SUSPEITA DE CANCRO AFASTA DANNY DA SELEÇÃO ... - Lux - Iol
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Em cima, Maria do Rosário Valente com a fi lha, Sara, à espera do autocarro, em Casas Novas, Colares, num dos dias<br />
em que foram visitar George Wright ao Estabelecimento Prisional junto à Polícia Judiciária, em Lisboa, em baixo<br />
M<br />
aria do Rosário Valente<br />
ainda está incrédula<br />
com a súbita detenção<br />
do marido, mas põe as mãos<br />
no fogo pelo homem que<br />
conheceu à porta de uma<br />
discoteca na Parede, na passagem<br />
de ano de 1978. Garante<br />
que George Wright é inocente<br />
do homicídio por que foi condenado<br />
e promete não abandonar<br />
o homem que ama há mais<br />
de 30 anos. “Sabia que ele estava<br />
a olhar para trás das costas<br />
porque tinha fugido da prisão.<br />
Ele contou-me. Sei também<br />
que não foi ele que matou o senhor<br />
da gasolineira... Foi um dos<br />
outros que participaram no assalto.<br />
Eu gosto dele e ele gosta de<br />
mim. Sempre foi bom marido,<br />
bom pai, bom homem de família...<br />
Porque é que eu havia de<br />
me afastar dele?”, questionou<br />
em entrevista à SIC. Marco, de<br />
25 anos, e Sara, de 20, desconheciam<br />
o passado do pai e ainda<br />
estão em choque. “Ficaram<br />
de rastos! Têm lidado com isto<br />
vivendo um dia de cada vez.<br />
Tentam manter a força, pelo menos<br />
à frente dele, embora seja muito<br />
difícil. Levei os miúdos a visitá-<br />
-lo [à prisão] e 45 minutos não é<br />
nada. Era o meu fi lho a chorar, a<br />
minha fi lha a chorar, o meu marido<br />
a chorar... Os três abraçados<br />
uns aos outros... Eu a ver se não<br />
MARIA DO ROSÁRIO VALENTE<br />
e a fi lha SARA, de 20 anos, visitam<br />
GEORGE WRIGHT na prisão<br />
“Sempre foi bom marido, bom<br />
pai, bom homem de família...<br />
Porque é que eu havia de me<br />
afastar dele?„ Maria do Rosário, à SIC<br />
chorava... Cada vez que qualquer<br />
um deles abria a boca para falar<br />
um com o outro, começava tudo<br />
outra vez...”, descreve Maria do<br />
Rosário à TVI. Alguns dias depois<br />
destas declarações, a <strong>Lux</strong> tentou<br />
chegar à fala com a mulher do<br />
americano. Visivelmente abatida,<br />
Maria do Rosário abriu a<br />
porta de casa, em Casas Novas,<br />
Colares e, timidamente, remeteu<br />
explicações para o advogado,<br />
recusando fazer novas declarações.<br />
Manuel Luís Ferreira,<br />
por seu lado, opta também pelo<br />
silêncio, a pedido do seu cliente.<br />
George Wright aguarda a decisão<br />
da contestação ao pedido<br />
de extradição solicitado pelas<br />
autoridades norte-americanas<br />
que, em 1962, o condenaram<br />
a uma pena de prisão de 15 a<br />
30 anos. Recusou o apoio consular<br />
oferecido pela embaixada<br />
americana em Portugal mas o<br />
seu maior medo é ser extraditado.<br />
“Ele diz que se for para os<br />
EUA corre perigo de vida. Acredita<br />
veementemente nisso! Diz<br />
que se for para lá nunca mais o<br />
vemos vivo”, revela Maria do Rosário<br />
à TVI. A mulher do americano<br />
tem feito tudo o que pode<br />
para apoiar o marido e não falta<br />
a uma visita no Estabelecimento<br />
Prisional junto à Policia Judiciária,<br />
em Lisboa. ■<br />
fotos D.R. e Arquivo <strong>Lux</strong>