Capítulo 2 O Realismo Científico - Unicamp
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Aspectos da Descrição Física da Realidade<br />
constitui evidência para nós.<br />
Os argumentos realistas negativos que consideramos<br />
mais importantes e que causam problemas mesmo para o<br />
empirismo construtivo de van Fraassen são aqueles a que<br />
denominaremos argumento da redução ao ceticismo sobre o<br />
não-observado e argumento da redução ao fenomenalismo.<br />
Esses argumentos procuram mostrar que as razões que o<br />
anti-realista invoca contra o seu adversário aplicam-se<br />
também a ele, ou, em outros termos, que se ele for<br />
imparcial e coerente terá de reconhecer que seus critérios<br />
de conhecimento são demasiadamente restritivos,<br />
conduzindo ou ao ceticismo quanto à proposições acerca<br />
de coisas e eventos não-observados ou ao fenomenalismo.<br />
(Assume-se aqui que estas posições filosóficas são<br />
consideradas inaceitáveis pelo anti-realista “empirista” de<br />
hoje em dia, o que de fato parece lícito assumir-se.)<br />
O primeiro desses argumentos tem sido usado por<br />
vários realistas científicos contemporâneos em réplica a<br />
van Fraassen; bons exemplos são Paul Churchland (1985)<br />
e Alan Musgrave (1985). O argumento da redução ao<br />
fenomenalismo foi exposto de forma clara porém sumária<br />
no livro Between Science and Philosophy, de J.J.C. Smart,<br />
publicado em 1968 (ver cap. 5, pp.153-4). Mais<br />
recentemente, foi desenvolvido de modo interessante no<br />
artigo de Churchland a que acabamos de aludir.<br />
Consideremos o seguinte esquema: