SUSPEITA DE CANCRO AFASTA DANNY DA SELEÇÃO ... - Lux - Iol

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18.04.2013 Views

descredibilizar a investigação da polícia italiana e, por arrasto, a procuradoria do Ministério Público, através de uma perícia independente. De arguida em Itália, Amanda Knox passou a heroína. Assim foi recebida na sua cidade natal, Seattle, nos EUA, onde já se fala em propostas de perto de 750 mil euros dos canais de televisão que querem o exclusivo da sua primeira entrevista. Nada está decidido, afi rmou o pai, Curt Knox. Até agora, as únicas palavras da jovem à imprensa foram ditas no aeroporto, à chegada: “Eu olhei para baixo, do avião, e parecia ser irreal... Eu só queria agradecer a todos por terem acreditado em mim e dado apoio à minha família.” No passado dia 4, um dia depois de ser absolvida, Amanda embarcou com a família no aeroporto Leonardo Da Vinci, Roma, num voo da British Airways que fez escala em Londres. Na mão tinha um bilhete que lhe fora comprado pelos pais antes mesmo de conhecida a decisão do tribunal. No voo gozou de algumas regalias. Além de ter viajado em primeira classe, numa zona resguardada dos outros passageiros e jornalistas, a companhia aérea proibiu a captação de imagens e, em terra, obrigou a que todos esperassem nos seus lugares até que Amanda e os seus familiares fossem escoltados pelos agentes dos serviços de imigração. Com a família, rumou a casa, onde tinha à sua espera uma festa com as pessoas mais próximas. Em conversa com o Daily Mail, o pai de Amanda falou sobre os planos imediatos da fi lha. “Ela vai fazer coisas muito simples, que nós damos como adquiridas”, e que lhe foram tiradas nos últimos anos. No futuro, acabará por retomar os seus estudos na Universidade de Washington, de onde saiu para participar num intercâmbio em Itália. Mas antes espera-a um longo trabalho de reequilíbrio psicológico, pois ainda que o pai a descreva como “uma fi lha forte”, passou “por um momento difícil” e tem de “reaprender a viver em liberdade”. Curt Knox esteve sempre a seu lado. Em maio passado dizia à Lux: “Nunca duvidei, por um momento sequer, da inocência dela.” Mas a investigação italiana implicou-a na morte da sua “amiga” Meredith Kercher. Natural de Surrey, a estudante inglesa, de 21 anos, estava em Perugia há dois meses, quando foi encontrada morta no seu quarto, depois de violada e esfaqueada, segundo a autópsia. As diligências policiais concluíram que a morte foi consequência de um “jogo sexual” que terminou mal, e no qual participaram Amanda Knox e o seu namorado italiano da altura, Raffaele Sollecito, hoje com 27 anos. Os dois foram condenados em 2009 a 26 e 25 anos de cadeia, respetivamente, juntamente com Na cadeia, Amanda ensinou inglês a outros reclusos, aprendeu outras línguas e até integrou o coro do estabelecimento prisional. Chegou ainda a escrever um diário, no qual revelava os sonhos que gostaria de concretizar “Queria agradecer a todos por terem acreditado em mim e apoiado a minha família„ Amanda

Em cima, um momento de carinho entre Amanda e Raffaele, o seu namorado na altura, pouco depois do crime. Esta imagem levou a que fosse acusada de “pervertida sexual”. Em baixo, a casa em Perugia onde ocorreu o crime Juiz que decidiu absolver Amanda admitiu que houve um “contexto político” na sua condenação em 2009, por ela ser americana Rudy Guédé. Este último, trafi cante de droga marfi nense, foi condenado inicialmente a 30 anos, ao fi car provada a sua presença no local do crime. Acabou por ver a pena ser-lhe reduzida para os 16 anos, sob justifi cação de ter sido o único a mostrar arrependimento à família da vítima. Os outros dois arguidos nunca admitiram a culpa. Lutaram para provar a sua inocência e acabaram por vencer. Ambos foram absolvidos no passado dia 3, após 11 horas de deliberação do júri, composto por seis cidadãos e dois juízes. Um deles, Claudio Pratillo Hellman, de 68 anos, falou ao Daily Mail sobre a decisão. “Foi um caso difícil, controverso, mas fi zemos o que mandou a nossa consciência”, afi rmou, adiantando que “o que motivou a sentença” será conhecido nos próximos três meses”, mas não teve pudor em admitir que houve um “contexto político” associado à sentença inicial. “Muitos queriam a Amanda na prisão porque ela é americana”, acusou. Quanto à possibilidade de a procuradoria recorrer para o Supremo Tribunal, Hellman garantiu: “Fui para a cama sereno.” As declarações do magistrado deixaram no ar a suspeição quanto à forma como todo o processo foi conduzido. Amanda pode, neste ponto, processar o Estado italiano pelo tempo que esteve presa. E, a avaliar pela sua intervenção emocionada, não lhe faltarão falhas para apontar ao caso. “Eu não matei, eu não violei, eu não roubei. Eu não estava lá”, começou por dizer num italiano perfeito, que aprendeu durante o seu tempo de reclusa. “Eu estava na casa do Raffaele”, continuou. Segundo afi rmou desde o início, passou a noite do crime em casa do então namorado. Só no dia seguinte, quando foi a sua casa tomar banho, se deparou com a amiga morta. Foi chamar Raffaele e ambos telefonaram para a polícia. “Eu tinha um sentido de dever com a Justiça, as autoridades em que confi ei. Eles estavam lá para encontrar o culpado e proteger-nos”, disse, lamentando que isso não tenha acontecido. De acordo com as primeiras perícias forenses, o principal elemento de prova foi uma faca com ADN de Meredith na lâmina e de Amanda no cabo apreendida em casa de Raffaele. Referiram também um soutien da vítima, que continha ADN do italiano. A defesa sempre contestou estas provas e o tribunal acabou por pedir uma segunda investigação independente, que entregou a dois peritos da Universidade de Roma La Sapienza. As conclusões arrasaram os resultados da perícia inicial. Ao todo, encontraram mais de 50 falhas no tratamento do material em questão. O uso de luvas contaminadas, ou a ausência destas, e a insufi ciente quantidade

descredibilizar a investigação da polícia italiana<br />

e, por arrasto, a procuradoria do<br />

Ministério Público, através de uma perícia<br />

independente. De arguida em Itália, Amanda<br />

Knox passou a heroína. Assim foi recebida<br />

na sua cidade natal, Seattle, nos EUA,<br />

onde já se fala em propostas de perto de<br />

750 mil euros dos canais de televisão que<br />

querem o exclusivo da sua primeira entrevista.<br />

Nada está decidido, afi rmou o pai,<br />

Curt Knox. Até agora, as únicas palavras da<br />

jovem à imprensa foram ditas no aeroporto,<br />

à chegada: “Eu olhei para baixo, do<br />

avião, e parecia ser irreal... Eu só queria<br />

agradecer a todos por terem acreditado em<br />

mim e dado apoio à minha família.” No<br />

passado dia 4, um dia depois de ser absolvida,<br />

Amanda embarcou com a família no<br />

aeroporto Leonardo Da Vinci, Roma, num<br />

voo da British Airways que fez escala em<br />

Londres. Na mão tinha um bilhete que lhe<br />

fora comprado pelos pais antes mesmo de<br />

conhecida a decisão do tribunal. No voo<br />

gozou de algumas regalias. Além de ter<br />

viajado em primeira classe, numa zona resguardada<br />

dos outros passageiros e jornalistas,<br />

a companhia aérea proibiu a captação<br />

de imagens e, em terra, obrigou a que<br />

todos esperassem nos seus lugares até que<br />

Amanda e os seus familiares fossem escoltados<br />

pelos agentes dos serviços de imigração.<br />

Com a família, rumou a casa, onde<br />

tinha à sua espera uma festa com as pessoas<br />

mais próximas. Em conversa com o Daily<br />

Mail, o pai de Amanda falou sobre os<br />

planos imediatos da fi lha. “Ela vai fazer coisas<br />

muito simples, que nós damos como<br />

adquiridas”, e que lhe foram tiradas nos últimos<br />

anos. No futuro, acabará por retomar<br />

os seus estudos na Universidade de Washington,<br />

de onde saiu para participar num<br />

intercâmbio em Itália. Mas antes espera-a<br />

um longo trabalho de reequilíbrio psicológico,<br />

pois ainda que o pai a descreva como<br />

“uma fi lha forte”, passou “por um momento<br />

difícil” e tem de “reaprender a viver em<br />

liberdade”. Curt Knox esteve sempre a seu<br />

lado. Em maio passado dizia à <strong>Lux</strong>: “Nunca<br />

duvidei, por um momento sequer, da inocência<br />

dela.” Mas a investigação italiana<br />

implicou-a na morte da sua “amiga” Meredith<br />

Kercher. Natural de Surrey, a estudante<br />

inglesa, de 21 anos, estava em Perugia há<br />

dois meses, quando foi encontrada morta<br />

no seu quarto, depois de violada e esfaqueada,<br />

segundo a autópsia. As diligências policiais<br />

concluíram que a morte foi consequência<br />

de um “jogo sexual” que terminou<br />

mal, e no qual participaram Amanda Knox<br />

e o seu namorado italiano da altura, Raffaele<br />

Sollecito, hoje com 27 anos. Os dois<br />

foram condenados em 2009 a 26 e 25 anos<br />

de cadeia, respetivamente, juntamente com<br />

Na cadeia, Amanda ensinou inglês a outros reclusos, aprendeu outras línguas<br />

e até integrou o coro do estabelecimento prisional. Chegou ainda<br />

a escrever um diário, no qual revelava os sonhos que gostaria de concretizar<br />

“Queria agradecer a todos por terem acreditado<br />

em mim e apoiado a minha família„ Amanda

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