescento, é a razão porque a vontade se tornou em necessidade. Acredito ser importante refletir sobre este ponto de vista. Aproveito este momento para partilhar a minha experiência pessoal, no âmbito âmbito da internacionalização, e a minha modesta mas relevante opinião no mesmo âmbito e segundo este raciocínio, um pouco crítico. crít ít í ico. Sou português, arquiteto, ainda esta - giário, e trabalho na Cidade do México, “internacionalizei-me” portanto. Antes já havia saído, estudei um ano em Berlim no âmbito do programa europeu Erasmus, tantos outros o fazem fa f zem e cada vez mais (ainda bem!) pois acredito ser a primeira sequela sequela na trilogia da internacionalização. Fi-lo por vontade. Acredito que estudar noutro país, em circunstâncias fora fo f ra da minha zona de conforto confo fo f rto é benéfico. Aprende-se muito e de outras formas, fo f rmas, vivem-se experiências diferentes, dife fe f rentes, contacta-se com outras for fo f r - mas de pensar e agir, r, r vêem-se e vivenciam-se lugares e vidas distintas, enriquece-se. Ao mesmo tempo exportam-se ide - ais, práticas e pensamentos. Por vontade, porque há quem não o ambicione e tem o direito de não o querer fazer. fa f zer. Como nota acrescento que durante esta experiência tive o primeiro con - tacto com o elogio à prática de arquitetura em Portugal, e sim, voltamos aos do costume! Naquela altura fi-lo por vontade. Agora estou do outro lado do oceano Atlântico, no México. Sim, no jantar de receção que tão simpaticamente me oferece ofe of rece - ram aqueles que são agora meus colegas colegas de trabalho e amigos na noite em que cheguei, elogiaram a arquitetura portuguesa e, por supuesto, os arquitetos Álvaro Siza e Souto de Moura fo fforam ram