Cooperativa em notícias - Cooperativa Paulista de Teatro
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Uma Publicação da <strong>Cooperativa</strong> <strong>Paulista</strong> <strong>de</strong> <strong>Teatro</strong> - Ano VI - N°32 - Janeiro / Fevereiro 2004<br />
<strong>Cooperativa</strong> <strong>em</strong> <strong>notícias</strong><br />
Caixa <strong>de</strong> Imagens na Polônia<br />
No início <strong>de</strong> outubro o Grupo Caixa <strong>de</strong> Imagens passou dois dias na Polônia realizando o espetáculo “O Fotógrafo", que t<strong>em</strong> a
peculiarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r apenas a um espectador por vez. Em apenas dois dias foram cerca <strong>de</strong> 200 apresentações <strong>de</strong> curta<br />
duração (aproxim adam ente 3 minutos cada). O grupo foi à Polônia para participar do Kronfrontacje Festival, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Lublin. "O Fotógrafo" é apresentado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1995, não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> com unicação verba! e já foi apresentado <strong>em</strong> mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z<br />
países.<br />
Vigília Jov<strong>em</strong><br />
O Núcleo Bartolomeu <strong>de</strong> Depoim entos participou da S<strong>em</strong>ana Jov<strong>em</strong> (iniciativa da Prefeitura <strong>de</strong> São Paulo), durante a quai fez<br />
uma intervenção prevista para durar 36 horas. A intervenção "Vigília Cultural" aconteceu sob o Minhocão, na altura do metrô<br />
Marechal Deodoro, e contou com a participação <strong>de</strong> convidados. Houve projeção <strong>de</strong> filmes, aulas <strong>de</strong> fisioterapia, acupuntura,<br />
oficina <strong>de</strong> métrica e rima, além <strong>de</strong> outras ativida<strong>de</strong>s (com base na cultura hip hop), voltadas aos m oradores <strong>de</strong> rua e aos<br />
transeuntes do local. "Mas a polícia interrompeu o trabalho antes do final", lamenta Claudia Schapira, do Núcleo Bartolomeu.<br />
Ela diz que, apesar da aglom eração que houve (cerca <strong>de</strong> 200 pessoas estiveram presentes), nenhum probl<strong>em</strong>a, tum ulto ou<br />
furto aconteceu. O objetivo da intervenção foi fazer com que os moradores <strong>de</strong> rua se sentiss<strong>em</strong> inseridos na socieda<strong>de</strong>, o que,<br />
segundo Schapira, foi conseguido. "Na medida <strong>em</strong> que você oferece cidadania, a pessoa se sente no direito <strong>de</strong> usufruir", diz.<br />
Ciclo discute a narrativa no teatro<br />
Em uma iniciativa inédita, As M eninas do Conto realizaram, <strong>em</strong> seu galpão-se<strong>de</strong>, o 1o Ciclo <strong>de</strong> Reflexão sobre a Arte <strong>de</strong><br />
Contar Histórias. "O evento foi sobre o encontro da narrativa com o teatro", explica Simone Gran<strong>de</strong>, diretora do grupo. O ciclo<br />
aconteceu entre 3 e 7 <strong>de</strong> nov<strong>em</strong>bro, com a presença <strong>de</strong> atores, grupos teatrais e contadores <strong>de</strong> história, que discutiram a<br />
questão da narrativa não só no teatro para crianças, mas também no teatro adulto. "A experiência dos contadores não serve<br />
só para crianças", enfatiza Gran<strong>de</strong>. Durante o evento, houve <strong>de</strong>bates, apresentação <strong>de</strong> grupos e contadores, palestras e<br />
reflexões sobre o t<strong>em</strong>a. "Tudo feito com esforço próprio dos grupos, que tiveram interesse <strong>em</strong> encontrar-se para discutir o<br />
assunto, já que o evento não teve patrocínio", diz a diretora.
Sobre quatro rodas<br />
A Cia. do Miolo está literalm ente "percorrendo" a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo com o espetáculo "O Burguês Fidalgo", <strong>de</strong> Molière.<br />
Durante um ano, a partir <strong>de</strong> set<strong>em</strong> bro <strong>de</strong> 2003, seis atores encenam o clássico sobre uma Kombi adaptada, que serve <strong>de</strong><br />
estrutura para o palco do espetáculo. Com cerca <strong>de</strong> 50 m inutos <strong>de</strong> duração, o espetáculo é gratuito e, segundo a diretora Bete<br />
Dorgam, t<strong>em</strong> o objetivo <strong>de</strong> "fazer uma interferência poética na rua, levando o teatro para a rua". A iniciativa é patrocinada pela<br />
Universida<strong>de</strong> São Judas.<br />
Distribuição gratuita<br />
Cartas para a Camarim <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser enviadas para a <strong>Cooperativa</strong> aos cuidados da Redação, incluindo r<strong>em</strong> etente e telefone<br />
para contato. O Material <strong>de</strong> divulgação <strong>de</strong>verá incluir release e fotos. A publicação estará sujeita à disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espaço e<br />
obe<strong>de</strong>cerá à ord<strong>em</strong> <strong>de</strong> entrega do material.<br />
Praça R oose velt 82 - C onso lação<br />
CEP: 01303-020 - São P aulo - SP<br />
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Edições Anteriores<br />
Publicações<br />
Grupo Galpão - Diário <strong>de</strong> Montag<strong>em</strong><br />
Carlos Antonio Leite Brandão & Eduardo da Luz M oreira<br />
Editora UFMG<br />
, - ... , Nos quatro volum es que compõ<strong>em</strong> a obra, po<strong>de</strong>-se<br />
|S • «V»' t<br />
acom panhar quase que diariam enteos registros da<br />
1 evolução dos processos <strong>de</strong> com posição e concepção<br />
<strong>de</strong> alguns espetáculos encenados pelo grupo: Romeu<br />
e Julieta (1992), Um Molière Imaginário (1996/97),<br />
I Partido (1998/99) (estas relatadas por Cacá Brandão)<br />
jjf e A Rua da Am argura (1994, dissecada por Eduardo<br />
" Moreira).<br />
O livro é um interessante relato do cotidiano das<br />
montagens, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os exercícios <strong>de</strong> grupo, as "crises,<br />
1 as apostas e as superações", até os ensaios. A Rua<br />
í da Am argura é o volum e <strong>em</strong> que m ais é sentido o<br />
ponto <strong>de</strong> vista do ator, neste caso tam bém fundador<br />
da com panhia. Nos outros três volum es é o<br />
dram aturgo qu<strong>em</strong> conta a história <strong>de</strong> cada espetáculo.<br />
Relatos interessantes sobre o cotidiano <strong>de</strong> um grupo que celebra seus vinte anos<br />
<strong>de</strong> história.<br />
S<strong>em</strong>iologia do <strong>Teatro</strong><br />
J. Guinsburg, J. Teixeira Coelho Netto e Reni Chaves Cardoso (Orgs.)<br />
Editora Perspectiva/Coleção Debates<br />
tes<br />
te a tro<br />
j. guinsburg,<br />
j.teixeira coelho netto<br />
e reni chaves cardoso<br />
SEMIOLOGIA OO<br />
TEATRO<br />
Reeditado agora pela editora, este livro é uma<br />
coletânea <strong>de</strong> textos importantes sobre o teatro,<br />
inclusive sob o aspecto teórico.<br />
O conjunto <strong>de</strong> textos oferece ao leitor uma ampla<br />
visão <strong>de</strong> alguns dos principais pontos <strong>de</strong> partida e dos<br />
<strong>de</strong>senvolvim entos nas pesquisas s<strong>em</strong> iológicas<br />
aplicadas ao domínio da arte cênica. Umberto Eco,<br />
Richard D<strong>em</strong>arcy, Petr Bogatyrev, Ta<strong>de</strong>usz Kowzan,<br />
Jindrich Honzl, Doman Ingar<strong>de</strong>n, Jiri Veltruski e Jan<br />
Mukarovsky são alguns dos nom es que analisam a<br />
natureza e o sentido do signo no teatro, b<strong>em</strong> como as<br />
estruturas, os m o<strong>de</strong>los e os tipos <strong>de</strong> discurso e<br />
linguag<strong>em</strong> que ele compõe. Há ainda nom es<br />
brasileiros presentes na obra, com o Eduardo Penuela<br />
Canizal, Lucrecia D'Alésio Ferrara e Jeanne Marie<br />
Interlandi. Todos traz<strong>em</strong> contribuições para<br />
entendimento e criação da estética mo<strong>de</strong>rna do palco.<br />
A roda, a engrenag<strong>em</strong> e a moenda - Vanguarda e espaço cênico<br />
no teatro <strong>de</strong> Victor Garcia no Brasil<br />
Newton <strong>de</strong> Souza<br />
Editora Unesp
Nov**on do Sovio<br />
A roda, a engrenag<strong>em</strong><br />
e a moeda<br />
Vao^onto * «poço céníco nc<br />
teotro do Vktor Gorcso no 8fo*H<br />
Plínio Marcos<br />
llka Marinho <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> Zanotto (org).<br />
Editora Global/Coleção m elhor <strong>Teatro</strong><br />
Newton <strong>de</strong> Souza, analisa nesta obra três importantes<br />
encenações do diretor <strong>de</strong> teatro argentino Victor<br />
Garcia entre 1968 e 1974: C<strong>em</strong> itério <strong>de</strong> Automóveis,<br />
<strong>de</strong> Fernando Arrabal; O balcão, <strong>de</strong> Jean Genet; e<br />
Autos Sacram entais, <strong>de</strong> Cal<strong>de</strong>rón <strong>de</strong> Ia Barca. Garcia<br />
era consi<strong>de</strong>rado um vanguardista <strong>em</strong> sua época, mas<br />
neste livro, Newton <strong>de</strong> Souza questiona essa<br />
característica do argentino. O autor m ostra que os<br />
espetáculos eram <strong>de</strong>sprovidos <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos<br />
contestadores ou revolucionários, apesar <strong>de</strong><br />
marcar<strong>em</strong> época, com gran<strong>de</strong> impacto junto ao<br />
público, por causa <strong>de</strong> seu aspecto m onum ental e da<br />
utilização <strong>de</strong> recursos como a nu<strong>de</strong>z. Um livro<br />
polêmico, que originalm ente foi apresentado com o a<br />
dissertação <strong>de</strong> mestrado do autor, e que resgata a<br />
concepção do espaço cênico <strong>de</strong> Victor Garcia <strong>em</strong> três<br />
diferentes montagens.<br />
Mais um título da coleção coor<strong>de</strong>nada por Sábato<br />
Magaldi, este título se <strong>de</strong>bruça sobre a obra do<br />
paulista Plínio Marcos, que ganhou a alcunha <strong>de</strong><br />
"maldito" e renovou os padrões da dram aturgia<br />
brasileira, enfocando t<strong>em</strong>as como o<br />
homossexualism o, violência, crim e e prostituição, que<br />
traziam aos olhos da classe m édia a realida<strong>de</strong> dos<br />
pobres, como l<strong>em</strong>bra Décio <strong>de</strong> Alm eida Prado.<br />
Desta antologia faz<strong>em</strong> parte cinco textos <strong>de</strong> Plínio<br />
Marcos: Barrela, escrita <strong>em</strong> 1958; Dois Perdidos<br />
Numa Noite Suja, <strong>de</strong> 1966; Navalha na Carne, <strong>de</strong><br />
1967, O Abajur Lilás, <strong>de</strong> 1969 e Querô, uma<br />
Reportag<strong>em</strong> Maldita, adaptada para o teatro <strong>em</strong> 1979,<br />
a partir <strong>de</strong> um romance <strong>de</strong> 1976. O livro conta ainda<br />
com um texto <strong>de</strong> apresentação da crítica <strong>de</strong> teatro llka<br />
Marinho <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> Zanotto.<br />
Florbela Espanca: uma estética da Teatralida<strong>de</strong><br />
Renata Soares Junqueira<br />
Editora Unesp<br />
fté rtõ fò S
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Artigos<br />
mwm® A hora e a vez do teatro. Fomentar é<br />
preciso!<br />
f f i ® P w i®<br />
______ Eles não sab<strong>em</strong>, n<strong>em</strong> sonham,<br />
Que o sonho comanda a vida.<br />
Que s<strong>em</strong>pre que um hom<strong>em</strong> sonha<br />
--------------------------------------------- o mundo pula e avança<br />
como bola colorida<br />
entre as mãos <strong>de</strong> uma criança.<br />
Pedra filosofal. Antônio GEDEÃO.<br />
'■.SsiSgffi 1 ____________ Era preciso criar alternativas às m esmices e às lamúrias herdadas e/ou impostas<br />
pela tradição. Mais que isso, era preciso que o teatro recuperasse a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
reinventar, <strong>de</strong> chocar, <strong>de</strong> espantar, <strong>de</strong> <strong>de</strong>nunciar; contrapondo-se, assim, ao teatro<br />
entretenim ento - showbusiness, "besteirento", tipo-assim -im pactante, m ercadoria.<br />
Era preciso recuperar o teatro como linguag<strong>em</strong> artística, como pesquisa estética,<br />
•£r]flg|:S© como objeto sociológico, como trabalho produzido por um conjunto <strong>de</strong> indivíduos<br />
históricos e com necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interlocução. Um teatro <strong>em</strong> que seus<br />
trabalhadores recebess<strong>em</strong> pelo seu fazer!<br />
Depois <strong>de</strong> inúmeras experiências teatrais abortadas - "nesses nossos ásperos<br />
t<strong>em</strong>pos" -, e advindas principalm ente <strong>de</strong> um longo e <strong>de</strong>struidor período ditatorial,<br />
alguns hom ens e m ulheres <strong>de</strong> teatro <strong>de</strong>ram início a uma série <strong>de</strong> encontros <strong>em</strong><br />
Edições Anteriores que se discutia e se pensava na criação <strong>de</strong> estratégias para contrapor-se à<br />
barbárie instituída. Esse movim ento, que juntou gente dos mais diversos matizes,<br />
tanto políticos quanto estéticos, foi batizado <strong>de</strong> Arte Contra a Barbárie.<br />
Sujeitos tinhosos, batalhadores, radicais, insistentes conquistaram - <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />
muitas e acirradas lutas, para o teatro paulistano - o Programa M unicipal <strong>de</strong><br />
Fomento ao <strong>Teatro</strong> para a Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (Lei n°13.279, <strong>de</strong> 08 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong><br />
2002, projeto apresentado pelo então vereador do Partido dos Trabalhadores,<br />
Vicente Cândido), que prevê a distribuição <strong>de</strong> uma verba anual (e reajustada) <strong>de</strong><br />
R$ 6.000.000,00.<br />
Nunca a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo ofereceu tantas e qualitativas produções <strong>em</strong> teatro. É preciso ficar atento: muita coisa há para<br />
ser vista, discutida, <strong>de</strong>batida. Assim, nas três edições já acontecidas, 40 grupos foram selecionados e, <strong>de</strong>ntre eles, 10<br />
tiveram sua continuida<strong>de</strong> aprovada. No centro da cida<strong>de</strong>, no centro <strong>de</strong> um conjunto habitacional <strong>de</strong> São Miguel <strong>Paulista</strong>,<br />
numa praça da Zona S u l, na biblioteca <strong>de</strong> uma praça, na confluência <strong>de</strong> vielas <strong>de</strong> favelas, <strong>em</strong> inúm eros galpões, nas ruas,<br />
<strong>em</strong> vários dos teatros da cida<strong>de</strong> a população lota espaços, acom panha, participa e se encanta com o que vê. Muitos <strong>de</strong>sses<br />
indivíduos jam ais haviam tido a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> assistir a um espetáculo teatral.
O fom ento significa uma incontestável vitória cidadã da classe teatral para a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo. Dentre outros aspectos, o<br />
programa t<strong>em</strong> promovido um perm anente processo <strong>de</strong> discussão acerca <strong>de</strong> projetos estéticos com alcance social; a<br />
reativação da m ilitância política; a reunião <strong>de</strong> indivíduos dos mais diferentes matizes e tendências (tanto estéticas quanto<br />
políticas), <strong>em</strong> prol <strong>de</strong> um projeto comum; discussão, escolha e "sabatinação" acerca dos representantes da classe no<br />
processo <strong>de</strong> seleção (pelo menos assim aconteceu na <strong>Cooperativa</strong> <strong>Paulista</strong> <strong>de</strong> <strong>Teatro</strong> antes da 3a edição); discussões<br />
públicas <strong>em</strong> que esses mesm os representantes apresentam os critérios que pautaram os grupos selecionados (após a 1a e 2a<br />
edições no TUSP, da Maria Antonia). Aprend<strong>em</strong> os a elaborar projetos e discutir internamente, red<strong>em</strong> ocratizando as relações<br />
<strong>de</strong> trabalho; restabelec<strong>em</strong> os laços concretos <strong>de</strong> parcerias; aprend<strong>em</strong>os, por fim (e isso é muito bom), a sonhar, correr atrás<br />
dos sonhos...<br />
Participar <strong>de</strong>sse processo, inicialmente como um dos representantes da classe, é m otivo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> honra e <strong>de</strong><br />
com prom issada-m ilitante-alegria (e mesm o s<strong>em</strong> procuração, acredito que esse sentim ento possa ser partilhado por todos os<br />
parceiros das três edições). Trata-se <strong>de</strong> tarefa espinhosa: é muito difícil escolher entre tantos trabalhos! É difícil julgar com,<br />
digamos, isenção. É difícil analisar pelo papel quando não se conhece um grupo. É difícil analisar um mau projeto quando se<br />
conhece a qualida<strong>de</strong> estética do grupo.<br />
Foi consenso, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a prim eira edição - e s<strong>em</strong> que houvesse um "formulador" - que seria preciso tentar cont<strong>em</strong> plar a todas as<br />
regiões da cida<strong>de</strong>; às diferentes estéticas: do circo ao esteticism o francês, do popular ao erudito, do experim ental ao<br />
tradicional; aos grupos consagrados e aos iniciantes; às produções <strong>de</strong>stinadas a diferentes faixas-etárias... Enfim, tentou-se<br />
aten<strong>de</strong>r, pela qualida<strong>de</strong> e percepção da serieda<strong>de</strong> dos projetos, a um amplo e variado conjunto <strong>de</strong> propostas.<br />
Apesar <strong>de</strong> todas as dificulda<strong>de</strong>s - e do mesmo modo como o acontecido entre os grupos que se inscreveram no Programa <strong>de</strong><br />
Fomento - ter partilhado dos conhecim entos, da paciência, da clarividência <strong>de</strong> mestres como Gianni Ratto, Clovis Garcia,<br />
Fernando Peixoto e outros (Mariangela Alves <strong>de</strong> Lima, Izaias Alm ada, Sebastião Milaré, Maria Silvia Betti, Kil Abreu, Antônio<br />
Januzelli - Janô - , Luís Fernando Ramos, José Geraldo Rocha) foi um significativo processo <strong>de</strong> aprendizado e <strong>de</strong> exercício<br />
d<strong>em</strong> ocrático. Tudo se discutiu. Nada foi aceito s<strong>em</strong> discussão.<br />
S<strong>em</strong>pre o projeto foi alvo da discussão e não o grupo proponente.<br />
Os resultados estão pela cida<strong>de</strong>: esparram adas pelo ar, por m ãos que se juntam, nos corações e mentes dos cidadãos.<br />
ALEXAN D R E M ATE - professor do Instituto <strong>de</strong> Artes da UNESP e do <strong>Teatro</strong>-escola Célia Helena<br />
Todos os Dias, Palhaço!<br />
Algo a com <strong>em</strong> orar no dia do palhaço? Rel<strong>em</strong>brar personagens da infância ("como era bom o circo daquele t<strong>em</strong> po!1' - diz o<br />
saudosista) e dar as costas aos artistas atuais ("é, o circo está morrendo!" - lamenta o saudosista, agora sob um olhar cínico)"<br />
Não participo do coro que entoa (sabe-se lá <strong>em</strong> nome <strong>de</strong> que), <strong>em</strong> um velório infindável no t<strong>em</strong> po e no espaço, a morte do<br />
circo e o fim do palhaço. Há quanto t<strong>em</strong>po não estão a repetir o velho refrão: "o circo morreu"? O circo está vivíssim o e com<br />
ele tam bém seu principal ícone, o palhaço. Eles estão se transform ando. Mas, transform ação também é morte! Sim, mas uma<br />
m orte que gesta uma nova vida, renovada e revitalizada e, portanto, conservada. É uma morte que renova, inova e conserva.<br />
De fato, não há muito a se com <strong>em</strong> orar no dia do palhaço. Os velhos e conhecidos "tapinhas nas costas" são mais do que<br />
m anjados entre os artistas: m anifestação fútil que esboça e acena com o m enosprezo e não com o reconhecim ento.<br />
Hom enagens aqui e acolá, id<strong>em</strong>. Menos incisivas na cruelda<strong>de</strong>, mas <strong>de</strong> qualquer modo norteadas com as vistas no passado,<br />
face à visão melancólica dos dias atuais. Tudo isso leva a nada.<br />
De fato, não há muito a se com <strong>em</strong> orar quando não se t<strong>em</strong> m ínim as diretrizes a nortear uma política pública <strong>de</strong><br />
reconhecim ento e sustentação <strong>de</strong> uma ativida<strong>de</strong> que formou, sentim ental e culturalm ente, o brasileiro. Arriscaria a dizer que,<br />
ainda hoje, no Brasil, vai-se mais ao circo do que ao teatro e ao cin<strong>em</strong>a. E isso s<strong>em</strong> qualquer diretriz cultural a lhe aten<strong>de</strong>r. O<br />
probl<strong>em</strong>a se transfere para todas as esferas públicas: m unicipal, estadual e fe<strong>de</strong>ral. Aliás, o probl<strong>em</strong> a é anterior à política<br />
cultural. É possível exercer dignam ente sua profissão estando à mercê das autorida<strong>de</strong>s locais? A cada lugar uma ord<strong>em</strong><br />
diversa: "Em nossa cida<strong>de</strong>, circo não entra, porque é baixa cultura e porque só traz probl<strong>em</strong>as para a população". Eu não<br />
estou inventando tal frase. Em minha pesquisa sobre circos pelo Brasil, <strong>de</strong>senvolvida <strong>de</strong> 1997 a 2001, ouvi isso <strong>de</strong> uma
funcionária pública <strong>de</strong> uma cida<strong>de</strong> do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul. Em outra localida<strong>de</strong>, o <strong>de</strong>legado exigiu cópia autenticada dos<br />
docum entos <strong>de</strong> todos os integrantes do circo e ainda ameaçou: "Se algo acontecer na cida<strong>de</strong>, não quero n<strong>em</strong> saber se<br />
vocês estão ou não envolvidos - vocês sairão im ediatam ente!" Isso para não falar do eterno probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong> encontrar vagas<br />
nas escolas públicas para os filhos dos circenses, apesar <strong>de</strong> legislação fe<strong>de</strong>ral que garante tal direito.<br />
Em meio ao sabor <strong>de</strong> cada localida<strong>de</strong>, resta ao palhaço a função <strong>de</strong> fazer rir. E ri<strong>em</strong> o prefeito, o <strong>de</strong>legado, o padre, o juiz, a<br />
dona <strong>de</strong> casa, o vagabundo, o bêbado, o pa<strong>de</strong>iro... Todos, ou quase todos, enfim, já que muitos têm apenas "pedra nos<br />
rins", como disse Millôr. Mas lá estão, para rir ou xingar, aplaudir ou vaiar.<br />
Do que é que ri<strong>em</strong>? Ri<strong>em</strong> <strong>de</strong>ssa figura grotesca, ru<strong>de</strong> e rústica, para qu<strong>em</strong> falta o mínimo <strong>de</strong> inteligência, mas que, <strong>em</strong> meio<br />
a toda estultice, consegue superar <strong>em</strong> cena a soberania <strong>de</strong> seu opositor. Ri<strong>em</strong> porque o fraco e bobo faz o forte e astuto<br />
experim entar - às vezes - o sabor da <strong>de</strong>rrota. A cena cômica circense, <strong>de</strong> certa forma, <strong>de</strong>volve <strong>em</strong> form a <strong>de</strong> utopia<br />
espetacular a vingança que se <strong>de</strong>seja no dia a dia. Ela. ao mesm o t<strong>em</strong>po, m anifesta <strong>em</strong> todas as dim ensões a presença<br />
constante da fome: <strong>de</strong> comida, <strong>de</strong> sexo, <strong>de</strong> felicida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> alegria, <strong>de</strong> justiça etc. E o palhaço é o responsável por isso: figura<br />
cômica que encarna, na época da luta <strong>de</strong> classes, o arquétipo do trickster, a povoar a sombra inaudita do contrário, do<br />
avesso, do caos participante do cosmos, da <strong>de</strong>sord<strong>em</strong> <strong>em</strong> meio ao excesso <strong>de</strong> ord<strong>em</strong>, do s<strong>em</strong> -sentido ao sentido pleno. Seu<br />
riso rejuvenesce e alimenta. É um riso que não m enospreza o oponente. Por quê? Porque a cena côm ica circense não se<br />
pauta pelo critério da mimese do real.<br />
Nela tudo é jogo proposital, cuja eficácia <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> diretam ente da platéia e sua cumplicida<strong>de</strong>, e o motivo do riso se direciona<br />
exclusivam ente para a personag<strong>em</strong> -palhaço.<br />
Essa personag<strong>em</strong> que participa ativam ente <strong>de</strong> nosso imaginário (inclusive para a venda <strong>de</strong> ham búrguer!) e para a qual<br />
recorr<strong>em</strong> os quando quer<strong>em</strong> os m etaforizar algum a farsa grotesca <strong>em</strong> nossas vidas, (chamando-a <strong>de</strong> "palhaçada"), está tendo<br />
uma única opção: a resistência. Resistindo, o palhaço está se proliferando. Está ganhando os palcos dos teatros, pois é<br />
crescente o assédio <strong>de</strong> encenadores e atores com as li<strong>de</strong>s circenses. Está ganhando as ruas, aliado ao m alabarism o, à<br />
pirofagia, ao diábolo etc., por uma exclusiva questão <strong>de</strong> sobrevivência, como uma espécie <strong>de</strong> cam elô que oferece um<br />
produto que não se consome, mas que se absorve pelo crivo do prazer e do entretenim ento.<br />
No entanto, o palhaço só se realiza plenamente no ambiente que o criou: o circo. Sim, o palhaço, tal com o o conhec<strong>em</strong> os, é<br />
criação específica e exclusiva do circo, ainda no século XIX. No circo ele sobrevive e resiste. Ali ele encontrou o seu<br />
contrário, o seu opositor, (o Clown Branco ou o Mestre <strong>de</strong> Pista) e isso possibilitou o <strong>de</strong>senvolvim ento máximo <strong>de</strong> sua<br />
dignida<strong>de</strong> profissional, expondo-se <strong>em</strong> entradas, reprises, comédias, melodram as etc. S<strong>em</strong>pre a exposição do ridículo, do<br />
ingênuo e do avesso. Aliás, adjetivos que po<strong>de</strong>riam perfeitam ente associar-se à atenção das políticas públicas para com o<br />
circo e seus palhaços.<br />
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(Foto do palhaço Biribinha, do Circo di Monza, <strong>em</strong> Re<strong>de</strong>ntora (RS) / CRÉDITO: Kiko Roselli)<br />
M ário Fernando Bolognesi - Professor <strong>de</strong> História da Arte e Filosofia da Arte da Unesp, cam pus <strong>de</strong> Maríiia (SP), trapezista e<br />
diretor circense e teatral, a utor do livro Palhaços, da Editora Unesp, <strong>de</strong> 2003.
O palhaço e os bobos<br />
O palhaço é a celebração do encontro entre o circo e o teatro, a expressão mais explícita<br />
<strong>de</strong>sta relação, raiz da própria existência do circo.<br />
O circo veio das festas populares, do teatro, dos mercados, veio da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comids<br />
para os artistas. Todos estes el<strong>em</strong> entos permanec<strong>em</strong> presentes no circo atual, alguns mais<br />
que outros.<br />
Mas esse palhaço, hoje, virou carne <strong>de</strong> vaca. Não agüento mais ver atores se fazendo <strong>de</strong><br />
bobos com bolinhas redondas no nariz, que os <strong>de</strong>ixam íanhos. Sim, eu sei, o nariz é a<br />
menor m áscara do mundo. Ele é fundam ental para a form ação do ator, para a form ação do<br />
palhaço. Mas, se procuram os artistas (atores) profissionais no palco ou no pica<strong>de</strong>iro, não<br />
precisar<strong>em</strong> os mais <strong>de</strong>ssa máscara. Palhaços faz<strong>em</strong> rir para ganhar a vida, e não para<br />
necessariam ente encher o mundo <strong>de</strong> poesia. Pod<strong>em</strong> até fazê-lo, mas será <strong>em</strong> <strong>de</strong>corrência<br />
do seu objetivo maior: ganhar a vida, com unicando-se com seu público. Nada além disso.<br />
Se o palhaço consegue fazer seu público rir, consegue uma com unicação honesta com a<br />
platéia, ele ganha dinheiro e garante sua subsistência. Se não, terá <strong>de</strong> m udar <strong>de</strong> profissão.<br />
Por isso, palhaços não <strong>de</strong>v<strong>em</strong> preocupar-se tanto com a pirotecnia do espetáculo. A base<br />
<strong>de</strong> seu trabalho está na relação com o público.<br />
Leo Bassi, o gran<strong>de</strong> palhaço cont<strong>em</strong> porâneo, é conhecido como "palhaço terrorista". Qu<strong>em</strong> viu o espetáculo sabe porque. A<br />
imag<strong>em</strong> do palhaço <strong>de</strong> terno e gravata, correndo pela platéia com latas <strong>de</strong> Coca Cola amarradas ao corpo, e uma fura<strong>de</strong>ira na<br />
mão "explodindo" as latas sobre o público resume a força <strong>de</strong> seu trabalho, assim como a força potencial do teatro e do circo.<br />
Esta imag<strong>em</strong> nos mostra o que significa realmente o terrorism o, nos r<strong>em</strong>ete às lutas insolúveis do Oriente Médio, nos faz rir,<br />
nos assusta, e põe o po<strong>de</strong>r americano, o po<strong>de</strong>r da Coca Cola, no seu <strong>de</strong>vido lugar.<br />
A comédia (gênero do qual faz parte o palhaço) t<strong>em</strong> uma técnica específica. Essa técnica<br />
t<strong>em</strong> <strong>de</strong> ser aprendida.<br />
Os sím bolos do palhaço vêm da sua bebe<strong>de</strong>ira e conseqüente irreverência (o nariz<br />
vermelho) e da sua pobreza (as roupas <strong>de</strong> tamanho errado). E não da poesia inerente às<br />
suas histórias. Essa poesia cabe aos poetas, aos críticos. E, talvez, aos bobos, e<br />
egocêntricos.<br />
Prefiro assistir a um espetáculo e ser levado a pensar sobre a condição hum ana pela<br />
l<strong>em</strong>brança <strong>de</strong> Leo Bassi <strong>de</strong> cuecas, coberto <strong>de</strong> mel e penas, correndo e gritando pelas ruas<br />
da cida<strong>de</strong>, celebrando a sua (e nossa) liberda<strong>de</strong>. É mais instigante. Paralelos brasileiros?<br />
Em São Paulo, os grupos Le Plat du Jour, La Mínima (não confundir com Circo Mínimo) e<br />
Parlapatões são alguns ex<strong>em</strong>plos.<br />
Rodrigo M atheus - A tor e diretor teatral e circense, fundador e diretor artístico do Circo Mínimo. É um dos fundadores do<br />
Movimento Pró-Circo, m ovim ento <strong>de</strong> articulação política <strong>de</strong> circenses, um dos fundadores e diretores da Central do Circo,<br />
Centro para profissionais voltado para o treinam ento e pesquisa das técnicas do circo, consultor do NEC, N úcleo <strong>de</strong> Estudos<br />
do Circo, e diretor, ao lado <strong>de</strong> Alex Marinho, do Centro <strong>de</strong> Form ação Profissional <strong>em</strong> Artes Circenses - CEFAC, recém<br />
fundado.<br />
Rodrigo M atheus é professor convidado do Circus Space, <strong>de</strong> Londres, Circus Oz e Flying Fruit Flys da A ustrália, do B allet da<br />
Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo e da Escola Livre <strong>de</strong> <strong>Teatro</strong> <strong>de</strong> Santo André.
Distribuição gratuita<br />
Cartas para a Camarim <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser enviadas para a <strong>Cooperativa</strong> aos cuidados da Redação, incluindo r<strong>em</strong> etente e telefone<br />
para contato. O Material <strong>de</strong> divulgação <strong>de</strong>verá incluir release e fotos. A publicação estará sujeita á disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espaço e<br />
obe<strong>de</strong>cerá à ord<strong>em</strong> <strong>de</strong> entrega do material.<br />
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Entrevistas<br />
Ssn Cultura: direito do cidadão<br />
Por R enata <strong>de</strong> A lb u q u e rq u e<br />
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Edições Anteriores<br />
Eie foi o relator da Lei Municipal <strong>de</strong> Fomento<br />
<strong>em</strong> São Paulo, mas afirm a que seu<br />
engajam ento na questão cultural data da<br />
década <strong>de</strong> 70. O <strong>de</strong>putado Vicente Cândido<br />
(PT/SP) diz que t<strong>em</strong> "plena convicção <strong>de</strong> que<br />
é obrigação do Po<strong>de</strong>r Público criar políticas<br />
públicas para a Cultura, assim como para a<br />
Educação, a Saú<strong>de</strong>, os Transportes etc. A<br />
população e o Po<strong>de</strong>r Público têm que<br />
enten<strong>de</strong>r que a produção cultural e o acesso<br />
à cultura também são direitos do cidadão".<br />
Acom panhe a seguir os principais trechos da<br />
entrevista:<br />
Qual a im portância da Lei <strong>de</strong> Fom ento ao<br />
<strong>Teatro</strong>, da qual o sr. foi o relator, para o<br />
teatro da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo?<br />
Pela prim eira vez criou-se uma lei,<br />
encam pada pelo Po<strong>de</strong>r Público, para fomento<br />
da produção cultural, e não apenas da<br />
difusão ou da criação <strong>de</strong> público. São Paulo<br />
saiu dos m íseros R$ 500 mil/anuais gastos com teatro para R$ 7 m ilhões/ano. E<br />
isso para ser aplicado na criação teatral. A criação da lei se baseou na pressão<br />
organizada dos grupos. A lei é inédita no Brasil.<br />
De que m aneira a lei po<strong>de</strong> influenciar a cultura na cida<strong>de</strong> e no país com o um<br />
todo?<br />
Os grupos teatrais hoje têm muito mais condições <strong>de</strong> trabalho, <strong>de</strong> organização.<br />
Muitos grupos que trabalhavam s<strong>em</strong> mínimas condições, estão <strong>de</strong>senvolvendo um<br />
trabalho contínuo, ganhando público, mostrando outras visões artísticas. Isso não<br />
t<strong>em</strong> preço. Isso é arte e cultura.<br />
A lei influencia também na inclusão-cidadã <strong>de</strong> pessoas que jam ais tiveram acesso<br />
a nada, quanto mais ao jogo lúdico e criativo da arte. Além disso, a lei está<br />
influenciando outros municípios. Estamos sendo convidados para vários <strong>de</strong>bates e<br />
mesas redondas para relatar a experiência. Bauru, por ex<strong>em</strong> plo, acabou <strong>de</strong><br />
aprovar uma lei s<strong>em</strong>elhante.<br />
Como o sr. enxerga o futuro da Lei <strong>de</strong> Fom ento ao <strong>Teatro</strong>? Qual <strong>de</strong>ve ser o<br />
papel do Po<strong>de</strong>r Público?<br />
O Po<strong>de</strong>r Público <strong>de</strong>ve m anter políticas continuadas para a cultura, especialmente<br />
para o tipo <strong>de</strong> produção cultural que está sendo beneficiada pela lei <strong>de</strong> fom ento. A<br />
iniciativa privada po<strong>de</strong> contribuir com um papel com pl<strong>em</strong> entar. Mas não acho que<br />
a cultura <strong>de</strong>ve ser regida exclusivam ente pelas leis <strong>de</strong> m ercado. A qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
uma obra artística ou <strong>de</strong> uma geração <strong>de</strong> criadores não se me<strong>de</strong> pela vendag<strong>em</strong><br />
ou pelo patrocínio conseguido. Existe uma periferia cultural <strong>de</strong>ntro da própria<br />
cultura. E o Po<strong>de</strong>r. Público <strong>de</strong>ve fom entar e incentivar essa criação cultural. Isso<br />
não é um favor. É um direito dos cidadãos.
Entrevista com o Secretário Municipal da Cultura <strong>de</strong> SP, Celso<br />
Frateschi<br />
Camarim: Consi<strong>de</strong>rando a dim ensão das ativida<strong>de</strong>s da Secretaria <strong>de</strong> Cultura, que não se reduz<strong>em</strong> a teatro e que, no<br />
caso <strong>de</strong> teatro, não se reduz<strong>em</strong> à Lei <strong>de</strong> Fomento, como o senhor encara a ativida<strong>de</strong> teatral e a ativida<strong>de</strong> teatral<br />
fom entada no panoram a da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo e das ativida<strong>de</strong>s da Secretaria <strong>de</strong> Cultura?<br />
Celso Frateschi: Acho que a Lei <strong>de</strong> Fomento cumpre um papel muito<br />
importante, não só <strong>em</strong> relação ao teatro, mas <strong>de</strong> tensionam ento da<br />
form a <strong>de</strong> financiam ento que se t<strong>em</strong> <strong>em</strong> São Paulo e no país. É a<br />
primeira lei que retoma <strong>de</strong> alguma maneira o patrocínio direto do<br />
Estado, o fom ento direto do Estado. Ela claram ente visa o fom ento <strong>de</strong><br />
uma <strong>de</strong>term inada área específica, o teatro, diferent<strong>em</strong> ente das<br />
outras leis, que favorec<strong>em</strong> o patrocinador antes <strong>de</strong> favorecer a<br />
ativida<strong>de</strong> artística que vai ser financiada. Essa m udança <strong>de</strong><br />
paradigm a que está acontecendo incr<strong>em</strong> enta discussões não só no<br />
Governo, mas na socieda<strong>de</strong> como um todo, <strong>de</strong> uma m aneira que eu<br />
acho positiva.<br />
Acho que é cedo para fazer avaliações mais <strong>de</strong>finitivas. Dá para<br />
perceber que o resultado é extr<strong>em</strong> am ente bom. Mas vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />
como isso vai acontecer nos próxim os anos, durante um t<strong>em</strong>po ainda,<br />
para ver o que realmente vai funcionar. Acho que todo mundo t<strong>em</strong><br />
consciência dos perigos que corr<strong>em</strong> os com esse tipo <strong>de</strong> iniciativa, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma circunstância, <strong>de</strong> um panoram a <strong>de</strong> produçãc<br />
que a gente t<strong>em</strong>. São Paulo t<strong>em</strong> uma produção enorme, <strong>de</strong> estréias, <strong>de</strong> espetáculos. Chega a ter quase uma estréia e meia<br />
por dia, se contarm os as reestréias. E a Lei <strong>de</strong> Fomento é um corte nessa produção, que trabalha uma produção <strong>de</strong> pesquisa,<br />
um trabalho <strong>de</strong> grupo, <strong>de</strong> aprofundam ento e evi<strong>de</strong>nt<strong>em</strong> ente não aten<strong>de</strong>, e não t<strong>em</strong> função <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r (e eu n<strong>em</strong> acho que é<br />
função do Governo aten<strong>de</strong>r) a totalida<strong>de</strong> da ativida<strong>de</strong> teatral que existe <strong>em</strong> São Paulo. Mas a d<strong>em</strong> anda por recursos existe<br />
para todas as 600 estréias. Existe uma tensão muito gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> grupos que não são cont<strong>em</strong>plados. Apesar <strong>de</strong> ter um número<br />
m uito significativo <strong>de</strong> cont<strong>em</strong> plados, exist<strong>em</strong> m uitos outros que não são cont<strong>em</strong>plados. E não são cont<strong>em</strong> plados por vários<br />
motivos. Muitos entram na peneira, a gente optou por um concurso público bastante transparente, com com issão julgadora<br />
sendo eleita, <strong>em</strong> parte, pelos próprios concorrentes, com gran<strong>de</strong> legitimida<strong>de</strong>. Mas gera <strong>de</strong>scontentam ento. Quando você não<br />
dá nada, você não gera <strong>de</strong>scontentam ento para ninguém, agora quando você dá algum a coisa, qu<strong>em</strong> não recebe fica<br />
<strong>de</strong>scontente. E os critérios são os da comissão. O im portante é que sejam pessoas <strong>de</strong> notório saber, com ilibada ação <strong>de</strong>ntro<br />
do m ovim ento teatral, e isso t<strong>em</strong> acontecido. Os "poucos recursos" <strong>em</strong> relação a essa d<strong>em</strong> anda criam uma tensão. Mas eu<br />
não acho que são poucos recursos, eu acho que são muitos recursos. Do meu ponto <strong>de</strong> vista (que é o ponto <strong>de</strong> vista do<br />
secretário, que não interfere <strong>em</strong> nada na votação direta dos projetos, porque eu não sei n<strong>em</strong> qu<strong>em</strong> entra, sou com pletam ente<br />
ausente disso), eu acho que t<strong>em</strong> <strong>de</strong> continuar tendo uma rigi<strong>de</strong>z muito gran<strong>de</strong> na análise dos projetos, para que a lei não se<br />
transform e num pronto-socorro a grupos e continue tendo papel <strong>de</strong> fom entadora. O nome da lei é Lei <strong>de</strong> Fomento, e não uma<br />
lei <strong>de</strong> socorro, não uma lei <strong>de</strong> resolver os probl<strong>em</strong> as financeiros dos mais variados grupos que t<strong>em</strong> por aí. Esse risco corre-se<br />
mas acho que se for por aí a lei ten<strong>de</strong> a se <strong>de</strong>scaracterizar. Essa idéia que a lei traz <strong>em</strong> si, <strong>de</strong> ser extr<strong>em</strong> am ente rígida, <strong>de</strong><br />
julgar méritos, <strong>de</strong> julgar o mérito que tenha <strong>de</strong> alguma m aneira uma contrapartida interessante para a cida<strong>de</strong>, t<strong>em</strong> sido muito<br />
positivo.<br />
Já foram criadas algum as outras form as <strong>de</strong> financiam ento e eu acho que faz com que tanto o teatro quanto outras áreas<br />
artísticas se mobiliz<strong>em</strong>. Não necessariam ente para fazer uma lei s<strong>em</strong>elhante, mas para que tenham políticas para essas<br />
áreas. Eu acho que a gente avançou. O teatro era talvez o pessoal mais organizado, mas t<strong>em</strong> os hoje grupos que estão<br />
estudando a área <strong>de</strong> dança, a área <strong>de</strong> cin<strong>em</strong>a, são com issões que escalei aqui para <strong>de</strong>senvolver essas áreas, não<br />
necessariam ente para recursos, mas para criar políticas e otimizar os recursos que já se t<strong>em</strong>.<br />
N<strong>em</strong> todos que entraram com uma proposta foram cont<strong>em</strong> plados na lei. Mas esse critério ainda não dá para avaliar se é<br />
positivo ou não, se <strong>de</strong>ve continuar ou não. Acho que <strong>de</strong>ve continuar mais um t<strong>em</strong>po da mesma m aneira. A gente teve vários<br />
espaços que se consolidaram e novos espaços que foram criados. Acho que isso é muito importante na cida<strong>de</strong>. Teve um<br />
processo <strong>de</strong> consolidação <strong>de</strong> grupos que foi extr<strong>em</strong> am ente importante. T<strong>em</strong> uma série <strong>de</strong> grupos para os quais, eu acho, a lei<br />
caiu <strong>de</strong> uma maneira bastante positiva. Eu faço uma análise e um balanço bastante positivos da lei.<br />
Camarim : Em várias cida<strong>de</strong>s, como Salvador, Rio <strong>de</strong> Janeiro e Belo Horizonte, a Lei <strong>de</strong> Fomento é uma referência <strong>em</strong><br />
toda a discussão sobre patrocínio, teatro <strong>de</strong> grupo, a questão da continuida<strong>de</strong>. Ela coloca uma questão-chave na<br />
produção atual que é a relação entre o Estado e produção cultural. Como o secretário vê, no caso da Lei <strong>de</strong> Fomento,<br />
essa relação do Estado como patrocinador ou financiador da pesquisa e da<br />
continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse trabalho?
CF: Em última instância, o Estado é s<strong>em</strong>pre o financiador. Nas leis <strong>de</strong> incentivo ao patrocinador, o dinheiro é o que <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong><br />
ser arrecadado <strong>de</strong> imposto. A Lei <strong>de</strong> Fomento só supera a interm ediação que os <strong>de</strong>partam entos institucionais faz<strong>em</strong>, que<br />
acabam <strong>de</strong>finindo, <strong>em</strong> última instância, para on<strong>de</strong> vai o dinheiro público. A Lei <strong>de</strong> Fomento propõe uma outra form a. E tira o<br />
valor m ercadológico, <strong>de</strong>ixando-o <strong>em</strong> segundo plano, <strong>de</strong>ixando <strong>em</strong> primeiro plano o vaior artístico, cultural do projeto. E isso é<br />
garantido não pelo Estado, mas por um espaço <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão que São Paulo está criando que é público, on<strong>de</strong> participam o<br />
Estado e a socieda<strong>de</strong> civil. Eu acredito nessa forma pública, nessa d<strong>em</strong> ocracia mais participativa, on<strong>de</strong> se t<strong>em</strong>, para cada<br />
ação, conselhos ou comissões on<strong>de</strong> se misturam governo e socieda<strong>de</strong> civil. A experiência <strong>de</strong> o Estado abrir mão do seu<br />
po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão t<strong>em</strong> se d<strong>em</strong> onstrado bastante prejudicial para a socieda<strong>de</strong>. Nos últimos <strong>de</strong>z anos, por ex<strong>em</strong> plo, a ativida<strong>de</strong><br />
teatral diminuiu ao invés <strong>de</strong> aumentar. Por mais que nós tenham os 600 estréias por ano <strong>em</strong> São Paulo, há quinze, vinte<br />
anos atrás eram feitas oito sessões s<strong>em</strong> anais e uma peça não <strong>de</strong>ixava o cartaz <strong>em</strong> menos <strong>de</strong> seis meses. Todo m undo diz<br />
que isso foi - o que eu acho uma visão equivocada, ou pelo menos muito parcial - foi a Globo que obrigou o núm ero <strong>de</strong><br />
sessões por s<strong>em</strong>ana. Talvez no Rio pu<strong>de</strong>sse ter essa <strong>de</strong>sculpa, <strong>em</strong> São Paulo não. A maior parte da produção não são<br />
aqueles dois ou três espetáculos que têm atores globais, a maior parte da produção é pessoal <strong>de</strong> teatro, então não t<strong>em</strong><br />
porque essa redução tão drástica no núm ero <strong>de</strong> espetáculos, no núm ero <strong>de</strong> apresentações por peça a não ser pelo seguinte:<br />
não vale mais a pena, para as pessoas que se firmam na Lei Rouanet, principalm ente, ter t<strong>em</strong> poradas longas. Eles são<br />
patrocinados para os lançamentos, que é o que interessa para as <strong>em</strong>presas. Não há interesse na continuida<strong>de</strong> das<br />
apresentações. É uma lei <strong>de</strong> incentivo que <strong>de</strong>sincentiva. Isso porque <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser o Estado uma voz ativa na <strong>de</strong>finição do<br />
que patrocinar, do que fomentar. E o Estado é único capaz <strong>de</strong> garantir o âmbito público <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>cisão. A iniciativa privada<br />
não t<strong>em</strong> essa vocação e n<strong>em</strong> t<strong>em</strong> porque ter essa vocação. Qu<strong>em</strong> t<strong>em</strong> essa vocação e a responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> garantir o<br />
público, o mais a<strong>de</strong>quado para garantir se apóia um projeto ou outro é o governo. É o Estado que po<strong>de</strong> garantir que qualquer<br />
pessoa participe <strong>de</strong> licitação ou prêmio. O argumento <strong>de</strong> que o Estado <strong>de</strong>fine e, portanto a política é estatística é cabotino. É<br />
<strong>de</strong> pessoas que não quer<strong>em</strong> largar o osso. A adm inistração petista não pensa assim, n<strong>em</strong> na área <strong>de</strong> cultura n<strong>em</strong> <strong>em</strong> outras<br />
áreas. A gente t<strong>em</strong> <strong>de</strong> criar o espaço público, que não é estatal n<strong>em</strong> privado.<br />
Camarim: Trata-se também da form ação <strong>de</strong> um público... A m anutenção <strong>de</strong> um espetáculo <strong>em</strong> cartaz <strong>de</strong>pen<strong>de</strong><br />
também <strong>de</strong>ssa relação.<br />
CF: Os artistas têm <strong>de</strong> agradar ao seu público, ter esse público, <strong>em</strong> alguns casos...<br />
Camarim: <strong>em</strong> alguns casos, chegar até esse público.<br />
CF: Exatamente. Nós não acreditamos que a lei <strong>de</strong> fom ento seja uma panacéia que vá resolver todos os probl<strong>em</strong> as. Ela é<br />
um dos program as do <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> teatro aqui da Secretaria. Você t<strong>em</strong> vários outros que se com pletam , que dialogam.<br />
T<strong>em</strong> todo o trabalho <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> público, que é fundam ental, t<strong>em</strong> o teatro vocacional. T<strong>em</strong> a ocupação dos teatros, que<br />
mudou radicalmente. Uma política não se faz com uma única ação, é um conjunto <strong>de</strong> ações que dialogam entre si. Um<br />
diálogo n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre tão tranqüilo, mas que <strong>de</strong>ve ser estimulado. Eu acho inclusive que o próprio teatro com ercial m erece<br />
uma política mais clara do que a lei <strong>de</strong> incentivo pura e simplesm ente. E é nesse sentido que a gente v<strong>em</strong> discutindo. Há<br />
vinte anos atrás, eu não tinha nenhuma dúvida <strong>em</strong> levantar um <strong>em</strong> préstim o no banco e <strong>de</strong>pois pagar esse <strong>em</strong> préstim o com<br />
a bilheteria. Não se fala mais nisso. Não se t<strong>em</strong> idéia <strong>de</strong> que você po<strong>de</strong> talvez batalhar por uma política <strong>de</strong> juros mais<br />
baixos, e abatim ento <strong>de</strong> imposto direto, <strong>de</strong> IPTU, <strong>de</strong> ISS, para as casas <strong>de</strong> espetáculo. Isso faz com que nenhum grupo<br />
consiga alugar casa nenhuma <strong>de</strong> espetáculo <strong>em</strong> São Paulo, porque é caríssimo. A luva que você t<strong>em</strong> <strong>de</strong> pagar para entrar<br />
<strong>em</strong> um teatro e sustentar uma t<strong>em</strong> porada, às vezes consome a bilheteria inteira e ainda fica faltando. Essa questão do teatro<br />
comercial m erece ser <strong>de</strong>senvolvida, m erece que a gente se <strong>de</strong>bruce mais sobre ela. Porque vai dialogar com teatro <strong>de</strong><br />
grupo, com teatro vocacional, vai dialogar com outras coisas. Uma coisa não é <strong>em</strong> <strong>de</strong>trimento da outra. [É preciso] pensar o<br />
teatro também como ativida<strong>de</strong> econôm ica significativa para a cida<strong>de</strong>.<br />
Camarim: No caso da lei <strong>de</strong> fom ento, um dos focos é a continuida<strong>de</strong>. Ela "protege", ou incentiva, durante um t<strong>em</strong>po.<br />
E uma das dificulda<strong>de</strong>s é a continuação do trabalho, seja na relação que esse trabalho estabelece com uma<br />
<strong>de</strong>term inada com unida<strong>de</strong>, seja na m anutenção propriam ente do grupo.<br />
CF: A Lei <strong>de</strong> Fomento não é para produção <strong>de</strong> espetáculos, é para esse trabalho <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong>. Vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r m uito da<br />
capacida<strong>de</strong> dos grupos <strong>em</strong> respon<strong>de</strong>r a essa responsabilida<strong>de</strong> que é <strong>de</strong> utilizar esse t<strong>em</strong>po da Lei <strong>de</strong> Fom ento e criar<br />
estrutura própria e formas <strong>de</strong> auto-sustentabilida<strong>de</strong>. Ele po<strong>de</strong> até ser cont<strong>em</strong> plado novamente, mas se ele não pensar <strong>em</strong><br />
form as <strong>de</strong> não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r, a <strong>de</strong>pendência vai ser cada vez maior. Eu acho que esses grupos tinham que pensar <strong>em</strong> como<br />
criar m ecanism os <strong>de</strong> sustentação. Se você dá R$20 mil, R$10 mil para uma pessoa com prar um carrinho <strong>de</strong> pipoca,<br />
ele não vai pedir mais R$10 mil o ano que v<strong>em</strong>. E eu não sei se os grupos estão pensando assim . Usam, gastam, e<br />
<strong>de</strong>pois "vamos ver o que faz". Alguns eu acho que estão [pensando], criando se<strong>de</strong> própria, tentando criar m ecanism os, <strong>de</strong><br />
modo que não vão estar nas garras vorazes do m ercado quando acabar o prazo <strong>de</strong> valida<strong>de</strong> do seu prêmio. Mas é grave, se
o grupo não pensar a longo prazo e não usar esse benefício para criar estruturas próprias. Apesar <strong>de</strong> a Lei prever a<br />
repr<strong>em</strong> iação (e o grupo po<strong>de</strong> não ser repr<strong>em</strong>iado), ninguém po<strong>de</strong>, ao ganhar o fom ento, baixar a guarda. Eu acho que isso é<br />
um alim ento para ir ã luta e não um alim ento para ficar na sombra.<br />
Camarim: Existe um argum ento, por parte <strong>de</strong> alguns artistas, <strong>de</strong> que essa produção específica <strong>de</strong> teatro <strong>de</strong> grupo<br />
não seria possível <strong>de</strong> outra maneira, s<strong>em</strong> essa relação direta com o Estado. O senhor concorda com isso ou acha<br />
que existiram possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> estabelecer outras relações?<br />
CF: Isso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada grupo. Acho que é uma má política pensar <strong>em</strong> ficar <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> alguém na atual conjuntura. A<br />
lei veio para fom entar essa ativida<strong>de</strong>, mas não veio para sustentar eternam ente essa produção. Acho que s<strong>em</strong>pre t<strong>em</strong><br />
grupos que pod<strong>em</strong> ser cont<strong>em</strong>plados, porque têm papei importante <strong>de</strong>ntro do cenário teatral paulista: o grupo é um fator <strong>de</strong><br />
tensionam ento, é um mo<strong>de</strong>lo (às vezes sobre o qual se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>bruçar a crítica). Mas eu não acho que t<strong>em</strong> que se esperar<br />
que o Estado vire a gran<strong>de</strong> teta dos grupos. O Estado <strong>de</strong>ve ser muito rígido <strong>em</strong> saber qu<strong>em</strong> está apoiando, ele t<strong>em</strong> <strong>de</strong> ver as<br />
condições.<br />
Camarim: Um dos eixos da discussão (especialm ente dos cineastas, no Rio <strong>de</strong> Janeiro) é a questão da<br />
contrapartida. Como o senhor encara a questão da contrapartida social?<br />
CF: Aqui a gente tenta trabalhar o contrário: nas ações sociais, qual a contrapartida cultural? Como secretário <strong>de</strong> cultura,<br />
eu coloco a cultura com o priorida<strong>de</strong>. Ao <strong>de</strong>senvolver um trabalho cultural plenam ente, vai se estar <strong>de</strong>senvolvendo<br />
um trabalho para a socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma m aneira bastante significativa. A ação social é um subproduto da ação<br />
cultural. E não vice-versa. O que não t<strong>em</strong> sentido é o <strong>de</strong>scalabro <strong>de</strong> peças <strong>de</strong> teatro que custam R$2 ou R$3 m ilhões para<br />
ser<strong>em</strong> m ontadas e custa R$120 ou R$150 o ingresso. Qual o sentido disso? Uma contrabalançada nisso, nas leis,<br />
principalm ente na lei fe<strong>de</strong>ral, não é nada ruim, não é nenhum xingamento. Se está ganhando uma grana razoável para<br />
colocar seu espetáculo <strong>em</strong> cartaz, que pague para a socieda<strong>de</strong>, ou que dê uma contrapartida para a socieda<strong>de</strong>. E<br />
contrapartida para a socieda<strong>de</strong>, no caso cultural, não acho que é fazer oficina, ou aten<strong>de</strong>r criança carente, não é aten<strong>de</strong>r<br />
presidiário. É realizar plenam ente e com toda sua energia o trabalho cultural. Eu, pelo menos, encaro assim a<br />
contrapartida social. É a contrapartida que o grupo vai <strong>de</strong>volver para a socieda<strong>de</strong>. Isso não significa ação social, n<strong>em</strong> ação<br />
<strong>de</strong> carida<strong>de</strong>, n<strong>em</strong> nada disso. Eu tenho alguns pés atrás nesse sentido: não é assim que se <strong>de</strong>senvolv<strong>em</strong> as relações<br />
sociais. Eu vejo com muita tranqüilida<strong>de</strong> isso: o trabalho <strong>em</strong> si é a contrapartida. Agora, pense <strong>em</strong> um trabalho no qual você<br />
vai dialogar com a socieda<strong>de</strong>. E, às vezes (isso é um ponto <strong>de</strong> vista pessoal), o trabalho po<strong>de</strong> ficar interno, durante muito<br />
t<strong>em</strong>po, <strong>em</strong> um grupo diminuto <strong>de</strong> pessoas e isso vai gerar uma contrapartida social m uito gran<strong>de</strong> para a cida<strong>de</strong>. Você vai<br />
fazer um trabalho <strong>de</strong> ponta que vai influenciar um conjunto <strong>de</strong> grupos, um conjunto <strong>de</strong> pessoas. Isso tam bém é importante.<br />
Camarim: Talvez esse seja um m om ento privilegiado para a experiência <strong>de</strong> teatro <strong>de</strong> grupo, para além <strong>de</strong> lei <strong>de</strong><br />
fom ento. A im pressão é que a experiência <strong>de</strong> teatro <strong>de</strong> grupo po<strong>de</strong> dar um salto não só estético, mas político,<br />
tam bém na relação com a cida<strong>de</strong>.<br />
CF: Eu acredito que sim, mas eu quero mais. Eu acho que ainda é muito pouco o que a gente conseguiu até agora. Até teve<br />
a Mostra <strong>de</strong> <strong>Teatro</strong> Cidadão, no ano passado, e teve esse papo <strong>de</strong> que estamos vivendo outro m omento. Mas ainda muito<br />
aquém <strong>de</strong> on<strong>de</strong> a gente po<strong>de</strong> chegar. Não dá para se contentar ainda, porque é muito pouco [<strong>em</strong> relação a] o que a gente<br />
po<strong>de</strong> <strong>de</strong>volver para a cida<strong>de</strong> (e falo isso como ator). E com os grupos não dá para baixar a guarda e falar "agora estam os<br />
bonitos, b<strong>em</strong> na fita". Ainda t<strong>em</strong> muito trabalho pela frente. T<strong>em</strong> os bases sólidas, a gente conseguiu plantar coisas<br />
importantes, pilares sólidos, mas que, para frutificar, precisam <strong>de</strong> muito trabalho. Precisa aproveitar o t<strong>em</strong> po que t<strong>em</strong> para<br />
uma pesquisa estética mais radical, buscar essa relação com o público, que a cida<strong>de</strong> t<strong>em</strong> <strong>de</strong> buscar. A gente está longe <strong>de</strong><br />
atingir um nível i<strong>de</strong>al. Ainda falta bastante.<br />
Camarim : E quanto à circulação <strong>de</strong>ssa produção? Na cida<strong>de</strong>, existe algum plano relativo à circulação? A criação<br />
dos CEUs po<strong>de</strong> ajudar quanto a isso?<br />
CF: Necessariam ente não. Os CEUs são um equipam ento cultural muito importante, mas muito vinculado a uma visão<br />
pedagógica. Nós pensam os a educação <strong>de</strong> uma form a integral, e tentam os implantar esse conceito da cida<strong>de</strong> educadora.<br />
Isso significa que o aluno não está lá para apren<strong>de</strong>r só "dois mais dois". Ele está lá para apren<strong>de</strong>r isso, para apren<strong>de</strong>r a ler,<br />
escrever e a se comunicar, mas, principalm ente, a se form ar como cidadão. E é aí que entra a ação cultural. Os projetos que<br />
irão para os CEUs são projetos que se integr<strong>em</strong> a essa visão pedagógica. Não é qualquer espetáculo que eu acredito que
<strong>de</strong>va ir para o CEU, qualquer grupo que ofereceu sua produção. Isso vai ter <strong>de</strong> estar <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um conceito mais amarrado a<br />
educação, no sentido pedagógico, <strong>de</strong> grupos que tenham esse interesse <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver seu teatro <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sses<br />
parâm etros. Senão a gente <strong>de</strong>sorganiza aquele equipam ento e frustra. A coisa não vai para frente. Se tiver ações<br />
<strong>de</strong>sintegradas, logo saímos fora [do propósito] <strong>de</strong> ter uma visão <strong>de</strong> educação mais diferenciada, m ais m o<strong>de</strong>rna, que estamos<br />
<strong>de</strong>senvolvendo agora com os CEUs, que é um projeto mais compiexo, mais matricial. E as ações culturais que vão ser<br />
<strong>de</strong>senvolvidas lá têm que ter essa lógica. Eu acredito que os grupos que vão ter mais possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> estar <strong>de</strong>ntro dos<br />
CEUs são os grupos locais, vocacionais (vai ter um trabalho com teatro vocacional lá) e grupos que se interess<strong>em</strong>, com uma<br />
visão <strong>de</strong> form ação <strong>de</strong> público, que tenham, que vejam o teatro <strong>de</strong> uma maneira não pedagógica, m as com esse espírito <strong>de</strong><br />
aprendizag<strong>em</strong> social e humana.<br />
Camarim: Ainda sobre a Lei <strong>de</strong> Fomento, é ciaro que há várias dificulda<strong>de</strong>s no processo. Mas existe algum plano da<br />
Secretaria sobre am pliação <strong>de</strong> verbas para o fom ento ao teatro, am pliação do program a <strong>de</strong> fom ento?<br />
CF: Não. E por um motivo básico: não t<strong>em</strong> mais dinheiro. O próprio atraso que teve <strong>de</strong> algumas parcelas foi um probl<strong>em</strong> a <strong>de</strong><br />
caixa da prefeitura, que a gente conseguiu, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> muito suor, <strong>de</strong>sobstruir e a cida<strong>de</strong> continua com as m esm as dívidas<br />
herdadas pelo [Celso] Pitta, pelo [Paulo] Maluf [ex-prefeitos da cida<strong>de</strong>], que não são fáceis. 13% da arrecadação n<strong>em</strong> entra<br />
no caixa da prefeitura, vai direto para pagar dívidas. Se você juntar isso aos 31% da educação mais os 15% da saú<strong>de</strong><br />
(percentuais obrigatórios por lei), faça as contas do que sobra para adm inistrar a cida<strong>de</strong> como um todo. Apesar <strong>de</strong> term os<br />
am pliado consi<strong>de</strong>ravelm ente o orçam ento propriam ente dito da Secretaria <strong>de</strong> Cultura, nós, a partir <strong>de</strong> uma<br />
concepção diferente aqui da Secretaria, conseguim os mais que duplicar, com essas ações m atriciais com os CEUs<br />
e com a socieda<strong>de</strong> civil como um todo. Você t<strong>em</strong> uma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dinheiro consi<strong>de</strong>rável que t<strong>em</strong> função <strong>de</strong> servir<br />
à Cultura, mas não está no orçam ento da Secretaria <strong>de</strong> Cultura. E precisam os cont<strong>em</strong> plar áreas que não foram<br />
cont<strong>em</strong> pladas até agora. Não t<strong>em</strong> os ainda, com o na área <strong>de</strong> teatro, política nas áreas <strong>de</strong> dança, cin<strong>em</strong> a, artes<br />
plásticas, literatura. E que são áreas que, <strong>de</strong> algum a m aneira têm <strong>de</strong> ser pensadas com políticas específicas, até sob<br />
a luz do que está sendo feito no teatro. Não acho que são leis <strong>de</strong> fom ento para cada uma <strong>de</strong>ssas áreas que vão<br />
resolver, mas são ações um pouco discutidas com cada um <strong>de</strong>sses setores, como já estam os fazendo com dança,<br />
com cin<strong>em</strong> a. As outras ações que estam os fazendo vão po<strong>de</strong>r cont<strong>em</strong> plar essas áreas. A Galeria Olido vai<br />
cont<strong>em</strong> plar essas áreas, os CEUs cont<strong>em</strong> plam um pouco essas áreas tam bém . Então eu não vejo possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
am pliação <strong>de</strong> recursos da Lei <strong>de</strong> Fomento e vou ser sincero, não vejo necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> am pliação <strong>de</strong>sse valor para o ano que<br />
v<strong>em</strong>. Acho que vamos ver como é o retorno <strong>de</strong>sses projetos, mas acho que a gente cont<strong>em</strong>pla b<strong>em</strong>. Não é pouco dinheiro<br />
isso. É muito dinheiro, não é pouco...<br />
Camarim: M esm o consi<strong>de</strong>rando o tam anho da produção e a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> grupos...<br />
CF: M esmo assim. Veja o que você t<strong>em</strong> <strong>em</strong> São Paulo: são mais <strong>de</strong> mil atores form ados por ano nas escolas que têm por aí.<br />
É uma irresponsabilida<strong>de</strong>. A pessoa que ganha o canudo <strong>de</strong> uma escola que forma mil alunos, não é formada. Eu sou diretor<br />
da Escola <strong>de</strong> Arte Dramática e, para form ar vinte (alunos), a gente sua. Para eles ficar<strong>em</strong> aptos a entrar<strong>em</strong> na carreira<br />
profissional. Vinte por ano, no máximo. Normalmente form a catorze, quinze. Porque a Escola é rígida para form ar um<br />
profissional mais <strong>de</strong>cente. Aí t<strong>em</strong> escolas <strong>em</strong> que o cara estuda um ano e sai com o DRT. Ou então faz o exam e do<br />
Sindicato, pura e simplesm ente. Esse cara ser consi<strong>de</strong>rado um <strong>de</strong>s<strong>em</strong> pregado (e ele com diplom a vai querer produzir<br />
algum a coisa), não quer dizer que t<strong>em</strong> um trabalho significativo e que a cida<strong>de</strong> t<strong>em</strong> que aplicar nesse trabalho. Acho<br />
que t<strong>em</strong> os algum as propostas, inclusive junto com a FUNARTE, <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvim ento, <strong>de</strong> dar espaço para grupos novos,<br />
inéditos, que estão estreando. Isso é uma coisa, porque eu não acho que só os consagrados, os grupos mais tradicionais,<br />
que têm que ganhar. Você t<strong>em</strong> <strong>de</strong> abrir espaço para a novida<strong>de</strong>. Agora <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mil atores por ano, a<br />
cida<strong>de</strong> não com porta e não é justo pedir para que a população como um todo financie projetos <strong>de</strong>ssa quantida<strong>de</strong> enorm e <strong>de</strong><br />
atores que t<strong>em</strong>os, enten<strong>de</strong>u? Acho que o lado da organização profissional dos atores não está tão avançado. A <strong>Cooperativa</strong><br />
é uma form a <strong>de</strong> organização bastante interessante, mas que volta e meia entra <strong>em</strong> conflito com o sindicato e aí não é<br />
pensado o que é <strong>de</strong> fato que se po<strong>de</strong> oferecer para o público, um espetáculo com dignida<strong>de</strong>, é m uito pouco o que a gente<br />
t<strong>em</strong>. Então não acho que o dinheiro do fomento seja pouco para financiar a produção existente. O que t<strong>em</strong> é que fazer uma<br />
peneira, que eu acho que t<strong>em</strong> <strong>de</strong> ser feita mesmo para se lidar com o dinheiro público. Você não po<strong>de</strong> financiar a três por<br />
quatro qu<strong>em</strong> coloca crachá <strong>de</strong> ator ou <strong>de</strong> grupo <strong>de</strong> teatro. Não. Os atores têm que m ostrar a que vieram, têm <strong>de</strong> ter projetos<br />
consistentes, algum a coisa <strong>de</strong> que a cida<strong>de</strong> precise. É como se fosse pensar no condom ínio on<strong>de</strong> você mora. Para fazer<br />
uma obra, às vezes ela é interessante, agora, é muita briga para tirar dinheiro do bolso para fazer aquela <strong>de</strong>term inada obra.<br />
A cida<strong>de</strong> é feito um condomínio, <strong>de</strong> gente pagando imposto. Como pegar esse dinheiro <strong>de</strong> imposto e repassar? T<strong>em</strong> <strong>de</strong> ver o<br />
projeto, se é consistente ou não, se t<strong>em</strong> interesse para qu<strong>em</strong> está te pagando ou não. É preciso que todos se conscientiz<strong>em</strong><br />
<strong>de</strong> que o dinheiro público é o dinheiro do imposto que cada um paga, e isso t<strong>em</strong> <strong>de</strong> ser visto com m uito carinho, m uita<br />
<strong>de</strong>lica<strong>de</strong>za. Porque não po<strong>de</strong> financiar qualquer projeto. E para isso eu acho que o dinheiro por enquanto é suficiente.<br />
Espero que não seja mais, mas por enquanto não vejo gran<strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se ampliar [a verba]. Teve até algum as<br />
discussões com os grupos cooperativados e eu sou bastante claro nisso. Assim como <strong>de</strong>fendi e <strong>de</strong>fendo a Lei com unhas e<br />
<strong>de</strong>ntes, eu <strong>de</strong>fendo também a justeza <strong>de</strong>la, não acho que o dinheiro público <strong>de</strong>va virar a casa-da-m ãe-joana. Acho que t<strong>em</strong><br />
que ter critérios muito claros.
Cam arim : Exist<strong>em</strong> projetos com outros órgãos, outros âm bitos, Estadual, Fe<strong>de</strong>ral?<br />
CF: A gente t<strong>em</strong> procurado, até porque o pressuposto político da gestão da Cultura da Marta é a agregação, a ampliação, é<br />
per<strong>de</strong>r a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser exclusivo <strong>de</strong>term inado projeto. Então t<strong>em</strong>os procurado m uito trabalhar com outras instituições<br />
governam entais e não-governam entais, <strong>em</strong> âmbito m unicipal, estadual e fe<strong>de</strong>ral. N<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre é fácil, principalm ente <strong>em</strong><br />
outros âmbitos <strong>de</strong> governo, <strong>em</strong> que se t<strong>em</strong> partidos diferentes. Mas a gente t<strong>em</strong> se esforçado. T<strong>em</strong> que se fazer justiça <strong>de</strong><br />
que há um esforço com o Estado <strong>de</strong> fazer trabalhos conjuntos, como t<strong>em</strong>os com o governo Fe<strong>de</strong>ral. São ações, nós s<strong>em</strong>pre<br />
vamos procurar trabalhar juntos. T<strong>em</strong>os conversado com o governo do Estado para que, por ex<strong>em</strong>plo, as fábricas <strong>de</strong> cultura<br />
sejam instaladas on<strong>de</strong> necessariam ente já não tenham outro equipam ento cultural, para que a gente tente cobrir a<br />
população <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s culturais, seja do Estado ou da Prefeitura, mas que tenham a eficiência <strong>de</strong> aten<strong>de</strong>r a população. E<br />
no nível fe<strong>de</strong>ral, que agora está mais fácil, porque t<strong>em</strong> os um trânsito <strong>de</strong> discussão mais fácil, tam bém . Estam os trazendo<br />
Bases <strong>de</strong> Ação <strong>de</strong> Cultura, e também com a FUNARTE a gente t<strong>em</strong> feito alguns trabalhos conjuntos. A gente t<strong>em</strong> um<br />
trabalho conjunto que começa <strong>em</strong> janeiro, entre a FUNARTE, a Secretaria Municipal <strong>de</strong> Cultura, o governo da Itália e os<br />
SESCs, aqui <strong>em</strong> São Paulo, que é a criação aqui <strong>em</strong> São Paulo <strong>de</strong> um Centro <strong>de</strong> Estudos, que seria a Casa Laboratório.<br />
Possivelm ente a gente vai trabalhar junto aí. E on<strong>de</strong> tiver projeto a gente estará junto. Não t<strong>em</strong>os nenhuma restrição <strong>de</strong><br />
trabalhar <strong>em</strong> parceria com nenhum nível institucional. E isso é o que faz com que a gente consiga am pliar um pouco nosso<br />
potencial <strong>de</strong> ação.<br />
A gente t<strong>em</strong> a idéia, com a FUNARTE, <strong>de</strong> ter um espaço on<strong>de</strong> grupos novos e inéditos possam se apresentar, que é uma<br />
coisa que um pouco o Centro Cultural (CCSP) cobre, <strong>de</strong> dar espaço para grupos que estão surgindo. Am pliar isso para a<br />
FUNARTE interessa. Porque a gente sabe que t<strong>em</strong> pouco espaço.<br />
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para contato. O Material <strong>de</strong> divulgação <strong>de</strong>verá incluir release e fotos. A publicação estará sujeita à disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espaço e<br />
obe<strong>de</strong>cerá à ord<strong>em</strong> <strong>de</strong> entrega do material.<br />
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a<br />
Casa Laboratório<br />
___________ Casa Laboratório seleciona profissionais<br />
Uma parceria entre a Secretaria Municipal <strong>de</strong> Cultura, a Fundação Ponte<strong>de</strong>ra<br />
nn -v__ <strong>Teatro</strong>, a FUNARTE e o Instituto Italiano De Cultura <strong>de</strong> São Paulo, com o apoio do<br />
1 SESC, criou a Casa Laboratório Per Le Arti Del <strong>Teatro</strong>. A partir <strong>de</strong> março, a Casa<br />
Laboratório estará selecionando profissionais para fazer parte <strong>de</strong> seu elenco fixo.<br />
__ __:___________________________ A seleção será feita com acom panham ento <strong>de</strong> profissionais com o o diretor italiano<br />
<strong>de</strong> Ponte<strong>de</strong>ra, Roberto Bacci e o ator brasileiro Cacá Carvalho (coor<strong>de</strong>nadores<br />
artísticos do projeto), Carla Pollastrelli, Silvia Pasello e Luca Dini, entre outros.<br />
A seleção <strong>de</strong> atores será feita com base na análise <strong>de</strong> currículos e testes práticos.<br />
------------- São 175 vagas (75 <strong>de</strong>las já <strong>em</strong> março) para atores que farão um trabalho prático<br />
durante dois dias. Deste total, 20 atores serão selecionados para cursar no mês <strong>de</strong><br />
junho um intensivo <strong>de</strong> duas s<strong>em</strong>anas, com aulas diárias <strong>de</strong> sete horas. Os doze<br />
________ atores que mais se <strong>de</strong>stacar<strong>em</strong> durante estas s<strong>em</strong> anas iniciais vão concluir o<br />
intensivo e receber orientações por mais duas s<strong>em</strong>anas, com os coor<strong>de</strong>nadores<br />
artísticos do projeto.<br />
Para produtores, são <strong>de</strong>z vagas a ser<strong>em</strong> preenchidas. O curso será realizado <strong>em</strong><br />
^ março e terá duas s<strong>em</strong> anas <strong>de</strong> duração, com cinco aulas por s<strong>em</strong> ana <strong>de</strong> cinco<br />
__________________ horas. Em julho, três produtores serão escolhidos para concluir o curso na<br />
Fundação Ponte<strong>de</strong>ra <strong>Teatro</strong>, na Itália.<br />
Edições Anteriores<br />
A equipe <strong>de</strong> atores e produtores que concluirão o curso form arão a base<br />
organizacional da Casa Laboratório, compondo o elenco fixo <strong>de</strong> futuros<br />
espetáculos.<br />
Os currículos <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser enviados até 5 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2004 para o Instituto Italiano<br />
De Cultura <strong>de</strong> São Paulo, na rua Frei Caneca, 1071 - Cerqueira César. Tel: (11)<br />
3285-6933.<br />
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Edições Anteriores<br />
Oficinas<br />
<strong>Cooperativa</strong> promove oficinas<br />
Em nov<strong>em</strong> bro <strong>de</strong><br />
PsíHffe 2003> a <strong>Cooperativa</strong>,<br />
<strong>em</strong> parceria com a<br />
Oficina Cultural<br />
Oswald <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>,<br />
^ ___________________________ ministrou oito oficinas<br />
diferentes, com o<br />
objetivo <strong>de</strong> aprim orar o<br />
Q '7' :glr"k?© conhecim ento <strong>de</strong><br />
atores, técnicos,<br />
diretores e outros<br />
© §© §!' 1 profissionais do teatro.<br />
--------------------------------------------------- Foram cerca <strong>de</strong> 130<br />
profissionais inscritos,<br />
cujos currículos foram<br />
— — ----------------------------------- analisados pelos<br />
profissionais que<br />
ministraram as<br />
oficinas.<br />
Em mais uma parceria com a Secretaria Estadual da Cultura, a C ooperativa<br />
i l ^ __________________ ocupou a Oficina Cultural Oswald <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> durante todo o mês <strong>de</strong> nov<strong>em</strong> bro, <strong>de</strong><br />
terça a sexta-feira. Ali aconteceu gran<strong>de</strong> parte das oficinas, cada uma com<br />
duração <strong>de</strong> quatro horas s<strong>em</strong> anais (duas vezes por s<strong>em</strong>ana).<br />
Para Chico Cabrera, presi<strong>de</strong>nte da <strong>Cooperativa</strong> <strong>Paulista</strong> <strong>de</strong> <strong>Teatro</strong>, "além <strong>de</strong> ajudar<br />
profissionalmente, esses encontros são muito im portantes para o cooperativism o e<br />
para a organização dos grupos, inclusive para discutir leis e saídas para o teatro".<br />
Os assuntos abordados pelas oficinas foram os mais diversificados: O ficina <strong>de</strong><br />
Canto (ministrada por Carlos Zim bher), Oficina <strong>de</strong> Voz (por Lúcia Gayotto), Oficina<br />
<strong>de</strong> Interpretação (por Renata Zhaneta), Oficina <strong>de</strong> Dram aturgia (por Reinaldo<br />
Maia), Oficina <strong>de</strong> Produção (por Ney Piacentini), Oficina <strong>de</strong> Corpo (por Fernando<br />
Neves), Oficina <strong>de</strong> Direção (por Roberto Lage) e Oficina <strong>de</strong> Luz (por Toninho<br />
Rodrigues), esta m inistrada no <strong>Teatro</strong> Eugênio Kusnet.<br />
A Oficina <strong>de</strong> Luz, por ex<strong>em</strong>plo, recebeu alunos iniciantes e <strong>de</strong><br />
nível médio, que, segundo Toninho Rodrigues, já tinham algum a<br />
experiência na área. Por isso, sua oficina contou com uma<br />
introdução sobre a história da ilum inação no teatro, além <strong>de</strong><br />
passar conceitos diferenciados sobre o t<strong>em</strong>a. "O prim eiro passo<br />
é ter uma noção do assunto, para <strong>de</strong>pois haver pesquisa e<br />
aprim oram ento a respeito", diz Rodrigues.<br />
"Mas t<strong>em</strong> <strong>de</strong> haver uma continuação, pois, para falar <strong>de</strong><br />
iluminação, <strong>de</strong>zesseis horas é pouco t<strong>em</strong>po. O assunto é tão
vasto que, para um curso mais específico seriam necessárias<br />
cerca <strong>de</strong> 60 horas", afirma.<br />
Alex Aureliano Nogueira, que participou da oficina m inistrada<br />
por Rodrigues, concorda. "É importante ter mais oficinas, para<br />
term os contato com outros profissionais e nos aprim orarm os. Se<br />
houvesse uma oficina <strong>de</strong> seis meses, ainda teríam os o que<br />
apren<strong>de</strong>r", diz.<br />
Nogueira ficou sabendo da existência das oficinas pelos<br />
informes que recebe da <strong>Cooperativa</strong> e escolheu a <strong>de</strong> ilum inação<br />
por esta ser a área <strong>em</strong> que atua há cerca <strong>de</strong> três anos. "Uma<br />
oficina m inistrada pela <strong>Cooperativa</strong> é sinônim o <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />
Afinal, a <strong>Cooperativa</strong> acompanha nosso dia-a-dia, lá<br />
conhec<strong>em</strong> os gran<strong>de</strong>s profissionais que estão próxim os <strong>de</strong> nós,<br />
alunos das oficinas", afirma.<br />
Nogueira acredita que as oficinas foram m uito im portantes para<br />
os técnicos, pois tiveram um "conteúdo bom, passado <strong>de</strong><br />
m aneira b<strong>em</strong> acessível a todos". "A equipe que m inistra é muito<br />
boa, e esse encontro é importante para nos reciclarmos,<br />
trocarm os experiências informalmente, com dicas cotidianas".<br />
Para ele, o gran<strong>de</strong> diferencial <strong>de</strong>ssa oficina foi a ênfase nas<br />
questões práticas, unida ao <strong>em</strong> basam ento teórico. "Como não<br />
há uma escola ou um curso específico para o ilum inador, a<br />
form ação <strong>de</strong>sses técnicos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas iniciativas, que<br />
<strong>de</strong>veriam ser mais freqüentes e constantes", diz Nogueira.<br />
Se <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da boa repercussão <strong>de</strong>ssa iniciativa, certam ente<br />
outras oficinas virão.<br />
Por Renata <strong>de</strong> Albuquerque<br />
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i-ü í ^7 Dúvidas mais freqüentes sobre o INSS<br />
IN S S<br />
"S<strong>em</strong>pre haverá dúvidas sobre o INSS". É isso que afirm a o advogado Álvaro Paez<br />
-V7|^ _ ^ ,_ i © |j,i5í Tjçnr].^ Junqueira, que presta atendim ento jurídico para os cooperados da <strong>Cooperativa</strong><br />
’ ' ' ' ' ___________ <strong>Paulista</strong> <strong>de</strong> <strong>Teatro</strong>. Depois da publicação da Instrução Norm ativa 87, que<br />
regulamenta a MP 83, as dúvidas se tornaram ainda mais freqüentes. Estes textos<br />
regulamentam a questão da contribuição previ<strong>de</strong>nciária dos cooperados, com<br />
___________________________ algumas novas regras e parâmetros.<br />
Por isso, a <strong>Cooperativa</strong> mantém um plantão diário, às <strong>de</strong>z da m anhã, para que<br />
___________________ essas dúvidas sejam sanadas. Além do plantão, o cooperado conta tam bém com o<br />
suporte jurídico na se<strong>de</strong> (às terças, quartas e quintas-feiras) e também com o<br />
recém -inaugurado Advogado On Line, que po<strong>de</strong> ser acessado a partir do site da<br />
1 <strong>Cooperativa</strong> (w ww.cooperativa<strong>de</strong>teatro.com .br). Apesar <strong>de</strong>sse canal ser sim ples e<br />
direto, Junqueira diz que as dúvidas sobre INSS raramente aparec<strong>em</strong> nas<br />
consultas on line. "Por meio do Advogado On Line, muitas <strong>de</strong>ssas dúvidas pod<strong>em</strong><br />
ser respondidas", avisa.<br />
Para tentar resolver algum as das dúvidas mais com uns a respeito do INSS,<br />
Camarim traz, abaixo, algum as perguntas e respostas mais freqüentes sobre o<br />
assunto. E para saber mais, Junqueira recomenda o site com inform ações oficiais:<br />
w w w.inss.gov.br.<br />
De que trata a Instrução Norm ativa 87?<br />
Trata da contribuição adicional para financiam ento da aposentadoria especial dos<br />
segurados cooperados filiados às <strong>Cooperativa</strong>s <strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong> produção, ou <strong>de</strong><br />
Edições Anteriores <strong>em</strong> pregados <strong>em</strong> <strong>em</strong> presas <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços, m ediante cessão <strong>de</strong> m ão-<strong>de</strong>obra<br />
ou <strong>em</strong>preitada. Trata também do recolhim ento da contribuição do contribuinte<br />
individual que presta serviços a <strong>em</strong>presas, da extinção do salário-base e do<br />
processam ento eletrônico <strong>de</strong> dados para o registro da escrituração contábil e<br />
financeira.<br />
Qual o percentual <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto a ser efetuado pelas <strong>em</strong> presas sobre os<br />
valores pagos aos contribuintes individuais?<br />
A <strong>em</strong> presa que r<strong>em</strong> unerar contribuinte individual por serviços a ela prestados<br />
<strong>de</strong>verá <strong>de</strong>scontar e recolher 11% dos valores pagos ao contribuinte individual<br />
respeitando o limite m áximo (R$ 1869,34 a partir <strong>de</strong> junho/03). Já o contribuinte<br />
individual recolherá, ele mesmo, via carnê, 20% sobre a r<strong>em</strong> uneração quando:<br />
exercer ativida<strong>de</strong> por conta própria; prestar serviço a pessoas físicas; a outro<br />
contribuinte individual equiparado a <strong>em</strong>presa; prestar serviço a produtor rural<br />
pessoa física ou prestar serviço a missão diplom ática e repartição consular <strong>de</strong><br />
carreira estrangeira.<br />
As cooperativas <strong>de</strong> trabalho tam bém <strong>de</strong>verão <strong>de</strong>scontar e recolher as contribuiçoes previ<strong>de</strong>nciárias dos cooperados<br />
que por seu interm édio prestam serviço às <strong>em</strong>presas?<br />
Sim. As cooperativas são obrigadas a <strong>de</strong>scontar e recolher 11% do valor da r<strong>em</strong> uneração distribuída ao cooperado por<br />
serviços prestados a <strong>em</strong> presas por seu intermédio.
A r<strong>em</strong> uneração distribuída ao cooperado que presta serviço à pessoa física por intermédio <strong>de</strong> cooperativa <strong>de</strong> trabalho<br />
também sofrerá <strong>de</strong>sconto da contribuição?<br />
Sim, a cooperativa <strong>de</strong> trabaiho é obrigada a <strong>de</strong>scontar e recolher 20% do valor da r<strong>em</strong> uneração distribuída ao cooperado por<br />
serviços prestados à pessoa física.<br />
Qual o prazo para recolhim ento das contribuições <strong>de</strong>scontadas dos cooperados pelas cooperativas <strong>de</strong> trabalho?<br />
A cooperativa <strong>de</strong>verá recolher sstas contribuições no dia 15 do m ês seguinte ao pagam ento do crédito, o que ocorrer<br />
primeiro, prorrogando-se o vencim ento para o dia útil subseqüente quando não houver expediente bancário no dia 15. O<br />
recolhim ento <strong>de</strong>verá ser efetuado no código 2127 que <strong>de</strong>verá constar do campo 03 da GPS.<br />
Como <strong>de</strong>verá proce<strong>de</strong>r o contribuinte individual que prestar serviços, no mesmo mês, a mais <strong>de</strong> uma <strong>em</strong> presa?<br />
Q uando o totai <strong>de</strong> r<strong>em</strong>unerações recebidas no mês atingir o limite m áxim o do salário <strong>de</strong> contribuição, o contribuinte<br />
individual <strong>de</strong>verá informar o fato à <strong>em</strong> presa na qual sua r<strong>em</strong> uneração atingir o limite m áxim o e às que se suce<strong>de</strong>r<strong>em</strong> ,<br />
mediante apresentação do com provante <strong>de</strong> pagamento da <strong>em</strong>presa anterior ou <strong>de</strong> <strong>de</strong>claração <strong>em</strong>itida por ele, sob as penas<br />
da lei, consignando o valor sobre o qual já sofreu <strong>de</strong>sconto naquele mês ou indicando a <strong>em</strong>presa que efetuará o <strong>de</strong>sconto<br />
sobre o valor m áxim o do salário <strong>de</strong> contribuição.<br />
O contribuinte individual que prestar serviços a várias <strong>em</strong> presas, cuja soma das r<strong>em</strong> unerações ultrapassar o limite<br />
máxim o do salário-<strong>de</strong>-contribuição po<strong>de</strong> substituir o com provante <strong>de</strong> pagam ento por algum outro docum ento que<br />
englobe todos os outros contratantes?<br />
Sim, o contribuinte po<strong>de</strong>rá indicar qual ou quais <strong>em</strong>presas proce<strong>de</strong>rão o <strong>de</strong>sconto <strong>de</strong> contribuição, <strong>de</strong> form a a atingir e<br />
respeitar o limite, dispensando as d<strong>em</strong> ais tom adoras do <strong>de</strong>sconto. A indicação se dará por meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>claração única,<br />
firm ada pelo contribuinte individual, com a anuência dos responsáveis pela <strong>em</strong> presa ou <strong>em</strong>presas que efetuarão o <strong>de</strong>sconto<br />
da contribuição.<br />
Por Renata <strong>de</strong> Albuquerque<br />
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Mostra São Paulo<br />
Mostra São Paulo homenageia 450 anos da<br />
cida<strong>de</strong> com teatro<br />
_______________ A t e r c e jr a edição da Mostra São Paulo, promovida pelo Departam ento <strong>de</strong> <strong>Teatro</strong><br />
da Secretaria M unicipal <strong>de</strong> Cultura, neste ano, como não po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser, faz<br />
parte do calendário <strong>de</strong> festejos e com <strong>em</strong> orações dos 450 anos da capital paulista.<br />
O teatro, que s<strong>em</strong>pre ocupou <strong>em</strong> São Paulo um lugar importante, <strong>de</strong>sta vez é<br />
levado ao público gratuitam ente, nas ruas do centro da cida<strong>de</strong>, no <strong>Teatro</strong><br />
Municipal, no <strong>Teatro</strong> João Caetano e <strong>em</strong> diversas se<strong>de</strong>s <strong>de</strong> grupos beneficiados<br />
g llrvf!© pela Lei Municipal <strong>de</strong> Fomento.<br />
De 26 <strong>de</strong> fevereiro a 7 <strong>de</strong> m arço serão exibidos 40 espetáculos, adultos e infantis,<br />
© iig i! 1 escolhidos entre os m elhores <strong>de</strong> 2003.<br />
"Este é o terceiro ano da mostra, e quer<strong>em</strong> os dar visibilida<strong>de</strong> aos grupos<br />
fom entados que têm feito um trabalho <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>", diz o Diretor do<br />
Departamento <strong>de</strong> <strong>Teatro</strong>, Kil <strong>de</strong> Abreu. Segundo ele, foi difícil escolher os 40<br />
grupos que se apresentam , mas a qualida<strong>de</strong> artística <strong>de</strong> cada espetáculo veio <strong>em</strong><br />
primeiro lugar. Para Abreu, a t<strong>em</strong> atização da cida<strong>de</strong>, foco da hom enag<strong>em</strong> neste<br />
—--------------------------------------------- ano, "aconteceu naturalmente".<br />
"Não foi critério escolher espetáculos que t<strong>em</strong>atizass<strong>em</strong> a cida<strong>de</strong>", afirma.<br />
1 -------------------------------------- Além das apresentações, haverá uma homenag<strong>em</strong> a Paulo Autran, no dia 26 à<br />
noite, <strong>em</strong> pleno <strong>Teatro</strong> M unicipal, on<strong>de</strong> o ator também apresentará o pr<strong>em</strong> iado<br />
espetáculo Quadrante.<br />
Edições Anteriores<br />
Neste ano, as com panhias que farão apresentações <strong>em</strong> suas se<strong>de</strong>s também<br />
receberão convidados - outras com panhias que se apresentarão no mesm o<br />
espaço.<br />
Programação<br />
Programação <strong>de</strong> rua<br />
Grupo Espetáculo<br />
Nau <strong>de</strong> ícaros Abertura<br />
Cia. Pavanelli Aqui não Pantaleão<br />
Uma gran<strong>de</strong> festa do teatro quer vai tom ar as ruas e os teatros da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />
Paulo, levando cultura <strong>de</strong> graça aos cidadãos paulistanos.<br />
Dia<br />
26/02 - (qui)<br />
27/02 - (sex)<br />
Horários<br />
16h<br />
13h e 1 7 h<br />
Local<br />
Patriarca (início)<br />
Boulevard São João
Farândola Troupe<br />
Cia. Raso da Catarina<br />
Circo Navegador<br />
Cia. do Miolo<br />
Caixa <strong>de</strong> Imagens<br />
Tablado <strong>de</strong> Arruar<br />
A Q uadratura do Círculo<br />
Sarau do Charles<br />
No Oiho da Rua<br />
O Burguês Fidalgo<br />
O Fotografo<br />
A Farsa do Monumento<br />
01/03 - (seg) 13h e 17h<br />
0 2 /0 3 -(te r) 1 3 h e 1 7 h<br />
03/03 - (qua) 1 3 h e 1 7 h<br />
04/03 - (qui) 13h e 17h<br />
Anhangabaú<br />
Paissandú<br />
Anhangabaú<br />
Boulevard São João<br />
nnlnn , s Paissandú La<strong>de</strong>ira da<br />
05/03 - (sex) 13h as 15 / 17h as 19h M<strong>em</strong>órja<br />
05/03 - (sex) 1 3 h e 1 7 h Patriarca<br />
<strong>Teatro</strong> Municipal - Pça. Ramos <strong>de</strong> Azevedo s/n - Centro - Tel.: 222-8698<br />
Grupo<br />
Paulo Autran<br />
Grupo Tapa<br />
Fractons<br />
Fraternal<br />
<strong>Teatro</strong> União e Oiho Vivo<br />
Cia. Sutil<br />
Central do Circo<br />
Parlapatões<br />
3 <strong>de</strong> Sangue<br />
Cia. Linhas Aéreas<br />
Espetáculo<br />
O Quadrante<br />
Casa <strong>de</strong> Orates<br />
Urbes<br />
Borandá<br />
T<strong>em</strong> porada <strong>de</strong> Gripe *<br />
Cabaré<br />
As Nuvens<br />
Ansia<br />
Pequeno Sonho Vermelho<br />
Novas Diretrizes <strong>em</strong> T<strong>em</strong> po <strong>de</strong> Paz<br />
Dia<br />
26/02 - (qui)<br />
27/02 - (sex)<br />
28/02 - (sáb)<br />
29/02 - (dom)<br />
01/03 - (seg)<br />
02/03 - (ter)<br />
03/03 - (qua)<br />
04/03 - (qui)<br />
05/03 - (sex)<br />
06/03 - (sáb)<br />
07/03 - (dom)<br />
Horários<br />
21 h<br />
18h e 21h<br />
1 8 h e 21h<br />
17he 20h<br />
21 h<br />
1 8 h e 21h<br />
18 e 21 h<br />
1 8 h e 21h<br />
1 8 h e 21h<br />
18he 21h<br />
<strong>Teatro</strong> Joao Caetano - Rua Borges Lagoa, 650 - VI. Cl<strong>em</strong>entino - Tel.: 5573-3774 /<br />
Grupo Espetáculo Dia Horários<br />
Pessoal do Faroeste O índio 28/02 - (sáb) 16h<br />
Bendita Trupe As Roupas do Rei 29/02 - (dom) 16h<br />
Cenas in Canto Faz e Conta 06/03 - (sáb) 16h<br />
4 na Trilha Saltimbancos 07/03 - (dom) 16h<br />
<strong>Teatro</strong> Vocacional Mostra Vocacional 03/03 - (qua) 19h<br />
<strong>Teatro</strong> Vocacional Mostra Vocacional 04/03 - (qui) 19h<br />
<strong>Teatro</strong> Vocacional Mostra Vocacional 05/03 - (sex) 19h<br />
Programação nas Se<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Grupos Fomentados<br />
Fábrica São Paulo - Rua da Consolação, 1623 - Tel.: 3258-8140 / 3255-5922<br />
21 h
Grupo<br />
Fábrica São Paulo<br />
Núcleo Bartolomeu<br />
Bendita Trupe<br />
Espetáculo<br />
Macbeth<br />
Acor<strong>de</strong>i que Sonhava<br />
Os Collegas<br />
Agora - Rua Rui Barbosa, 672 - Bela Vista - Tel.: 3284-0290<br />
Grupo Espetáculo Dia<br />
Dia<br />
28/02 (sáb) - 29/02 (dom)<br />
04/03 (qui) - 05/03 (sex)<br />
06/03 (sáb) - 07/03 (dom)<br />
C<strong>em</strong>itério <strong>de</strong> Autom óveis A Frente Fria que a Chuva Traz 28/02 (sáb) - 29/02 (dom)<br />
Caixa Preta Navalha na Carne 04/03 (qui) - 05/03 (sex)<br />
Ágora Os Justos 06/03 (sáb) - 07/03 (dom)<br />
Oficina - Rua Jaceguai, 520 - Bela Vista - Tel.: 3106-2818<br />
Grupo Espetáculo Dia<br />
Oficina Os Sertões - O Hom<strong>em</strong> 28/02 (sáb) - 29/02 (dom)<br />
Grupo Baião <strong>de</strong> Dois A Procissão 04/03 (qui) - 05/03 (sex)<br />
Galpão do Folias - Rua Ana Cintra, 213 - Sta. Cecília - Tel.: 3361-2223<br />
Grupo Espetáculo Dia<br />
Cia. do Latão Mercado do Gozo<br />
Cia. do Feijão Mire e Veja<br />
Folias D A rte * Otelo 06/03 (sáb) - 07/03 (dom)<br />
Vila Zélia - Rua dos Prazeres, 362 - Belenzinho<br />
Grupo Espetáculo<br />
Grupo XIX <strong>de</strong> <strong>Teatro</strong> Hysteria<br />
Cia. São Jorge <strong>de</strong> Varieda<strong>de</strong>s As Bastianas<br />
* Espetáculos aguardando confirmaçao.<br />
Dia<br />
28/02 (sáb) - 29/02 (dom)<br />
06/03 (sáb) - 07/03 (dom)<br />
Horários<br />
21h(sáb) / 20h(dom)<br />
21 h<br />
21h(sáb) / 20h(dom)<br />
Horários<br />
21h(sáb) / 20h(dom )<br />
21 h<br />
21h(sáb) / 20h(dom )<br />
Horários<br />
21h(sáb) / 20h(dom)<br />
21 h<br />
Horários<br />
21h(sáb) / 20h(dom)<br />
Horários<br />
16h<br />
21h(sáb) / 20h(dom )
Distribuição gratuita<br />
Cartas para a Camarim <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser enviadas para a <strong>Cooperativa</strong> aos cuidados da Redação, incluindo r<strong>em</strong>etente e telefone<br />
para contato. O Material <strong>de</strong> divulgação <strong>de</strong>verá incluir release e fotos. A publicação estará sujeita à disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espaço e<br />
obe<strong>de</strong>cerá à ord<strong>em</strong> <strong>de</strong> entrega do material.<br />
0<br />
Praça R oose velt 82 - C onso lação<br />
CEP: 01303-020 - São Paulo - SP<br />
Tel: (0xx11) 3258-7457<br />
Fax (n ovo): (0xx11) 3151-5655<br />
E-m ail: cam a rim @ co o p e ra tiva d e te a tro .co m .b r
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s lfi<br />
Palavra da <strong>Cooperativa</strong><br />
A <strong>Cooperativa</strong> <strong>Paulista</strong> <strong>de</strong> <strong>Teatro</strong> se prepara para uma nova fase <strong>de</strong> sua história.<br />
Depois <strong>de</strong> 25 anos <strong>de</strong> existência chegou o m om ento <strong>de</strong> nos afirm am os como a<br />
m aior cooperativa <strong>de</strong> cultura do País. Se isto é motivo <strong>de</strong> orgulho para os<br />
associados, é também uma gran<strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>.<br />
Como é público <strong>de</strong> todos, as regras para as form alida<strong>de</strong>s do trabalho teatral<br />
cooperativado vêm se transform ando nos últimos anos, exigindo da nossa entida<strong>de</strong><br />
uma estrutura cada vez mais complexa para que possam os nos m anter <strong>em</strong> dia<br />
com as novas Leis e normas relativas ao nosso ofício.<br />
Até o momento, a nossa entida<strong>de</strong> respon<strong>de</strong>u à altura tanto aos cham ados dos<br />
governos quanto às exigências dos nossos contratantes. Mas esta é uma luta s<strong>em</strong><br />
fim, basta que nos adapt<strong>em</strong>os a uma <strong>de</strong>term inada situação para que uma nova<br />
regra passe a vigorar sobre o nosso trabalho, norm alm ente com novos tributos e<br />
<strong>de</strong>scontos sobre o valor dos nossos recebimentos. Por diversas ocasiões a nossa<br />
estrutura interna d<strong>em</strong>onstrou uma avançada capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negociação técnica e<br />
jurídica frente à questões adversas às nossas ativida<strong>de</strong>s, revertendo positivam ente<br />
perspectivas <strong>de</strong>sfavoráveis. Várias ações foram ganhas pela <strong>Cooperativa</strong> e <strong>em</strong><br />
inúmeras negociações com órgãos governam entais e instituições contratantes,<br />
chegou-se a bom term o. Isso é uma prova da saú<strong>de</strong> e da força do nosso modo <strong>de</strong><br />
produção.<br />
Porém, com a proliferação do cooperativism o no Brasil , as exigências<br />
governam entais e civis se m ultiplicaram fazendo com que tenham os atenção<br />
redobrada diante <strong>de</strong> uma nova realida<strong>de</strong>. Se cabe à essas instâncias o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong><br />
nos colocar <strong>em</strong> igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> condições com ativida<strong>de</strong>s <strong>em</strong> presariais com erciais , é<br />
nosso direito afirm ar a excepcionalida<strong>de</strong> do trabalho artístico cooperativado que<br />
precisa <strong>de</strong> tratam ento à parte <strong>em</strong> relação as cham adas regras <strong>de</strong> mercado.<br />
Edições Anteriores O nosso projeto é o acesso à cultura <strong>de</strong> todo cidadão brasileiro, conform e reza a<br />
nossa constituição. É a contribuição que estam os dando há 25 anos para o<br />
patrimônio cultural da nação, que não é pequeno. Além <strong>de</strong> serm os consi<strong>de</strong>rados<br />
ex<strong>em</strong> plo <strong>de</strong> cooperativism o <strong>em</strong> todo o Brasil, o nosso esforço é a <strong>em</strong> ancipação da<br />
cidadania <strong>em</strong> nosso país, com projetos artísticos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> que contribu<strong>em</strong><br />
significativamente para a am pliação do repertório cultural dos cidadãos, ampliando<br />
<strong>de</strong> platéias e gerando postos <strong>de</strong> trabalho.<br />
Chegou a hora <strong>de</strong> nos unirmos internamente, nos unirmos com agentes culturais<br />
que têm no cooperativism o a melhor forma <strong>de</strong> produção e <strong>de</strong> trabalho, para<br />
d<strong>em</strong> onstrar aos nossos parceiros, do estado à iniciativa privada, que o nosso grau<br />
<strong>de</strong> organização e profissionalism o merece uma atenção específica que se traduza<br />
no alargamento <strong>de</strong> nossas possibilida<strong>de</strong>s produtivas e não no engessam ento <strong>de</strong><br />
nossas ativida<strong>de</strong>s.<br />
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Edições Anteriores<br />
Serviços<br />
Atualização cadastral<br />
A <strong>Cooperativa</strong> está convocando todos os cooperados a atualizar, no site, o<br />
Formuiário do INSS. O cooperado <strong>de</strong>ve informar, por meio do preenchim ento do<br />
formulário, seu nome completo, nome artístico, número do INSS e núm ero <strong>de</strong><br />
matrícula, para regularizar sua situação cadastral junto a <strong>Cooperativa</strong>. Basta<br />
acessar o site www.cooperativa<strong>de</strong>teatro.com .br e clicar no link correspon<strong>de</strong>nte.<br />
Livros à disposição<br />
Por meio <strong>de</strong> uma parceria com a Livraria Cena Brasileira, a <strong>Cooperativa</strong> t<strong>em</strong> agora,<br />
<strong>em</strong> sua se<strong>de</strong>, diversos livros sobre teatro. A Livraria Cena Brasileira fez uma<br />
seleção especial <strong>de</strong> livros que disponibiliza para os cooperados na se<strong>de</strong>. A Cena<br />
Brasileira é especializada <strong>em</strong> livros sobre teatro. Mais inform ações pelo e-mail<br />
cenabrasileira@ hotm ail.com ou pelo telefone (11) 3825-5492.<br />
Instrumento <strong>de</strong> Participação Mútua<br />
Muitos grupos ainda não apresentaram à <strong>Cooperativa</strong> os Instrum entos <strong>de</strong><br />
Participação Mútua que reg<strong>em</strong> as ativida<strong>de</strong>s dos cooperados <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cada<br />
núcleo <strong>de</strong> produção. Esse documento é importante porque contém os direitos e<br />
<strong>de</strong>veres <strong>de</strong> cada um, <strong>de</strong>finindo também as tarefas e a form a <strong>de</strong> distribuição dos<br />
resultados do trabalho. Qualquer dúvida para redigir o docum ento po<strong>de</strong> ser<br />
resolvida com a assessoria jurídica da <strong>Cooperativa</strong>.<br />
Vitrine<br />
A <strong>Cooperativa</strong> vai criar <strong>em</strong> breve no site uma seção <strong>em</strong> que possíveis<br />
patrocinadores possam encontrar grupos cujos trabalhos queiram apoiar. Os<br />
grupos interessados <strong>de</strong>v<strong>em</strong> enviar uma proposta <strong>de</strong> trabalho (s<strong>em</strong> pre com uma<br />
form a <strong>de</strong> contato) para ficar<strong>em</strong> "expostos" nesta seção. A <strong>Cooperativa</strong> vai divulgar<br />
o trabalho para <strong>em</strong> presas e entida<strong>de</strong>s.<br />
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