102 Promover o intercâmbio com os Espíritos, sem a orientação <strong>do</strong>utrinária e o sentimento evangélico, em qualquer tempo e lugar, é caminho aberto para desagradáveis surpresas. E o discernimento e a bondade — vigas mestras <strong>do</strong> setor mediúnico — são qualidades que somente a Doutrina e o Evangelho proporcionam. Caben<strong>do</strong>, pois, ao Espiritismo a missão de orientar a prática mediúnica, não podemos ignorar que, na qualidade de militantes da Doutrina, cada um de nós suporta, nos ombros, uma parcela de responsabilidade. Na sua difusão, no seu desenvolvimento, no seu exercício. Isso é o que nos parece acerta<strong>do</strong>. E a to<strong>do</strong>s ha-de também parecer, supomos, porque a cartilha mediúnica é uma só: “O Livro <strong>do</strong>s Médiuns”.
45 Estu<strong>do</strong> e Trabalho Espíritas! Amái-vos; este o primeiro ensinamento; instrui-vos, este o segun<strong>do</strong>. 103 A Espiritualidade Superior vem insistin<strong>do</strong>, através de consecutivas mensagens, pela necessidade <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> e <strong>do</strong> trabalho nas fileiras renova<strong>do</strong>ras <strong>do</strong> Espiritismo. Amor e Instrução têm si<strong>do</strong>, em verdade, a palavra de ordem <strong>do</strong>s Mensageiros <strong>do</strong> Cristo. Os trabalha<strong>do</strong>res encarna<strong>do</strong>s, identifican<strong>do</strong>-se com o pensamento e a orientação <strong>do</strong>s que acompanham, de Mais Alto, a surpreendente e irresistível marcha da Doutrina, sentem-se, naturalmente, no dever de secundá-los na recomendação. Aliás, não é de agora que os Espíritos exortam os homens ao estu<strong>do</strong>, à instrução, à cultura — cultura, no entanto, que não envaideça o homem, mas o torne humilde, sinceramente humilde. Humilde de dentro para fora. Quan<strong>do</strong> se lançavam na França os fundamentos <strong>do</strong> Espiritismo, iluminadas entidades que organizavam a Codificação, utilizan<strong>do</strong>-se da personalidade missionária de Allan Kardec, já despertavam os obreiros da primeira hora para o imperativo da instrução. O Espírito de Verdade, cujas palavras deixam indiscutivelmente entrever uma transcendente autoridade, comunican<strong>do</strong>-se em Paris, em 1860, exortava, incisivo: “Espíritas! Amai-vos; este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segun<strong>do</strong>.” O Amor é o Trabalho, a Ação, o Serviço. A Instrução é a leitura, o Estu<strong>do</strong>, o Conhecimento. Amor e Instrução constituem, por conseguinte, duas alavancas, duas ferramentas que devem estar, noite e dia, nas mãos <strong>do</strong>s Espíritas. Através <strong>do</strong> Amor, exerceremos a solidariedade. Identificar-nos-emos com o sofrimento <strong>do</strong> próximo. Visitaremos o enfermo e o encarcera<strong>do</strong>. Despertaremos, enfim, no âmago de nossa individualidade eterna, a centelha de bondade que existe, potencialmente, em cada ser. Através <strong>do</strong> estu<strong>do</strong>, aprenderemos a discernir o erro da verdade; a claridade, da sombra, e a sinceridade, da hipocrisia. O Espiritismo, como acentua Allan Kardec, não éuma Doutrina que induza os seus adeptos a estranhas, esdrúxulas singularidades. Nem estu<strong>do</strong>, sem amor; nem amor, sem estu<strong>do</strong>. Em suma: nem bondade desprovida de conhecimento, nem conhecimento com ausência de bondade. Amor sem estu<strong>do</strong> é comportamento unilateral, favorecen<strong>do</strong>, apenas, o coração, o sentimento, mas retardan<strong>do</strong> a ascensão para Deus. Estu<strong>do</strong> sem amor constitui, quase sempre, experiência simplesmente intelectual, poden<strong>do</strong> levar à presunção e à vaidade, ameaçan<strong>do</strong> o aprendiz de queda ou fracasso. É que, via de regra, consoante adverte Paulo de Tarso, “o saber ensoberbece, mas o amor edifica”. Emmanuel, falan<strong>do</strong>-nos ao coração, exorta, também:
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