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2006 universidade federal de santa catarina ... - Materiais - UFSC

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<strong>2006</strong><br />

PALLOMA VIEIRA MUTERLLE<br />

TCC – <strong>UFSC</strong><br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA<br />

CARACTERIZAÇÃO TRIBOLÓGICA DE LIGAS SINTERIZADAS<br />

A BASE DE FERRO E COBRE<br />

PALLOMA VIEIRA MUTERLLE


UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA<br />

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE MATERIAIS<br />

PALLOMA VIEIRA MUTERLLE<br />

CARACTERIZAÇÃO TRIBOLÓGICA DE LIGAS SINTERIZADAS<br />

A BASE DE FERRO E COBRE<br />

FLORIANÓPOLIS<br />

<strong>2006</strong>


UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA<br />

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE MATERIAIS<br />

PALLOMA VIEIRA MUTERLLE<br />

CARACTERIZAÇÃO TRIBOLÓGICA DE LIGAS SINTERIZADAS<br />

A BASE DE FERRO E COBRE<br />

Trabalho <strong>de</strong> Graduação apresentado ao Curso <strong>de</strong><br />

Graduação em Engenharia <strong>de</strong> <strong>Materiais</strong> da<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina como<br />

parte dos requisitos para a obtenção do título <strong>de</strong><br />

Engenheiro <strong>de</strong> <strong>Materiais</strong>.<br />

Orientador: Prof. Hazim Ali Al-Qureshi<br />

Co-orientadores: Prof. Alberto Molinari e<br />

Prof. Giovanni Straffelini<br />

FLORIANÓPOLIS<br />

<strong>2006</strong>


PALLOMA VIEIRA MUTERLLE<br />

CARACTERIZAÇÃO TRIBOLÓGICA DE LIGAS SINTERIZADAS<br />

A BASE DE FERRO E COBRE<br />

Este Trabalho <strong>de</strong> graduação foi julgado a<strong>de</strong>quado para a obtenção do título <strong>de</strong><br />

Engenheiro <strong>de</strong> <strong>Materiais</strong> e aprovado em sua forma final pelo Curso <strong>de</strong> Graduação em<br />

Engenharia <strong>de</strong> <strong>Materiais</strong> da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina.<br />

Comissão Examinadora<br />

_________________________________<br />

Prof. Dylton Do Vale Pereira Filho, M.Sc.<br />

Coor<strong>de</strong>nador<br />

___________________________<br />

Prof. Hazim Ali Al-Qureshi, Ph.D<br />

Orientador<br />

__________________________<br />

Prof. Aloisio Klein, Dr. Ing.<br />

<strong>UFSC</strong>


Ficha Catalográfica<br />

MUTERLLE, Palloma Vieira.<br />

Caracterização tribológica <strong>de</strong> ligas sinterizadas a base <strong>de</strong> ferro e<br />

cobre. Florianópolis, <strong>UFSC</strong>, Curso <strong>de</strong> Graduação em Engenharia <strong>de</strong><br />

<strong>Materiais</strong>, <strong>2006</strong>.<br />

CII, 102 p.<br />

Trabalho <strong>de</strong> Graduação: Engenharia <strong>de</strong> <strong>Materiais</strong><br />

Orientador: Hazim Ali Al-Qureshi<br />

1. Sinterizados 2. Resistência ao <strong>de</strong>sgaste 3. Buchas 4. Engrenagens<br />

I. Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Santa Catarina<br />

II. Título


AGRADECIMENTOS<br />

À empresa GKN Sinter Metals Itália pela oportunida<strong>de</strong> e confiança na Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Trento, pois sem esta, este projeto <strong>de</strong> pesquisa não seria <strong>de</strong>senvolvido. À comissão <strong>de</strong><br />

estágios da <strong>UFSC</strong>, pelo acompanhamento, orientação e organização.<br />

Aos Profs. Giovanni Straffelini (orientador do estágio) e Alberto Molinari (Chefe <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>partamento, orientador e coor<strong>de</strong>nador do projeto), pela atenção e orientação<br />

dispensada, pelo apoio e amiza<strong>de</strong>, e principalmente por haverem me concentido esta<br />

oportunida<strong>de</strong> na Itália.<br />

Aos Profs. Hazim A. Al-Queresh, Márcio Fre<strong>de</strong>l e Aloísio Klein, pelo apoio, ajuda e<br />

amiza<strong>de</strong> durante todos estes anos <strong>de</strong> faculda<strong>de</strong>, inclusive neste período que estou longe.<br />

Ao Henrique Pavanati, pelo apoio e ajuda prestados durante todo este período que<br />

estive na Itália.<br />

Aos doutorandos, amigos e colegas <strong>de</strong> trabalho, Marianna, Denis, Stefano, Luca<br />

Girardini, Francesco Casari, Mario, Francesco Endrici, Matteo, Luca Fachini, Pepe,<br />

Georgio, pela ajuda prestada na realização das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas, ajuda no<br />

italiano e inglês, pelas horas <strong>de</strong> intervalo, e principalmente pela amiza<strong>de</strong> <strong>de</strong> sempre.<br />

Ao Professor Massimo Pellizzari, e às pesquisadoras Cinzia Menapace e Lorena<br />

Maines, pela amiza<strong>de</strong> e alegria <strong>de</strong> sempre. Ao pessoal do laboratório <strong>de</strong> cerâmica, o qual<br />

foi obrigado a suportar os ruídos agudos dos meus experimentos e mesmo assim me<br />

tratavam muito bem. Aos meus companheiros <strong>de</strong> casa e amigos Valentina, Sara e<br />

Lorenzo, pelo apoio e pelas jantas.<br />

Aos meus amigos do Brasil, em especial a minha amiga Letícia, que mesmo estando a<br />

distância sempre estavam apoiando-me e incentivando-me, como se estivessem aqui.<br />

Aos meus amigos do pólo aquático que durante todos estes anos <strong>de</strong> faculda<strong>de</strong> sempre<br />

fizeram parte da minha vida.<br />

Às minhas amigas Nolisa e Patrícia, amigas da época <strong>de</strong> Blumenau que me <strong>de</strong>ram<br />

tanta força quando fui morar fora <strong>de</strong> casa, com apenas 16 anos, a se não fossem elas!<br />

Infelizmente o tempo e a vida nos separou, mas a amiza<strong>de</strong> e o carinho por elas não<br />

acabará nunca.<br />

Às amigas da época <strong>de</strong> escola e <strong>de</strong> hoje, Débora, Karine e Daniela, eramos um<br />

quarteto terrível, maravilhoso aquele tempo, muitas sauda<strong>de</strong>s, adoro vocês.<br />

À Manuela, gran<strong>de</strong> companheira <strong>de</strong> quarto por tanto tempo, amiga <strong>de</strong> todas as horas,<br />

sempre muito sabia e louca, sem falar do quanto é inteligente e competente.


Aos meus amigos da época <strong>de</strong> adolescente, galera da rua, principalmente Dani (que<br />

Deus o tenha), e Gustavo, e aqueles dos verões do caça e tiro, tempo muito bom. À<br />

galera da nataçao, o turminha festeira e boa que era aquela.<br />

À todos os meus ex. rolos e namorados durante estes anos, os quais me ajudaram a<br />

crescer e me ensinaram alguma coisa, <strong>de</strong> um jeito ou <strong>de</strong> outro.<br />

À Dona Maria, minha 3° vó, que me acolheu e me ajudou muito naquela época em<br />

Jaragua do Sul.<br />

Ao Rodrigo e a Débora, amiza<strong>de</strong> da facul que tenho certeza não terminará aqui, se<br />

mesmo quando estávamos longe <strong>de</strong>ram um jeito e acabamos nos encontrando aqui na<br />

Europa. E a todos aqueles outros que estudaram comigo durante todos esses anos.<br />

À Carol e Michelle, amigas brasileiras que tive o prazer e a sorte <strong>de</strong> conhecer aqui, as<br />

quais me ajudaram tanto durante meu período <strong>de</strong> adaptação.<br />

Ao Dário, uma pessoa maravilhosa, amiga, companheira, leal, que é muito importante<br />

pra mim e que tive o privilégio e a sorte <strong>de</strong> conhecer na Itália, a qual me <strong>de</strong>u muita força<br />

neste período, estando sempre ao meu lado, mesmo naqueles dias que eu estava<br />

impossível <strong>de</strong> lidar. Grazie per tutto bello mio.<br />

Ao Ju, meu primo amado, que sempre pra on<strong>de</strong> eu fui me acompanhou, até o dia que<br />

resolveu voltar pra casa me abandonando, te adoro gurí.<br />

À Rita, Mema, e sua família, pessoas amigas especiais as quais são como se fossem<br />

da minha família, e que sempre estiveram presentes tanto nas horas boas quanto nas<br />

difíceis.<br />

E em especial a minha família, principalmente aos meus pais Erineu e Zilda, minhas<br />

irmãs Carmella e Carolle e meus avós Sílvio e Zilda, as pessoas que mais amo na vida,<br />

as quais sempre fizeram <strong>de</strong> tudo pra me verem crescer e chegar on<strong>de</strong> estou hoje, se não<br />

fosse eles, não seria o que sou.<br />

Pai e mãe, obrigada do fundo do meu coração por todo o esforço que fizeram até<br />

agora, e que provavelmente ainda farão, para eu ser esta pessoa que sou. Desculpem-me<br />

por todas aquelas horas que fiz vocês per<strong>de</strong>rem a paciência e o sono <strong>de</strong>vido a minha<br />

vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> largar a faculda<strong>de</strong>, se não fosse vocês......principalmente o senhor meu pai, se<br />

não tivesse insistido e a senhora mãe, se não tivesse segurado a barra, eu não teria<br />

chegado aqui, <strong>de</strong>morei um pouco, mas consegui. Amo muito vocês.<br />

E por ultimo agra<strong>de</strong>ço a Deus por ter colocado todas essas pessoas maravilhosas na<br />

minha vida, e porque sem ele nada disso tudo seria possível.<br />

Obrigada a todos, e <strong>de</strong>sculpem-me se às vezes sou um tanto quanto ausente.


RESUMO<br />

Este trabalho baseia-se na caracterização microestrutural e tribológia <strong>de</strong> diversos<br />

materiais fabricados pela GKN SinterMetals, com o objetivo <strong>de</strong> obter informações quanto<br />

a qualida<strong>de</strong> do processo <strong>de</strong> sinterização que realizam, e o comportamento <strong>de</strong>stes<br />

materiais quando expostos aos esforços <strong>de</strong> trabalho, pois apresentam uma gran<strong>de</strong><br />

solicitação mecânica. Estes materias são fabricados através da metalurgia do pó, e são<br />

divididos em: Ligas a base <strong>de</strong> Ferro (Distaloys somente sinterizados e tratados<br />

termicamente), a base <strong>de</strong> Cobre (bronzes) e a base <strong>de</strong> Fe+Cu. Os Distaloys são utilizados<br />

na fabricação <strong>de</strong> engrenagens e as ligas <strong>de</strong> bronze e Fe+Cu na fabricação <strong>de</strong> buchas<br />

autolubrificantes. As análises realizadas foram: <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, porosida<strong>de</strong>, microestrutura,<br />

micro e macro dureza, rugosida<strong>de</strong> superficial através da curva <strong>de</strong> Abbott-Firestone e teste<br />

tribológico <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste por <strong>de</strong>slizamente. As análises tribológicas foram realizadas em<br />

um tribômetro AMSLER A135, com configuração “disco contra disco” sendo o movimento<br />

relativo entre estes discos realizado por contato <strong>de</strong>slizante a seco, contracorpo<br />

estacionário (AISI M2) e amostra em rotoção. Foram aplicadas forças normais entre 30N<br />

e 500N, e as velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento entre 0,105 m/s e 0,838 m/s, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo das<br />

proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada amostra. Após caracterização tribológica os Distaloys apresentaram<br />

todos comportamento ao <strong>de</strong>sgaste consi<strong>de</strong>rado mo<strong>de</strong>rado, sendo que aqueles tratados<br />

termicamente apresentaram um melhor comportamento,ou seja, menor taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste<br />

que todos os outros, <strong>de</strong>vido aumento <strong>de</strong> dureza da matriz. Nas amostras <strong>de</strong> bronze e<br />

Fe+Cu a presença <strong>de</strong> grafita apresentou uma gran<strong>de</strong> contribuição para o aumento da<br />

resistência ao <strong>de</strong>sgaste quando comparadas aquelas com ausência <strong>de</strong> grafita, diminuindo<br />

também o valor do coeficiente <strong>de</strong> atrito, mas esta grafita per<strong>de</strong> sua proprieda<strong>de</strong><br />

lubrificante após um certo tempo e o <strong>de</strong>sgaste passa a ser severo, isso ocorreu<br />

principalmente quando foi aumentada a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento para 0,838 m/s, neste<br />

caso as amostras que não possuíam grafita apresentaram melhor <strong>de</strong>sempenho.


ABSTRACT<br />

This work bases on the microstructural and tribological characterization of several PM<br />

materials sintered by GKN SinterMetals; the aim is to investigate the quality of the<br />

sintering process and the behaviour of these materials during exercise. These materials<br />

are manufactured by pow<strong>de</strong>r metallurgy and they are divi<strong>de</strong>d in: Iron based alloys<br />

(Distaloys as sintered and heat treated), Copper alloys (bronzes) and Fe+Cu alloys.<br />

Distaloys are used to product gears and bronze and Fe+Cu alloys are used to product self<br />

lubrification bearings. Every specimens were characterized by means of <strong>de</strong>nsity, porosity,<br />

microstructure, hardness and microhardness, superficial roughness through the curve of<br />

Abbott-Firestone. Dry sliding tests were carried out in a disk on disk configuration using a<br />

AMSLER A135 testing machine. The counterface stationary disk was ma<strong>de</strong> of AISI M2 tool<br />

steel. The tests were carried out with sliding speed ranging between 0,105 and 0.838 m/s<br />

and applied loads ranging between 30N and 500N, <strong>de</strong>pending on the mechanical<br />

properties of each sample. Distaloys shown a good tribological behaviour; heat treated<br />

specimens displayed lower wear coefficient because of their higher hardness. The<br />

bronze+graphite samples were characterized by a lower friction coefficient than bronze<br />

samples. This behaviour was due to the lubricating action exerted by graphite, expecially<br />

at lower speeds. A different wear mechanism, characterized by a higher friction coefficient,<br />

took place at a certain sliding distance, shorter for the higher sliding speed.


SUMÁRIO<br />

RESUMO ...........................................................................................................................24<br />

ABSTRACT .......................................................................................................................25<br />

LISTAS DE ILUSTRAÇÕES .............................................................................................28<br />

LISTA DE TABELAS.........................................................................................................32<br />

1. INTRODUÇÃO ..............................................................................................................17<br />

2.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................17<br />

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................... Errore. Il segnalibro non è <strong>de</strong>finito.<br />

2.1 FUNDAMENTOS DA METALURGIA DO PÓ..........................................................19<br />

2.1.1 METALURGIA DO PÓ FERROSA....................................................................20<br />

2.1.2 METALURGIA DO PÓ DE BRONZE ................................................................21<br />

2.1.3 ETAPAS BÁSICAS DA METALURGIA DO PÓ ................................................21<br />

2.1.3.1 Produção dos pós ......................................................................................21<br />

2.1.3.2 Escolha e mistura dos pós .........................................................................21<br />

2.1.3.3 Compactação/moldagem dos pós..............................................................22<br />

2.1.3.4 Sinterização ...............................................................................................22<br />

2.1.4 ELEMENTOS DE LIGA NA SINTERIZAÇÃO DE MATERIAIS DA MPF ..........24<br />

2.2 CURVA DE ABBOUT-FIRESTONE .................................................................................25<br />

2.3 RESISTÊNCIA AO DESGASTE..............................................................................26<br />

2.3.1 DESGASTE ADESIVO .....................................................................................27<br />

2.3.2 DESGASTE TRIBO-OXIDATIVO......................................................................28<br />

2.3.3 DESGASTE ABRASIVO...................................................................................29<br />

2.3.4 DESGASTE POR FADIGA SUPERFICIAL.......................................................29<br />

2.3.5 DESGASTE POR DESLIZAMENTO.................................................................29<br />

2.4 BUCHAS .............................................................................................................31<br />

2.5 ENGRENAGENS.................................................................................................32<br />

3. MATERIAIS E MÉTODOS EXPERIMENTAIS ..............................................................33<br />

3.1 MATERIAIS.............................................................................................................33<br />

3.1.1 DISTALOYS......................................................................................................33<br />

3.1.2 LIGAS DE BRONZE E A BASE DE Fe+Cu ......................................................34<br />

3.2 MÉTODOS EXPERIMENTAIS ................................................................................35


3.2.1 DENSIDADE E POROSIDADE.........................................................................35<br />

3.2.2 PREPARAÇÃO METALOGRÁFICA .................................................................35<br />

3.2.3 MEDIÇÃO DE MICRO E MACRO DUREZA.....................................................36<br />

3.2.4 MEDIÇÃO DA RUGOSIDADE SUPERFICIAL..................................................36<br />

3.2.5 ANÁLISE QUANTITATIVA DE C e S................................................................36<br />

3.2.6 CARACTERIZAÇÃO TRIBOLÓGICA ...............................................................37<br />

3.2.7 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA AMBIENTAL (ESEM) ........38<br />

3.2.8 ANÁLISE MACROSCÓPICA COM LUPA ESTEREOSCÓPICA ......................39<br />

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ..................................................................................40<br />

4.1 CARACTERIZAÇÃO MACRO E MICRO ESTRUTURAL ....................................40<br />

4.1.1 DISTALOYS SOMENTE SINTERIZADOS........................................................40<br />

4.1.2 DISTALOYS TRATADOS TERMICAMENTE....................................................42<br />

4.1.3 LIGAS DE BRONZE .........................................................................................47<br />

4.1.4 LIGAS DE Cu + Fe ...........................................................................................49<br />

4.1.5 ANÁLISE DA RUGOSIDADE SUPERFICIAL ...................................................51<br />

4.2 CARACTERIZAÇÃO TRIBILÓGICA........................................................................54<br />

4.2.1 DISTALOYS......................................................................................................54<br />

4.2.1.1 Distaloys Sinterizados...............................................................................54<br />

4.2.1.2 Distaloys Tratados Termicamente..............................................................62<br />

4.2.2 LIGAS DE BRONZE E Fe+Cu ..........................................................................76<br />

4.2.2.1 Bronzes......................................................................................................76<br />

4.2.2.2 Ligas <strong>de</strong> Fe+Cu..........................................................................................86<br />

5. CONCLUSÕES .............................................................................................................98<br />

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...........................................................................101


LISTAS DE ILUSTRAÇÕES<br />

Figura 1 – Estágios principais do processo <strong>de</strong> sinterização [8]. ........................................23<br />

Figura 2: Demonstração da curva <strong>de</strong> Abbott-Firestone [17]. .............................................26<br />

Figura 3: Típica evolução do volume <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste com a distância <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento........30<br />

Figura 5 – Imagem frontal do tribômetro Amsler A137 (a) e <strong>de</strong>senho esquemático do<br />

ensaio disco contra disco...................................................................................................37<br />

Figura 6 – Exemplo <strong>de</strong> curvas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (a) e coeficiente <strong>de</strong> atrito (b). ........................38<br />

Figuras 7: Densida<strong>de</strong> 6,9 e 7,1 g/cm 3 (como expecificado pelo fabricante),<br />

respectivamente. Aumento 500X.......................................................................................40<br />

Figura 9: Densida<strong>de</strong> 6,9 e 7,1 g/cm 3 (como expecificado pelo fabricante),<br />

respectivamente. Aumento 500X.......................................................................................42<br />

Figura 10: Densida<strong>de</strong> 6,9 e 7,1 g/cm 3 (como expecificado pelo fabricante),<br />

respectivamente. Aumento 500X.......................................................................................43<br />

Figura 11: Perfil <strong>de</strong> microdureza das amostras <strong>de</strong> DistaloyAE cementadas, <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s 6,9<br />

(a) e 7,1 (b) g/cm 3 ..............................................................................................................44<br />

Figura 12: Densida<strong>de</strong> 6,9 e 7,1 g/cm 3 (como expecificado pelo fabricante),<br />

respectivamente. Aumento 500X.......................................................................................45<br />

Figura 13: Densida<strong>de</strong> 6,9 e 7,1 g/cm 3 (como expecificado pelo fabricante),<br />

respectivamente. Aumento 500X.......................................................................................46<br />

Figura 14: Densida<strong>de</strong> 6,6 e 7,0 g/cm 3 (como expecificado pelo fabricante),<br />

respectivamente. Aumento 200X.......................................................................................47<br />

Figuras 15: Densida<strong>de</strong> 6,4 e 6,8 g/cm 3 (como expecificado pelo fabricante),<br />

respectivamente. Aumento 200X.......................................................................................48<br />

Figuras 16: Densida<strong>de</strong> 5,8 e 6,2 g/cm 3 (como expecificado pelo fabricante),<br />

respectivamente. Aumento 500X.......................................................................................49<br />

Figuras 17: Densida<strong>de</strong> 5,8 e 6,2 g/cm 3 (como expecificado pelo fabricante),<br />

respectivamente. Aumento 500X.......................................................................................50<br />

Figura 18: Curva <strong>de</strong> Abbott-Firestone. Material DAE2 sinterizado. ...................................51<br />

Figura 20: Resultados do teste <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste para o material DistaloyAE* sinterizado.......54<br />

Figura 21: Andamento do coeficiente <strong>de</strong> atrito para <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s 6,9 (a) e 7,1 (b) g/cm 3 ...55<br />

Figura 22: Resultados do teste <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste para o material DistaloyAE sinterizado. .......55<br />

Figura 23: Andamento do coeficiente <strong>de</strong> atrito para <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s 6,9 (a) e 7,1 (b) g/cm 3 ...56


Figura 24: Secção transversal (aumento 200x)(a) e superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (b)................57<br />

Figura 25: Superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (a), fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no intervalo <strong>de</strong><br />

0-15min, (b) e intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (c). (ESEM). ...........................................................57<br />

Figura 26: Espectro dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no interval <strong>de</strong> 0-15min (a) e no<br />

intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (b) (ESEM). ...................................................................................57<br />

Figura 27: Secção transversal (aumento 200x)(a) e superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (b)................60<br />

Figura 28: Superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (a), fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no intervalo <strong>de</strong><br />

0-15min, (b) e intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (c), (ESEM). ...........................................................60<br />

Figura 29: Espectro dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no interval <strong>de</strong> 0-15min e 60-90<br />

min (ESEM). ......................................................................................................................60<br />

Figura 30: Resultados do teste <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste para o material DistaloyAE* tratado<br />

termicamente. ....................................................................................................................62<br />

Figura 31: Andamento do coeficiente <strong>de</strong> atrito para <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s 6,9 (a) e 7,1 (b) g/cm 3 ...62<br />

Figura 32: Resultados do teste <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste para o material DistaloyAE cementado........63<br />

Figura 33: Andamento do coeficiente <strong>de</strong> atrito para <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s 6,9 (a) e 7,1 (b) g/cm 3 ...63<br />

Figura 34: Resultados do teste <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste para o material DistaloyDH* sintertemperado<br />

+ revenido..........................................................................................................................64<br />

Figura 35: Andamento do coeficiente <strong>de</strong> atrito para <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s 6,9 (a) e 7,1 (b) g/cm 3 ...64<br />

Figura 36: Resultados do teste <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste para o material DistaloyDH* sintertemperado.<br />

...........................................................................................................................................65<br />

Figura 37: Andamento do coeficiente <strong>de</strong> atrito para <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s 6,9 (a) e 7,1 (b) g/cm 3 ...65<br />

Figura 38: Secção transversal (aumento 200x)(a) e superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (b)................67<br />

Figura 39: Superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (a), fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no intervalo <strong>de</strong><br />

0-15min, (b) e intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (c), (ESEM). ...........................................................67<br />

Figura 40: Espectro dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no interval <strong>de</strong> 0-15min (a) e no<br />

intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (b)(ESEM). ....................................................................................67<br />

Figura 41: Secção transversal (aumento 200x)(a) e superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (b)................68<br />

Figura 42: Superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (a), fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no intervalo <strong>de</strong><br />

0-15min, (b) e intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (c), (ESEM). ...........................................................68<br />

Figura 43: Espectro dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no interval <strong>de</strong> 0-15min (a) e no<br />

intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (b)(ESEM). ....................................................................................68<br />

Figura 44: Secção transversal (aumento 200x)(a) e superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (b)................71<br />

Figura 45: Superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (a), fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no intervalo <strong>de</strong><br />

0-15min, (b) e intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (c), (ESEM). ...........................................................71


Figura 46: Espectro dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no interval <strong>de</strong> 0-15min e 60-90<br />

min (ESEM). ......................................................................................................................72<br />

Figura 47: Secção transversal (aumento 200x)(a) e superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (b)................72<br />

Figura 48: Superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (a), fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no intervalo <strong>de</strong><br />

0-15min, (b) e intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (c), (ESEM). ...........................................................72<br />

Figura 49: Espectro dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no interval <strong>de</strong> 0-15min (a) e no<br />

intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (b) (ESEM). ...................................................................................73<br />

Figura 51: Andamento do coeficiente <strong>de</strong> atrito para <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s 6,6 (a) e 7,0 (b) g/cm 3 ...77<br />

Figura 53: Andamento do coeficiente <strong>de</strong> atrito para <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s 6,4 (a) e 6,8 (b) g/cm 3 ...78<br />

Figura 54: Secção transversal (aumento 200x)(a) e superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (b)................79<br />

Figura 55: Superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (a), fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no intervalo <strong>de</strong><br />

0-15min, (b) e intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (c), (ESEM). ...........................................................79<br />

Figura 56: Espectro dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no interval <strong>de</strong> 0-15min e 60-90<br />

min (ESEM). ......................................................................................................................79<br />

Figura 57: Secção transversal (aumento 200x)(a) e superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (b)................80<br />

Figura 58: Superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (a), fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no intervalo <strong>de</strong><br />

30-90min (ESEM). .............................................................................................................80<br />

Figura 59: Espectro dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no interval <strong>de</strong> 30-90min<br />

(ESEM). .............................................................................................................................80<br />

Figura 60: Superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (a), fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no intervalo <strong>de</strong><br />

0-15min, (b) e intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (c), (ESEM). ...........................................................84<br />

Figura 61: Espectro dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no interval <strong>de</strong> 0-15min (a) e no<br />

intervalo <strong>de</strong> 60-90min (b)(ESEM). .....................................................................................84<br />

Figura 62: Superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (a), fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no intervalo <strong>de</strong><br />

0-15min, (b) e intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (c), (ESEM). ...........................................................85<br />

Figura 63: Espectro dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no interval <strong>de</strong> 0-15min e 60-<br />

90min (ESEM). ..................................................................................................................85<br />

Figura 67: Andamento do coeficiente <strong>de</strong> atrito para <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s 5,8 (a) e 6,2 (a) g/cm 3 ...87<br />

Figura 68: Amostra F* (a) e contracorpo (b) após prova <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste a 100N...................88<br />

Figura 69: Secção transversal (aumento 200x)(a) e superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (b)................89<br />

Figura 70: Superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (a), fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no intervalo <strong>de</strong><br />

0-15min, (b) e intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (c), (ESEM). ...........................................................89<br />

Figura 71: Espectro dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no interval <strong>de</strong> 0-15min e 60-90<br />

min (ESEM). ......................................................................................................................90


Figura 72: Secção transversal (aumento 200x)(a) e superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (b)................90<br />

Figura 73: Superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (a), fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no intervalo <strong>de</strong><br />

30-60 min, (b) e intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (c), (ESEM). ........................................................90<br />

Figura 74: Espectro dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no interval <strong>de</strong> 30-60 min (a) e<br />

no intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (b)(ESEM). ...............................................................................91<br />

Figura 75: Secção transversal (aumento 200x)(a) e superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (b)................93<br />

Figura 76: Superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (a), fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no intervalo <strong>de</strong><br />

30-60 min, (b) e intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (c), (ESEM). ........................................................93<br />

Figura 77: Espectro dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no interval <strong>de</strong> 30-60 min e 60-<br />

90 min (ESEM). .................................................................................................................94<br />

Figura 78: Secção transversal (aumento 200x)(a) e superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (b)................94<br />

Figura 79: Superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (a), fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no intervalo <strong>de</strong><br />

0-90 min (b) (ESEM)..........................................................................................................95<br />

Figura 80: Espectro dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no interval <strong>de</strong> 0-90 min<br />

(ESEM). .............................................................................................................................95


LISTA DE TABELAS<br />

Tabela 1: Valores típicos <strong>de</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste mo<strong>de</strong>rado, para materiais não porosos. [20]<br />

...........................................................................................................................................31<br />

Tabela 2: Condições <strong>de</strong> fabricação e composição química dos Distaloys.........................33<br />

Tabela 3: Condições <strong>de</strong> fabricação e composição química das ligas <strong>de</strong> bronze e Fe+Cu.<br />

...........................................................................................................................................34<br />

Tabela 4: Resultados da análise <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e porosida<strong>de</strong> para DistaloyAE* sinterizado.<br />

...........................................................................................................................................41<br />

Tabela 5: Resultados da análise <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e porosida<strong>de</strong> para DistaloyAE sinterizado.<br />

...........................................................................................................................................42<br />

Tabela 6: Resultados da análise <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e porosida<strong>de</strong> para DistaloyAE* TT. .........43<br />

Tabela 7: Resultados da análise <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e porosida<strong>de</strong> para DistaloyAE cementado.<br />

...........................................................................................................................................44<br />

Tabela 8: Resultados da analise <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e porosida<strong>de</strong> para DistaloyDH* sintert+rev.<br />

...........................................................................................................................................45<br />

Tabela 9: Resultados da analise <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e porosida<strong>de</strong> para DistaloyDH* sintert. ...46<br />

Tabela 10: Resultados da analise <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e porosida<strong>de</strong> para B sinterizado............47<br />

Tabela 11: Resultados da analise <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e porosida<strong>de</strong> para B2 sinterizado..........48<br />

Tabela 12: Resultados da analise <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e porosida<strong>de</strong> para F sinterizado. ...........49<br />

Tabela 13: Resultados da analise <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e porosida<strong>de</strong> para F* sinterizado...........50<br />

Tabela 14: Valores médios da curva <strong>de</strong> Abbott-Firestone. ................................................52<br />

Tabela 15: Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> DistaloyAE* sinterizado. ................................................54<br />

Tabela 16: Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> DistaloyAE sinterizado...................................................55<br />

Tabela 17: Resultados dos testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste a 100N para Distaloys somente<br />

sinterizados........................................................................................................................59<br />

Tabela 18: Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> DistaloyAE* sinterizado + trat. termicamente. ...............62<br />

Tabela 19: Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> DistaloyAE sinterizado + cementado.............................63<br />

Tabela 20: Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> DistaloyDH* sintertemperado + revenido.......................64<br />

Tabela 21: Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> DistaloyDH* sintertemperado. .......................................65<br />

Tabela 22: Resultados dos testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste a 500N nos Distaloys tratados<br />

termicamente. ....................................................................................................................70


Tabela 23: Resultados dos testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste a 500N nos Distaloys tratados<br />

termicamente. ....................................................................................................................74<br />

Tabela 24: Resumo dos resultados obtidos com os ensaios <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste para os Distaloys<br />

...........................................................................................................................................75<br />

Tabela 25: Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> B sinterizado..................................................................76<br />

Tabela 26: Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> B2 sinterizado................................................................77<br />

Tabela 27: Resultados dos testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste a 30N para bronzes.................................82<br />

Tabela 28: Resultados dos testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste a 100N para bronzes...............................83<br />

Tabela 29: Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> F sinterizado. .................................................................86<br />

Tabela 30: Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> F* sinterizado.................................................................87<br />

Tabela 31: Resultados dos testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste a 30N para ligas a base <strong>de</strong> Fe+Cu..........92<br />

Tabela 32: Resultados dos testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste a 100N para ligas a base <strong>de</strong> Fe+Cu........95<br />

Tabela 33: Resumo dos resultados obtidos com os ensaios <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste para buchas e<br />

ligas Fe+Cu. ......................................................................................................................96


INTRODUÇÃO<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

O presente trabalho <strong>de</strong> conclusão <strong>de</strong> curso foi <strong>de</strong>senvolvido através <strong>de</strong> uma<br />

colaboração entre o <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> Engenharia <strong>de</strong> <strong>Materiais</strong> da Università <strong>de</strong>gli Studi di<br />

Trento e a Empresa GKN Sinter Metals – Itália, a qual é fabricante lí<strong>de</strong>r mundial em<br />

componentes sinterizados. Entre estes os principais são buchas e engrenagens.<br />

Estes componentes apresentam uma gran<strong>de</strong> solicitação mecânica quando em<br />

trabalho, pois durante seu funcionamento estão em contato com outro corpo metálico, o<br />

que favorece o mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste. Outro ponto que favorece este mecanismo é o<br />

fato <strong>de</strong> serem expostos a um sistema tribológico – constituintes atmosféricos (moléculas<br />

<strong>de</strong> ar, umida<strong>de</strong>, agentes corrosivos, entre outros) e elementos interfaciais como<br />

lubrificantes e partículas abrasivas – o qual é bastante nocivo, interferindo negativamente<br />

na resistência ao <strong>de</strong>sgaste do material.<br />

Estes componentes são fabricados através da metalurgia do pó pois normalmente<br />

on<strong>de</strong> são aplicados não é possível realizar uma a<strong>de</strong>quada manutenção, ou, e sobre tudo,<br />

em aplicações on<strong>de</strong> não é possível realizar um sistema <strong>de</strong> alimentação com ólio, o que é<br />

o caso das buchas autolubrificantes.<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> poros presente no material sinterizado e o tamanho dos mesmos<br />

possui uma gran<strong>de</strong> influência sobre suas proprieda<strong>de</strong>s. Componentes sinterizados são<br />

normalmente mais susceptíveis ao <strong>de</strong>sgaste, corrosão e fadiga do que os materiais<br />

fabricados por fundição, conformação ou usinagem [1].<br />

2.1 OBJETIVO GERAL<br />

Devido a alta solicitação mecânica <strong>de</strong>stes componentes, a Empresa GKN solicitou a<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Trento uma análise bastante completa das proprieda<strong>de</strong>s macro e<br />

microestruturais, juntamente com a análise tribológica <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste por <strong>de</strong>slizamento <strong>de</strong><br />

alguns <strong>de</strong> seus principais materiais. Esta análise servirá para que possam obter<br />

informações quanto a qualida<strong>de</strong> do processo <strong>de</strong> sinterização que realizam, e o<br />

comportamento <strong>de</strong>stes materiais quando expostos aos esforços <strong>de</strong> trabalho, po<strong>de</strong>ndo<br />

com isso otimizarem o processo <strong>de</strong> fabricação <strong>de</strong>stes componentes e oferecer uma maior<br />

informação <strong>de</strong> suas proprieda<strong>de</strong>s aos seus clientes.<br />

Os materiais <strong>de</strong> estudo são basicamente divididos em: Ligas a base <strong>de</strong> Ferro<br />

(Distaloys), a base <strong>de</strong> Cobre (bronzes) e a base <strong>de</strong> Fe+Cu.<br />

17


INTRODUÇÃO<br />

As ligas a base <strong>de</strong> Fe, as quais são utilizadas para fabricação <strong>de</strong> engrenagens,<br />

apresentam duas <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s, 6,9 g/cm 3 e 7,1 g/cm 3 , sendo algumas amostras apenas<br />

sinterizadas e outras que sofreram algum tipo <strong>de</strong> tratamento tratamento. Estas ligas são:<br />

DistaloyAE*, AE e DH*, e serão melhor <strong>de</strong>scritas no capítulo 3.<br />

As ligas <strong>de</strong> bronze e a base <strong>de</strong> Fe+Cu, utilizadas para fabricação <strong>de</strong> buchas,<br />

apresentam uma variação <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> muito maior, a qual varia <strong>de</strong> 5,8 a 7 g/cm 3 , sendo<br />

todas apenas sinterizadas. Estas ligas são: B, B2, F e F*, e também serão <strong>de</strong>scritas no<br />

capítulo 3.<br />

As análises foram iniciadas com a caracterização micro e macroestrutural das<br />

amostras, sendo elas: Análise <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, porosida<strong>de</strong>, microestrutura, micro e macro<br />

dureza e rugosida<strong>de</strong> superficial através da curva <strong>de</strong> Abbott-Firestone. Após estas análises<br />

as amostras foram submetidas ao teste tribológico <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste.<br />

As análises tribológicas foram realizadas em um tribômetro AMSLER A135, com<br />

configuração “disco contra disco” (a seco). O movimento relativo entre estes discos foi<br />

realizado com contato <strong>de</strong>slizante (contracorpo estacionário (AISI M2) e amostra em<br />

rotoção. As forças normais aplicadas variaram <strong>de</strong> 30N a 500N, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo das<br />

proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada amostra. As velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento utilizadas foram:0,105<br />

m/s, 0,314m/s e 0,838 m/s.<br />

Nestas condicões <strong>de</strong> prova, os mecanismos que regulam o processo tribológico são a<br />

a<strong>de</strong>são, a abrasão e a tribo-oxidação, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do tipo <strong>de</strong> mecanismo temos como<br />

consequência um <strong>de</strong>sgaste servero ou mo<strong>de</strong>rado. Para obtermos esta informação foram<br />

analisados os fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> cada material, pois a morfologia e a dimensão<br />

<strong>de</strong>stes dizem muito sobre o mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste, juntamente com a análise<br />

microestrutural da superfície <strong>de</strong>sgastada.<br />

A apresentação do trabalho segue a seqüência tradicional, apresentando no Capítulo 2<br />

uma revisão bibliográfica do assunto a ser explorado. Esta revisão aborda os principais<br />

aspectos da metalurgia do pó, enfocando <strong>de</strong>talhes importantes da adição e difusão <strong>de</strong><br />

elementos <strong>de</strong> liga. O comportamento mecânico e tribológico dos materiais sinterizados<br />

são também abordados neste capítulo. No Capítulo 3 é apresentada uma <strong>de</strong>scrição dos<br />

materiais, procedimento experimental e da metodologia utilizada na pesquisa. A<br />

apresentação e discussão dos resultados é realizada no capítulo 4. Finalmente, as<br />

conclusões, sugestões e referências bibliográficas são enumeradas no fim do trabalho.<br />

18


REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

2.1 FUNDAMENTOS DA METALURGIA DO PÓ<br />

A Metalurgia do Pó, segundo German [1], é uma técnica conhecida há mais <strong>de</strong> 5000<br />

anos. Nesta época, tanto os egípcios quanto os incas já produziam utensílios a partir do<br />

pó <strong>de</strong> ferro e ouro, respectivamente. Outro exemplo mais recente da utilização da<br />

metalurgia do pó é a Coluna <strong>de</strong> Delhi na Índia, datada <strong>de</strong> 300 d.C., confeccionada a partir<br />

<strong>de</strong>, aproximadamente, 6,5 ton <strong>de</strong> pó <strong>de</strong> ferro reduzido. A metalurgia do pó se tornou um<br />

processamento importante no início do século XVII quando foram produzidos<br />

componentes a partir do pó <strong>de</strong> platina e moedas a partir do pó <strong>de</strong> cobre, prata e chumbo.<br />

O interesse por esta técnica teve uma gran<strong>de</strong> expansão no século XX produzindo-se uma<br />

infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> componentes como: filamentos <strong>de</strong> lâmpada <strong>de</strong> tungstênio, mancais porosos<br />

<strong>de</strong> bronze, contatores elétricos, metais refratários e suas ligas (Nb, W, Mo, Zr, Ti e Re).<br />

Esta técnica passou a ser utilizada na indústria com o propósito <strong>de</strong> minimizar custos,<br />

aumentar produtivida<strong>de</strong>, e/ou obter características somente possíveis a partir <strong>de</strong>la.<br />

Este método <strong>de</strong> processar materiais consiste basicamente no aquecimento <strong>de</strong> uma<br />

massa <strong>de</strong> pós, compactados a uma dada pressão e com geometria específica, a uma<br />

temperatura abaixo do ponto <strong>de</strong> fusão do componente principal da liga. Com o uso <strong>de</strong>sta<br />

técnica, é possível obter as proprieda<strong>de</strong>s físicas, químicas e mecânicas <strong>de</strong>sejadas, tendose,<br />

<strong>de</strong>sta forma, consi<strong>de</strong>rável economia <strong>de</strong> energia quando comparado a outros<br />

processos <strong>de</strong> fabricação, como por exemplo, a fundição [2].<br />

A vantagem principal da metalurgia do pó é a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obtenção do<br />

componente na geometria, dimensões e microestrutura já no estado final <strong>de</strong>sejado. Este<br />

processamento segue uma rota básica: produção e escolha criteriosa dos pós a serem<br />

utilizados, mistura <strong>de</strong>stes com um lubrificante, posterior moldagem na forma <strong>de</strong>sejada e<br />

sinterização. Processamentos e variáveis po<strong>de</strong>m ser introduzidas, substituídas ou<br />

suprimidas <strong>de</strong>sta rota básica a fim <strong>de</strong> se obter componentes com melhores performances<br />

[1].<br />

19


REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

2.1.1 METALURGIA DO PÓ FERROSA<br />

A metalurgia do pó ferrosa (MPF) po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada como um dos mais<br />

importantes ramos da metalurgia do pó, pois o ferro e suas ligas são materiais<br />

extensamente aplicados na indústria.<br />

O crescimento da MPF nas últimas três décadas foi impulsionado pela possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

redução <strong>de</strong> custos na obtenção <strong>de</strong> componentes quando comparada aos processos <strong>de</strong><br />

usinagem, fundição, forjamento e outros. Avanços no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas ligas,<br />

fabricação <strong>de</strong> pós, ligantes, lubrificantes e métodos <strong>de</strong> produção foram <strong>de</strong>cisivos na<br />

condição atual em que se encontra a MPF [3].<br />

Atualmente os maiores usuários <strong>de</strong>sta técnica vêm sendo a indústria automobilística,<br />

abrangendo uma vasta gama <strong>de</strong> aplicações, principalmente em componentes que<br />

constituem o motor, transmissão e chassis [4].<br />

Dentre as aplicações da MP em maior crescimento na atualida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>-se citar: bielas<br />

<strong>de</strong> pós forjados e sinterizados, flanges do sistema <strong>de</strong> exaustão em aço inoxidável<br />

sinterizado, sistema <strong>de</strong> válvulas variáveis do motor (VVT), suporte <strong>de</strong> engrenagens<br />

planetárias da caixa <strong>de</strong> transmissão automática [5].<br />

Os materiais produzidos pela MP apresentam características microestruturais que<br />

po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>radas positivas ou negativas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do tipo <strong>de</strong> aplicação e<br />

condições em que os mesmos estão submetidos. A porosida<strong>de</strong>, por exemplo,<br />

característica intrínseca à maioria dos produtos produzidos por metalurgia do pó,<br />

influencia muito as suas proprieda<strong>de</strong>s. Em alguns casos a porosida<strong>de</strong> é <strong>de</strong>sejada, como<br />

por exemplo, na confecção <strong>de</strong> filtros ou mancais auto-lubrificantes [1]. Também, uma<br />

certa quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> poros com geometria específica po<strong>de</strong> ser positivo para a resistência à<br />

fadiga reduzindo o efeito <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> trincas [6].<br />

No entanto, para a maioria das aplicações industriais a porosida<strong>de</strong> é geralmente<br />

classificada como <strong>de</strong>feito. Neste sentido, os estudos realizados para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da MPF buscam principalmente atingir um material sinterizado com <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> próxima da<br />

teórica [3]. Avanços na utilização e otimização <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> liga adicionados ao pó <strong>de</strong><br />

ferro, bem como a forma com que estes são adicionados, representam uma parte<br />

significativa na melhoria das proprieda<strong>de</strong>s dos componentes sinterizados. A obtenção <strong>de</strong><br />

características microestruturais convenientes à aplicação bem como a ativação do<br />

processamento <strong>de</strong> sinterização são exemplos <strong>de</strong> aperfeiçoamentos bem sucedidos<br />

obtidos com a adição <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> liga. [1], [3], [4], [7], [8].<br />

20


REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

2.1.2 METALURGIA DO PÓ DE BRONZE<br />

O bronzeporoso é uma classe particular <strong>de</strong> bronze, na qual a porosida<strong>de</strong> resídua do<br />

material é usada para fabricar buchas com função auto-lubrificante. Esta porosida<strong>de</strong> vem<br />

impregnada com um lubrificante, o qual durante o exercício expan<strong>de</strong>-se e interpõe-se<br />

entre as superfícies em contato, juntamente com o aumento da temperatura. Deste modo<br />

o lubrificante consegue também realizar uma lubrificação hidrodinâmica.<br />

2.1.3 ETAPAS BÁSICAS DA METALURGIA DO PÓ<br />

Para a obtenção dos produtos da MP, segundo German [1], as etapas básicas do<br />

processamento são:<br />

- produção dos pós;<br />

- escolha e mistura dos pós;<br />

- compactação/moldagem dos pós;<br />

- sinterização do compactado.<br />

Após a sinterização os componentes po<strong>de</strong>m se encontrar já com as características<br />

<strong>de</strong>sejadas para a sua utilização. No entanto, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo das proprieda<strong>de</strong>s requeridas<br />

estes po<strong>de</strong>m ainda ser submetidos a processamentos posteriores à sinterização, como<br />

por exemplo, forjamento, calibração ou tratamentos térmicos e/ou termoquímicos como<br />

têmpera, ferroxidação, cementação, nitretação e carbonitretação.<br />

2.1.3.1 Produção dos pós<br />

Existem basicamente três categorias básicas <strong>de</strong> fabricação <strong>de</strong> pós, sendo elas<br />

baseadas em métodos mecânicos (atomização <strong>de</strong> metal fundido, quebra e moagem)<br />

métodos químicos (reações <strong>de</strong> redução) e métodos eletrolíticos (<strong>de</strong>posição eletrolítica). O<br />

processamento <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá principalmente da composição química do pó a ser obtido.<br />

Além disso, existem outras características importantes que irão <strong>de</strong>finir a rota a ser<br />

utilizada. Destas características po<strong>de</strong>-se citar: a forma do pó, área superficial e <strong>de</strong>mais<br />

proprieda<strong>de</strong>s a elas relacionadas, como escoabilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> aparente e<br />

compressibilida<strong>de</strong>. Estas três últimas características são fundamentais, pois se tratam <strong>de</strong><br />

parâmetros <strong>de</strong> controle do produto final no processamento <strong>de</strong> materiais a partir do pó. [2],<br />

[6], [9].<br />

2.1.3.2 Escolha e mistura dos pós<br />

O interesse em obter pós com variadas características está relacionado ao estado do<br />

componente compactado antes da sinterização. Tendo-se pós com distribuição <strong>de</strong><br />

tamanho <strong>de</strong> partícula, forma, superfície específica livre e escoabilida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quadas, po<strong>de</strong>-<br />

21


REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

se obter um compactado com proprieda<strong>de</strong>s otimizadas a fim <strong>de</strong> se ter o componente final<br />

(após sinterização) com as características requeridas, consumindo o mínimo <strong>de</strong> energia<br />

[6].<br />

A mistura dos diversos pós escolhidos <strong>de</strong>ve ser realizada juntamente com um<br />

lubrificante sólido em concentrações que variam frequentemente, entre 0,5 a 1,5% em<br />

peso. Apesar da lubrificação das pare<strong>de</strong>s da matriz ser mais eficiente, esta não é muito<br />

utilizada <strong>de</strong>vido a sua difícil incorporação na indústria. Pós <strong>de</strong> estearato baseados em Al,<br />

Zn, Li, Mg ou Ca são os mais utilizados para fabricação <strong>de</strong> componentes a partir <strong>de</strong> pós<br />

metálicos. Dentre estes, o lubrificante mais comumente usado é o estearato <strong>de</strong> zinco,<br />

consistindo numa ca<strong>de</strong>va molecular relativamente curta (CH3-(CH2)16-COO)2Zn,<br />

<strong>de</strong>rivada <strong>de</strong> gordura animal [1].<br />

2.1.3.3 Compactação/moldagem dos pós<br />

A etapa <strong>de</strong> compactação é responsável por dar forma ao volume <strong>de</strong> pó. Nesta etapa o<br />

componente é obtido nas dimensões próximo as das finais e com resistência mecânica<br />

suficiente para que este não perca sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> durante o manuseio. A etapa <strong>de</strong><br />

moldagem, para pós metálicos, é <strong>de</strong> fundamental importância <strong>de</strong>ntro do processo como<br />

um todo, pois nela se obtém praticamente toda a <strong>de</strong>nsificação do componente. Esta etapa<br />

é realizada com a aplicação <strong>de</strong> carga mecânica em matrizes rígidas. Os processos<br />

usualmente empregados são: compactação unidirecional (<strong>de</strong> simples ou dupla ação),<br />

compactação isostática, laminação <strong>de</strong> pós, extrusão e moldagem por injeção [9].<br />

A compactação unidirecional em matriz é usada com maior freqüência. O emprego <strong>de</strong><br />

matriz <strong>de</strong> ação dupla visa minimizar os gradientes <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> reduzindo assim a<br />

heterogeneida<strong>de</strong> da retração do componente durante a etapa <strong>de</strong> sinterização. Entretanto,<br />

no processo <strong>de</strong> compactação a frio sempre haverá gradientes <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s. Este<br />

problema po<strong>de</strong> ser minimizado utilizando-se o processo <strong>de</strong> moldagem por injeção (MPI).<br />

Neste processo os pós metálicos são misturados aos ligantes e lubrificantes obtendo-se<br />

uma massa viscosa passível <strong>de</strong> ser injetada num mol<strong>de</strong> produzindo-se, <strong>de</strong>sta forma, um<br />

componente <strong>de</strong>nsificado com maior homogeneida<strong>de</strong> [1].<br />

2.1.3.4 Sinterização<br />

Segundo Thümmler e Oberacker [9] "...a sinterização é entendida como sendo o<br />

transporte <strong>de</strong> matéria, ativado termicamente, em uma massa <strong>de</strong> pós ou um compactado<br />

poroso, resultando na diminuição da superfície específica livre pelo crescimento <strong>de</strong><br />

contatos entre as partículas, redução do volume e alteração da geometria dos poros".<br />

22


REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

A sinterização é, portanto, a etapa on<strong>de</strong> os pós compactados adquirem resistência<br />

mecânica através da formação <strong>de</strong> contatos entre as partículas, no sentido <strong>de</strong> se obter a<br />

continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> matéria [1]. No entanto, antes da sinterização dos pós propriamente dita,<br />

è necessário remover o lubrificante (ou ligante) a eles adicionados no estágio anterior ao<br />

<strong>de</strong> compactação. O processamento <strong>de</strong> remoção utilizado mais freqüentemente é por via<br />

térmica executado, geralmente, no mesmo ciclo <strong>de</strong> sinterização, num patamar <strong>de</strong><br />

temperatura em torno <strong>de</strong> 500ºC durante 30 min, para o caso do estearato <strong>de</strong> zinco [10].<br />

A força motriz para que ocorra a sinterização é a diminuição da energia livre do<br />

sistema (∆G < 0). Este processo po<strong>de</strong> ocorrer através da redução dos <strong>de</strong>feitos cristalinos<br />

fora do equilíbrio, diminuição <strong>de</strong> heterogeneida<strong>de</strong>s em sistemas multicomponentes e <strong>de</strong><br />

superfície livre específica proveniente do crescimento dos contatos entre as partículas<br />

gerando continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> matéria, diminuição do volume e arredondamento dos poros [9].<br />

A sinterização po<strong>de</strong> ser dividida em três estágios principais, conforme a Figura 1 [6],<br />

[8], [9]:<br />

Figura 1 – Estágios principais do processo <strong>de</strong> sinterização [8].<br />

- Estágio Inicial – Os contatos entre as partículas formam ligações, ou seja, a matéria<br />

se torna contínua na região dos contatos, mantendo-se a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> das mesmas. Neste<br />

estágio não ocorre significativa movimentação <strong>de</strong> partículas;<br />

- Estágio Intermediário – Com o crescimento da relação raio do “neck”/ raio da<br />

partícula (x/R), estas per<strong>de</strong>m gradativamente sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. Este estágio è caracterizado<br />

pela <strong>de</strong>nsificação, e crescimento <strong>de</strong> grãos, apresentando a ocorrência da maior parte da<br />

retração;<br />

- Estágio Final - Ocorre o isolamento e arredondamento dos poros. Se os poros<br />

contiverem gases insolúveis no metal <strong>de</strong> base, não será possível atingir a <strong>de</strong>nsificação<br />

total, no entanto, se os poros forem vazios ou nestes existir gases solúveis ao metal <strong>de</strong><br />

base a <strong>de</strong>nsificação total po<strong>de</strong>rá ocorrer.<br />

23


REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

2.1.4 ELEMENTOS DE LIGA NA SINTERIZAÇÃO DE MATERIAIS DA MPF<br />

A adição controlada <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> liga ao componente principal da mistura é um<br />

dos meios mais utilizados para se atingir a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejada aos componentes da MPF.<br />

Os elementos <strong>de</strong> liga usualmente adicionados ao pó <strong>de</strong> ferro são: C, Cu, Ni, P, Al, Cr, W,<br />

Co, Mo, entre outros [1].<br />

A adição dos elementos <strong>de</strong> liga é realizada com a utilização <strong>de</strong> pós elementares, préligados<br />

ou portadores. Nem sempre é possível utilizar pós elementares, <strong>de</strong>vido a<br />

problemas com estabilida<strong>de</strong> do elemento químico e formação <strong>de</strong> fases in<strong>de</strong>sejáveis<br />

(sólidas ou líquidas) quando da homogeneização. O emprego <strong>de</strong> pós pré-ligados é<br />

dificultada <strong>de</strong>vido à redução da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsificação da mistura durante a<br />

compactação em conseqüência da menor ductilida<strong>de</strong> do pó. Assim sendo, os portadores<br />

<strong>de</strong> liga são usados no intuito <strong>de</strong> minimizar os problemas citados [2], [6].<br />

A homogeneização dos elementos <strong>de</strong> liga durante a sinterização é um dos aspectos<br />

fundamentais neste processo, pois o controle microestrutural está intimamente<br />

relacionado com este fenômeno. A cinética <strong>de</strong> homogeneização é controlada pela difusão<br />

dos elementos <strong>de</strong> liga na matriz. A difusão <strong>de</strong> massa no estado sólido po<strong>de</strong> ocorrer <strong>de</strong><br />

duas maneiras: difusão intersticial ou substitucional. De um modo geral, po<strong>de</strong>-se dizer que<br />

os átomos se difun<strong>de</strong>m instersticiamente quando apresentam raio atômico com dimensão<br />

da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za dos interstícios entre os átomos da matriz. Caso os diferentes<br />

átomos tenham dimensões da mesma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za, a difusão ocorrerá<br />

substitucionalmente. Os mecanismos <strong>de</strong> difusão po<strong>de</strong>m ser agrupados, a princípio, em<br />

duas classes: difusão individual <strong>de</strong> átomos (difusão intersticial ou substitucional por<br />

lacunas) e difusão que envolve movimento cooperativo <strong>de</strong> dois ou mais átomos (difusão<br />

substitucional com mecanismo <strong>de</strong> troca direta <strong>de</strong> átomos ou mecanismo do anel <strong>de</strong> Zener<br />

para difusão) [11].<br />

Um dos efeitos importantes da adição <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> liga é o endurecimento da<br />

matriz <strong>de</strong>vido à presença <strong>de</strong>stes em solução sólida, formação <strong>de</strong> precipitados cerâmicos<br />

ou intermetálicos, entre outros. Porém, um aspecto não menos relevante da adição <strong>de</strong><br />

elementos <strong>de</strong> liga na MPF é o controle da formação das fases alotrópicas do ferro (ferritaα,<br />

austenita-γ e ferrita-δ). A adição <strong>de</strong> elementos gama-gênios como C, N, Ni, Cu e Mn,<br />

por exemplo, fazem com que haja o favorecimento da formação da fase austenítica. Para<br />

alguns casos a adição <strong>de</strong>stes elementos po<strong>de</strong> significar a estabilização <strong>de</strong>sta fase para<br />

24


REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

uma extensa faixa <strong>de</strong> temperaturas. O mesmo po<strong>de</strong> ocorrer para a fase ferrítica quando<br />

da adição <strong>de</strong> elementos alfa-gênios como, por exemplo, Cr, Si, Mo, Ti e P [12].<br />

Para as ligas <strong>de</strong> bronze sinterizadas os elementos <strong>de</strong> liga mais usados são: C na<br />

forma <strong>de</strong> grafita, para evitar o <strong>de</strong>sgaste a<strong>de</strong>sivo durante os primeiros instantes <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sgaste; e o P para prevenir o <strong>de</strong>sgaste por fadiga superficial e porque seu temperatura<br />

<strong>de</strong> fusao é relativamente baixa, formando fase liquida com o Fe e ajudando no processo<br />

<strong>de</strong> sinterizaçao a baixa temperatura, como é o caso <strong>de</strong>stas ligas.<br />

2.2 CURVA DE ABBOUT-FIRESTONE<br />

A rugosida<strong>de</strong> superficial <strong>de</strong> uma peça maciça (com ausência <strong>de</strong> porosida<strong>de</strong>), a qual foi<br />

introduzida pela BOSCH em 1980, é medida através <strong>de</strong> perfilômetro e nos dá como<br />

resultados as gran<strong>de</strong>zas Rz, Rmax e Ra. Estas gran<strong>de</strong>zas não são a<strong>de</strong>quadas para medir<br />

a rugosida<strong>de</strong> superficial das peças porosas, pois o que é <strong>de</strong>terminante para a qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>stas superfícies são as características microgeométricas do perfil externo [17].<br />

A norma DIN 4776 (N13 B89) [17], também introduzida pela BOSCH em 1990, <strong>de</strong>fine<br />

as gran<strong>de</strong>zas que permitem a correta <strong>de</strong>scrição da função rugosida<strong>de</strong> na superfície <strong>de</strong><br />

contato. Estas gran<strong>de</strong>zas, segundo a norma, são <strong>de</strong>rivadas da curva <strong>de</strong> Abbott-Firestone<br />

e <strong>de</strong>terminam a profundida<strong>de</strong> e o caráter do perfil (superficial) <strong>de</strong> rugosida<strong>de</strong>.<br />

A forma <strong>de</strong>ste perfil (arredondado ou pontudo) é <strong>de</strong>terminante, juntamente com a<br />

profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sta rugosida<strong>de</strong>, para o comportamento funcional da superfície <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>slizamento (sliding) e <strong>de</strong> rolamento altamente solicitadas [18]. As gran<strong>de</strong>zas <strong>de</strong>rivadas<br />

da curva <strong>de</strong> Abbott-Firestone <strong>de</strong>screvem o aumento <strong>de</strong> material referido à profundida<strong>de</strong><br />

do perfil <strong>de</strong> rugosida<strong>de</strong> e servem como um judício sobre o comportamento funcional<br />

mecânico <strong>de</strong>sta superfície [17].<br />

A qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma superfície é frequentemente <strong>de</strong>terminada pelo tipo <strong>de</strong> interação<br />

entre esta e uma outra superfície em contato. Exemplos <strong>de</strong> superfícies on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>sejam<br />

boas proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> contato são as buchas e rolamentos. No caso das buchas, as duas<br />

superfícies em contato são normalmente separadas <strong>de</strong> um lubrificante líquido. Caso a<br />

altura do maior pico da rugosida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma superfície seja maior que a espessura do filme<br />

fluído esta superfície entrará em contato com a superfície oposta causando <strong>de</strong>sgaste,<br />

<strong>de</strong>ste modo a superfície que contém picos muito gran<strong>de</strong>s (altos), não será uma boa<br />

superfície para uma bucha, como também não será se esta superfície possuir picos<br />

baixos e uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> profundos vales, porque assim o lubrificante entrará<br />

25


REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

muito nos poros, fazendo com que seja necessário uma quantida<strong>de</strong> maior <strong>de</strong> lubrificante<br />

[18].<br />

A proporção <strong>de</strong> material é usada pra predizer o caráter da superfície, e é calculada em<br />

diferentes profundida<strong>de</strong>s do perfil, sendo expresso graficamente por uma curva contínua,<br />

esta curva é chamada <strong>de</strong> Curva <strong>de</strong> Abbott-Firestone (ver figura 2). Para o cálculo da<br />

família <strong>de</strong> parâmetros Rk a curva se aproxima a uma linha reta que a divi<strong>de</strong> em três zonas<br />

que são: os picos (Rpk), os vales (Rvk) e o coração (Rk) da rugosida<strong>de</strong> superficial [18].<br />

Para superfícies com elevado esforço mecânico, ∆Mr (Mr2-Mr1, fig. 2) <strong>de</strong>ve ser no<br />

mínimo <strong>de</strong> 40%, esta gran<strong>de</strong>za caracteriza a inclinação da curva da figura 2, e significa o<br />

acréscimo <strong>de</strong> material no campo central. Ex: Rk= 5µm (∆Mr = 10%) significa um aumento<br />

<strong>de</strong> material <strong>de</strong> 10% a cada 0.5 µm <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> do incave no perfil central [17].<br />

Figura 2: Demonstração da curva <strong>de</strong> Abbott-Firestone [17].<br />

Rpk – Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> superfície que será <strong>de</strong>sgastada durante a carga inicial.<br />

Rk – Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> superfície que soportará a maior parte da carga.<br />

Rvk – Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> superfície que absorvirá a maior parte <strong>de</strong> lubrificante.<br />

Mr1 – Relação <strong>de</strong> material que conecta Rpk e Rk.<br />

Mr2 – Relação <strong>de</strong> material que conecta Rk e Rvk.<br />

2.3 RESISTÊNCIA AO DESGASTE<br />

A interação entre superfícies em contato com movimento relativo sob <strong>de</strong>terminadas<br />

condições (sistema tribológico) implica na ocorrência <strong>de</strong> uma série <strong>de</strong> efeitos, <strong>de</strong>ntre os<br />

26


REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

quais, dissipação <strong>de</strong> energia por atrito e dissipação <strong>de</strong> matéria sob forma <strong>de</strong> fragmentos,<br />

em outras palavras, <strong>de</strong>sgaste [12].<br />

A força <strong>de</strong> atrito po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida como sendo a resistência encontrada por um corpo<br />

ao se mover sobre outro [13]. Depen<strong>de</strong>ndo do modo como se comporta o movimento<br />

relativo entre as superfícies po<strong>de</strong>-se fazer a seguinte classificação: movimento relativo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>slizamento, rolamento ou a combinação <strong>de</strong> ambos. Como regra geral, sabe-se que a<br />

força <strong>de</strong> atrito é proporcional ao carregamento resultante na direção normal ao plano <strong>de</strong><br />

contato. É admitido também que esta força seja in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da área aparente <strong>de</strong><br />

contato e que, após iniciado o movimento relativo, não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>slizamento [14]. A força <strong>de</strong> atrito (Fat) po<strong>de</strong> ser escrita da seguinte forma (Eq. 1):<br />

Fat = µ W (Eq. 1)<br />

On<strong>de</strong>, µ é um coeficiente <strong>de</strong> proporcionalida<strong>de</strong>, conhecido como “coeficiente <strong>de</strong> atrito”,<br />

que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das condições interfaciais entre as superfícies em contato e W é a<br />

componente normal ao plano da força aplicada entre as duas superfícies.<br />

Conforme a terminologia adotada pela ASTM [15] o <strong>de</strong>sgaste se caracteriza como<br />

sendo a danificação <strong>de</strong> uma superfície sólida, envolvendo, usualmente, perda progressiva<br />

<strong>de</strong> material <strong>de</strong>vido ao movimento relativo entre esta superfície em contato com uma ou<br />

várias substâncias. O movimento relativo entre a superfície <strong>de</strong> dois corpos geralmente<br />

ocorre sob interferência dos constituintes atmosféricos (moléculas do ar, umida<strong>de</strong>,<br />

agentes corrosivos, entre outros). Além disso, na região <strong>de</strong> contato po<strong>de</strong>m existir<br />

elementos inter-superficiais como lubrificantes e partículas abrasivas. Estes elementos<br />

presentes no sistema tribológico influenciam drasticamente o comportamento ao <strong>de</strong>sgaste<br />

e ao atrito. Seguindo este raciocínio é possível dizer que o <strong>de</strong>sgaste e a força <strong>de</strong> atrito<br />

não são proprieda<strong>de</strong>s intrínsecas do material, mas do sistema tribológico [16].<br />

Comumente, os mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste são classificados em quatro gran<strong>de</strong>s<br />

grupos: <strong>de</strong>sgaste a<strong>de</strong>sivo, abrasivo, tribo-oxidadtivo e fadiga superficial.<br />

2.3.1 DESGASTE ADESIVO<br />

É o mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste entre dois corpos em <strong>de</strong>slizamento, on<strong>de</strong> o fenômeno <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>formação plástica e <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são entre as asperida<strong>de</strong>s em contato <strong>de</strong>senvolvem uma<br />

ação que é predominante na formação dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste [20].<br />

27


REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

Foi observado experimentalmente que durante o <strong>de</strong>slizamento ocorrem particulares<br />

fenômenos, sendo eles [20]:<br />

• As repetidas <strong>de</strong>formações plásticas nas asperida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m induzir fenômenos <strong>de</strong><br />

fadiga oligociclica localizados, ou o acúmulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação plástica (ratchetting);<br />

estes fenômenos po<strong>de</strong>m atingir as zonas sub-superficiais, enfraquecendo<br />

localmante o material e assim levando a formação dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste.<br />

• Dificilmente o fragmento <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste abandona rapidamente o sistema tribológico,<br />

po<strong>de</strong> é transferir-se ao contracorpo ou, no caso <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento prolongado,<br />

misturar-se com outros fragmentos provenientes do contracorpo e formar uma<br />

camada tribológica sobre a superfície do corpo em contato.<br />

2.3.2 DESGASTE TRIBO-OXIDATIVO<br />

Este <strong>de</strong>sgaste é um caso particular <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste corrosivo, ou seja, <strong>de</strong>sgaste<br />

favorecido da interação da superfície em contato com um ambiente agressivo. Na maioria<br />

dos sistemas tribológicos o ambiente agressivo nos fornece uma oxidação superficial, e o<br />

mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste tribo-oxidativo é proveniente da combinação do processo<br />

oxidativo e da ação mecânica que correspon<strong>de</strong> as duas superfícies em contato [20].<br />

Existe dois tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste tribo-oxidativo: direto e à baixa velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>slizamento.<br />

O <strong>de</strong>sgaste tribo-oxidativo direto acontece a altas velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento<br />

(superior a 1 m/s para os aços), ou quando os materiais em contato apresentam<br />

temperaturas muito elevadas, em ambos os casos a temperatura atinge valores muito<br />

elevados (≈ 400°C), que promovem uma oxidação direta das asperida<strong>de</strong>s em contato,<br />

com uma cinética <strong>de</strong> reação suficientemente elevada. O óxido cresce até atingir uma<br />

espessura crítica <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um certo tempo, levando a formação dos fragmentos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sgaste.<br />

Experiências mostram que po<strong>de</strong> existir presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste tribo-oxidativo (<strong>de</strong>vido a<br />

presenças <strong>de</strong> fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste oxidados) também a baixas velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>slizamento (menores que 1 m/s), mesmo se não chegam a temperaturas maiores <strong>de</strong><br />

200°C. Este mecanismo <strong>de</strong>senvolve-se do seguinte modo [20]:<br />

• Durante a fase inicial, quando se formam fragmentos metálicos (por a<strong>de</strong>são), estes<br />

permanecem entre as superfícies <strong>de</strong> contato;<br />

28


REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

• Estes fragmentos são “triturados”, oxidados (a temperatura é baixa mas a ativação<br />

da oxidação é elevada <strong>de</strong>vido a elevada área superficial e elevada quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>feitos superficiais nos fragmentos) e aglomerados;<br />

• Se as condições <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong>slizamento são intensas, po<strong>de</strong>-se formar uma<br />

camada <strong>de</strong> óxido constituído dos fragmentos sinterizados, com uma gran<strong>de</strong><br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suportar elevadas cargas;<br />

• As eventuais formações <strong>de</strong> fraturas frágeis, levam a fragmentação da camada<br />

protetiva que formando assim os fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste.<br />

No geral, o coeficiente <strong>de</strong> atrito para o <strong>de</strong>sgaste tribo-oxidativo, em um mesmo tipo <strong>de</strong><br />

teste, é inferior <strong>de</strong> uma ou duas or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za que o coeficiente <strong>de</strong> atrito para o<br />

<strong>de</strong>sgaste a<strong>de</strong>sivo.<br />

2.3.3 DESGASTE ABRASIVO<br />

A abrasão se refere à remoção<strong>de</strong> material ocorrido por riscamento, e è normalmente<br />

um <strong>de</strong>sgaste severo.<br />

A interação abrasiva po<strong>de</strong> ser [20]:<br />

• Com dois corpos (ação abrasiva ocorre <strong>de</strong>vido a asperida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um dos dois<br />

corpos em contato, ou a partículas duras presas em um dos dois corpos);<br />

• Com três corpos (partículas duras são dispostas com a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> rolarem entre<br />

os dois corpos em contato).<br />

2.3.4 DESGASTE POR FADIGA SUPERFICIAL<br />

Po<strong>de</strong> existir a formação <strong>de</strong> fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste entre dois corpos em contato<br />

também em presença <strong>de</strong> lubrificação, quando a solicitação superficial é do tipo periódica<br />

(por circulação ou pra frente e pra trás). Esta solicitação periódica induz um acúmulo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>formação no material, normalmente na região subsuperficial, com a nucleação e a<br />

sucessiva propagação <strong>de</strong> uma trinca <strong>de</strong> fadiga, que po<strong>de</strong> levar a formação do fragmento<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste [20]. Este tipo <strong>de</strong> mecanismo somente se manifesta em presença <strong>de</strong><br />

lubrificante.<br />

2.3.5 DESGASTE POR DESLIZAMENTO<br />

Os mecanismos que <strong>de</strong>terminam a <strong>de</strong>formação superficial <strong>de</strong> dois corpos em contato e<br />

em <strong>de</strong>slizamento são a a<strong>de</strong>são e a tribo-oxidação (<strong>de</strong>scritos acima). Se o mecanismo é<br />

caracterizado da presença <strong>de</strong> partículas duras, po<strong>de</strong>mos ter também a abrasão [20].<br />

29


REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

Durante o <strong>de</strong>slizamento entre dois corpos em contato, o volume <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (V)<br />

aumenta com a distância <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento (m), segundo o típico comportamento<br />

esquematizado na figura 3. Este comportamento apresenta três fases [20]:<br />

• Run-in: Durante esta fase a taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste W (∆V/∆m) è geralmente muito alta.<br />

As superfícies <strong>de</strong> contato <strong>de</strong>sgastam-se até que a conformida<strong>de</strong> dos contatos è<br />

otimizada ou até que as superfícies sejam livres da presença <strong>de</strong> óxidos ou outros<br />

contaminantes;<br />

• Estágio 1: Terminada a fase <strong>de</strong> run-in, inicia o estágio estacionário, caracterizado<br />

<strong>de</strong> uma taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste normalmente menor ao run-in. Esta é a fase principal do<br />

processo tribológico, controlada por um dos mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste.<br />

• Estágio 2: Po<strong>de</strong> acontecer que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma certa distância <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento,<br />

ocorra uma transição na taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (po<strong>de</strong>ndo aumentar, como mostrado na<br />

fig. 3, ou diminuir), <strong>de</strong>vido mudança do tipo <strong>de</strong> mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste.<br />

Figura 3: Típica evolução do volume <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste com a distância <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento.<br />

Quando temos a presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste tribo-oxidativo a taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste é inferior em<br />

relação ao <strong>de</strong>sgaste a<strong>de</strong>sivo, sendo neste caso consi<strong>de</strong>rada <strong>de</strong>sgaste mo<strong>de</strong>rado. Se o<br />

mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste predominante é a a<strong>de</strong>são, o <strong>de</strong>sgaste é consi<strong>de</strong>rado severo.<br />

Em muitos casos quando tenho a formação da camada <strong>de</strong> óxido, esta não se forma<br />

imediatamente, então antes <strong>de</strong> ocorrer a tribo-oxidação, tenho a presença <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são<br />

durante os primeiros minutos (run-in).<br />

A seguir está apresentado alguns valores <strong>de</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (Ka) mo<strong>de</strong>rada para<br />

alguns materiais, não porosos, testados contra um contracorpo <strong>de</strong> alta resistência e que<br />

serão usados como referência na hora da discussão dos resultados <strong>de</strong>ste trabalho.<br />

30


REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

Tabela 1: Valores típicos <strong>de</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste mo<strong>de</strong>rado, para materiais não porosos. [20]<br />

Material<br />

Intervalo <strong>de</strong> Dureza,<br />

Kg/mm 2<br />

Taxa <strong>de</strong> Desgaste Ka, m 2 /N<br />

Aço baixo carbono 100-150 ~ 5x10 -13<br />

Aço médio carbono 150-300 ~ 10 -13<br />

Aço alto carbono 300-600 ~ 5x10 -14<br />

Bronze 300-400 10 -15 – 10 -14<br />

No caso dos aços (e também outras ligas metálicas), o valor da taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste<br />

diminui visivelmente com o aumento da dureza da liga, isso acontece <strong>de</strong>vido ao fato que<br />

ao aumentar a dureza aumenta a capacida<strong>de</strong> do metal em fixar a camada <strong>de</strong> óxido<br />

superficial.<br />

As ligas <strong>de</strong> bronze também po<strong>de</strong>m obter baixos valores <strong>de</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste, <strong>de</strong>vido a<br />

sua boa dureza, a baixa compatibilida<strong>de</strong> com as ligas <strong>de</strong> Fe e a elevada condutivida<strong>de</strong><br />

térmica, que facilita a dispersão do calor produzido por atrito, reduzindo assim as<br />

temperaturas superficiais [20].<br />

2.4 BUCHAS<br />

São cilindros fixos que tem a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manter um eixo rodante (normalmente <strong>de</strong><br />

aço a alta resistência ou cementado) e são capazes <strong>de</strong> suportar forças radiais.<br />

O movimento relativo entre o eixo e a bucha é <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento puro, sendo que as<br />

duas superfícies em contato po<strong>de</strong>m sofrer o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste por <strong>de</strong>slizamento [20].<br />

No geral, as buchas usadas em componentes mecânicos vêm lubrificadas com óleo<br />

lubrificante. Se as forças em questão são muito altas e a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento é<br />

baixa, se utiliza graxa como lubrificante, mas se esta velocida<strong>de</strong> é relativamente alta po<strong>de</strong><br />

ser adotado a lubricação com ar ou outro gás.<br />

A lubrificação é o melhor método pra reduzir o <strong>de</strong>sgaste por <strong>de</strong>slizamento, em<br />

particular se este lubrificante é fluido, pois o <strong>de</strong>sgaste é quase zero, <strong>de</strong>vido ao fluido<br />

31


REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

impedir o contato entre as asperida<strong>de</strong>s. Nestas buchas o óleo lubrificante permanece na<br />

região <strong>de</strong> contato entre a bucha e o eixo.<br />

As buchas a seco, ou seja, que não usam lubrificantes, são usadas em particulares<br />

aplicações <strong>de</strong> engenharia, principalmente on<strong>de</strong> não é possível realizar uma a<strong>de</strong>quada<br />

manutenção, ou não é possível realizar uma alimentação com óleo. Nestes casos são<br />

empregadas buchas que trabalham a seco (polímeros e compósitos) e buchas<br />

autolubrificantes.<br />

Buchas autolubrificantes são fabricadas através da metalurgia do pó e possuem uma<br />

gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> porosida<strong>de</strong>, a qual vem empregnada <strong>de</strong> óleo lubrificante, mas antes<br />

<strong>de</strong>sta empregnação a superfície <strong>de</strong> trabalho das buchas vem calibrada para reduzir a<br />

rugosida<strong>de</strong> do material, fechar parte da porosida<strong>de</strong> superficial (para otimizar a qualida<strong>de</strong><br />

dos poros interconexos que levam a superfície) e obter uma elevada precisão<br />

dimensional. Durante o exercício, o aquecimento superficial provoca a saída do óleo dos<br />

poros, acumulando-se na região <strong>de</strong> contato bucha-eixo, e exercita uma força<br />

hidrodinâmica [20]. A fase crítica <strong>de</strong>stas buchas é a fase inicial <strong>de</strong> trabalho, quando o óleo<br />

lubrificante ainda não está na região <strong>de</strong> contato, e esta é a fase on<strong>de</strong> ocorre o maior<br />

<strong>de</strong>sgaste e o material <strong>de</strong>ve suportar bem a estes esforços.<br />

<strong>Materiais</strong> sinterizados muito usados são os bronzes (ex. Cu+10%Sn), ferro puro, ligas<br />

<strong>de</strong> Fe+Cu e bronze grafitado [20].<br />

2.5 ENGRENAGENS<br />

As rodas <strong>de</strong>ntadas têm a função <strong>de</strong> transmetir o movimento <strong>de</strong> rotação <strong>de</strong> um eixo a<br />

outro, e união entre duas rodas <strong>de</strong>ntadas é chamado engrenagem. As engrenagens são<br />

normalmente lubrificadas (em banho <strong>de</strong> óleo ou a borrifo), mas em algumas particulares<br />

aplicações trabalham a seco. Na maioria dos casos são fabricadas em aços <strong>de</strong> alta<br />

resistência, aços cementados ou carbonitratados, ferro fundido (esferoidal) ou em bronze.<br />

As regiões dos <strong>de</strong>ntes são frequentemente retificadas para reduzir a rugosida<strong>de</strong> [20].<br />

O movimento relativo é <strong>de</strong> puro rolamento somente quando o contato é ligado a<br />

circunferência primitiva, senão o contato é por rolamento-<strong>de</strong>slizamento. A danificação<br />

superficial po<strong>de</strong> ocorrer por fadiga superficial ou por <strong>de</strong>slizamento (com eventual<br />

contributo do <strong>de</strong>sgaste abrasivo se partículas abrasivas permanecem entre as superfícies<br />

do <strong>de</strong>nte em contato) [20].<br />

32


MATERIAIS E MÉTODOS EXPERIMENTAIS<br />

3.1 MATERIAIS<br />

3. MATERIAIS E MÉTODOS EXPERIMENTAIS<br />

3.1.1 DISTALOYS<br />

Os Distaloys sinterizados pela GKN são utilizados como engrenagens, as quais<br />

tiveram o funcionamento <strong>de</strong>scrito no capítulo anterior. A seguir na tabela 2, estes foram<br />

<strong>de</strong>scritos segundo ao tipo <strong>de</strong> tratamento térmico, <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e composição química, sendo<br />

estas especificados pela indústria em questão.<br />

As condições <strong>de</strong> sinterização, tratamentos térmicos e percentual dos elementos <strong>de</strong> liga<br />

em cada material, são confidênciais e porisso não foram <strong>de</strong>scritas.<br />

Tabela 2: Condições <strong>de</strong> fabricação e composição química dos Distaloys.<br />

Material<br />

DistaloyAE*<br />

DistaloyAE*<br />

DistaloyAE<br />

DistaloyAE<br />

DistaloyDH*<br />

DistaloyDH*<br />

Densida<strong>de</strong><br />

g/cm 3<br />

6,9<br />

7,1<br />

6,9<br />

7,1<br />

6,9<br />

7,1<br />

6,9<br />

7,1<br />

6,9<br />

7,1<br />

6,9<br />

7,1<br />

Composição<br />

Fe - Ni - Mo<br />

- Cu - C<br />

Fe - Ni - Mo<br />

- Cu - C<br />

Fe - Ni - Mo<br />

- Cu<br />

Fe - Ni - Mo<br />

- Cu<br />

Fe - Mo - Cu<br />

- C<br />

Fe - Mo - Cu<br />

- C<br />

Somente<br />

Sinterizado<br />

*<br />

*<br />

Tratado<br />

Termicamente<br />

*<br />

Cementação<br />

SinterTemperado<br />

+ Revenido<br />

SinterTemperado<br />

33


MATERIAIS E MÉTODOS EXPERIMENTAIS<br />

3.1.2 LIGAS DE BRONZE E A BASE DE Fe+Cu<br />

As ligas <strong>de</strong> bronze e a base <strong>de</strong> Fe+Cu sinterizadas pela GKN, são utilizadas como<br />

buchas auto-lubrificantes (capítulo 2). A seguir na tabela 3, estas ligas foram <strong>de</strong>scritas<br />

segundo a composição química e <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> as quais foram expecificados pela indústria.<br />

Neste caso todas as amostras foram apenas sinterizadas.<br />

As condições <strong>de</strong> sinterização e percentual dos elementos <strong>de</strong> liga em cada material,<br />

são confidênciais e também não foram <strong>de</strong>scritas.<br />

Tabela 3: Condições <strong>de</strong> fabricação e composição química das ligas <strong>de</strong> bronze e Fe+Cu.<br />

Material<br />

B<br />

B2<br />

F<br />

F*<br />

Densida<strong>de</strong><br />

g/cm 3<br />

6,6<br />

7,0<br />

6,4<br />

6,8<br />

5,8<br />

6,2<br />

5,8<br />

6,2<br />

Composição<br />

Somente<br />

Sinterizados<br />

Cu - Sn *<br />

Cu - Sn - C *<br />

Fe - Cu *<br />

Fe - Cu - P - C *<br />

As amostras B2 e F*, as quais possuem carbono em suas composições, apresentam<br />

este na forma <strong>de</strong> grafita. A seguir, a Fig 4 mostra como se apresenta distribuída a grafita<br />

nestas amostras.<br />

Figura 4: Análise da superfície do material B2 (ESEM).<br />

Grafita<br />

34


MATERIAIS E MÉTODOS EXPERIMENTAIS<br />

3.2 MÉTODOS EXPERIMENTAIS<br />

3.2.1 DENSIDADE E POROSIDADE<br />

A análise <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> foi realizada através do método <strong>de</strong> Arquime<strong>de</strong>s – norma ASTM<br />

B328, em balança <strong>de</strong> precisão 0,1 mg o qual baseia-se em: pesagem da amostra ao ar<br />

(Par), pesagem da amostra impregnada com óleo (Póleo) e pesagem <strong>de</strong>sta com óleo em<br />

água (Págua). Através da equação: Par / (Póleo – Págua), foi encontrado o valor <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> real do sinterizado poroso, e, a diferença <strong>de</strong>ste com a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> teórica (valor<br />

do composto maciço, não poroso), nos dá os valores <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> relativa. Os valores <strong>de</strong><br />

porosida<strong>de</strong> aberta e fechada consequentemente são calculados com base nestes<br />

resultados.<br />

A quantificação da porosida<strong>de</strong> também foi realizada por análise <strong>de</strong> imagens com<br />

auxílio do programa Image-Pro Plus.<br />

3.2.2 PREPARAÇÃO METALOGRÁFICA<br />

Todas as amostras, analisadas antes e <strong>de</strong>pois dos testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste, foram<br />

seccionadas utilizando-se uma máquina <strong>de</strong> corte.<br />

As amostras <strong>de</strong> Distaloy foram embutidas a quente em embutidora automática<br />

Primopress (Struers), com resina fenólica. Posteriormente as amostras embutidas foram<br />

lixadas sucessivamente com lixas <strong>de</strong> granulometria 200, 500, 800 e 1200, e polidas<br />

utilizando-se pastas abrasivas com tamanho médio <strong>de</strong> 3 e 1 µm. O ataque usado para<br />

revelar a microestrutura foi Nital+Picral para os Distaloys AE* e AE, e somente Picral para<br />

os DH*.<br />

As amostras <strong>de</strong> bronze e ligas Fe+Cu foram embutidas a frio <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong><br />

apresentarem um elevado valor <strong>de</strong> porosida<strong>de</strong> aberta, pois caso fossem embutidas a<br />

quente não seria possível abrir os poros posteriormente. O embutimento foi realizado com<br />

resina epóxi+epofix har<strong>de</strong>ner. As amostras foram subsequentemente lixadas com lixa <strong>de</strong><br />

granulometria 200, 500, 800 e 1200, e polidas com pastas abrasivas com tamanho médio<br />

<strong>de</strong> 3 e 1 µm. Os reagentes químicos usados para revelar a microestrutura foram: Nital 2%,<br />

para amostras F e F*, e 60ml ethanol 96% + 30ml água <strong>de</strong>stilada + 10ml HCl + 2g<br />

FeCl 3 .6H2O, para B e B2.<br />

Após a preparação metalográfica as amostras foram visualizadas e fotografadas em<br />

microscópio ótico Zeiss Axiophot. A análise <strong>de</strong> quase todos os resultados, exceto para as<br />

35


MATERIAIS E MÉTODOS EXPERIMENTAIS<br />

amostras B e B*, foi realizada usando como referência as microestruturas apresentadas<br />

no livro <strong>de</strong> metalografia da Höganäs [20].<br />

3.2.3 MEDIÇÃO DE MICRO E MACRO DUREZA<br />

A análise <strong>de</strong> microdureza (HV0,025), foi realizada através do microdurômetro MHT-4<br />

(Anton Paar) acoplado a um microscópio óptico (Carl Zeiss) – Norma ASTM384. A análise<br />

antes do teste <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste foi realizada nas diferentes fases presentes, com o objetivo <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntificar a dureza <strong>de</strong> cada fase, já que as amostras não são homogêneas.<br />

Nas amostras <strong>de</strong> DistaloyAE Cementadas, também foi realizado um perfil <strong>de</strong><br />

microdureza (HV0,1) com o intuito <strong>de</strong> estimar a profundida<strong>de</strong> da camada cementada. Este<br />

perfil foi construído medindo-se vários valores <strong>de</strong> microdureza no sentido da superfície<br />

tratada para o interior da amostra, até que os valores se assemelhassem àqueles obtidos<br />

sem este tratamento.<br />

Os ensaios <strong>de</strong> macrodureza foram realizados com o objetivo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar a dureza<br />

total da amostra, obtendo assim o valor <strong>de</strong> dureza média <strong>de</strong> todas as fases presentes no<br />

local da in<strong>de</strong>ntação. O equipamento utilizado foi EMCO.TEST, e o tipo <strong>de</strong> dureza:<br />

HB2.5/15.62– Norma ASTM 118, para ligas <strong>de</strong> bronze (B, B2) e Fe+Cu (F, F*), pois<br />

apresentam um elevado percentual <strong>de</strong> porosida<strong>de</strong>, e HV30 – Norma ASTM 18, para<br />

amostras <strong>de</strong> Distaloys.<br />

O valor <strong>de</strong> micro e macro dureza final foi obtido realizando-se a média <strong>de</strong> pelo menos<br />

5 in<strong>de</strong>ntações.<br />

3.2.4 MEDIÇÃO DA RUGOSIDADE SUPERFICIAL<br />

A análise <strong>de</strong> rugosida<strong>de</strong> superficial foi realizada em todas as amostras, através da<br />

norma DIN 4776 pelo método <strong>de</strong> análise da curva <strong>de</strong> Abbott-Firestone, <strong>de</strong>scritos no<br />

capítulo 2, usando perfilômetro <strong>de</strong> contato (Hommelwerke T8000) e os resultados foram<br />

analisados com o programma Turbo Roughness V 2.86”. Foram realizadas 3 medições<br />

por amostra. A distância percorrida pelo perfilômetro na amostra foi <strong>de</strong> 5 mm com uma<br />

velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> varredura <strong>de</strong> 0,05 mm/s.<br />

3.2.5 ANÁLISE QUANTITATIVA DE C e S<br />

A análise elemental <strong>de</strong> carbono e enxofre foi realizada nas amostras <strong>de</strong> DistaloyAE<br />

somente sinterizadas e nas amostras F, <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> apresentarem em suas<br />

microestruturas uma certa quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> perlita. A presença <strong>de</strong>sta fase não era esperada<br />

36


MATERIAIS E MÉTODOS EXPERIMENTAIS<br />

<strong>de</strong>vido à ausência <strong>de</strong> C na composição <strong>de</strong> suas ligas. A análise foi realizada em um<br />

equipamento LECO CS125.<br />

3.2.6 CARACTERIZAÇÃO TRIBOLÓGICA<br />

Os ensaios foram realizados usando um tribômetro Amsler A135 com configuração<br />

disco contra disco, e o movimento relativo entre estes discos foi realizado com contato<br />

<strong>de</strong>slizante a seco (contracorpo estacionário e amostra em rotação). A Figura 5 mostra<br />

uma foto do tribômetro utilizado e o <strong>de</strong>senho esquemático do ensaio disco contra disco.<br />

Amostra<br />

Aplicação da<br />

carga normal<br />

Contracorpo<br />

(a) (b)<br />

Figura 5 – Imagem frontal do tribômetro Amsler A137 (a) e <strong>de</strong>senho esquemático do<br />

ensaio disco contra disco.<br />

O disco do contracorpo foi produzido com aço AISI M2 (exemplificado na figura acima),<br />

com dureza <strong>de</strong> 64HC. Ambos os discos possuem a dimensão <strong>de</strong> 40mm <strong>de</strong> diâmetro<br />

externo e 10mm <strong>de</strong> espessura.<br />

Os ensaios foram realizados a temperatura ambiente com velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>slizamento <strong>de</strong> 0,105 m/s, 0,314m/s e 0,838m/s as quais são obtidas através da rotação<br />

da amostra a 50 rpm, 150 rpm e 400 rpm, respectivamente.<br />

Todos os ensaios foram realizados no mínimo 2 vezes e todas as amostras foram<br />

limpas em acetona com utilização <strong>de</strong> ultra-som, secadas em estufa por aproximadamente<br />

5 min, para evaporação da acetona e o valor da massa obtida com balança <strong>de</strong> precisão<br />

<strong>de</strong> 0,1 mg. Este procedimento foi realizado no intervalo <strong>de</strong> 0-15-30-60-90 min, num total<br />

<strong>de</strong> 5 medições, ou seja uma hora e meia <strong>de</strong> teste. Os fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste foram<br />

recolhidos para posterior análise em ESEM (microscópio eletrônico <strong>de</strong> varredura<br />

ambiental – Environmental Scanning Electron Microscopy).<br />

37


MATERIAIS E MÉTODOS EXPERIMENTAIS<br />

Forças Normais Aplicadas:<br />

• Distaloys somente sinterizados – 100N e 200N;<br />

• Distaloys tratados termicamente – 200N e 500N;<br />

• Bronzes e ligas <strong>de</strong> Fe+Cu – 30N e 100N.<br />

A força normal foi aplicada com o auxílio <strong>de</strong> uma mola ajustada com um parafuso e<br />

uma escala graduada acoplada ao tribômetro. O cálculo da taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste específico é<br />

realizado através do cálculo da inclinação da reta no gráfico (volume <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (x10 -6 ,<br />

m 3 ) x Distância <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento (m)), exemplificado na figura 6 (a) a seguir, este valor è<br />

dividido pela força aplicada, o que nos fornece a taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste.<br />

Volume Desgastado [x10 -6 ,m 3 ]<br />

0,035<br />

0,030<br />

0,025<br />

0,020<br />

0,015<br />

0,010<br />

0,005<br />

Distaloy AE* - Sinterizado<br />

(Força 100N - Velocida<strong>de</strong> 0,314m/s)<br />

Densida<strong>de</strong> 6,9<br />

Densida<strong>de</strong> 7,1<br />

0,000<br />

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800<br />

Distance <strong>de</strong> Deslizamento [m]<br />

a<br />

Coeficiente <strong>de</strong> atrito<br />

0,8<br />

0,6<br />

0,4<br />

0,2<br />

Distaloy AE* - Sinterizado<br />

(Densida<strong>de</strong> 6,9)<br />

0,0<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000<br />

Tempo [s]<br />

Figura 6 – Exemplo <strong>de</strong> curvas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (a) e coeficiente <strong>de</strong> atrito (b).<br />

O atrito é expresso através do coeficiente <strong>de</strong> atrito (µ), figura 6 (b), o qual <strong>de</strong>riva da<br />

formula: Fat = µ x W. O equipamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (tribômetro) nos fornece o valor <strong>de</strong><br />

torque, o qual dividido pelo raio do disco <strong>de</strong>slizante (amostra), nos fornece o valor <strong>de</strong> Fat,<br />

e W é o componente normal à força aplicada entre as superfícies.<br />

3.2.7 MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA AMBIENTAL (ESEM)<br />

A caracterização da morfologia dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste e da superfície<br />

<strong>de</strong>sgastada foi realizada através da análise em microscópio eletrônico <strong>de</strong> varredura<br />

ambiental (Environmental Scanning Electron Microscopy - ESEM) mo<strong>de</strong>lo Philips XL-30. A<br />

composição química dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste realizada através da microssonda <strong>de</strong><br />

energia dispersiva <strong>de</strong> raios X (EDXS) acoplada ao ESEM.<br />

b<br />

38


MATERIAIS E MÉTODOS EXPERIMENTAIS<br />

As imagens das superfícies <strong>de</strong>sgastadas foram obtidas com aumento <strong>de</strong> 200x e 250x,<br />

tensão <strong>de</strong> 20 kV e “spot” 5 utilizando-se o <strong>de</strong>tector <strong>de</strong> elétrons retroespalhados (BSE). As<br />

imagens dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste foram obtidas com um aumento <strong>de</strong> 100x e 200x<br />

usando-se o <strong>de</strong>tector <strong>de</strong> elétrons retroespalhados (BSE) e o <strong>de</strong>tector <strong>de</strong> elétrons<br />

secundários (GSE) (conhecido como SE em MEV), também usando uma tensão <strong>de</strong> 20kV<br />

e “spot” em torno <strong>de</strong> 5.<br />

O <strong>de</strong>tector BSE é utilizado com o intuito <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar a presença <strong>de</strong> óxidos formados<br />

durante ensaio, tanto nos fragmentos quanto nas superfícies <strong>de</strong>sgastadas. Para a análise<br />

composicional dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste com EDXS, foi utilizada tensão <strong>de</strong> 20 kV,<br />

“spot” 5,1 e uma área <strong>de</strong> varredura suficientemente gran<strong>de</strong>, para obtermos uma média<br />

razoável (aumento 200x). Neste caso, o tempo total <strong>de</strong> contagem dos raios X<br />

provenientes da amostra foi <strong>de</strong> 50 s.<br />

3.2.8 ANÁLISE MACROSCÓPICA COM LUPA ESTEREOSCÓPICA<br />

Foi utilizado lupa estereoscópica Zeiss – Stemi 2000-C, com câmera digital ½ inch<br />

CCD acoplada, no intuito <strong>de</strong> auxiliar na caracterização da superfície <strong>de</strong>sgastada, pois<br />

através <strong>de</strong>sta é possível visualizar as marcas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste, o que facilita o entendimento<br />

do mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste presente, juntamente com a análise em ESEM. As imagens<br />

foram adquiridas com câmara digital acoplada.<br />

39


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

4.1 CARACTERIZAÇÃO MACRO E MICRO ESTRUTURAL<br />

Todos os materiais <strong>de</strong>scritos no capítulo 3, foram submetidos a uma caracterização<br />

macro e microestrutural antes da realização dos testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste. Esta caracterização<br />

foi solicitada pela empresa GKN com o intuito <strong>de</strong> conhecer em que condições está seu<br />

processo <strong>de</strong> sinterização.<br />

Esta análise engloba: análise metalográfica, <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, percentual <strong>de</strong> porosida<strong>de</strong>,<br />

macro e micro dureza e rugosida<strong>de</strong> superficial.<br />

Os materiais com a mesma composição estão diferenciados em função das<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s fornecidas pela empresa e <strong>de</strong>scritas no capítulo 3, ou seja, <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s 6,9<br />

g/cm 3 e 7,1 g/cm 3 .<br />

4.1.1 DISTALOYS SOMENTE SINTERIZADOS<br />

1 2<br />

DistaloyAE*- Sinterizado<br />

(Fe- Ni- Mo- Cu- C)<br />

4<br />

3<br />

Figuras 7: Densida<strong>de</strong> 6,9 e 7,1 g/cm 3 (como expecificado pelo fabricante),<br />

respectivamente. Aumento 500X.<br />

Nas figuras acima é possível notar a presença <strong>de</strong> perlita (1), austenita (2), ferrita (3) e<br />

martensita (4). As microestruturas são heterogêneas <strong>de</strong>vido a presença <strong>de</strong> Cu, Ni e Mo,<br />

que apresentam diferentes funções <strong>de</strong>ntro da liga, ou seja, a austenita ocorre <strong>de</strong>vido ao<br />

Cu e Ni pois estes são elementos que estabilizam a fase δ (austenítica), por este motivo a<br />

austenita é rica em níquel e a martensita em Ni+Cu, já a presença <strong>de</strong> Mo estabiliza a fase<br />

3<br />

1<br />

2<br />

4<br />

40


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

α (ferrítica), sendo esta um pouco mais difícil <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar <strong>de</strong>ntro da liga, normalmente<br />

está presente nas bordas da perlita (ou na bainita, a qual não é presente nesta<br />

microestrutura).<br />

Valores <strong>de</strong> Microdureza:<br />

Densida<strong>de</strong> 6,9 g/cm 3 : Martensita(4): 620HV Densida<strong>de</strong> 7,1 g/cm 3 : Martensita(4): 560HV<br />

Ferrita(3): 148HV Ferrita(3): 150HV<br />

Austenita(2): 407HV Austenita(2): 370HV<br />

Perlita(1): 225HV Perlita(1): 232HV<br />

Macrodureza(HV30): 186HV 196HV<br />

Tabela 4: Resultados da análise <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e porosida<strong>de</strong> para DistaloyAE* sinterizado.<br />

<strong>Materiais</strong>/<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>,<br />

g/cm 3<br />

1<br />

ρs<br />

(<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

real, g/cm 3 )<br />

Densida<strong>de</strong><br />

Teórica<br />

(g/cm 3 )<br />

Densida<strong>de</strong><br />

Relativa, %<br />

εa, %<br />

(%poros<br />

abertos)<br />

εt, %<br />

(% poros<br />

fechados)<br />

AE*(6,9) 7,03 7,86 89,48 7,30 7,03<br />

AE*(7,1) 7,21 7,86 91,79 2,60 7,21<br />

2<br />

3<br />

DistaloyAE- Sinterizado<br />

(Fe- Ni- Mo- Cu)<br />

Figura 8: Densida<strong>de</strong> 6,9 e 7,1 g/cm 3 (como expecificado pelo fabricante),<br />

respectivamente. Aumento 500X.<br />

Nas figuras acima nota-se a presença <strong>de</strong> austenita (1), ferrita (2) e perlita (3), a<br />

presença <strong>de</strong> austenita e a influência <strong>de</strong> Ni, Cu e Mo já foram explicadas nas primeiras<br />

microestruturas. Neste caso, <strong>de</strong>vido à ausência <strong>de</strong> carbono não <strong>de</strong>veria haver a presença<br />

<strong>de</strong> perlita, mas esta foi <strong>de</strong>tectada, como percebe-se claramente na microestrutura. A<br />

3<br />

1<br />

2<br />

41


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

análise <strong>de</strong> carbono foi realizada utilizando-se um equipamento LECO CS125, mas o<br />

percentual <strong>de</strong> carbono encontrado é muito baixo, aproximandamente 0,05%. Supõe-se<br />

que a presença <strong>de</strong> carbono na microestrutura tenha ocorrido <strong>de</strong>vido à atmosfera do forno<br />

<strong>de</strong> sinterização, a qual não é controlada.<br />

Valores <strong>de</strong> Microdureza:<br />

Densida<strong>de</strong> 6,9 g/cm 3 : Austenita(1): 213HV Densida<strong>de</strong> 7,1 g/cm 3 : Austenita (1): 239HV<br />

Ferrita(2): 118HV Ferrita(2): 116HV<br />

Perlita(3): 305HV Perlita(3): 300HV<br />

Macrodureza(HV30): 137HV 144HV<br />

Tabela 5: Resultados da análise <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e porosida<strong>de</strong> para DistaloyAE sinterizado.<br />

<strong>Materiais</strong>/<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>,<br />

g/cm 3<br />

ρs<br />

(<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

real, g/cm 3 )<br />

Densida<strong>de</strong><br />

Teórica<br />

(g/cm 3 )<br />

Densida<strong>de</strong><br />

Relativa, %<br />

εa, %<br />

(% <strong>de</strong> poros<br />

abertos)<br />

εt, %<br />

(% poros<br />

fechados)<br />

AE(6,9) 7,00 7,96 87,94 7,17 4,89<br />

AE(7,1) 7,21 7,96 90,54 3,88 5,58<br />

4.1.2 DISTALOYS TRATADOS TERMICAMENTE<br />

DistaloyAE*- Sinterizado + Tratado Termicamente<br />

(Fe- Ni- Mo- Cu- C)<br />

2<br />

1 1<br />

Figura 9: Densida<strong>de</strong> 6,9 e 7,1 g/cm 3 (como expecificado pelo fabricante),<br />

respectivamente. Aumento 500X.<br />

2<br />

42


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

Nas figuras acima nota-se a presença <strong>de</strong> martensita (1) e austenita (2). A austenita é<br />

atribuída a presença <strong>de</strong> Cu e Ni na matriz, sendo principalmente rica em Ni, e já<br />

mencionada anteriormente. Neste caso, <strong>de</strong>vido ao tratamento térmico e taxa <strong>de</strong><br />

resfriamento, não se observa a presença <strong>de</strong> ferrita ou perlita, pois tudo é transformado em<br />

martensita.<br />

Valores <strong>de</strong> Microdureza:<br />

Densida<strong>de</strong> 6,9 g/cm 3 : Martensita(1): 708HV Densida<strong>de</strong> 7,1 g/cm 3 : Martensita(1): 808HV<br />

Austenita(2): 319HV Austenita(2): 366HV<br />

Macrodureza(HV30): 321HV 430HV<br />

Tabela 6: Resultados da análise <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e porosida<strong>de</strong> para DistaloyAE* TT.<br />

<strong>Materiais</strong>/<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>,<br />

g/cm 3<br />

ρs<br />

(<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

real, g/cm 3 )<br />

Densida<strong>de</strong><br />

Teórica<br />

(g/cm 3 )<br />

Densida<strong>de</strong><br />

Relativa, %<br />

εa, %<br />

(% <strong>de</strong> poros<br />

abertos)<br />

εt, %<br />

(% poros<br />

fechados)<br />

AE*(6,9) 7,02 7,86 89,38 4,88 5,74<br />

AE*(7,1) 7,21 7,86 91,79 3,20 5,01<br />

1<br />

2<br />

DistaloyAE- Cementado + Revenido<br />

(Fe- Ni- Mo- Cu)<br />

Figura 10: Densida<strong>de</strong> 6,9 e 7,1 g/cm 3 (como expecificado pelo fabricante),<br />

respectivamente. Aumento 500X.<br />

Nas figuras acima nota-se a presença <strong>de</strong> martensita (1) e austenita (2), a presença <strong>de</strong><br />

austenita <strong>de</strong>vido ao Cu e Ni, os quais já foram explicados anteriormente. Neste caso,<br />

<strong>de</strong>vido ao tratamento <strong>de</strong> cementação e revenimento, não se observa a presença <strong>de</strong> ferrita<br />

1<br />

2<br />

43


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

ou perlita, pois tudo é transformado em martensita, apresentando microestrutura e dureza<br />

similares às amostras <strong>de</strong> DistaloyAE*, as quais são tratadas termicamente e apresentam<br />

C na composição (fig. 9).<br />

Valores <strong>de</strong> Microdureza:<br />

Densida<strong>de</strong> 6,9 g/cm 3 : Martensita(1): 762HV Densida<strong>de</strong> 7,1 g/cm 3 : Martensita(1): 869HV<br />

Austenita(2): 441HV Austenita(2): 431HV<br />

Macrodureza(HV30): 359HV 374HV<br />

Tabela 7: Resultados da análise <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e porosida<strong>de</strong> para DistaloyAE cementado.<br />

<strong>Materiais</strong>/<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>,<br />

g/cm 3<br />

ρs<br />

(<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

real, g/cm 3 )<br />

Densida<strong>de</strong><br />

Teórica<br />

(g/cm 3 )<br />

Densida<strong>de</strong><br />

Relativa, %<br />

εa, %<br />

(% <strong>de</strong> poros<br />

abertos)<br />

εt, %<br />

(% poros<br />

fechados)<br />

AE(6,9) 6,99 7,96 87,80 5,28 6,92<br />

AE(7,1) 7,21 7,96 90,56 2,17 7,27<br />

Perfil <strong>de</strong> Microdureza:<br />

Dureza, HV0,1<br />

800<br />

700<br />

600<br />

500<br />

400<br />

300<br />

200<br />

Perfil <strong>de</strong> Microdureza<br />

Material DistaloyAE 6,9 Cementado<br />

0 500 1000 1500 2000<br />

Distancia, µm<br />

700<br />

600<br />

500<br />

400<br />

300<br />

200<br />

Perfil <strong>de</strong> Microdureza<br />

Material DistaloyAE 7,1 Cementado<br />

0 500 1000 1500 2000<br />

44<br />

a<br />

900<br />

800<br />

b<br />

Dureza, HV0,1<br />

Distancia, µm<br />

Figura 11: Perfil <strong>de</strong> microdureza das amostras <strong>de</strong> DistaloyAE cementadas,<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s 6,9 (a) e 7,1 (b) g/cm 3 .<br />

Analisando os gráficos da figura 11 acima, vemos que estas amostras apresentam um<br />

gran<strong>de</strong> aumento da dureza superficial, e uma boa profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cementação. Estas<br />

proprieda<strong>de</strong>s são interessantes do ponto <strong>de</strong> vista tribológico, aumentando a resistência ao<br />

<strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong>stes componentes, o que será <strong>de</strong>scrito posteriormente.


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

1<br />

DistaloyDH*- SinterTemperado + Revenido<br />

(Fe- Mo- Cu- C)<br />

Figura 12: Densida<strong>de</strong> 6,9 e 7,1 g/cm 3 (como expecificado pelo fabricante),<br />

respectivamente. Aumento 500X.<br />

Nas figuras acima nota-se a presença <strong>de</strong> martensita rica em cobre (1) e bainita (2).<br />

Esta microestrutura ocorre <strong>de</strong>vido à alta taxa <strong>de</strong> resfriamento utilizada no ciclo térmico <strong>de</strong><br />

tratamento, quando maior esta taxa maior a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> martensita em relação à<br />

bainita. Se a taxa se resfriamento é muito baixa, menor <strong>de</strong> 0.25°C/s, tem-se também a<br />

presença <strong>de</strong> ferrita, o qual nao é o caso <strong>de</strong>sta amostra.<br />

Valores <strong>de</strong> Microdureza:<br />

Densida<strong>de</strong> 6,9 g/cm 3 : Martensita(1): 710HV Densida<strong>de</strong> 7,1 g/cm 3 : Martensita(1): 702HV<br />

Bainita(2): 426HV Bainita(2): 440HV<br />

Macrodureza(HV30): 300HV 353HV<br />

Tabela 8: Resultados da analise <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e porosida<strong>de</strong> para DistaloyDH* sintert+rev.<br />

<strong>Materiais</strong>/<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>,<br />

g/cm 3<br />

ρs<br />

(<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

real, g/cm 3 )<br />

2<br />

Densida<strong>de</strong><br />

Teórica<br />

(g/cm 3 )<br />

Densida<strong>de</strong><br />

Relativa, %<br />

εa, %<br />

(% <strong>de</strong> poros<br />

abertos)<br />

εt, %<br />

(% poros<br />

fechados)<br />

DH*(6,9) 7,03 7,83 89,74 9,59 0,67<br />

DH*(7,1) 7,14 7,83 91,17 7,43 1,39<br />

1<br />

2<br />

45


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

DistaloyDH*- SinterTemperado<br />

(Fe- Mo- Cu-C)<br />

Figura 13: Densida<strong>de</strong> 6,9 e 7,1 g/cm 3 (como expecificado pelo fabricante),<br />

respectivamente. Aumento 500X.<br />

.<br />

Nas figuras acima nota-se a presença <strong>de</strong> martensita rica em cobre (1) e bainita (2).<br />

Esta liga não apresenta outra fase além <strong>de</strong> martensita e bainita, <strong>de</strong>vido ao tratamento<br />

térmico sofrido e <strong>de</strong>scrito para a amostra <strong>de</strong> DistaloyDH* sintertemperado e revenido.<br />

Estas amostras apenas temperadas apresentaram uma martensita mais grosseira e um<br />

aumento dos valores <strong>de</strong> microdureza quando comparadas aquelas temperada + revenida,<br />

(fig. 14).<br />

Valores <strong>de</strong> Microdureza:<br />

Densida<strong>de</strong> 6,9 g/cm 3 : Martensita(1): 795HV Densida<strong>de</strong> 7,1 g/cm 3 : Martensita(1): 788HV<br />

Bainita(2): 501HV Bainita(2): 498HV<br />

Macrodureza(HV30): 306HV 380HV<br />

Tabela 9: Resultados da analise <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e porosida<strong>de</strong> para DistaloyDH* sintert.<br />

<strong>Materiais</strong>/<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>,<br />

g/cm 3<br />

1<br />

ρs<br />

(<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

real, g/cm 3 )<br />

2<br />

Densida<strong>de</strong><br />

Teórica<br />

(g/cm 3 )<br />

Densida<strong>de</strong><br />

Relativa, %<br />

εa, %<br />

(% <strong>de</strong> poros<br />

abertos)<br />

εt, %<br />

(% poros<br />

fechados)<br />

DH*(6,9) 6,95 7,85 88,55 10,38 1,07<br />

DH*(7,1) 7,15 7,85 91,06 6,90 2,04<br />

1<br />

2<br />

46


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

4.1.3 LIGAS DE BRONZE<br />

B- Sinterizado<br />

(Cu-Sn)<br />

Figura 14: Densida<strong>de</strong> 6,6 e 7,0 g/cm 3 (como expecificado pelo fabricante),<br />

respectivamente. Aumento 200X.<br />

Nas figuras acima nota-se a presença <strong>de</strong> bronze α(1) e cobre(2). Existe também uma<br />

gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> poros, <strong>de</strong>vido à baixa temperatura <strong>de</strong> sinterização. A presença <strong>de</strong><br />

esferas <strong>de</strong> cobre também é constante em toda amostra, mostrando ausência <strong>de</strong> difusão.<br />

Esta elevada quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> poros é justificada <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong>ste componente ser<br />

usado como bucha auto-lubrificante. No entanto, sua real condição <strong>de</strong> trabalho será<br />

analisada posteriormente, durante os testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste.<br />

Valores <strong>de</strong> Microdureza:<br />

Densida<strong>de</strong> 6,6 g/cm 3 : Bronze α(1): 106HV Densida<strong>de</strong> 7,0 g/cm 3 : Bronze α(1): 106HV<br />

Cobre(2): 84HV Cobre(2): 88HV<br />

Macrodureza(HB 2.5/15.62): 51HV 58HV<br />

Tabela 10: Resultados da analise <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e porosida<strong>de</strong> para B sinterizado.<br />

<strong>Materiais</strong>/<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>,<br />

g/cm 3<br />

2<br />

ρs<br />

(<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

real, g/cm 3 )<br />

1<br />

Densida<strong>de</strong><br />

Teórica<br />

(g/cm 3 )<br />

Densida<strong>de</strong><br />

Relativa, %<br />

εa, %<br />

(% <strong>de</strong> poros<br />

abertos)<br />

εt, %<br />

(% poros<br />

fechados)<br />

B(6,6) 6,52 8,73 74,69 25,28 0,03<br />

B(7,0) 6,84 8,73 78,33 21,22 0,45<br />

1<br />

2<br />

47


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

2<br />

B2- Sinterizado<br />

(Cu-9%Sn- 1.5%C)<br />

Figuras 15: Densida<strong>de</strong> 6,4 e 6,8 g/cm 3 (como expecificado pelo fabricante),<br />

respectivamente. Aumento 200X.<br />

Nas figuras acima nota-se a presença <strong>de</strong> bronze α(1) e Carbono na forma <strong>de</strong> grafita<br />

(2). A amostra também apresenta uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> poros, como a amostra B,<br />

mas neste caso, a difusão entre cobre e estanho é completa, pois não há presença <strong>de</strong> Cu<br />

puro na microestrutura. A composição <strong>de</strong>sta liga é idêntica àquela da liga B, sendo, no<br />

entanto, adicionado C (grafita), a qual serve como um auxílio na lubrificação nos primeiros<br />

momentos <strong>de</strong> trabalho, diminuindo o atrito inicial e consequentemente o <strong>de</strong>sgaste, o que<br />

será mostrado posteriormente nas análises <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste.<br />

Valores <strong>de</strong> Microdureza:<br />

Densida<strong>de</strong> 6.4 g/cm 3 : Bronze α(1): 110HV Densida<strong>de</strong> 6.8 g/cm 3 : Bronze α(1): 112HV<br />

Macrodureza(HB 2.5/15.62): 44HV 55HV<br />

Tabela 11: Resultados da analise <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e porosida<strong>de</strong> para B2 sinterizado.<br />

<strong>Materiais</strong>/<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>,<br />

g/cm 3<br />

1<br />

ρs<br />

(<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

real, g/cm 3 )<br />

Densida<strong>de</strong><br />

Teórica<br />

(g/cm 3 )<br />

Densida<strong>de</strong><br />

Relativa, %<br />

εa, %<br />

(% <strong>de</strong> poros<br />

abertos)<br />

εt, %<br />

(% poros<br />

fechados)<br />

B2(6,4) 6,20 8,36 74,12 25,44 0,44<br />

B2(6,8) 6,54 8,36 78,26 19,05 2,69<br />

1<br />

2<br />

48


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

4.1.4 LIGAS DE Cu + Fe<br />

3<br />

F - Sinterizado<br />

(Fe- Cu)<br />

Figuras 16: Densida<strong>de</strong> 5,8 e 6,2 g/cm 3 (como expecificado pelo fabricante),<br />

respectivamente. Aumento 500X.<br />

Nas figuras acima nota-se a presença <strong>de</strong> ferrita (1), perlita (2) e cobre (3). A amostra<br />

apresenta uma difusão cobre-ferro muito baixa, na realida<strong>de</strong> quase nenhuma. Isto porque<br />

as partículas <strong>de</strong> cobre não apresentaram modificação após a sinterização. Este efeito é<br />

atribuído à temperatura <strong>de</strong> sinterização usada (abaixo <strong>de</strong> 1120 ºC). Nota-se também a<br />

presença <strong>de</strong> perlita, que não <strong>de</strong>veria estar presente, pois esta é uma liga somente <strong>de</strong> Cu<br />

e Fe, mas <strong>de</strong>vido a atmosfera do forno não ser controlada, é possível que este seja<br />

proveniente da atmosfera do mesmo, <strong>de</strong>vido à uma provável contaminação. Nestes 2<br />

casos uma análise <strong>de</strong> carbono foi realizada, em LECO CS125, e os valores encontrados<br />

foram <strong>de</strong> 0,12%C para <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 5,8g/cm 3 e 0,11%C para 6,2g/cm 3 .<br />

Valores <strong>de</strong> Microdureza:<br />

Densida<strong>de</strong> 5,8 g/cm 3 : Ferrita(1): 100HV Densida<strong>de</strong> 6,2 g/cm 3 : Ferrita(1): 119HV<br />

Cobre(3): 80HV Cobre(3): 84HV<br />

Macrodureza(HB 2.5/15.62): 64HV 70HV<br />

Tabela 12: Resultados da analise <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e porosida<strong>de</strong> para F sinterizado.<br />

<strong>Materiais</strong>/<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>,<br />

g/cm 3<br />

2<br />

ρs<br />

(<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

real, g/cm 3 )<br />

1<br />

Densida<strong>de</strong><br />

Teórica<br />

(g/cm 3 )<br />

Densida<strong>de</strong><br />

Relativa, %<br />

εa, %<br />

(% <strong>de</strong> poros<br />

abertos)<br />

εt, %<br />

(% poros<br />

fechados)<br />

F(5,8) 5,89 7,92 74,41 23,81 1,78<br />

F(6,2) 6,31 7,92 79,62 17,39 2,99<br />

1<br />

3<br />

2<br />

49


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

F*- Sinterizado<br />

(Fe- Cu- P- C)<br />

Figuras 17: Densida<strong>de</strong> 5,8 e 6,2 g/cm 3 (como expecificado pelo fabricante),<br />

respectivamente. Aumento 500X.<br />

Nas figuras acima nota-se a presença <strong>de</strong> ferrita (1), perlita (2), cobre (3) e carbono na<br />

forma <strong>de</strong> grafita (4). Esta amostra também apresenta uma difusão cobre-ferro muito baixa,<br />

como já foi <strong>de</strong>scrito na amostra anterior (F sinterizado). Esta liga apresenta C na forma <strong>de</strong><br />

grafita, pois este tem a função <strong>de</strong> auxiliar na lubrificação nos primeiros momentos <strong>de</strong><br />

trabalho, asim como já <strong>de</strong>scrito para as amostras B2. O fósforo nestas ligas é adicionado<br />

com o intuito <strong>de</strong> auxiliar na formação <strong>de</strong> fase líquida do Fe a baixa temperatura <strong>de</strong><br />

sinterização. Estas amostras também apresentaram uma alta quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> perlita, sendo<br />

proveniente da atmosfera do forno e da grafita presente na amostra.<br />

Valores <strong>de</strong> Microdureza:<br />

Densida<strong>de</strong> 5,8 g/cm 3 : Ferrita(1): 100HV Densida<strong>de</strong> 6,2 g/cm 3 : Ferrita(1): 119HV<br />

Cobre(3): 80HV Cobre(3): 84HV<br />

Macrodureza(HB 2.5/15.62): 68HV 74HV<br />

Tabela 13: Resultados da analise <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e porosida<strong>de</strong> para F* sinterizado.<br />

<strong>Materiais</strong>/<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>,<br />

g/cm 3<br />

1<br />

ρs<br />

(<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

real, g/cm 3 )<br />

4<br />

3<br />

2<br />

Densida<strong>de</strong><br />

Teórica<br />

(g/cm 3 )<br />

Densida<strong>de</strong><br />

Relativa, %<br />

εa, %<br />

(% <strong>de</strong> poros<br />

abertos)<br />

εt, %<br />

(% poros<br />

fechados)<br />

F*(5,8) 5,91 7,71 76,70 23,22 0,08<br />

F*(6,2) 6,28 7,71 81,43 17,23 1,35<br />

3<br />

4<br />

2<br />

1<br />

50


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

4.1.5 ANÁLISE DA RUGOSIDADE SUPERFICIAL<br />

Devido a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> amostras ser muito gran<strong>de</strong>, não serão mostrados todos os<br />

gráficos. Na figura 18, há um exemplo da medição realizada em uma das amostras, sendo<br />

que as <strong>de</strong>mais seguem todas esta mesma linha <strong>de</strong> análise. Na tabela 14 e figura 19,<br />

estão <strong>de</strong>scritos todos os valores médios <strong>de</strong> Rk, Rvk, Rpk e ∆Mr (Mr2-Mr1), encontrados.<br />

Quanto maior o valor <strong>de</strong> Rk, menor será a área <strong>de</strong> contato e maior a inclinação da reta<br />

da figura 18, como consequência um pior acabamento superficial.<br />

HOMMELWERKE<br />

Turbo Roughness V2.86<br />

Measuring conditions<br />

Pick-up type TK100<br />

Measuring range 80 µm<br />

Assessment length 5.00 mm<br />

Speed 0.05mm/s<br />

Lc ( Cut Off ) 0.800 mm<br />

Filter M1 DIN4777<br />

Zero Line TPA: 0.00%<br />

Zero Line TPI: 0.00%<br />

DistaloyAE* (6.9) – Sinterizado<br />

Rpk 0.70 µm<br />

Rk 2.38 µm<br />

Rvk 6.90 µm<br />

A2 1141.83 µm**2/mm<br />

A1 20.94 µm**2/mm<br />

Mr2 66.9 %<br />

Mr1 6.0 %<br />

Figura 18: Curva <strong>de</strong> Abbott-Firestone. Material DAE2 sinterizado.<br />

51


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

Rk medio,µm<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

Tabela 14: Valores médios da curva <strong>de</strong> Abbott-Firestone.<br />

Materiale<br />

Rpk – médio<br />

(µm)<br />

Rk – médio<br />

(µm)<br />

Rvk – médio<br />

(µm)<br />

(∆Mr) –<br />

médio, %<br />

Dist.AE* (6,9) – Sinterizado 1,06 2,38 6,48 64,1<br />

Dist.AE* (7,1) – Sinterizado 1,02 1,92 4,68 67,43<br />

Dist.AE* (6,9) – Tratado<br />

termicamente<br />

2,27 3,42 8,36 64,7<br />

Dist.AE* (7,1) - Tratado<br />

0,55 1,81 4,9 67,63<br />

termicamente<br />

Dist.AE (6,9) - Sinterizado 0,73 2,6 7,02 62,83<br />

Dist.AE (7,1) - Sinterizado 0,49 1,49 5,05 67,97<br />

Dist.AE (6,9) – Cementado 0,92 2,69 7,75 63,97<br />

Dist.AE (7,1) - Cementado 0,51 1,74 5,47 67,13<br />

Dist.DH* (6,9) –<br />

Sintertemp+revenido<br />

1,5 3,2 9,2 58,33<br />

Dist.DH* (7,1) –<br />

Sintertemp+revenido<br />

0,55 1,55 6,75 63,8<br />

Dist.DH* (6,9) -<br />

Sintertemperado<br />

0,81 3,13 9,14 59,03<br />

Dist.DH* (7,1) -<br />

0,5 2,06 7,34 63,1<br />

Sintertemperado<br />

B (6,6) - Sinterizado 3,16 6,58 16,23 63,9<br />

B (7,0) - Sinterizado 2,68 6,49 16,61 66,57<br />

B2 (6,4) - Sinterizado 2,32 7,13 14,43 70,5<br />

B2 (6,8) - Sinterizado 2,82 6,14 11,89 66,23<br />

F (5,8) - Sinterizado 1,03 4,44 10,45 59,93<br />

F (6,2) - Sinterizado 0,88 3,01 8,53 60,43<br />

F* (5,8) - Sinterizado 1,12 6,92 8,95 69,17<br />

F* (6,2) - Sinterizado 0,92 4,65 9,72 64,37<br />

1<br />

5,6 5,8 6,0 6,2 6,4 6,6 6,8 7,0 7,2<br />

Densida<strong>de</strong>, g/cm 3<br />

Ligas <strong>de</strong> Bronze<br />

Ligas <strong>de</strong> Fe<br />

Figura 19 – Rk médio x Densida<strong>de</strong><br />

Somente Sinterizados<br />

tratados Termicamente<br />

Os valores obtidos para as ligas a base <strong>de</strong> Fe, figura 19 e tabela 14, mostram um<br />

pioramento <strong>de</strong> Rk - quanto maior o valor <strong>de</strong> Rk pior a rugosida<strong>de</strong> superficial - com o<br />

52


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

<strong>de</strong>créscimo <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, o que é justo <strong>de</strong>vido ao consequente aumento <strong>de</strong> porosida<strong>de</strong>.<br />

Os valores encontrados para os Distaloys são bons e relativamente baixos. Nota-se uma<br />

diferença nos valores entre os que são apenas sinterizados e aqueles tratados<br />

termicamente, isso provavelmente acontece <strong>de</strong>vido a contração no volume quando estes<br />

materiais são expostos a algum tipo <strong>de</strong> tratamento, aumentando consequentemente os<br />

valores <strong>de</strong> Rk. Já os valores <strong>de</strong> F e F* são um pouco elevados, <strong>de</strong>vido a menor<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>. Talvez com o aumento na temperatura <strong>de</strong> sinterização e por consequência a<br />

homogeneização da microestrutura, estes valores <strong>de</strong> Rk diminuam.<br />

As ligas <strong>de</strong> bronze também mostram um pioramento <strong>de</strong> Rk em função do<br />

<strong>de</strong>scrécimo da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, com exceção <strong>de</strong> um ponto (figura 19). Nota-se também um alto<br />

valor <strong>de</strong> Rvk (tabela 14), isso acontece <strong>de</strong>vido a estes materiais terem a função <strong>de</strong><br />

buchas autolubrificante.<br />

Os valores <strong>de</strong> Rk encontrados para as ligas B e B2, são maiores que para as ligas F<br />

e F*, as quais apresentam menor <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e que por consequência <strong>de</strong>veriam apresentar<br />

um Rk maior. Isto provavelmente ocorre <strong>de</strong>vido estas peças não apresentarem uma boa<br />

sinterização e/ou <strong>de</strong>vido a temperatura <strong>de</strong> sinterização ser muito baixa comparada as <strong>de</strong><br />

F e F*. Um outro ponto é que ao sinterizar Fe+Cu, caso <strong>de</strong> F e F*, o cobre se difun<strong>de</strong> no<br />

ferro e faz aumentar o volume da célula, não interferindo na <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, e isso, apesar<br />

<strong>de</strong>stas peças não apresentarem uma boa sinterização e por consequência uma baixa<br />

difusão do Cu no Fe, po<strong>de</strong> ter proporcionado um acabamento superficial melhor que em B<br />

e B2, mesmo tendo uma <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> menor.<br />

A influência <strong>de</strong>stes valores no resultado <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong>stas peças po<strong>de</strong>rão ser<br />

analisados posteriormente, quando provavelmente serão realizados testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste<br />

com lubrificantes, pois durante os testes a seco não foi possível encontrar nenhuma<br />

correlação entre os resultados, como será visto a seguir, muito provavelmente <strong>de</strong>vido ao<br />

elevado atrito e elevada severida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>sgaste.<br />

53


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

4.2 CARACTERIZAÇÃO TRIBILÓGICA<br />

4.2.1 DISTALOYS<br />

As análises <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste em todas as amostras <strong>de</strong> Distaloys foram iniciadas através da<br />

aplicação <strong>de</strong> uma força normal <strong>de</strong> 200N e uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> 0,314m/s.<br />

Estes parâmetros foram escolhidos como referência, ou seja, <strong>de</strong>pois da análise <strong>de</strong>stes é<br />

que foram i<strong>de</strong>ntificados os outros parâmetros para os posteriores testes. Os resultados,<br />

discusões e prosseguimento dos testes estão <strong>de</strong>scritos a seguir.<br />

4.2.1.1 Distaloys Sinterizados<br />

Testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste a 200N e 0,314m/s – Distaloys somente Sinterizados:<br />

Volume <strong>de</strong>sgastado [x10 -6 ,m 3 ]<br />

0,040<br />

0,035<br />

0,030<br />

0,025<br />

0,020<br />

0,015<br />

0,010<br />

0,005<br />

DistaloyAE* - Sinterizado<br />

(Força 200N - Velocida<strong>de</strong> 0,314m/s)<br />

Densida<strong>de</strong> 6,9<br />

Densida<strong>de</strong> 7,1<br />

0,000<br />

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800<br />

Distancia <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento [m]<br />

Figura 20: Resultados do teste <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste para o material DistaloyAE* sinterizado.<br />

Tabela 15: Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> DistaloyAE* sinterizado.<br />

Material<br />

AE* (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 6,9 g/cm 3 )<br />

AE* (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 7,1 g/cm 3 )<br />

Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste após<br />

282,6m (m 2 /N)<br />

6,1x10 -14<br />

(3x10 -13 no início)<br />

6,6x10 -14<br />

(3x10 -13 no início)<br />

54


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Atrito<br />

0,8<br />

0,6<br />

0,4<br />

0,2<br />

DistaloyAE* - Densida<strong>de</strong> 6,9<br />

0,0<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000<br />

Tempo [s]<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Atrito<br />

0,8<br />

0,6<br />

0,4<br />

0,2<br />

DistaloyAE* - Densida<strong>de</strong> 7,1<br />

0,0<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000<br />

Tempo [s]<br />

Figura 21: Andamento do coeficiente <strong>de</strong> atrito para <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s 6,9 (a) e 7,1 (b) g/cm 3 .<br />

Volume <strong>de</strong>sgastado [x10 -6 ,m 3 ]<br />

0,09<br />

0,08<br />

0,07<br />

0,06<br />

0,05<br />

0,04<br />

0,03<br />

0,02<br />

0,01<br />

DistaloyAE - Sinterizado<br />

(Força 200N - Velocida<strong>de</strong> 0,314m/s)<br />

Densida<strong>de</strong> 6,9<br />

Densida<strong>de</strong> 7,1<br />

0,00<br />

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800<br />

Distancia <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento [m]<br />

Figura 22: Resultados do teste <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste para o material DistaloyAE sinterizado.<br />

Tabela 16: Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> DistaloyAE sinterizado.<br />

Material<br />

AE (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 6,9 g/cm 3 )<br />

AE (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 7,1 g/cm 3 )<br />

a<br />

Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste após<br />

282,6m (m 2 /N)<br />

1,6x10 -13<br />

(5,9x10 -13 no início)<br />

1,6x10 -13<br />

(2,6,x10 -13 no início)<br />

55<br />

b


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Atrito<br />

0,8<br />

0,6<br />

0,4<br />

0,2<br />

DistaloyAE - Densida<strong>de</strong> 6,9<br />

0,0<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000<br />

Tempo [s]<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Atrito<br />

0,8<br />

0,6<br />

0,4<br />

0,2<br />

DistaloyAE - Densida<strong>de</strong> 7,1<br />

a b<br />

0,0<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000<br />

Tempo [s]<br />

Figura 23: Andamento do coeficiente <strong>de</strong> atrito para <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s 6,9 (a) e 7,1 (b) g/cm 3 .<br />

As amostras <strong>de</strong> Distaloys somente sinterizadas, expostas acima, apresentam uma taxa<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste um tanto severa (tabela 1, capítulo 2) nos primeiros minutos <strong>de</strong> prova, ou<br />

fase <strong>de</strong> run-in, <strong>de</strong>scrita no capítulo 2, principalmente as amostras <strong>de</strong> DistaloyAE (tabela<br />

16), <strong>de</strong>vido a ausência <strong>de</strong> carbono na sua composição, o que torna a matriz mais dúctil e<br />

consequentemente menos resistente. Depois do run-in as amostras atingiram o estágio 1<br />

e estabilizaram-se, com um <strong>de</strong>sgaste provavelmente ainda a<strong>de</strong>sivo. O comportamento do<br />

coeficiente <strong>de</strong> atrito apresentou uma gran<strong>de</strong> variação <strong>de</strong> valores, caracterizando também<br />

um contato supostamente a<strong>de</strong>sivo.<br />

Para uma melhor caracterização do mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste ocorrido nestas amostras,<br />

foi realizada uma análise nestas após <strong>de</strong>sgaste. A seguir está representado o resultado<br />

da análise no material DistaloyAE (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 6,9 g/cm 3 ), pois entre as amostras foi o qual<br />

apresentou uma maior taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste e on<strong>de</strong> é possível verificar nitidamente o<br />

mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste presente. As amostras <strong>de</strong> DistaloyAE* também apresentaram o<br />

mesmo mecanismo, no entanto com uma <strong>de</strong>formação plástica menos acentuada.<br />

56


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

Análise Pós Desgaste:<br />

DistaloyAE (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 6,9 g/cm 3 ) – Sinterizado<br />

(Força 200N – Velocida<strong>de</strong> 0,314m/s)<br />

a b<br />

Figura 24: Secção transversal (aumento 200x)(a) e superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (b).<br />

a b c<br />

Figura 25: Superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (a), fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no intervalo <strong>de</strong><br />

0-15min, (b) e intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (c). (ESEM).<br />

a b<br />

Figura 26: Espectro dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no interval <strong>de</strong> 0-<br />

15min (a) e no intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (b) (ESEM).<br />

57


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

Analisando a secção transversal e os fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste, foi confirmada a<br />

presença do mecanismo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são, <strong>de</strong>vido a gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>formação plástica encontrada na<br />

região <strong>de</strong> contato (fig. 24) e da presença <strong>de</strong> fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste metálicos nos<br />

primeiros minutos <strong>de</strong> teste, run-in (figs. 25 e 26).<br />

No entanto, quando analisamos a superfície <strong>de</strong>sgastada (fig. 24), que apresenta uma<br />

camada <strong>de</strong> óxido compactado, e os fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste nos últimos minutos (figs. 25<br />

e 26) que são oxidados, notamos a presença <strong>de</strong> um outro fenômeno, a tribo-oxidação a<br />

baixas velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento (capítulo 2), este fenômeno juntamente com a<br />

a<strong>de</strong>são é o que controla o estágio 1 <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste e faz com que a taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste não<br />

seja severa e sim mo<strong>de</strong>rada, (ver tabela 1, capítulo 2). Este fenômeno provavelmente é<br />

proveniente da elevação da temperatura na região <strong>de</strong> contato amostra-contracorpo, e<br />

<strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> que neste tipo <strong>de</strong> teste os fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste tem uma gran<strong>de</strong><br />

dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixarem a região <strong>de</strong> contato durante <strong>de</strong>sgaste, portanto permanecem ali e<br />

oxidam-se, e uma boa parte <strong>de</strong>les compactasse sobre a amostra formando uma camada<br />

<strong>de</strong> óxido. Este fenômeno é esperado em todas as amostras que serão analisadas.<br />

Após a análise dos resultados dos testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste a 200N e 0,314m/s e <strong>de</strong>vido as<br />

amostras apresentarem um comportamento ao <strong>de</strong>sgaste mo<strong>de</strong>rado, mas com uma<br />

gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>formação plástica e estarem no limite dos valores <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste mo<strong>de</strong>rado, o<br />

prosseguimento dos testes nestas amostras foi realizado com uma força normal <strong>de</strong> 100N<br />

e a mesma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento que a 200N, com o objetivo <strong>de</strong> obter um melhor<br />

comportamento ao <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong>stes materiais. Este parâmetro foi escolhido, pois com a<br />

aplicação <strong>de</strong> uma força ou velocida<strong>de</strong>s maiores o <strong>de</strong>sgaste seria provavelmente severo, e<br />

com uma velocida<strong>de</strong> e, ou força menores haveria uma maior a<strong>de</strong>são e consequentemente<br />

uma pior resistência.<br />

A seguir estão expostos os resultados obtidos durante este segundo teste.<br />

58


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

Testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste a 100N e 0,314m/s – Distaloys somente Sinterizados:<br />

Tabela 17: Resultados dos testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste a 100N para Distaloys somente<br />

sinterizados.<br />

Material/<br />

Densida<strong>de</strong> (g/cm 3 )<br />

AE*- Sinterizado<br />

(6,9)<br />

AE*- Sinterizado<br />

(7,1)<br />

AE- Sinterizado<br />

(6,9)<br />

AE - Sinterizado<br />

(7,1)<br />

Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste<br />

após 282,6m (m 2 /N)<br />

4,8x10 -14<br />

(8,4x10 -13 no início)<br />

4,5x10 -14<br />

(4,3x10 -13 no início)<br />

7,4x10 -14<br />

(2,0x10 -13 no início)<br />

9,6x10 -14<br />

(5,9x10 -13 no início)<br />

Coeficiente <strong>de</strong><br />

atrito médio<br />

0,59<br />

0,60<br />

0,66<br />

0,64<br />

Nota<br />

Durante os<br />

primeiros 15 min o<br />

coeficiente <strong>de</strong> atrito<br />

era 0,56.<br />

As amostras acima, apresentaram um comportamento ao <strong>de</strong>sgaste um pouco melhor<br />

que as mesmas quando testadas a 200N, ou seja, o valor da taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste encontrado<br />

foi ligeiramente inferior, neste caso também foi verificada a presença <strong>de</strong> run-in durante os<br />

primeiros minutos <strong>de</strong> ensaio, com posterior estágio 1 (capítulo 2). O <strong>de</strong>sgaste é<br />

consi<strong>de</strong>rado mo<strong>de</strong>rado, <strong>de</strong>vido as taxas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgastes das amostras apresentarem um<br />

valor inferior àqueles especificados na tabela 1 capítulo 2. As amostras <strong>de</strong> DistaloyAE<br />

apresentaram outra vez uma menor resistência ao <strong>de</strong>sgaste, <strong>de</strong>vido a ausência <strong>de</strong> C, a<br />

qual já foi discutida anteriormente.<br />

O comportamento do coeficiente <strong>de</strong> atrito não apresentou a variação <strong>de</strong> valores ao<br />

longo do ensaio como encontrados a 200N (ex. Fig. 22), mas sim um valor médio mais<br />

elevado.<br />

Neste caso também foi realizada a análise nas amostras após o ensaio com o intuito<br />

<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar o mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste. A seguir está representado o resultado da<br />

análise do material DistaloyAE (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 7,1 g/cm 3 ), pelo mesmo motivo apresentado na<br />

análise a 200N.<br />

59


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

Análise Pós Desgaste:<br />

DistaloyAE (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 7,1 g/cm 3 ) – Sinterizado<br />

(Força 100N – Velocida<strong>de</strong> 0,314m/s)<br />

a b<br />

Figura 27: Secção transversal (aumento 200x)(a) e superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (b).<br />

a b c<br />

Figura 28: Superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (a), fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no<br />

intervalo <strong>de</strong> 0-15min, (b) e intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (c), (ESEM).<br />

Figura 29: Espectro dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no interval <strong>de</strong> 0-<br />

15min e 60-90 min (ESEM).<br />

60


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

Analisando a secção transversal, superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste e os fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste,<br />

po<strong>de</strong>-se supor que o mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste atuante tenha sido a a<strong>de</strong>são. Isto porque foi<br />

observada a presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação plástica e marcas <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são encontrados na região<br />

<strong>de</strong> contato (fig. 27), e <strong>de</strong> fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste metálicos durante todo o teste (fig. 28),<br />

não apenas nos primeiros minutos <strong>de</strong> ensaio, como no teste a 200N. Estes fragmentos<br />

também apresentaram uma certa quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> óxido (fig. 29), que é causado pelo<br />

mesmo motivo já explicado quando analisados a 200N.<br />

Neste caso o mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste que provavelmente prevaleceu durante todo o<br />

ensaio foi a a<strong>de</strong>são, po<strong>de</strong>ndo-se notar também a presença <strong>de</strong> tribo-oxidação, mas muito<br />

inferior que aquela encontrada nas amostras testadas a 200N. Apesar <strong>de</strong>sta a<strong>de</strong>são as<br />

amostras apresentaram um comportamento ao <strong>de</strong>sgaste mo<strong>de</strong>rado, com taxas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sgaste inferiores aquelas mostradas na tabela 1, capítulo2.<br />

61


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

4.2.1.2 Distaloys Tratados Termicamente<br />

Testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste a 200N e 0,314m/s – Distaloys Tratados Termicamente:<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Atrito<br />

0,8<br />

0,6<br />

0,4<br />

0,2<br />

Volume <strong>de</strong>sgastado [x10 -6 ,m 3 ]<br />

0,0030<br />

0,0025<br />

0,0020<br />

0,0015<br />

0,0010<br />

0,0005<br />

0,0000<br />

DistaloyAE* - Densida<strong>de</strong> 6,9<br />

0,0<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000<br />

DistaloyAE* - Sinterizado + Tratado Termicamente<br />

(Força 200N - Velocida<strong>de</strong> 0,314m/s)<br />

-0,0005<br />

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800<br />

Tempo [s]<br />

Densida<strong>de</strong> 6,9<br />

Densida<strong>de</strong> 7,1<br />

Distancia <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento [m]<br />

Figura 30: Resultados do teste <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste para o material DistaloyAE* tratado<br />

termicamente.<br />

Tabela 18: Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> DistaloyAE* sinterizado + trat. termicamente.<br />

Material<br />

Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste após<br />

565,2m (m 2 /N)<br />

AE* (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 6,9 g/cm 3 ) 9,9x10 -15<br />

AE* (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 7,1 g/cm 3 ) 1,0x10 -14<br />

a<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Atrito<br />

0,8<br />

0,6<br />

0,4<br />

0,2<br />

DistaloyAE* - Densida<strong>de</strong> 7,1<br />

0,0<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000<br />

Tempo [s]<br />

Figura 31: Andamento do coeficiente <strong>de</strong> atrito para <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s 6,9 (a) e 7,1 (b) g/cm 3 .<br />

b<br />

62


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

Volume <strong>de</strong>sgastado [x10 -6 ,m 3 ]<br />

0,0020<br />

0,0018<br />

0,0016<br />

0,0014<br />

0,0012<br />

0,0010<br />

0,0008<br />

0,0006<br />

0,0004<br />

0,0002<br />

0,0000<br />

DistaloyAE - Sinterizado + Cementado<br />

(Força 200N - Velocida<strong>de</strong> 0,314m/s)<br />

Densida<strong>de</strong> 6,9<br />

Densida<strong>de</strong> 7,1<br />

-0,0002<br />

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800<br />

Distancia <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento [m]<br />

Figura 32: Resultados do teste <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste para o material DistaloyAE cementado.<br />

Tabela 19: Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> DistaloyAE sinterizado + cementado.<br />

Material<br />

Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste após<br />

565,2m (m 2 /N)<br />

AE (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 6,9 g/cm 3 ) 6,1x10 -15<br />

AE (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 7,1 g/cm 3 ) 5,6x10 -15<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Atrito<br />

0,8<br />

0,6<br />

0,4<br />

0,2<br />

DistaloyAE - Densida<strong>de</strong> 6,9<br />

0,0<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000<br />

Tempo [s]<br />

a<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Atrito<br />

0,8<br />

0,6<br />

0,4<br />

0,2<br />

DistaloyAE - Densida<strong>de</strong> 7,1<br />

0,0<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000<br />

Tempo [s]<br />

Figura 33: Andamento do coeficiente <strong>de</strong> atrito para <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s 6,9 (a) e 7,1 (b) g/cm 3 .<br />

b<br />

63


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

Volume <strong>de</strong>sgastado [x10 -6 ,m 3 ]<br />

0,0014<br />

0,0012<br />

0,0010<br />

0,0008<br />

0,0006<br />

0,0004<br />

0,0002<br />

0,0000<br />

-0,0002<br />

DistaloyDH* - Sintertemperado + Revenido<br />

(Força 200N - Velocida<strong>de</strong> 0,314m/s)<br />

Densida<strong>de</strong> 6,9<br />

Densida<strong>de</strong> 7,1<br />

-0,0004<br />

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800<br />

Distancia <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento [m]<br />

Figura 34: Resultados do teste <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste para o material DistaloyDH*<br />

sintertemperado + revenido.<br />

Tabela 20: Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> DistaloyDH* sintertemperado + revenido.<br />

Material<br />

Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste após<br />

565,2m (m 2 /N)<br />

DH* (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 6,9 g/cm 3 ) 5,4x10 -15<br />

DH* (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 7,1 g/cm 3 ) 6,2x10 -15<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Atrito<br />

0,8<br />

0,6<br />

0,4<br />

0,2<br />

DistaloyDH* - Densida<strong>de</strong> 6,9<br />

0,0<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000<br />

Tempo [s]<br />

a<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Atrito<br />

0,8<br />

0,6<br />

0,4<br />

0,2<br />

DistaloyDH* - Densida<strong>de</strong> 7,1<br />

0,0<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000<br />

Tempo [s]<br />

Figura 35: Andamento do coeficiente <strong>de</strong> atrito para <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s 6,9 (a) e 7,1 (b) g/cm 3 .<br />

b<br />

64


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

Volume <strong>de</strong>sgastado [x10 -6 ,m 3 ]<br />

0,0008<br />

0,0006<br />

0,0004<br />

0,0002<br />

0,0000<br />

-0,0002<br />

-0,0004<br />

DistaloyDH* - SinterTemperado<br />

(Força 200N - Velocida<strong>de</strong> 0,314m/s)<br />

Density 6,9<br />

Density 7,1<br />

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800<br />

Distancia <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento [m]<br />

Figura 36: Resultados do teste <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste para o material DistaloyDH* sintertemperado.<br />

Tabela 21: Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> DistaloyDH* sintertemperado.<br />

Material<br />

Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste após<br />

565,2m (m 2 /N)<br />

DH* (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 6,9g/cm 3 ) 4,2x10 -15<br />

DH* (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 7,1g/cm 3 ) 4,0x10 -15<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Atrito<br />

0,8<br />

0,6<br />

0,4<br />

0,2<br />

DistaloyDH* - Densida<strong>de</strong> 6,9<br />

0,0<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000<br />

Tempo [s]<br />

0,8<br />

a b<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Atrito<br />

0,6<br />

0,4<br />

0,2<br />

DistaloyDH* - Densida<strong>de</strong> 7,1<br />

0,0<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000<br />

Tempo [s]<br />

Figura 37: Andamento do coeficiente <strong>de</strong> atrito para <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s 6,9 (a) e 7,1 (b) g/cm 3 .<br />

65


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

As amostras <strong>de</strong> Distaloys tratadas termicamente e expostas acima, apresentaram uma<br />

taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste mo<strong>de</strong>rada (tabela 1, capítulo 2), principalmente as amostras<br />

DistaloyDH* sintertemperadas, <strong>de</strong>vido à presença <strong>de</strong> uma microestrutura somente com<br />

martensita e bainita , com ausência <strong>de</strong> austenita, que por ser uma zona mais dúctil,<br />

diminui a resistência ao <strong>de</strong>gaste dos materiais, como é o caso das amostras <strong>de</strong><br />

DistaloyAE* e DistaloyAE.<br />

O comportamento do coeficiente <strong>de</strong> atrito nos materiais DistaloyAE e DistaloyDH* (figs.<br />

33, 35 e 37) apresentou uma maior variação <strong>de</strong> valores após alguns minutos, isto ocorre<br />

provavelmente <strong>de</strong>vido ao incremento do mecanismo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são. Já nas amostras <strong>de</strong><br />

DistaloyAE* (fig. 31), isso não ocorre, apresentando durante todo o teste um atrito<br />

constante, ou seja, com uma variação <strong>de</strong> valores um pouco maior, evi<strong>de</strong>nciando somente<br />

a<strong>de</strong>são.<br />

Este comportamento do coeficiente <strong>de</strong> atrito, juntamente com a fase <strong>de</strong> run-in, on<strong>de</strong><br />

observa-se ganho em peso e consequentemente uma taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste inferior ao estágio<br />

1, presente em todas as amostras, nos faz acreditar que nos primeiros minutos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sgaste o mecanismo era a tribo-oxidação, e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> alguns minutos inicia o<br />

mecanismo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são.<br />

Para uma confirmação, e melhor caracterização do mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste ocorrido<br />

nas amostras, foi realizada uma análise nestas após <strong>de</strong>sgaste. A seguir estão<br />

representados os resultados das análises para os materiais DistaloyAE* (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 7,1<br />

g/cm 3 ) e DistaloyDH* sintertemperado (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 7,1 g/cm 3 ), pois entre as amostras<br />

foram os quais apresentaram uma menor e maior taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste, respectivamente.<br />

Assim, foi possível comparar os resultados e i<strong>de</strong>ntificar se apresentavam mecanismos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sgaste diferentes ou não.<br />

66


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

Análise Pós Desgaste:<br />

DistaloyAE* (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 7,1 g/cm 3 ) – Tratado Termicamente<br />

(Força 200N – Velocida<strong>de</strong> 0,314m/s)<br />

a b<br />

Figura 38: Secção transversal (aumento 200x)(a) e superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (b).<br />

a b c<br />

Figura 39: Superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (a), fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no<br />

intervalo <strong>de</strong> 0-15min, (b) e intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (c), (ESEM).<br />

a b<br />

Figura 40: Espectro dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no interval <strong>de</strong> 0-<br />

15min (a) e no intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (b)(ESEM).<br />

67


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

DistaloyDH* (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 7,1 g/cm 3 ) – SinterTemperado<br />

(Força 200N – Velocida<strong>de</strong> 0,314m/s)<br />

a b<br />

Figura 41: Secção transversal (aumento 200x)(a) e superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (b).<br />

a b c<br />

Figura 42: Superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (a), fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no<br />

intervalo <strong>de</strong> 0-15min, (b) e intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (c), (ESEM).<br />

a<br />

Figura 43: Espectro dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no interval <strong>de</strong> 0-<br />

15min (a) e no intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (b)(ESEM).<br />

b<br />

68


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

Analisando a secção transversal, superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste e os fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste,<br />

po<strong>de</strong>-se supor que o mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste durante o estágio 1 (após<br />

aproximadamente 30 minutos <strong>de</strong> ensaio) foi a a<strong>de</strong>são, <strong>de</strong>vido à presença <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação<br />

plástica (figs. 38 e 41), e <strong>de</strong> fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste metálicos durante este período (figs.<br />

39 e 42). Durante a fase <strong>de</strong> run-in foi confirmada a presença <strong>de</strong> oxidação, <strong>de</strong>vido a<br />

presença <strong>de</strong> fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste do contracorpo oxidadas (figs. 40 e 43), <strong>de</strong>vido a<br />

força aplicada e a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento não serem muito elevadas não foi possível<br />

formar uma camada <strong>de</strong> óxido contínua, sendo esta removida, pois após um certo tempo<br />

estas amostras se tornam frágeis na região sub-superficial, <strong>de</strong>vido a a<strong>de</strong>são e ao esforço<br />

contínuo (fadiga), <strong>de</strong>sgastando-se.<br />

A <strong>de</strong>formação plástica no material DistaloyAE* é muito pequena comparada ao<br />

material DistaloyDH* sintertemperado, isto acontece provavelmente porque o primeiro<br />

apresentou um <strong>de</strong>sgaste maior, este <strong>de</strong>sgaste foi tão forte que removeu muito rápido o<br />

material, como ve<strong>de</strong>-se bem nos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (fig. 39), já a amostra<br />

DistaloyDH*, a qual é mais dura e resistente, ocorreu uma gran<strong>de</strong> a<strong>de</strong>são mas com pouca<br />

perda <strong>de</strong> material, provavelmente <strong>de</strong>vido a sua gran<strong>de</strong> resistência microestrutural, que<br />

contribui para uma maior resistência a fragilização subsuperficial e a fixar a camada <strong>de</strong><br />

óxido formada.<br />

Todos os materiais aprensentaram o mesmo mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste, ou seja, no<br />

início (run-in) tribo-oxidação e posteriormente (estágio 1) a<strong>de</strong>são, mas em alguns <strong>de</strong>vido a<br />

presença <strong>de</strong> fase dúctil (austenita), este comportamento ao <strong>de</strong>sgaste foi inferior (para<br />

ambos os mecanismos) aquele encontrado para os materiais que não apresentam esta<br />

fase. No entanto todos os valores <strong>de</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste encontrados são consi<strong>de</strong>radas<br />

mo<strong>de</strong>radas (tabela 1 capítulo 2).<br />

As amostras apresentaram um comportamento ao <strong>de</strong>sgaste similar entre si, quando<br />

realizado testes com força normal aplicada <strong>de</strong> 200 N e velocida<strong>de</strong> relativa <strong>de</strong> 0,314 m/s,<br />

com exceção da amostra <strong>de</strong> DistaloyAE*. Com isso, o prosseguimento dos testes foi<br />

<strong>de</strong>senvolvido buscando-se i<strong>de</strong>ntificar, <strong>de</strong>ntre os materiais estudados (tabela 2 capítulo 3),<br />

aquele que apresente melhor comportamento tribológico para uma <strong>de</strong>terminada condição.<br />

Como estes materiais trabalham normalmente com uma força normal aplicada mais<br />

elevada que aqueles apenas sinterizados, os testes seguintes foram realizados com uma<br />

força normal <strong>de</strong> 500N e com velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento <strong>de</strong> 0,314 m/s e 0,105 m/s, para<br />

todos os materiais, exceto para os DistaloyAE*, <strong>de</strong>vido apresentarem uma maior taxa <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sgaste a 200N, ao serem testados a 0,105 m/s apresentariam uma a<strong>de</strong>são e um<br />

69


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

<strong>de</strong>sgaste muito maior, portanto foi testado apenas a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,314 m/s. Como<br />

veremos a seguir, esta velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,105 m/s foi utilizada para que fosse possível<br />

i<strong>de</strong>ntificar qual, entre os materiais com elevada resistência, se comportaria melhor. Os<br />

resultados <strong>de</strong>stes testes estão expostos a seguir.<br />

Testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste a 500N e 0,314m/s – Distaloys Tratados Termicamente:<br />

Tabela 22: Resultados dos testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste a 500N nos Distaloys tratados<br />

termicamente.<br />

Material/<br />

Densida<strong>de</strong> (g/cm 3 )<br />

AE* – Tratado<br />

Termicamente (6,9)<br />

AE* – Tratado<br />

Termicamente (7,1)<br />

AE* – Cementado<br />

(6,9)<br />

AE* – Cementado<br />

(7,1)<br />

DH* – Sintertemp. +<br />

revenido (6,9)<br />

DH*– Sintertemp. +<br />

revenido (7,1)<br />

DH*– Sintertemp.<br />

(6,9)<br />

DH*– Sintertemp.<br />

(7,1)<br />

Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste<br />

após 565,2m (m 2 /N)<br />

Coeficiente <strong>de</strong><br />

atrito médio<br />

9,4x10 -15 0,29<br />

1,1x10 -14 0,34<br />

8,5x10 -15 0,32<br />

7,1x10 -15 0,30<br />

5,0x10 -15 0,28<br />

4,7x10 -15 0,26<br />

4,1x10 -15 0,28<br />

2,8x10 -15 0,26<br />

Nota<br />

Durante os<br />

primeiros 15 min o<br />

coeficiente <strong>de</strong> atrito<br />

era 0,32.<br />

Durante os<br />

primeiros 15 min o<br />

coeficiente <strong>de</strong> atrito<br />

era 0,34.<br />

As amostras <strong>de</strong> DistaloyAE* e DistaloyAE acima, apresentaram um comportamento ao<br />

<strong>de</strong>sgaste ligeiramente inferior ou igual às mesmas quando testadas a 200N, enquanto nas<br />

amostras <strong>de</strong> DistaloyDH* este comportamento foi sensivelmente superior . Esta diferença<br />

ocorre, provavelmente, <strong>de</strong>vido ao mesmo motivo <strong>de</strong>scrito anteriormente, ou seja, a<br />

microestrutura das amostras, sendo que aquelas que apresentam maior taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste<br />

apresentam a fase austenítica, que apresenta uma baixa resistência ao <strong>de</strong>sgaste, e<br />

aquelas mais resistentes não apresentam esta fase.<br />

O valor do coeficiente <strong>de</strong> atrito para todas as amostras é inferior aquele encontrado<br />

durante ensaio a 200N, causa provavelmente da presença do mecanismo <strong>de</strong> tribooxidação.<br />

70


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

A seguir estão representados os resultados das análises após <strong>de</strong>sgaste para os<br />

materiais DistaloyAE* (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 7,1 g/cm 3 ) e DistaloyDH* sintertemperado (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />

7,1 g/cm 3 ), pois entre as amostras foram os quais apresentaram uma menor e maior taxa<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste, respectivamente, com o intuito <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar o mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgate.<br />

Análise Pós Desgaste:<br />

a<br />

DistaloyAE* (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 7,1 g/cm 3 ) – Tratado Termicamente<br />

(Força 500N – Velocida<strong>de</strong> 0,314m/s)<br />

Figura 44: Secção transversal (aumento 200x)(a) e superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (b).<br />

a b c<br />

b<br />

Figura 45: Superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (a), fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no<br />

intervalo <strong>de</strong> 0-15min, (b) e intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (c), (ESEM).<br />

71


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

a<br />

Figura 46: Espectro dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no interval <strong>de</strong> 0-<br />

15min e 60-90 min (ESEM).<br />

DistaloyDH* (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 7,1 g/cm 3 ) – SinterTemperado<br />

(Força 500N – Velocida<strong>de</strong> 0,314m/s)<br />

Figura 47: Secção transversal (aumento 200x)(a) e superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (b).<br />

a b c<br />

b<br />

Figura 48: Superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (a), fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no<br />

intervalo <strong>de</strong> 0-15min, (b) e intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (c), (ESEM).<br />

72


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

a b<br />

Figura 49: Espectro dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no interval <strong>de</strong> 0-<br />

15min (a) e no intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (b) (ESEM).<br />

Analisando a secção transversal (figs. 44 e 47), das amostras acima o que vemos é<br />

uma acentuada <strong>de</strong>formação plástica, principalmente na amostra <strong>de</strong> DistaloyAE* que<br />

apresentou maior taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste, na amostra <strong>de</strong> DistaloyDH* esta <strong>de</strong>formação é<br />

menor. Esta diferença é <strong>de</strong>vido a amostra <strong>de</strong> DistaloyAE* apresentar uma microestrutura<br />

muito dúctil, que não suporta a fragilização subsuperficial, e principalmente neste caso,<br />

<strong>de</strong>vido a gran<strong>de</strong> oxidação, não é suficientemente resistente para fixar a camada <strong>de</strong> óxido,<br />

<strong>de</strong>sgastando-se, o que não acontece na amostra <strong>de</strong> DistaloyDH* que é mais resistente.<br />

O mecanismo <strong>de</strong> tribo-oxidação é i<strong>de</strong>ntificado, <strong>de</strong>vido a presença <strong>de</strong> fragmentos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sgaste oxidados (figs. 45 e 48), e da superfície <strong>de</strong>sgastada (figs. 44 e 47), que<br />

apresenta uma camada <strong>de</strong> óxido compactada. Neste caso a camada <strong>de</strong> óxido foi formada<br />

pois a força normal utilizada era suficientemente gran<strong>de</strong> para compactar os fragmentos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sgaste na superfície das amostras.<br />

73


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

Testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste a 500N e 0,105m/s – Distaloys Tratados Termicamente:<br />

Tabela 23: Resultados dos testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste a 500N nos Distaloys tratados<br />

termicamente.<br />

Material/<br />

Densida<strong>de</strong> (g/cm 3 )<br />

AE – Cementado<br />

(6,9)<br />

AE – Cementado<br />

(7,1)<br />

DH* – Sintertemp.<br />

+ revenido (6,9)<br />

DH*– Sintertemp. +<br />

revenido (7,1)<br />

DH*– Sintertemp.<br />

(6,9)<br />

DH*– Sintertemp.<br />

(7,1)<br />

Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste<br />

após 189m (m 2 /N)<br />

Coeficiente <strong>de</strong><br />

atrito médio<br />

8,0x10 -15 0,62<br />

9,5x10 -15 0,61<br />

1,0x10 -14 0,55<br />

8,7x10 -15 0,55<br />

5,6x10 -15 0,59<br />

5,1x10 -15 0,57<br />

Nota<br />

Como previsto, a uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento <strong>de</strong> 0,105 m/s o mecanismo <strong>de</strong><br />

a<strong>de</strong>são seria evi<strong>de</strong>nciado, o qual se nota principalmente <strong>de</strong>vido ao elevado valor do<br />

coeficiente <strong>de</strong> atrito e do aumento da taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste. Mas, ainda assim, as amostras<br />

apresentaram um bom comportamento ao <strong>de</strong>sgaste, sendo todos os valores consi<strong>de</strong>rados<br />

mo<strong>de</strong>rados (tabela 1, capítulo 2).<br />

Novamente, a amostra <strong>de</strong> DistaloyDH* sintertemperado apresentou a menor taxa <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sgaste e neste caso como não foram analisadas as amostras <strong>de</strong> DistaloyAE*, as que<br />

apresentaram um pior comportamento foram as amostras DAE e DDH2 sintertemp+rev.,<br />

apresentando comportamento ao <strong>de</strong>sgaste semelhantes.<br />

A análise após o ensaio tribológico foi realizado, mas não será apresentada, pois os<br />

materiais apresentaram um comportamento similar àqueles testados a 200N, ou seja, a<br />

superfície <strong>de</strong>sgastada é igual, ou seja, com marcas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste a<strong>de</strong>sivo e a secção<br />

transversal com <strong>de</strong>formação plástica. A maior diferença encontrada foi nos fragmentos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sgaste, os quais eram praticamente óxidos, este fenômeno ocorre provavelmente<br />

<strong>de</strong>vido a baixa velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste, porque assim os fragmentos têm uma maior<br />

dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar a região <strong>de</strong> contato amostra-contracorpo, oxidando-se.<br />

Outra vez o provável mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste atuante foi o <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são com contributo<br />

da tribo-oxidação.<br />

A seguir, tabela 24, apresenta os resultados resumidos dos ensaios <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste das<br />

amostras somente sinterizadas e das sinterizadas e tratadas termicamente.<br />

74


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

Tabela 24: Resumo dos resultados obtidos com os ensaios <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste para os Distaloys<br />

Material 100N<br />

0,314 m/s<br />

DistaloyAE*-<br />

sinterizado<br />

DistaloyAEsinterizado<br />

DistaloyAE*-<br />

Trat. Term.<br />

DistaloyAE -<br />

cementado<br />

DistaloyDH*sintert.+rev.<br />

DistaloyDH*-<br />

Sintertemp.<br />

Taxa <strong>de</strong> Desgaste Específico, Ka (m 2 /N)<br />

200N<br />

0,314 m/s<br />

≈ 4,6x10 -14 ≈ 6,4x10 -14<br />

≈ 8,5x10 -14 1,6x10 -13<br />

500N<br />

0,314 m/s<br />

≈ 1,0x10 -14 ≈ 1,0x10 -14<br />

500N<br />

0,105 m/s<br />

≈ 5,8x10 -15 ≈ 7,8x10 -15 ≈ 8,8x10 -15<br />

≈ 5,8x10 -15 ≈ 4,8x10 -15 ≈ 9,4x10 -15<br />

≈ 4,1x10 -15 ≈ 3,4x10 -15 ≈ 5,4x10 -15<br />

75<br />

Mecanismo(s)<br />

<strong>de</strong> Desgaste<br />

A<strong>de</strong>são (run-in)<br />

e tribo-oxidação<br />

(200N) e a<strong>de</strong>são<br />

(100N).<br />

Tribo-oxidação<br />

(run-in), após<br />

a<strong>de</strong>são a 200N e<br />

500N (0,105<br />

m/s) e tribooxidação<br />

a 500N<br />

(0,314 m/s).<br />

Comparando os resultados a 100N e a 200N para os Distaloys apenas sinterizados o<br />

que vemos é uma pequena variação na taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste, mas o suficiente para i<strong>de</strong>ntificar<br />

a qual condição e qual material comporta-se melhor. Ou seja, as amostras <strong>de</strong> DistaloyAE*<br />

apresentaram um melhor comportamento ao <strong>de</strong>sgaste em qualquer condição <strong>de</strong> análise<br />

quando comparadas com as amostras <strong>de</strong> DistaloyAE (mais dúctil, C ausente), sendo que<br />

entre os ensaios realizados o melhor <strong>de</strong>sempenho foi quando aplicada uma força <strong>de</strong> 100N<br />

e uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento <strong>de</strong> 0,314 m/s.<br />

Quando comparamos os resultados <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste para os Distaloys tratados<br />

termicamente o que vemos foi uma pequena variação na taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste para diferentes<br />

forças e velocida<strong>de</strong>s aplicadas. Foi possível i<strong>de</strong>ntificar que o material que <strong>de</strong>sempenha o<br />

melhor comportamento ao <strong>de</strong>sgaste é o DistaloyDH* sintertemperado, apresentando<br />

sempre um bom resultado em qualquer condição <strong>de</strong> análise. Já o DistaloyAE* tratado<br />

termicamente foi o que apresentou a menor resistência ao <strong>de</strong>sgaste entre os Distaloys<br />

tratados, provavelmente <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> apresentar uma fase austenítica rica em níquel<br />

que não é muito resistente a este tipo <strong>de</strong> esforço e a fadiga subsuperficial.<br />

A porosida<strong>de</strong> em todos os casos não influenciou no resultado final das análises,<br />

provavelmente <strong>de</strong>vido aos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste entrarem nos poros fechando-os.<br />

Po<strong>de</strong>-se dizer que apesar do mecanismo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são e <strong>de</strong> algumas amostras<br />

apresentarem taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste inferior à outras, o resultado <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste encontrado em<br />

todas as amostra e em todas as condições foi bom, estando sempre na faixa <strong>de</strong> valores<br />

do <strong>de</strong>sgaste mo<strong>de</strong>rado (tabela 1, capítulo 2).


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

4.2.2 LIGAS DE BRONZE E Fe+Cu<br />

As análises <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste em todas as amostras <strong>de</strong> bronze e Fe+Cu foram iniciadas<br />

através da aplicação <strong>de</strong> uma força normal <strong>de</strong> 100N e uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong><br />

0,314m/s. Estes parâmetros foram escolhidos como referência, da mesma forma como foi<br />

realizado para as amostras <strong>de</strong> Distaloys, ou seja, <strong>de</strong>pois da análise <strong>de</strong>stes é que foram<br />

i<strong>de</strong>ntificados os outros parâmetros para os posteriores testes. Os resultados, discussões e<br />

prosseguimento dos testes estão <strong>de</strong>scritos a seguir.<br />

4.2.2.1 Bronzes<br />

Testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste a 100N e 0,314m/s – Bronzes:<br />

Volume Desgastado[x10 -6 ,m 3 ]<br />

0,09<br />

0,08<br />

0,07<br />

0,06<br />

0,05<br />

0,04<br />

0,03<br />

0,02<br />

0,01<br />

B - Sinterizado<br />

(Força 100N - Velocida<strong>de</strong> 0,314m/s)<br />

Densida<strong>de</strong> 6,6<br />

Densida<strong>de</strong> 7,0<br />

0,00<br />

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800<br />

Distancia <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento [m]<br />

Figura 50: Resultados do teste <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste para o material B sinterizado.<br />

Tabela 25: Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> B sinterizado.<br />

Material<br />

Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste após<br />

565,2m (m 2 /N)<br />

B – <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 6,6 g/cm 3 3,9x10 -13<br />

B – <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 7,0 g/cm 3 3,15x10 -13<br />

76


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Atrito<br />

1,0<br />

0,8<br />

0,6<br />

0,4<br />

0,2<br />

B - Densida<strong>de</strong> 6,6<br />

0,0<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000<br />

Tempo [s]<br />

1,0<br />

a b<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Atrito<br />

0,8<br />

0,6<br />

0,4<br />

0,2<br />

B - Densida<strong>de</strong> 7,0<br />

0,0<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000<br />

Tempo [s]<br />

Figura 51: Andamento do coeficiente <strong>de</strong> atrito para <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s 6,6 (a) e 7,0 (b) g/cm 3 .<br />

Volume <strong>de</strong>sgastado [x10 -6 ,m 3 ]<br />

0,0016<br />

0,0014<br />

0,0012<br />

0,0010<br />

0,0008<br />

0,0006<br />

0,0004<br />

0,0002<br />

0,0000<br />

-0,0002<br />

B2 - Sinterizado<br />

(Força 100N - Velocida<strong>de</strong> 0,314m/s)<br />

Densida<strong>de</strong> 6,4<br />

Densida<strong>de</strong> 6,8<br />

-0,0004<br />

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800<br />

Distancia <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento [m]<br />

Figura 52: Resultados do teste <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste para o material B2 sinterizado.<br />

Tabela 26: Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> B2 sinterizado.<br />

Material<br />

Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste após<br />

565,2m (m 2 /N)<br />

B2 – <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 6,4 g/cm 3 9,42x10 -15<br />

B2 – <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 6,8 g/cm 3 6,09x10 -15<br />

77


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Atrito<br />

0,6<br />

0,4<br />

0,2<br />

B2 - Densida<strong>de</strong> 6,4<br />

0,0<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000<br />

Tempo [s]<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Atrito<br />

0,6<br />

0,4<br />

0,2<br />

B2 - Densida<strong>de</strong> 6,8<br />

a b<br />

0,0<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000<br />

Tempo [s]<br />

Figura 53: Andamento do coeficiente <strong>de</strong> atrito para <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s 6,4 (a) e 6,8 (b) g/cm 3 .<br />

As amostras B, expostas acima, apresentaram uma taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste um tanto severa,<br />

quando comparadas aos valores <strong>de</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste da tabela 1 capítulo 2, e um valor<br />

<strong>de</strong> coeficiente <strong>de</strong> atrito muito alto, causados, provavelmente, <strong>de</strong>vido ao contato a<strong>de</strong>sivo.<br />

Já as amostras <strong>de</strong> B2 apresentaram um ótimo resultado ao <strong>de</strong>sgaste, <strong>de</strong>vido a<br />

presença da grafita que tem uma função lubrificante, formando uma camada na superfície<br />

<strong>de</strong> contato diminuindo assim o atrito, fig. 53, e consequentemente evitando o fenômeno<br />

<strong>de</strong> a<strong>de</strong>são. Po<strong>de</strong>-se notar claramente na fig. 53 que ao <strong>de</strong>correr do tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste<br />

essa grafita vai per<strong>de</strong>ndo seu efeito lubrificante e como consequência o valor do<br />

coeficiente <strong>de</strong> atrito aumenta. Um outro motivo por este material ter um melhor<br />

comportamento ao <strong>de</strong>sgaste é o fato <strong>de</strong> ter uma microestrutura muito mais homogênea<br />

que o B (ver capítulo 3).<br />

Ambas as amostras apresentaram fase <strong>de</strong> run-in, entretanto nas amostras B esta fase<br />

apresenta uma taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste mais elevada que no estágio 1, provavelmente <strong>de</strong>vido<br />

maior a<strong>de</strong>são inicial, já nas amostras B2 este run-in parece ser oxidativo, com posterior<br />

estágio 1 e estágio 2, on<strong>de</strong> acontece o progressivo aumento do contato a<strong>de</strong>sivo.<br />

Para uma melhor caracterização do mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste ocorrido nestas amostras,<br />

foi realizada uma análise nestas após <strong>de</strong>sgaste. A seguir está representado o resultado<br />

da análise do material B (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 6,6 g/cm 3 ) e do B2 (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 6,4 g/cm 3 ), pois entre<br />

as amostras foram os quais apresentaram uma maior taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste e on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>-se<br />

verificar nitidamente o mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste presente.<br />

78


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

Análise Pós Desgaste:<br />

B (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 6,6 g/cm 3 ) – Sinterizado<br />

(Força 100N – Velocida<strong>de</strong> 0,314m/s)<br />

a b<br />

Figura 54: Secção transversal (aumento 200x)(a) e superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (b).<br />

a b c<br />

Figura 55: Superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (a), fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no<br />

intervalo <strong>de</strong> 0-15min, (b) e intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (c), (ESEM).<br />

Figura 56: Espectro dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no interval <strong>de</strong> 0-<br />

15min e 60-90 min (ESEM).<br />

79


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

B2 (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 6,4 g/cm 3 ) – Sinterizado<br />

(Força 100N – Velocida<strong>de</strong> 0,314m/s)<br />

a b<br />

Figura 57: Secção transversal (aumento 200x)(a) e superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (b).<br />

a b<br />

Figura 58: Superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (a), fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no<br />

intervalo <strong>de</strong> 30-90min (ESEM).<br />

Figura 59: Espectro dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no interval <strong>de</strong> 30-<br />

90min (ESEM).<br />

80


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

Analisando a secção transversal, os fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste e a superfície <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sgaste da amostra B, foi confirmada a presença do mecanismo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são, <strong>de</strong>vido a<br />

<strong>de</strong>formação plástica encontrada na região <strong>de</strong> contato (fig. 54) e da presença <strong>de</strong><br />

fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste metálicos durante todos os minutos <strong>de</strong> teste (figs. 55 e 56).<br />

Po<strong>de</strong>-se notar também que a presença <strong>de</strong> fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste compactados na<br />

região <strong>de</strong> contato (figs. 54 e 55).<br />

Nas amostras <strong>de</strong> B2 a <strong>de</strong>formação plástica praticamente não ocorreu, fig 56, e quando<br />

observamos a superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (fig. 57), que não apresenta traços <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são, mas<br />

sim certo grau <strong>de</strong> oxidação, e os fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (fig. 58), os quais são oxidados,<br />

o que suponhamos é que o mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste nestas amostras é o <strong>de</strong> tribooxidação,<br />

seguido posteriormente <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são.<br />

Após a análise dos resultados <strong>de</strong>stes testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste a 100N e 0,314m/s e <strong>de</strong>vido<br />

as amostras apresentarem um comportamento muito diferente entre si, o proseguimento<br />

dos testes foi realizado com o intuito <strong>de</strong> encontrar uma condição <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste on<strong>de</strong> a<br />

amostra B <strong>de</strong>sempenhe um melhor comportamento e on<strong>de</strong> a amostra B2 apresente algum<br />

pioramento, assim in<strong>de</strong>ntificamos os pontos fortes e fracos <strong>de</strong> ambas. Como a 100N<br />

obtivemos um resultado um pouco severo para as amostras B, e como estas amostras<br />

(buchas) quando em funcionamento não são expostas a uma força normal muito elevada,<br />

e sim a uma alta velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento, os testes prosseguiram com a aplicação <strong>de</strong><br />

30N <strong>de</strong> força, com a mesma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento <strong>de</strong> antes e a 100N com uma<br />

velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento <strong>de</strong> 0,838 m/s, mas neste caso, para o material B somente foi<br />

testada a amostra com 6,6 g/cm 3 <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, pois o contracorpo utilizado apresentava<br />

problemas e porisso não foi possível realizar o ensaio para todas as amostras. A amostra<br />

com <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 6,6 g/cm 3 foi escolhida porque é aquela que sofre maior <strong>de</strong>sgaste, e<br />

como entre as 2 <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s (7 e 6,6 g/cm 3 ) não foram encontradas gran<strong>de</strong>s diferenças<br />

<strong>de</strong> valores durante os testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste, nesse caso po<strong>de</strong>-se dizer que não seria<br />

diferente.<br />

A seguir estão expostos os resultados encontrados durante este segundo teste.<br />

81


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

Testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste a 30N e 0,314m/s – Bronzes:<br />

Tabela 27: Resultados dos testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste a 30N para bronzes.<br />

Material/<br />

Densida<strong>de</strong> (g/cm 3 )<br />

Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste<br />

após 565,2m (m 2 /N)<br />

Coeficiente <strong>de</strong><br />

atrito médio<br />

B – Sinterizado (6,6) 1,2x10 -12 0,7<br />

B – Sinterizado (7,0) 9,9x10 -13 0,98<br />

B2 – Sinterizado (6,4) 1,05x10 -14 0,14 - 0,20<br />

B2 – Sinterizado (6,8) 9,92x10 -15 0,10<br />

Nota<br />

As amostras testadas a 30N apresentaram uma taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste ligeiramente mais<br />

elevada que as mesmas quando testadas a 100N, <strong>de</strong>vido, provavelmente, ao aumento do<br />

mecanismo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são quando aplicamos forças menores, como aconteceu nas amostras<br />

<strong>de</strong> Distaloys tratadas termicamente, quando testadas a velocida<strong>de</strong>s menores (0,105 m/s).<br />

O coeficiente <strong>de</strong> atrito para as amostras B2 não apresentaram um gran<strong>de</strong> aumento<br />

com o tempo como quando testadas a 100N, o que nos faz intuir que a camada<br />

lubrificante formada pela grafita a 30N apresenta uma boa resistência, praticamente não<br />

per<strong>de</strong>ndo suas proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lubrificante.<br />

Ambas as amostras apresentaram fase <strong>de</strong> run-in praticamente iguais aquelas a 100N,<br />

entretanto nas amostras B2 este run-in parece ser oxidativo, com posterior estágio 1,<br />

on<strong>de</strong> possivelmente o material se <strong>de</strong>sgasta <strong>de</strong>vido a fadiga subsuperficial causada pelo<br />

contato cíclico pois estes materiais não apresentam uma microestrutura muito resistente,<br />

o que também dificulta a fixar a camada <strong>de</strong> óxido formada.<br />

A análise após <strong>de</strong>sgaste foi realizada mas não será apresentada <strong>de</strong>vido os resultados<br />

serem iguais aqueles a 100N, somente um pouco mais severos, com uma maior<br />

<strong>de</strong>formação plástica da secção transversal <strong>de</strong> ambas as amostras, e fragmentos<br />

metálicos para amostra B e oxidados para a B2. O mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste<br />

provavelmente foi o mesmo que a 100N, a<strong>de</strong>são em B com <strong>de</strong>sgaste consi<strong>de</strong>rado severo<br />

(tabela 1, capítulo2) e tribo-oxidação em B2, com <strong>de</strong>sgaste consi<strong>de</strong>rado mo<strong>de</strong>rado (tabela<br />

1, capítulo 2).<br />

82


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

Testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste a 100N e 0,838m/s – Bronzes:<br />

Tabela 28: Resultados dos testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste a 100N para bronzes.<br />

Material/<br />

Densida<strong>de</strong> (g/cm 3 )<br />

B – Sinterizado<br />

(6,6)<br />

B2 – Sinterizado<br />

(6,4)<br />

B2 – Sinterizado<br />

(6,8)<br />

Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste<br />

após 1508,4m (m 2 /N)<br />

Coeficiente <strong>de</strong><br />

atrito médio<br />

1,1x10 -13 0,68<br />

2,81x10 -13 0,15 - 0,56<br />

3,78x10 -13 0,16 - 0,58<br />

Nota<br />

83<br />

Durante os primeiros<br />

15 min o coeficiente<br />

<strong>de</strong> atrito é constante<br />

(0,15), <strong>de</strong>pois<br />

aumenta até 0,56.<br />

Coeficiente <strong>de</strong> atrito<br />

aumenta <strong>de</strong> 0,16<br />

para 0,58 no<br />

intervalo <strong>de</strong> 30 min,<br />

<strong>de</strong>pois permanece<br />

constante.<br />

Nestes testes a 100N e 0,838 m/s o que po<strong>de</strong>mos observar foi um aumento na taxa <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sgaste para as amostras B2, e um <strong>de</strong>créscimo para as amostras B.<br />

O coeficiente <strong>de</strong> atrito para as amostras B apresentou um <strong>de</strong>créscimo em relação ao<br />

mesmo encontrado durante os outros ensaios, o que po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>vido a uma oxidação da<br />

amostra. Já as amostras B2 tiveram um aumento no valor <strong>de</strong> atrito, pois a camada<br />

lubrificante <strong>de</strong> grafita neste caso apresentou uma baixa resistência, per<strong>de</strong>ndo<br />

rapidamente sua proprieda<strong>de</strong> lubrificante.<br />

Também neste caso a fase <strong>de</strong> run-in aconteceu, para as amostras B o run-in<br />

apresentou uma taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste mais elevada que no estágio 1, provavelmente <strong>de</strong>vido<br />

maior a<strong>de</strong>são inicial e posterior tribo-oxidação. Nas amostras B2 este run-in parece ser<br />

oxidativo, com posterior estágio 1 o qual é caracterizado pelo contato a<strong>de</strong>sivo.<br />

Para uma melhor caracterização do mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste ocorrido nestas amostras,<br />

foi realizada uma análise nestas após <strong>de</strong>sgaste. A seguir estão dispostos os resultados<br />

<strong>de</strong>stas análises para as amostras B (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 6,6 g/cm 3 ) e B2 (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 6,8 g/cm 3 ),<br />

pois foram aquelas as quais apresentaram uma maior taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste. Nestas análises<br />

estão <strong>de</strong>monstrados apenas os resultados dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste e da superfície <strong>de</strong><br />

contato, sem apresentar a secção transversal, pois esta apresenta apenas uma maior<br />

<strong>de</strong>formação plástica para as amostras B2, comparando às amostras testadas<br />

anteriormente a 100N e 30N, caracterizando a<strong>de</strong>são.


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

Análise Pós Desgaste:<br />

a b<br />

B (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 6,6 g/cm 3 ) – Sinterizado<br />

(Força 100N – Velocida<strong>de</strong> 0,838m/s)<br />

Figura 60: Superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (a), fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no<br />

intervalo <strong>de</strong> 0-15min, (b) e intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (c), (ESEM).<br />

Figura 61: Espectro dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no interval <strong>de</strong> 0-<br />

15min (a) e no intervalo <strong>de</strong> 60-90min (b)(ESEM).<br />

c<br />

a b<br />

84


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

B2 (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 6,8 g/cm 3 ) – Sinterizado<br />

(Força 100N – Velocida<strong>de</strong> 0,838m/s)<br />

a b c<br />

Figura 62: Superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (a), fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no<br />

intervalo <strong>de</strong> 0-15min, (b) e intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (c), (ESEM).<br />

Figura 63: Espectro dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no interval <strong>de</strong> 0-<br />

15min e 60-90min (ESEM).<br />

Analisando as amostras B após <strong>de</strong>sgaste, fig. 60 , foi possível i<strong>de</strong>ntificar a presença <strong>de</strong><br />

oxidação na amostra após os primeiros 15 minutos <strong>de</strong> ensaio, provavelmente por este<br />

motivo que o coeficiente <strong>de</strong> atrito e a taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste apresentaram um melhor<br />

resultado. O mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste foi o <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são seguido <strong>de</strong> tribo-oxidação.<br />

Nas amostras B2 também foi i<strong>de</strong>ntificado a presença <strong>de</strong> uma pequena quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

óxido, fig. 62, mas o mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste é a a<strong>de</strong>são, <strong>de</strong>vido a marcas a<strong>de</strong>sivas na<br />

superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste, fig. 62, aos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste com dimensões muito<br />

gran<strong>de</strong>s, e ao elevado valor <strong>de</strong> atrito já mencionado anteriormente (tabela 28).<br />

Neste caso a taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste para os dois materiais são consi<strong>de</strong>radas severas<br />

segunda a tabela 1, capítulo 2.<br />

85


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

4.2.2.2 Ligas <strong>de</strong> Fe+Cu<br />

Testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste a 100N e 0,314m/s – Ligas a base <strong>de</strong> Fe+Cu:<br />

Volume <strong>de</strong>sgastado [x10 -6 ,m 3 ]<br />

0,040<br />

0,035<br />

0,030<br />

0,025<br />

0,020<br />

0,015<br />

0,010<br />

0,005<br />

F - Sinterizado<br />

(Força 100N - Velocida<strong>de</strong> 0,314m/s)<br />

Densida<strong>de</strong> 5,8<br />

Densida<strong>de</strong> 6,2<br />

0,000<br />

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800<br />

Distancia <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento [m]<br />

Figura 64: Resultados do teste <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste para o material F sinterizado.<br />

Tabela 29: Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> F sinterizado.<br />

Material<br />

Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste após<br />

565,2m (m 2 /N)<br />

F – <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 5,8g/cm 3 1,25x10 -13<br />

F – <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 6,2g/cm 3 1,65x10 -13<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Atrito<br />

1,0<br />

0,8<br />

0,6<br />

0,4<br />

0,2<br />

F - Densida<strong>de</strong> 5,8<br />

0,0<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000<br />

Tempo [s]<br />

1,0<br />

a b<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Atrito<br />

0,8<br />

0,6<br />

0,4<br />

0,2<br />

F - Densida<strong>de</strong> 6,2<br />

0,0<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000<br />

Tempo [s]<br />

Figura 65: Andamento do coeficiente <strong>de</strong> atrito para <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s 5,8 (a) e 6,2 (a) g/cm 3 .<br />

86


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

Volume <strong>de</strong>sgastado [x10 -6 ,m 3 ]<br />

1,4<br />

1,2<br />

1,0<br />

0,8<br />

0,6<br />

0,4<br />

0,2<br />

0,0<br />

F* - Sinterizado<br />

(Força 100N - Velocida<strong>de</strong> 0,314m/s)<br />

Densida<strong>de</strong> 5,8<br />

Densida<strong>de</strong> 6,2<br />

-0,2<br />

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800<br />

Distancis <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento [m]<br />

Figura 66: Resultados do teste <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste para o material F* sinterizado.<br />

Tabela 30: Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> F* sinterizado.<br />

Material<br />

F* – <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 5,8g/cm 3<br />

F* – <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 6,2g/cm 3<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Atrito<br />

0,8<br />

0,6<br />

0,4<br />

0,2<br />

F * - Densida<strong>de</strong> 5,8<br />

Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste após<br />

565,2m (m 2 /N)<br />

7,3x10 -12<br />

(7,8x10 -14 no início)<br />

1,12x10 -11<br />

(1,3x10 -14 no início)<br />

0,0<br />

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000<br />

Tempo [s]<br />

0,8<br />

0,6<br />

0,4<br />

0,2<br />

F * - Densida<strong>de</strong> 6,2<br />

a b<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Atrito<br />

0,0<br />

0 1000 2000 3000<br />

Tempo [s]<br />

4000 5000 6000<br />

Figura 67: Andamento do coeficiente <strong>de</strong> atrito para <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s 5,8 (a) e 6,2 (a) g/cm 3 .<br />

87


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

As amostras F, expostas acima, apresentaram uma boa taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste, consi<strong>de</strong>rada<br />

mo<strong>de</strong>rada segundo tabela 1 capítulo 2 , apresentando um valor <strong>de</strong> coeficiente <strong>de</strong> atrito um<br />

pouco elevado, provavelmente causados <strong>de</strong>vido ao contato a<strong>de</strong>sivo.<br />

Já as amostras <strong>de</strong> F* apresentaram um ótimo resultado ao <strong>de</strong>sgaste (praticamente não<br />

<strong>de</strong>sgastando-se) nos primeiros minutos <strong>de</strong> teste, run-in, <strong>de</strong>vido a presença da grafita que<br />

tem uma função lubrificante, formando uma camada na superfície <strong>de</strong> contato diminuindo<br />

assim o atrito, fig. 67, e consequentemente evitando o fenômeno <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são. Po<strong>de</strong>-se<br />

notar claramente na fig. 67 que ao <strong>de</strong>correr do tempo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste, igualmente como<br />

aconteceu para o material B2, essa grafita vai per<strong>de</strong>ndo seu efeito lubrificante e como<br />

consequência o valor do coeficiente <strong>de</strong> atrito aumenta. Quando isso ocorre o<br />

comportamento do <strong>de</strong>sgaste é totalmente severo, porque a amostra se a<strong>de</strong>re ao<br />

contracorpo e <strong>de</strong>sgaste-se violentamente. A seguir, fig. 68, está <strong>de</strong>monstrado a situação<br />

da amostra e do contracorpo após a realização do ensaio.<br />

As amostras F* apresentaram uma fase <strong>de</strong> run-in e estágio 1 bem <strong>de</strong>finidas, sendo<br />

estas praticamente oxidativa e a<strong>de</strong>siva, respectivamente, entretanto nas amostras F* a<br />

fase <strong>de</strong> run-in foi praticamente inexistente, apresentando um comportamento ao <strong>de</strong>sgaste<br />

quase constante e provavelmente a<strong>de</strong>sivo.<br />

a b<br />

Figura 68: Amostra F* (a) e contracorpo (b) após prova <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste a 100N.<br />

O porque <strong>de</strong>sta a<strong>de</strong>são da amostra ao contracorpo (fig. 68) não foi esclarecida porque<br />

não foi possível analisar a composição do material a<strong>de</strong>rido ao contracorpo, pois não era<br />

possível <strong>de</strong>struí-lo para análise ao ESEM.<br />

Para a confirmação do mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste ocorrido nestas amostras, foi realizada<br />

uma análise nestas após <strong>de</strong>sgaste. A seguir está representado o resultado da análise do<br />

88


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

material F (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 6,2 g/cm 3 ) e do F* (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 6,2 g/cm 3 ), pois entre as amostras<br />

foram os quais apresentaram uma maior taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste e on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>-se verificar<br />

nitidamente o mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste presente.<br />

Análise Pós Desgaste:<br />

F (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 6,2 g/cm 3 ) – Sinterizado<br />

(Força 100N – Velocida<strong>de</strong> 0,314m/s)<br />

a b<br />

Figura 69: Secção transversal (aumento 200x)(a) e superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (b).<br />

a b c<br />

Figura 70: Superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (a), fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no<br />

intervalo <strong>de</strong> 0-15min, (b) e intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (c), (ESEM).<br />

89


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

a<br />

Figura 71: Espectro dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no interval <strong>de</strong> 0-<br />

15min e 60-90 min (ESEM).<br />

F* (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 6,2 g/cm 3 ) – Sinterizado<br />

(Força 100N – Velocida<strong>de</strong> 0,314m/s)<br />

Figura 72: Secção transversal (aumento 200x)(a) e superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (b).<br />

a b c<br />

b<br />

Figura 73: Superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (a), fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no<br />

intervalo <strong>de</strong> 30-60 min, (b) e intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (c), (ESEM).<br />

90


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

a<br />

Figura 74: Espectro dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no interval <strong>de</strong> 30-60<br />

min (a) e no intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (b)(ESEM).<br />

Analisando a secção transversal, os fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste e a superfície <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sgaste da amostra F, foi confirmada a presença do mecanismo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são, <strong>de</strong>vido a<br />

<strong>de</strong>formação plástica encontrada na região <strong>de</strong> contato (fig. 69) e da presença <strong>de</strong> traços<br />

a<strong>de</strong>sivos na superfície <strong>de</strong> contato (fig. 70). No entanto as amostras apresentaram durante<br />

todo o período <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste oxidados (figs. 70 e 71), o qual é<br />

proveniente do <strong>de</strong>sgaste por <strong>de</strong>slizamento, porque os fragmentos permanecem na região<br />

<strong>de</strong> contato e oxidan-se, este mecanismo já foi explicado no capítulo 2 e para os Distaloys,<br />

e também <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong>stas amostras serem praticamente <strong>de</strong> Fe puro, o qual oxidase<br />

facilmente.<br />

Nas amostras <strong>de</strong> F* foi observado a presença <strong>de</strong> fragmentos oxidados durante os<br />

primeiros minutos <strong>de</strong> ensaio, e <strong>de</strong>vido ao baixo coeficiente <strong>de</strong> atrito po<strong>de</strong>-se confirmar que<br />

no início o mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste era a tribo-oxidação. Quando a grafita per<strong>de</strong> seu<br />

efeito lubrificante, este mecanismo é alterado e vemos a presença da a<strong>de</strong>são, figs. 72 e<br />

73.<br />

Após a análise dos resultados <strong>de</strong>stes testes a 100N e 0,314m/s e <strong>de</strong>vido as amostras<br />

F* apresentarem um comportamento ao <strong>de</strong>sgaste severo, o proseguimento dos testes foi<br />

realizado com o intuito <strong>de</strong> encontrar uma condição <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste on<strong>de</strong> as amostras<br />

<strong>de</strong>sempenhem um melhor comportamento, assim in<strong>de</strong>ntificamos os pontos fortes e fracos<br />

<strong>de</strong> ambas. Como a 100N obtivemos um resultado um pouco severo e como estas<br />

amostras têm a mesma função e <strong>de</strong>senvolvem o mesmo tipo <strong>de</strong> esforço que aquelas <strong>de</strong><br />

bronze, o prosseguimento dos testes será igual, ou seja, com a aplicação <strong>de</strong> 30N <strong>de</strong> força<br />

normal, com a mesma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> antes e a 100N com uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> 0,838 m/s, mas neste caso, para ambas as amostras somente foram<br />

testadas as amostras com 6,2 g/cm 3 <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, pois o contracorpo utilizado<br />

91<br />

b


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

apresentava problemas, como já mencionado para as amostras B e B2, e porisso não foi<br />

possível realizar o ensaio para todas as amostras. As amostras com <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 6,2<br />

g/cm 3 foram escolhidas porque foram as que apresentaram maior taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste, e<br />

como entre as 2 <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s (5,8 e 6,2 g/cm 3 ) não foram encontradas gran<strong>de</strong>s diferenças<br />

<strong>de</strong> valores durante os testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste, nesse caso po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar que ocorreria a<br />

mesma coisa.<br />

A seguir estão expostos os resultados encontrados durante este segundo teste.<br />

Testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste a 30N e 0,314m/s – Ligas a base <strong>de</strong> Fe+Cu:<br />

Tabela 31: Resultados dos testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste a 30N para ligas a base <strong>de</strong> Fe+Cu.<br />

Material/<br />

Densida<strong>de</strong> (g/cm 3 )<br />

Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste<br />

após 565,2m (m 2 /N)<br />

Coeficiente <strong>de</strong><br />

atrito médio<br />

F – Sinterizado (5,8) 6,66x10 -14 0,58<br />

F – Sinterizado (6,2) 6,31x10 -14 0,59<br />

F* – Sinterizado (5,8) 3,54x10 -14 0,1 - 0,18<br />

F* – Sinterizado (6,2) 1,03x10 -14 0,12 - 0,18<br />

Nota<br />

92<br />

Coeficiente <strong>de</strong> atrito<br />

muda apos 70 min,<br />

e aumenta até 0,60.<br />

As amostras acima testadas a 30N apresentaram um ótimo comportamento ao<br />

<strong>de</strong>sgaste comparando-se aquelas a 100N, este resultado foi um pouco diferente<br />

comparado aquelas <strong>de</strong> bronze, as quais tiveram um pior rendimento, isso ocorreu<br />

provavelmente <strong>de</strong>vido a presença da matriz ferrosa, a qual oxida-se rapidamente quando<br />

a baixa velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento.<br />

Como po<strong>de</strong>-se perceber nas amostras F* o coeficiente <strong>de</strong> atrito apresentou valores<br />

baixos, juntamente com a taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste, o que nos faz intuir que a camada lubrificante<br />

formada pela grafita a 30N apresenta uma boa resistência, praticamente não per<strong>de</strong>ndo<br />

suas proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lubrificante assim a amostra não a<strong>de</strong>riu ao contracorpo envitando o<br />

mecanismo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são. As amostras <strong>de</strong> F apresentaram um <strong>de</strong>créscimo nos valores <strong>de</strong><br />

taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste e um <strong>de</strong>créscimo, não muito acentuado, do coeficiente <strong>de</strong> atrito,<br />

apresentando uma fase <strong>de</strong> run-in provavelmente caracterizada pelo mecanismo <strong>de</strong><br />

a<strong>de</strong>são, e um estágio 1 provavelmente tribo-oxidativo.<br />

Para uma melhor caracterização do mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste ocorrido nestas amostras,<br />

foi realizada uma análise após <strong>de</strong>sgaste. A seguir estão dispostos os resultados <strong>de</strong>stas


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

análises para as amostras F (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 5,8 g/cm 3 ) e F* (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 5,8 g/cm 3 ), pois foram<br />

aquelas as quais apresentaram uma maior taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste.<br />

Análise Pós Desgaste:<br />

a<br />

a<br />

F (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 5,8 g/cm 3 ) – Sinterizado<br />

(Força 30N – Velocida<strong>de</strong> 0,314m/s)<br />

Figura 75: Secção transversal (aumento 200x)(a) e superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (b).<br />

b c<br />

b<br />

Figura 76: Superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (a), fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no<br />

intervalo <strong>de</strong> 30-60 min, (b) e intervalo <strong>de</strong> 60-90 min (c), (ESEM).<br />

93


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

a<br />

a<br />

Figura 77: Espectro dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no interval <strong>de</strong> 30-60<br />

min e 60-90 min (ESEM).<br />

F* (<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> 5,8 g/cm 3 ) – Sinterizado<br />

(Força 30N – Velocida<strong>de</strong> 0,314m/s)<br />

Figura 78: Secção transversal (aumento 200x)(a) e superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (b).<br />

b<br />

b<br />

M<br />

94


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

Figura 79: Superfície <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste (a), fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no<br />

intervalo <strong>de</strong> 0-90 min (b) (ESEM).<br />

Figura 80: Espectro dos fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste coletados no interval <strong>de</strong> 0-90<br />

min (ESEM).<br />

Analisando os resultados encontrados para a amostra F o que percebemos é a<br />

confirmação da presença do mecanismo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são seguido <strong>de</strong> tribo-oxidação, pois<br />

duante os primeiros minutos <strong>de</strong> ensaio os fragmentos são metálicos, fig. 76, e a secção<br />

transversal apresenta uma certa <strong>de</strong>formação plástica (fig. 75), <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> alguns minutos<br />

os fragmentos e a superfície <strong>de</strong> contato são oxidados (fig. 76 e 77).<br />

As amostras F* apresentaram um mecanismo <strong>de</strong> tribo-oxidação, com, provavelmente,<br />

um início <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste a<strong>de</strong>sivo, <strong>de</strong>vido a presença <strong>de</strong> uma pequena <strong>de</strong>formação plástica,<br />

fig. 78, e <strong>de</strong> marcas a<strong>de</strong>sivas na região <strong>de</strong> contato (fig. 79).<br />

Testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste a 100N e 0,838m/s – Ligas a base <strong>de</strong> Fe+Cu:<br />

Tabela 32: Resultados dos testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste a 100N para ligas a base <strong>de</strong> Fe+Cu.<br />

Material/<br />

Densida<strong>de</strong> (g/cm 3 )<br />

Taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste<br />

após 1508,4m (m 2 /N)<br />

Coeficiente <strong>de</strong><br />

atrito médio<br />

F – Sinterizado (6,2) 6,73x10 -14 0,46<br />

F** – Sinterizado (6,2) 2,24x10 -11 0,3 - 0,59<br />

* Ensaio durou apenas 15 minutos.<br />

Nota<br />

95<br />

Durante os pimeiros<br />

5 min o coeficiente<br />

<strong>de</strong> atrito é constante<br />

(0,3), <strong>de</strong>pois<br />

aumenta até 0,59.


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

Neste último teste a amostra F apresentou outra vez um ótimo resultado ao <strong>de</strong>sgaste,<br />

com um baixo valor <strong>de</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste e um coeficiente <strong>de</strong> atrito inferior ao encontrado<br />

nos testes anteriores, <strong>de</strong>vido, provavelmente, a oxidação da amostra a alta velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>slizamento e ao aquecimento da mesma a esta velocida<strong>de</strong>. Apresentou uma fase <strong>de</strong><br />

run-in, provavelmente caracterizada pelo mecanismo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são, e um estágio 1<br />

provavelmente tribo-oxidativo. Não foram expostas as análises após <strong>de</strong>sgaste, pois os<br />

resultados encontrados foram praticamente iguais aos encontrados a 30N, os quais<br />

confirmam a presença do mecanismo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são seguido por tribo-oxidação.<br />

A amostra F* apresentou um mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste por a<strong>de</strong>são igual aquele à 100N,<br />

ou seja a amostra a<strong>de</strong>riu-se ao contracorpo (fig. 68), pois a camada lubrificante <strong>de</strong> grafita<br />

neste caso apresentou uma baixa resistência, per<strong>de</strong>ndo rapidamente sua proprieda<strong>de</strong><br />

lubrificante, sendo que o tempo <strong>de</strong> duração do teste foi <strong>de</strong> apenas 15 minutos. A análise<br />

após <strong>de</strong>sgaste é idêntica aquela a 100N (fig. 72).<br />

A seguir, tabela 33, apresenta os resultados resumidos dos ensaios <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste para<br />

as amostras <strong>de</strong> bronze e para as ligas <strong>de</strong> Fe+Cu.<br />

Tabela 33: Resumo dos resultados obtidos com os ensaios <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste para bronzes e<br />

ligas Fe+Cu.<br />

Material /<br />

Composição<br />

Taxa <strong>de</strong> Desgaste Específico, Ka (m 2 /N)<br />

30N<br />

0,314 m/s<br />

100N<br />

0,314 m/s<br />

100N<br />

0,838 m/s<br />

B - (Cu-Sn) ≈ 1,1x10 -12 ≈ 3,5x10 -13 ≈ 1,1x10 -13<br />

B2 - (Cu-Sn-C) ≈ 1,0x10 -14 ≈ 7,8x10 -15 ≈ 3,3x10 -13<br />

F - (Fe-Cu) ≈ 6,5x10 -14 ≈ 1,4x10 -13 ≈ 6,7x10 -14<br />

F* - (Fe-Cu-P-C) ≈ 2,3x10 -14 ≈ 9,2x10 -12 ≈ 2,2x10 -11 **<br />

** Ensaio realizado durante apenas 15 minutos.<br />

96<br />

Mecanismo(s)<br />

<strong>de</strong> Desgaste<br />

A<strong>de</strong>são. Tribooxidação<br />

em<br />

0,838 m/s<br />

Tribo-oxidação<br />

e posterior<br />

a<strong>de</strong>são após<br />

alguns minutos<br />

A<strong>de</strong>são a<br />

100N. Tribooxidação<br />

a 30<br />

N e a 0,838m/s<br />

Tribo-oxidação<br />

e posterior<br />

a<strong>de</strong>são após<br />

alguns minutos


RESULTADOS E DISCUSSÕES<br />

Após a realização dos testes <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste nas amostras <strong>de</strong> bronze B e B2, o que<br />

po<strong>de</strong>mos concluir foi que a presença <strong>de</strong> grafita, amostra B2, melhora muito a resistência<br />

do material ao <strong>de</strong>sgaste, mas isso apenas quando a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento é em<br />

torno <strong>de</strong> 0,314m/s, quando esta velocida<strong>de</strong> é aumentada, a grafita per<strong>de</strong> sua<br />

característica lubrificante rapidamente, provocando um <strong>de</strong>sgaste maior que aquele<br />

encontrado para a amostra B, que não apresenta grafita.<br />

Ou seja, a amostra B somente comporta-se melhor que a B2 a velocida<strong>de</strong>s altas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>slizamento, entretanto apresenta em qualquer uma das condições analisadas uma taxa<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste consi<strong>de</strong>rada severa (tabela 1, capítulo 2), provavelmente se fosse melhorado<br />

o processo <strong>de</strong> sinterização <strong>de</strong>stas amostras, obtendo assim uma microestrutura mais<br />

homogênea e resistente este comportamento ao <strong>de</strong>sgaste seria melhorado. As amostras<br />

B2 apresentaram uma taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste mo<strong>de</strong>rado (tabela 1, capítulo 2), exceto quando<br />

testadas a 100N e 0,838 m/s, on<strong>de</strong> a taxa foi severa.<br />

Nas amostras a base <strong>de</strong> Fe+Cu, o que po<strong>de</strong>mos concluir foi que neste caso a<br />

presença <strong>de</strong> grafita também melhora muito a resistência do material ao <strong>de</strong>sgaste, como já<br />

mencionado para as amostras <strong>de</strong> bronze, mas no caso do F* quando esta grafita per<strong>de</strong><br />

sua característica lubrificante a resistência ao <strong>de</strong>sgaste cai a zero, e o material é<br />

praticamente <strong>de</strong>struído, <strong>de</strong>vido ao mecanismo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são. Estas amostras somente<br />

apresentaram uma taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste mo<strong>de</strong>rada (tabela 1 capítulo 2) quando testadas a<br />

30N e 0,314 m/s, sendo que nas duas outras condições o mecanismo foi muito severo.<br />

As amostras F apresentaram uma boa resistência ao <strong>de</strong>sgaste quando expostas a<br />

velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento alta ou a uma baixa força normal aplicada, isso ocorre <strong>de</strong>vido<br />

ao fenômeno <strong>de</strong> tribo-oxidação presente a estas condições. Entretanto apresentou um<br />

mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste consi<strong>de</strong>rado mo<strong>de</strong>rado, tabela 1 capítulo 2, para todas as três<br />

condições <strong>de</strong> ensaio testadas, inclusiva a 100N e 0,314 m/s, on<strong>de</strong> o mecanismo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sgaste foi a<strong>de</strong>sivo.<br />

Ou seja, entre estes materiais, bronzes e ligas Fe+Cu, o material B2 foi o qual<br />

apresentou maior resistência ao <strong>de</strong>sgaste quando expostos a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento<br />

<strong>de</strong> 0,314 m/s. Ao aumentar esta velocida<strong>de</strong> para 0,838 m/s, o material que se mostrou<br />

mais resistente foi o F (tabela 33). Sendo que também para estas amostras a porosida<strong>de</strong><br />

em todos os casos não influenciou no resultado final das análises, provavelmente <strong>de</strong>vido<br />

os fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste entrarem nos poros fechando-os.<br />

97


CONCLUSÕES<br />

5. CONCLUSÕES<br />

Após uma análise bastante completa das proprieda<strong>de</strong>s macro e microestruturais,<br />

juntamente com a análise tribológica <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste por <strong>de</strong>slizamento a seco <strong>de</strong> alguns <strong>de</strong><br />

dos principais materiais fabricados pela indústria GKN SinterMetals, po<strong>de</strong>-se relacionar<br />

uma série <strong>de</strong> pontos conclusivos, que serão apresentados a seguir, seguindo a mesma<br />

or<strong>de</strong>m apresentada durante a discussão dos resultados, capítulo 4.<br />

Caracterização Macro e Microestrutural:<br />

Quase todos os materiais apresentaram uma microestrutura compatível aquela<br />

esperada pela indústria, com exceção do material B que apresentou uma baixa<br />

difusão cobre-estanho;<br />

Os valores encontrados <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, porosida<strong>de</strong>, macro e micro-dureza também<br />

apresentaram compatibilida<strong>de</strong> com aqueles <strong>de</strong>sejados pela GKN, juntamente com<br />

os valores <strong>de</strong> rugosida<strong>de</strong> superficial, expressos pela curva <strong>de</strong> Abbott-Firestone.<br />

Caracterização Tribológica - Distaloys Somente Sinterizados:<br />

As amostras <strong>de</strong> DistaloyAE* apresentaram uma maior resistência ao <strong>de</strong>sgaste que<br />

as amostras <strong>de</strong> DistaloyAE, para as duas condições <strong>de</strong> ensaio realizadas, <strong>de</strong>vido a<br />

ausência <strong>de</strong> carbono na sua composição, o que torna a matriz mais dúctil e<br />

consequentemente menos resistente ao <strong>de</strong>sgaste;<br />

Entre os ensaios realizados, o melhor comportamente ao <strong>de</strong>sgaste foi obtido para a<br />

força aplicada <strong>de</strong> 100N e velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento <strong>de</strong> 0,314 m/s;<br />

Os mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste encontrados foram <strong>de</strong> a<strong>de</strong>são nas fases <strong>de</strong> run-in e<br />

estágio 1 (com presença <strong>de</strong> fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste oxidados) após ensaios a<br />

100N, e a<strong>de</strong>são (fase run-in) e tribo-oxidação (estágio 1), para os ensaios a 200N.<br />

Caracterização Tribológica - Distaloys Tratados Termicamente:<br />

Entre os materiais DistaloyAE somente sinterizado (ausência <strong>de</strong> C) e DistaloyAE<br />

cementado, é possível notar uma gran<strong>de</strong> diferença nos valores <strong>de</strong> taxa <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sgaste, sendo o material cementado o mais resistente, <strong>de</strong>vido a presença <strong>de</strong><br />

98


CONCLUSÕES<br />

martensita que endurece a microestrutura, aumentando a resistência do material à<br />

<strong>de</strong>formação plástica e à fixação da camada <strong>de</strong> óxido superficial;<br />

Entre os Distaloys AE* somente sinterizado e tratado termicamente também foi<br />

possível verificar uma diferença nos valores <strong>de</strong> resistência ao <strong>de</strong>sgaste, sendo que<br />

as amostras tratadas termicamente apresentaram taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste menores,<br />

<strong>de</strong>vido a presença <strong>de</strong> uma micoestrutura mais homogênea e com maior dureza<br />

(maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> martensita);<br />

Entre as amostras <strong>de</strong> DistaloyDH* sintertemperado+revenido e somente<br />

sintertemperado, a amostra que apresenta melhor comportamento ao <strong>de</strong>sgaste é<br />

aquela que não sofre revenimento, pois apresenta uma dureza microestrutural mais<br />

eleva, sendo consequentemente mais resistente ao <strong>de</strong>sgaste por <strong>de</strong>slizamento;<br />

Entre as amostras tratadas termicamente, aquela que apresentou maior resistência<br />

ao <strong>de</strong>sgaste foi DistaloyDH* somente sintertemperado, <strong>de</strong>vido sua elevada dureza<br />

microestrutural e ausência <strong>de</strong> fase rica em Ni (austenita) que é presente nas<br />

amostras AE e AE*, e fragiliza o material quando em <strong>de</strong>sgaste;<br />

Todas as amostras apresentaram o mesmo mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste, ou seja, tribooxidação<br />

na fase <strong>de</strong> run-in, e a<strong>de</strong>são com fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste oxidados no<br />

estágio 1 quando testadas a 200N e 500N (0,105 m/s), e tribo-oxidação, estágio 1,<br />

quando testadas a 500N (0,314 m/s).<br />

Todos os valores <strong>de</strong> taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste encontrados para as amostras <strong>de</strong> Distaloys<br />

estão <strong>de</strong>ntro da faixa <strong>de</strong> valores <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste mo<strong>de</strong>rado segundo a tabela 1 do capítulo 2.<br />

A porosida<strong>de</strong> em todos os casos não influenciou no resultado final das análises,<br />

provavelmente <strong>de</strong>vido os fragmentos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste entrarem nos poros fechando-os.<br />

Caracterização Tribológica - Buchas e Ligas <strong>de</strong> Fe+Cu:<br />

A presença <strong>de</strong> grafita melhora muito a resistência ao <strong>de</strong>sgaste do material, pois<br />

forma uma camada lubrificante em superfície, evitando o contato a<strong>de</strong>sivo, no<br />

entanto, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo das condições <strong>de</strong> ensaio esta grafita per<strong>de</strong> sua característica<br />

lubrificante, provocando um <strong>de</strong>sgaste maior que aquele encontrado para as<br />

amostras que não apresentam grafita;<br />

As amostras B2 e F*, as quais possuem grafita, apresentaram um mecanismo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>gaste por tribo-oxidação quando a grafita formava uma camada lubrificante na<br />

99


CONCLUSÕES<br />

superfície, <strong>de</strong>sgaste mo<strong>de</strong>rado. Depois que a grafita perdia sua característica<br />

lubrificante, o mecanismo foi alterado para a<strong>de</strong>são e o <strong>de</strong>sgaste foi severo;<br />

O mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste para o material F foi consi<strong>de</strong>rado mo<strong>de</strong>rado, tabela 1<br />

capítulo 2, para todas as condições <strong>de</strong> ensaio. O mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste foi a<br />

tribo-oxidação a 30N e 100N (0,838 m/s) e a<strong>de</strong>são a 100N (0,314 m/s);<br />

O material B apresentou <strong>de</strong>sgaste severo em todas as condições analisadas, e o<br />

mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste foi a a<strong>de</strong>são em todos os casos, mas a 100N e 0,838 m/s<br />

<strong>de</strong>pois da fase <strong>de</strong> run-in o mecanismo passa a ser tribo-oxidativo;<br />

O material B2 foi o que apresentou maior resistência ao <strong>de</strong>sgaste quando expostos<br />

a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slizamento <strong>de</strong> 0,314 m/s. Ao aumentar esta velocida<strong>de</strong> para<br />

0,838 m/s, o material que se mostrou mais resistente foi o F;<br />

Trabalhos Futuros:<br />

Será estudado o porque que a camada <strong>de</strong> grafita lubrificante, formada no início do<br />

<strong>de</strong>sgaste, per<strong>de</strong> sua proprieda<strong>de</strong> após um certo tempo <strong>de</strong> ensaio;<br />

E serão realizados testes <strong>de</strong> fadiga superficial por rolamento-<strong>de</strong>slizamento com<br />

lubrificante em todas as amostras.<br />

100


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

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102

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