Capítulo 2 O Realismo Científico - Unicamp
Capítulo 2 O Realismo Científico - Unicamp
Capítulo 2 O Realismo Científico - Unicamp
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
24<br />
Aspectos da Descrição Física da Realidade<br />
tais objetos e nossas crenças sobre outros objetos, isso<br />
configurará perversidade, não parcimônia.<br />
Evidentemente, esse debate comporta<br />
desdobramentos variados e não poderíamos fazer justiça<br />
às partes sem nos estendermos para além de nossos<br />
objetivos neste trabalho. Passemos pois ao segundo tipo<br />
de argumento para o realismo científico, na classificação<br />
que propusemos acima.<br />
2.3.2. Argumentos Positivos<br />
Tipicamente, os argumentos realistas positivos<br />
envolvem inferências abdutivas. Nos parágrafos 3 a 7 do<br />
capítulo 2 de seu The Scientific Image van Fraassen fornece<br />
uma crítica convincente à forma usual, não sofisticada,<br />
desse tipo de argumento; abordaremos essa crítica no<br />
início da seção seguinte. Nesses mesmos parágrafos<br />
van Fraassen toma em consideração duas variantes<br />
sofisticadas de inferências abdutivas usadas por realistas<br />
científicos: o “argumento da coincidência cósmica”,<br />
atribuído a Smart, e o “argumento do milagre”, do Putnam<br />
realista 6 . Neste trabalho nos ocuparemos exclusivamente<br />
do primeiro desses argumentos, já que é de natureza<br />
semelhante à do segundo, remetendo o leitor a Musgrave<br />
1985 e Chibeni 1996 para a exposição de algumas das<br />
deficiências da abordagem de van Fraassen do argumento<br />
de Putnam. Na próxima seção tentaremos mostrar que<br />
Van Fraassen não apresenta argumento da coincidência<br />
cósmica de forma clara e fiel, nem fornece boas razões<br />
para a sua rejeição; agora nos limitaremos apenas a expô-<br />
6 Smart 1968; Putnam 1975, p. 73 e 1978, Lecture II.