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Introdução<br />
25<br />
Na Pista dos <strong>UFO</strong>s<br />
Um fenômeno fascinante<br />
Após quase 30 anos de pesquisas, com envolvimento nas mais diversas<br />
áreas de interesse dos estudos ufológicos, à outra conclusão não se<br />
chega senão a de que ainda estamos iniciando pelas primeiras pistas<br />
deixadas por um fenômeno que, sem a mínima dúvida, vem se manifestando<br />
há milênios. A Ufologia, mormente no Brasil, fervilha com acontecimentos<br />
dos mais diversos dados em todas as regiões do país, através de registros<br />
com características bem interessantes, envolvendo todos os tipos de<br />
encontros próximos, conhecidos como contatos imediatos.<br />
Tais registros são freqüentemente apresentados por todos os pesquisadores<br />
mais ativos, em revistas especializadas, jornais e eventos sociais, na sua maioria.<br />
Temos sido um destes caçadores de fenômenos ufológicos e fazemos parte de<br />
toda uma comunidade que vem buscando soluções, correndo contra o tempo,<br />
para entendimento das manifestações dos discos voadores. Estas acontecem<br />
de maneiras mais diversificadas possíveis. Neste livro, compilamos alguns<br />
trabalhos que tiveram boa aceitação para contribuir com aqueles que, por<br />
qualquer motivo, não puderam ter acesso a eles. Pela primeira vez temos a<br />
oportunidade de publicar na íntegra e com maiores detalhes dois incidentes<br />
que já se tornaram clássicos da Ufologia Brasileira – o Caso Baependi e o<br />
possível seqüestro ou abdução de Geraldo Simão Bichara, ocorrido dentro<br />
das instalações de uma unidade do Exército Brasileiro.<br />
Os demais temas contidos neste livro procuram abranger alguns<br />
dos aspectos que vêm tornando a Ufologia Científica uma área cada<br />
vez mais interessante para aqueles que desejam se inteirar dos estudos<br />
que envolvem o fenômeno mais fascinante com que a Humanidade<br />
já se deparou – o disco voador.
Biblioteca <strong>UFO</strong><br />
26
<strong>Capítulo</strong> 1<br />
27<br />
Na Pista dos <strong>UFO</strong>s<br />
<strong>UFO</strong>s em vôo programado<br />
Énatural que todos os assuntos envolvidos numa temática<br />
paralela, ainda não inclusa nos ditames acadêmicos da chamada<br />
Ciência Oficial, sofram um período de desprezo e depois de descrença,<br />
até que passem para o rol das pesquisas sérias e frutíferas. O<br />
caso da Ufologia não é exceção. Em outras épocas seria absurdo dedicar<br />
verba e atenção a uma fantasia como o disco voador, que só pertencia<br />
ao mundo dos filmes de guerra interplanetária.<br />
Quando o mito das naves supostamente extraterrestres ofereceu<br />
maiores surpresas, passando para o juramento de pessoas que diziam tê-lo<br />
visto, não se podia mais desprezar, no máximo descrer. No entanto, o verdadeiro<br />
pensamento científico imperou, para se determinar: descrer, sim,<br />
desprezar, não. Surgiram os primeiros estudos ufológicos, hoje firmados<br />
sobre sólidas bases, com o seguinte resultado: discos voadores existem<br />
comprovadamente. Outras questões, como origem e intenções, são<br />
assuntos para constatação futura.<br />
Dentre os maiores subsídios obtidos pela Ufologia em todos os<br />
tempos, podemos citar as Ortotenias, de Aimé Michel, de nacionalidade<br />
francesa, considerado uma das maiores expressões na área e que<br />
empreendeu oportunos estudos dos locais de aparições de <strong>UFO</strong>s.<br />
Utilizando-se de técnicas matemáticas e dados geográficos, Michel<br />
constatou que os locais de aparições não eram sobrevoados por acaso<br />
e que as trajetórias de vôo dos objetos obedeciam a uma certa lógica,<br />
baseada em características comuns de terreno. Aprofundando a análise<br />
através de gráficos, provou que a maior parte dos <strong>UFO</strong>s costuma<br />
sobrevoar as periferias de falhas geológicas.
Biblioteca <strong>UFO</strong><br />
Também no sul de minas<br />
De fato, uma checagem com maior carinho pode mostrar essa realidade<br />
ainda misteriosa. Se tomarmos como base os estudos empreendidos no Sul<br />
de Minas, o postulado Aimé Michel vem logo à tona. As regiões de maior<br />
índice de aparições são as de Boa Esperança, Três Pontas, distrito de Córrego<br />
do Ouro, Carmo da Cachoeira, Baependi e Campanha. Uma análise pelo fotoíndice<br />
(mapeamento geológico ou topográfico feito com base em fotografias<br />
aéreas, montadas para configurar os aspectos da região fotografada) nos<br />
permitiu constatar que quase todas essas regiões estão localizadas à beira<br />
de uma das mais características falhas geológicas do Estado, com quase<br />
200 km de extensão. Boa Esperança e Três Pontas cercam uma área onde<br />
os avistamentos de <strong>UFO</strong>s são periódicos e está ligada por uma rodovia<br />
que guarda em si a lenda do “Carro Fantasma”, dois faróis que, vindo pelo<br />
asfalto, parece que colidirão com os carros, mas alçam vôo no momento<br />
exato e desaparecem pelo espaço.<br />
Carmo da Cachoeira também esteve nos últimos meses de 1.978 agitada<br />
por uma onda de aparições ufológicas nas fazendas da região e algumas<br />
ocorrências na própria cidade. Em intensa pesquisa, registramos dezenas<br />
de avistamentos tidos por testemunhas de diversos níveis sociais e culturais,<br />
condensados em um extenso relatório. Em Baependi, além dos constantes<br />
relatos, deu-se um importante encontro próximo de 5º grau [Contato mantido<br />
pelo abduzido com tripulantes do <strong>UFO</strong>]. Já em Córrego do Ouro, os<br />
avistamentos atualmente se dão em tal número que chegam a ser diários,<br />
tornando-se característica do lugar, aquilo que os rurais chamam de “Fogo<br />
da Aldeia”. Lá estabelecemos um ponto permanente de vigília.<br />
O valor da seriedade<br />
No Brasil o Centro de Investigação de Fenômenos Aeroespaciais<br />
(CIFAE), de Curitiba (PR), realizou um levantamento em torno do número de<br />
aparições de objetos não identificados para o estabelecimento de Ortotenia.<br />
O computador condensou uma pesquisa realizada por Aimé Michel e<br />
apresentou uma extensão de seu estudo, que resultou em dados chamados<br />
de Tabulação da Linha de Bayonne-Vichy. Trata-se de uma lista precisa de<br />
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29<br />
Na Pista dos <strong>UFO</strong>s<br />
coordenadas de muitas observações ocorridas no período estudado por<br />
Michel e calculadas pelo pesquisador. Elas traçam um grande círculo em<br />
torno da Terra, que cruzaria a Espanha, Brasil e Argentina, três países<br />
onde aconteceram importantes ondas ufológicas. O CIFAE salienta que<br />
esse grande círculo atravessa o centro das chamadas Ortotenias, ou seja,<br />
a linha do grande círculo cruza, com alto grau de precisão, o centro das<br />
redes de forma estelar. Tais redes resultam em gráficos traçados pelos<br />
locais e rotas de aparições, de que trataremos adiante.<br />
O computador utilizou convenções no cálculo do grande círculo, que<br />
são as seguintes: o nodo é definido como o ponto em que um corpo móvel,<br />
percorrendo esse grande círculo na direção da rotação do eixo terrestre (de<br />
oeste para leste), cruzaria o Equador ao passar do Hemisfério Sul para o<br />
Norte. A longitude desse ponto e a inclinação (ângulo do grande círculo com<br />
o Equador do nodo) são dois valores que definem completamente o trajeto<br />
do grande círculo sobre o planisfério. Todas as coordenadas referem-se ao<br />
Meridiano de Greenwich e são expressas em graus decimais. Tendo, portanto,<br />
como base, dados de latitude e longitude dos locais de aparições, o CIFAE<br />
obteve os grandes círculos resultantes das aparições.<br />
Um campo vasto<br />
Os números e gráficos procedentes das Ortotenias podem permitir<br />
uma imensa gama de bons subsídios, dando base a variadas hipóteses<br />
em torno do Fenômeno <strong>UFO</strong>. Foi F. Lagarde um dos primeiros a obter<br />
mapas precisos traçados em locais de aparições, constatando que os<br />
<strong>UFO</strong>s costumam sobrevoar outros acidentes geográficos, que não somente<br />
falhas geológicas. Lagarde descobriu que as direções de rota e os cortes<br />
obtidos por depoimentos são paralelos às falhas. O estudioso constatou,<br />
utilizando-se de mapas minuciosos que acusam falhas geológicas, que,<br />
de 86 observações, 32 situam-se sobre falhas, ou seja, 37%. A partir das<br />
pesquisas de Lagarde, outros cientistas, em diferentes cantos do mundo,<br />
confirmaram estudos ortotênicos perfeitamente coincidentes.<br />
Um dos trabalhos mais interessantes de Ortotenia foi realizado pelo<br />
capitão Bruce Cathie, piloto da Força Aérea da Nova Zelândia. Após ter<br />
avistado um <strong>UFO</strong> em forma de charuto, o capitão selecionou depoimentos
Biblioteca <strong>UFO</strong><br />
de outras pessoas que também observaram o fenômeno e, marcando-os<br />
sobre um mapa, constatou que o objeto talvez fosse o mesmo por ele<br />
avistado, que se deslocara como uma reta. Essas retas se cruzavam e, ao<br />
final, formavam uma grade, entrelaçando-se, por sua vez. A partir disso,<br />
pôde prever outros alinhamentos. O capitão Cathie notou ainda que outros<br />
pontos dos avistamentos acabavam por não coincidir com a grade e dela<br />
escapavam. Então, ligando neles outras linhas, com os mesmos cálculos,<br />
foi que percebeu que a segunda grade cortava a primeira.<br />
Uma conclusão emergiu: os <strong>UFO</strong>s fazem parte de um plano de vôo<br />
que praticamente mapeia a Terra. Nossos aviões, em suas aterrissagens<br />
e decolagens, são controlados instrumentalmente por um sistema de<br />
gráfico idêntico. O levantamento do capitão Cathie chega até a mostrar<br />
que nos pontos de intersecção das grades poderiam colocar balizas<br />
(antigos antecessores dos radiofaróis).<br />
30
<strong>Capítulo</strong> 2<br />
31<br />
Na Pista dos <strong>UFO</strong>s<br />
O mistério das luzes-sondas<br />
Fenômenos celestes sempre se manifestaram durante a história<br />
humana. Constantemente observáveis, receberam diversificadas<br />
interpretações, segundo o grau de cultura e capacidade de entendimento,<br />
mediante os conhecimentos técnicos. Cada uma das fases de<br />
evolução gerou enorme diferença de interpretações, influenciadas pelas<br />
informações científicas que o homem adquiria. Ao final das contas, tal<br />
diversificação dificultava o estabelecimento de um termo comum e de<br />
uma definitiva explicação para os fenômenos que, por assim o serem,<br />
necessitavam de uma compreensão permanente.<br />
Um dos fatores da diversificação é que não somente a Ciência serviu<br />
para explicar ao homem aquilo que ele observava, mas a grande dificuldade<br />
era que tais fenômenos se manifestavam acima do grau de compreensão que o<br />
homem atingia. A sede de conhecimento e a curiosidade humana satisfaziam-se<br />
pela religião, pelas concepções sociológicas, por todas as áreas que poderiam<br />
influenciar com seus dogmas, teorias e estudos em constante andamento.<br />
Assim, os dois pólos utilizados pelo homem para compreender as manifestações<br />
de sua natureza são divididos nos aspectos objetivo e místico.<br />
Em plena era tecnológica, a Ciência objetiva não pode mais desprezar<br />
o lado místico que, apesar de não usar o mesmo sistema de explicações<br />
e estudos, é uma fonte de interessantes informações. É nos fenômenos<br />
celestes que o misticismo sempre se inspirou. Para grande porcentagem<br />
deles a Ciência já encontrou explicações definitivas, que se concretizam<br />
com a obtenção de novas conquistas. Mas em seu meio, outra significativa<br />
porcentagem provoca discussões acaloradas e gera o desenvolvimento<br />
de intensas pesquisas em torno dos fenômenos ufológicos. Os populares
Biblioteca <strong>UFO</strong><br />
discos voadores ocuparam lugar de notoriedade científica mais evidente a<br />
partir da Segunda Guerra Mundial quando uma campanha de divulgação<br />
pela Imprensa, no ano de 1.947, inspirou a aceitação definitiva da Ufologia,<br />
com terminologia iniciada pelos projetos de pesquisa desenvolvidos pela<br />
Força Aérea dos Estados Unidos.<br />
Tal sistema de estudos comprovou fartamente que, ao lado de fenômenos<br />
celestes naturais e artificiais conhecidos, os céus de todos os países são<br />
constantemente cortados por aparelhos de procedência desconhecida,<br />
originados de altíssima tecnologia, situada, possivelmente, há milhares de anos<br />
à frente do grau em que se encontram nossas capacidades científicas.<br />
Atualmente, esta mesma Ufologia está às voltas com uma de suas mais<br />
modernas acepções – as luzes-sondas. Em poucas palavras, as luzes-sondas<br />
seriam pequenas emanações luminosas saídas do interior dos <strong>UFO</strong>s, em vôo,<br />
pousados ou estacionados, que, por suas manobras, modo de manifestação,<br />
comportamento e locais de sobrevôo, demonstram atitudes de aparelhos<br />
de reconhecimento, sondagem e até prospecção – daí a alcunha “sonda”.<br />
Geralmente apresentam-se ao observador próximo ou distante, como<br />
pequenos pontos de luz própria, ativável ou não, ou em formatos definidos<br />
de uma bola, estiletes ou com aspectos quadrangulares.<br />
Casuística e hipóteses<br />
Um dos mais célebres casos no qual foi observada uma sonda<br />
contém o depoimento de dezenas de testemunhas, que puderam registrar<br />
o surgimento de tal fenômeno que, aparentemente, possuía constituição<br />
puramente energética. Durante a Guerra da Coréia, uma fortaleza voadora<br />
norte-americana tipo B-29, com a identificação TU 104, teve sua cabine<br />
de passageiros invadida por uma luz fraca, no corredor de acesso à<br />
cabine dos pilotos. O ponto de luz adquiriu a forma sólida, com 50 cm<br />
de diâmetro e permaneceu imóvel.<br />
O pânico tomou conta dos passageiros, que chegaram a pensar em<br />
início de incêndio, o que levou um dos pilotos a sair da cabine com um<br />
extintor nas mãos. Mas a sonda desapareceu tão misteriosamente quanto<br />
havia surgido. Instantes depois, quando os ânimos aparentemente haviam<br />
se acalmado, eis que a luz ressurgia, passando por sobre a cabeça de cada<br />
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33<br />
Na Pista dos <strong>UFO</strong>s<br />
um dos passageiros, quase roçando em seus cabelos. O objeto retomou<br />
sua posição perto da cabine e desapareceu definitivamente. Após o pouso da<br />
fortaleza em Moscou, começou uma grande movimentação, tendo-se pedido<br />
a todos o máximo de sigilo sobre o caso.<br />
Porém, entre os passageiros havia um jornalista polonês que<br />
acabou fazendo um relatório completo da ocorrência, tornando público<br />
o incidente, que pode ter envolvido, ao que pensa a Ufologia, a aparição<br />
de um computador ultra-sofisticado, teleguiado a distância por um<br />
objeto ou nave-base. Tais luzes-sondas vêm sendo observadas em vôo<br />
constantemente. Em meio à sua origem ufológica indubitável, há para<br />
esse tipo de fenômeno algumas explicações eminentemente naturais<br />
e não misteriosas. Uma delas é o controvertido raio em forma de bola<br />
ou descarga esférica de raio que pode ser confundido com uma dessas<br />
sondas surgidas do espaço, sobrevoando pastos a baixa altitude.<br />
Não se conhecem precisamente as características de tal fenômeno<br />
raríssimo, mas as condições em que se manifesta são sabidas: o raio em<br />
forma de bola se produz sempre na periferia das tempestades, principalmente<br />
nos meses de julho e agosto. É quase sempre precedido por um raio<br />
comum e chega a durar cinco minutos percorrendo vários quilômetros. O<br />
Projeto Livro Azul [Blue Book], desenvolvido pela Força Aérea dos Estados<br />
Unidos para estudar os <strong>UFO</strong>s, tem em seus anais um relatório da Secretaria<br />
Meteorológica do Departamento de Comércio nos Estados Unidos sobre o<br />
“relâmpago de bola”, tecendo considerações sobre sua origem, aparência,<br />
formas, cor, brilho, movimentos e até manobrabilidade.<br />
Como origem, o relatório expõe as seguintes hipóteses: descarga<br />
esférica [Conhecida como Fogo de Santelmo]; volume de ar incandescente<br />
ionizado durante um curto espaço de tempo; descarga elétrica no ar,<br />
contendo grandes concentrações de pó, ou outros aerosóis, durante<br />
trovoada; salto de intervalos por raios dentro de casa; raio da nuvem ao solo<br />
que produza gradiente de potência horizontal passageira, bastante intensa<br />
para dar descargas elétricas; descarga de raio que atinge e se desloca ao<br />
longo de um condutor, produzindo clarões, etc.<br />
Outras manifestações naturais ou artificiais conhecidas podem parecer<br />
ao leigo o surgimento de uma luz-sonda, que geralmente faz manobras<br />
impossíveis, sai de ou acompanha um <strong>UFO</strong>. Exemplos comuns são aviões
Biblioteca <strong>UFO</strong><br />
acompanhados de seu aparelho de reabastecimento em vôo noturno,<br />
meteoros azuis, holofotes refletidos por inversões de temperatura nas<br />
nuvens, gás de pântano, fogo fátuo, assim por diante.<br />
As luzes-sondas, quando se apresentam como fenômenos ufológicos,<br />
manifestam-se de modo típico. Elas aparentemente são dirigidas a<br />
distância. Pequenas esferas têm sido vistas com freqüência no meio rural.<br />
Por esse fato, um trabalho de prospecção e reconhecimento de terreno vem<br />
sendo feito em regiões visitadas por seres dotados de grande inteligência<br />
e alta tecnologia, cuja origem extraterrestre é muito provável.<br />
Testemunhas nos sertões<br />
O índice de registros no meio rural é tão alto que já se transformou<br />
em mitos reais incorporados aos folclores da roça. Em Minas Gerais,<br />
os depoimentos a cada dia se multiplicam, trazendo para as crônicas a<br />
lenda significativa da “Mãe do Ouro” e do “Carro Fantasma”. A primeira<br />
apresenta-se em forma circular e luminosa, sobrevoando os topos de serras<br />
e, muitas vezes, derrubando solitários cavaleiros de suas montarias.<br />
Num estudo ufológico constatou-se que os terrenos sobrevoados pela<br />
Mãe do Ouro geralmente abrigam jazidas de minérios. Para o Carro Fantasma,<br />
no entanto, muitos deram depoimento dizendo que potentes e pequenos<br />
faróis vinham manobrando pelas estradas e pastos em alta velocidade, tendo<br />
subido vertiginosamente para o espaço afora, quase no momento da colisão<br />
iminente com o veículo da testemunha. Durante longos anos, a lenda assim<br />
tornou temida a estrada que liga Varginha a Três Pontas, em Minas Gerais, no<br />
período noturno. Evidentemente, boa porcentagem dos depoimentos sobre<br />
mitos como esses não registrou fenômenos ligados aos discos voadores, mas<br />
deu margem segura para explicações já conhecidas. Quando não possuem<br />
características suficientemente fortes para determinar a aparição de <strong>UFO</strong>s,<br />
geralmente falam de uma Mãe do Ouro que se desloca pelo espaço, de um<br />
ponto a outro, em certos locais, em períodos não determinados.<br />
As pessoas descrevem essas bolas de luz saindo de um mesmo local (colina<br />
ou morro) e precipitando em outro ponto, também coincidindo com a mesma<br />
localidade. O colega de estudos Eduardo Gianasi, pesquisador de tal mito, formulou<br />
algumas hipóteses. Durante os conhecidos fenômenos das manchas solares, há<br />
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35<br />
Na Pista dos <strong>UFO</strong>s<br />
em suas regiões a existência de intensíssimos campos magnéticos que provocam,<br />
por aceleração, a precipitação de poderosas torrentes de prótons e elétrons sobre a<br />
Terra, animadas por altas velocidades. Sua energia, durante um período de máxima<br />
atividade, pode ser 10% da energia total da luz solar. Em cada segundo, cerca de<br />
um bilhão de partículas de prótons chegam à Terra, por centímetro quadrado.<br />
Essas partículas, eletricamente carregadas, têm de enfrentar o campo magnético<br />
da Terra, sendo forçadas a descrever uma espiral em torno das linhas de força,<br />
seguindo em direção destas. As mais velozes penetram, em massa, até o limite<br />
inferior da ionosfera e aumentam em proporção à ionização do ar, fazendo com<br />
que o ar dessas regiões se torne muito mais condutor de eletricidade.<br />
Paralelamente, as localizações do magnetismo terrestre variam, sobretudo<br />
nas regiões de minério. Os minerais que possuem ferro bivalente são mais<br />
ou menos magnéticos, dependendo da quantidade e das rochas ricas nestes<br />
minerais, anfibólios, piroxênios, biolita, cromita, glaucomita, que apresentarão<br />
maior poder magnético. Quando tais rochas são atingidas por descargas<br />
elétricas, o seu poder magnético pode tornar-se muitas vezes superior ao<br />
valor normal. Assim, as reações fisio-químicas que ocorrem no Sol provocam<br />
magnetismo intensificado em regiões localizadas nas manchas solares. Essas<br />
forças magnéticas e hidrodinâmicas geram calor, magnetismo e luminosidade<br />
que atingem a Terra. Nas condições especiais do ar, essas energias geram<br />
cortinas coloridas de luz oscilante, em diversos formatos visuais.<br />
A Terra é um enorme magneto natural, possuindo regiões capazes<br />
de produzir magnetismo (ação localizada) e correntes elétricas. As jazidas<br />
de ferro são atingidas por descargas elétricas e, por último, os corpos<br />
mineralizados de sulfuretos metálicos, assim como os diques circulares<br />
de basalto, que são bem freqüentes em muitas regiões. Em virtude disso,<br />
um observador poderia presenciar a passagem de um aglomerado dessas<br />
partículas, de um ponto a outro, considerando-as “Mãe do Ouro”.<br />
Outras civilizações nos observam?<br />
Porém, as luzes-sondas, descartadas das explicações conhecidas,<br />
existem. São avistadas sozinhas, saindo do interior de <strong>UFO</strong>s ou evoluindo<br />
perto deles, principalmente na roça, em locais isolados. Nossas pesquisas<br />
já nos deram bons subsídios. Para a Ufologia, sempre foram observadas
Biblioteca <strong>UFO</strong><br />
a distância, sem pormenores. A testemunha de um caso ocorrido em<br />
Baependi (MG), em 1.979, presenciou três dessas sondas com detalhes, e<br />
pela primeira vez nos anais ufológicos, acreditamos. Todas, com cerca de<br />
um metro de altura, possuíam hélices na parte superior, o que demonstra<br />
serem veículos para vôo dentro da atmosfera, oriundos do interior de um<br />
objeto principal, posteriormente visto pela testemunha. Seus formatos,<br />
assim registrados, eram o de um poste ou cruz, de uma piorra e de<br />
um aparente barril. O objeto principal somente pousou após o possível<br />
reconhecimento empreendido pelas três sondas.<br />
Em 1.978, num caso que investigamos durante uma onda de aparições<br />
em Carmo da Cachoeira (MG), uma das testemunhas foi momentaneamente<br />
paralisada por um <strong>UFO</strong> a baixa altitude, que foi precedido por uma<br />
luzinha vermelha pousada por trás de uns arbustos e que seguiu o <strong>UFO</strong>,<br />
em movimentos erráticos, por sobre o pasto, quando este desapareceu<br />
no espaço. Na cidade de Passa Tempo (MG), registramos dois objetos<br />
luminosos sobre uma serra, a princípio imóveis. Durante o surgimento<br />
do segundo, um pequeno ponto de luz, vindo de sudeste, desenvolvendo<br />
movimento errático, estacou sobre o objeto e nele penetrou.<br />
O número de registros das luzes-sondas nas zonas urbanas também<br />
é numeroso. O exército francês, em cujo país os estudos da Ufologia<br />
foram, em certa época, quase que oficializados e seriamente empreendidos<br />
pelas forças armadas e pela polícia, catalogou o caso de 13 de janeiro de<br />
1.976, quando às 21:10 h, um casal observou quatro grandes luzes no alto<br />
de uma colina, em Grenoble.<br />
Apanhando uma terceira testemunha, voltaram ao local, vendo os<br />
objetos como quatro grandes blocos de um metro de circunferência. Um<br />
só objeto era composto por aqueles pontos e tinha cerca de 25 a 50 m<br />
de comprimento, com altura de dois andares e cores vivas como o Sol.<br />
Antes de desaparecer, o <strong>UFO</strong> foi rodeado por um ponto menor que,<br />
segundo as testemunhas, “...era qualquer coisa bem brilhante, mas menor,<br />
que dava voltas em torno daquele engenho, de cor amarela fogo”.<br />
Da mesma forma, muitos dos satélites que à tarde observamos no<br />
espaço, podem muito bem não o ser. A Ciência está espantada com a<br />
existência, em órbita da Terra, de verdadeiras sondas e satélites que não<br />
foram lançados por nenhum país de tecnologia astronáutica. Tratam-<br />
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Na Pista dos <strong>UFO</strong>s<br />
se de corpos estranhos que descrevem órbitas em torno da Terra, de<br />
pequeno porte, mantendo-se ativos em comportamento semelhante<br />
aos satélites artificiais. Um ano após a subida do Sputnik I, lançado a<br />
4 de outubro de 1.957, um estranho e desconhecido satélite entrou<br />
em órbita da Terra em 26 de novembro de 1.958. Essa sonda misteriosa<br />
emitiu sons em voz humana, em língua não decodificada, captada inúmeras<br />
vezes por estações de escuta na Itália. É conhecida nos meios oficiais e<br />
ufológicos como “O Cavaleiro Negro”.<br />
Em Moscou, setembro de 1.967, acontecia um debate sobre as<br />
telecomunicações, presidido pelo professor L. Leonov. Na conferência,<br />
tornava-se público o fato de que três objetos ou veículos desconhecidos<br />
encontram-se em órbita da Terra, mantendo comportamento inexplicável.<br />
São três cápsulas cilíndricas, sem orifícios, saliências ou aberturas.<br />
Diversos astronautas norte-americanos e russos os observaram, como<br />
Gherman Titov, as tripulações da Voskhod 1 (1.964) e da Voskhod 2<br />
(1.965), Bikovski e James MacDivitt.<br />
L. Kaminski, um importante nome da Astronomia, pensa que se tratam<br />
de sondas enviadas de um outro planeta, segundo informa a revista Clypeus.<br />
É de se concluir, vulgarmente, que a linha de desenvolvimento técnico da<br />
civilização que constrói aquilo que chamamos de luzes-sondas da Ufologia,<br />
talvez tenha seguido os mesmos rumos ora trilhados pela nossa.<br />
As sondas terrestres já vêm desenvolvendo seu papel – os módulos se<br />
deslocaram das cápsulas para descer astronautas na Lua, por sete vezes; as<br />
Vikings pousaram em Marte, fotografando, coletando, analisando e já estão<br />
muito superadas pelas Pathfinder, Mars Surveyor e outras; as sondas Pioneer<br />
se perdem pelos limites do nosso sistema solar; as Voyager, desenvolvendo<br />
velocidade de 91mil km horários, passaram pelos confins do Sistema Solar,<br />
rumo aos rincões desconhecidos da galáxia, levando fotos, sons e escritos<br />
de nossa vida e da vida na Terra.