PROBLEMA VIRA SOLUÇãO - Automotive Business
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AGRALE | 50 ANOS a ForÇa da agrale é a raPIdeZ naS decISÕeS. QUando nÃo TemoS PoSSIBIlIdade de comPeTIr em camPo aBerTo, eXPloramoS nIcHoS ordem é CRESCER agrale reVISITa a TraJeTÓrIa como monTadora nacIonal e TraÇa PlanoS Para creScImenTo com renoVaÇÃo doS ProdUToS Completar 50 anos com planos para continuar crescendo de maneira sólida e sustentável não é para qualquer um. Porém, em 2012, essa é a pauta que rege a Agrale, fabricante de veículos de Caxias do Sul (RS) com capital 100% nacional. Consciente de seu real tamanho, em mercado caracterizado pela presença de grandes empresas internacionais, a empresa abriu espaço no cenário automotivo nacional antes de avançar 64 • AutomotiveBUSINESS HugO ZAttERA, presidente da Agrale CAMILA BOFF no exterior, ocupando nichos de mercado. Líder nos segmentos de chassis de ônibus leves e tratores de baixa potência, com 50% do mercado em cada uma dessas categorias, a Agrale demonstrou ser competitiva também em caminhões leves e médios e avançou 26% das vendas em 2011. A Agrisa, precursora da Agrale, surgiu na região metropolitana de Porto Alegre em 1962. A compra pelo grupo caxiense Francisco Stedile se deu três anos depois, com o foco mantido na produção de microtratores de duas rodas, equipamento de valor para a incipiente mecanização da agricultura familiar. O Agrale 415, primeiro microtrator de quatro rodas, veio em 1968 e foi integrado à linha 4.100. Uma das conquistas da Agrale nas cinco décadas de existência foi a consolidação de um parque fabril moderno e estrategicamente situado, apoiado em três sedes. Há três anos teve início a operação da planta em Mercedes, na Argentina, um marco no processo de internacionalização, mobilizando 77 profissionais na montagem de caminhões a partir de suprimentos enviados pela operação brasileira. Cerca de 15% da produção no país vizinho é destinada a exportações. PARTICIPAÇÃO Com os pés no chão, mesmo depois de registrar crescimento de 16% em 2011, o presidente da Agrale, Hugo Zattera, avalia ainda os reflexos que a crise europeia pode trazer no desempenho da companhia em 2012, enquanto estima recuo na produção nacional de veículos comerciais pelo efeito do Proconve P7, que provoca elevação no preço dos veículos por conta das novas tecnologias. A queda na demanda é projetada em 10% a 15% para chassis de ônibus e em 5% a 10% nos caminhões. A fabrican
AS tRêS FáBRICAS dA AgRALE em Caxias do Sul, RS: a primeira, de 1975, abriga o centro administrativo, a produção de componentes e montagem de tratores e motores. A segunda, de 1985, é dedicada à montagem de veículos. A terceira, de 1990, produz cabines e componentes. te de Caxias do Sul, porém, pretende elevar a participação em ambos os segmentos, perseguindo resultados equivalentes aos de 2011. O cenário econômico de 2012, com países desenvolvidos em crise querendo desovar seus produtos em mercados ainda não saturados, como o brasileiro, e o avanço da China alertam Zattera. Para ele, esses movimentos sugerem cuidados especiais com o nível de atividade do parque industrial brasileiro, que pode ser levado a pisar suavemente no freio. Medidas como o aumento de 30 pontos no IPI de veículos com menos de 65% de conteúdo nacional, na visão do presidente da montadora brasileira, servem como passo para a organização industrial do País. “Será preciso, no entanto, enfrentar os problemas internos, enquanto questões logísticas, burocracia e uma pesada cesta de custos ameaçam nossa competitividade aqui e lá fora”, analisa. Para se firmar em cenário com tais desafios, a Agrale repete a receita de crescer com ganhos de eficiência nas operações, como faz desde a fundação, e buscar a ocupação de nichos do mercado automotivo. Nascida a partir dos tratores de duas rodas, a empresa cresceu com o ingresso em segmentos como o de transporte de passageiros e cargas e motocicletas. “Somos rápidos em nossas decisões e essa é a força da Agrale. Quando não temos possibilidade de competir em campo aberto, exploramos nichos”, afirma. A Agrale é vista com orgulho na região de Caxias do Sul, que abriga uma indústria vigorosa de veículos comerciais e componentes para a indústria de transportes empenhada em valorizar produtos e serviços nacionais. Zattera avalia que 70% dos produtos de seu portfólio são resultado de trabalho interno. “Há espaço para uma empresa como a nossa crescer. Criamos produtos com uma engenharia muito atuante e alcançamos uma rapidez de decisão e entrega que outros não têm”, observa. Localizada no segundo maior polo metalmecânico do País, mas distante dos grandes centros de distribuição e consumo, a Agrale carrega traços importantes do DNA caxiense. “O isolamento levou os imigrantes italianos que colonizaram a Serra Gaúcha a buscar o desenvolvimento da região e a industrialização. Com a Agrale não foi diferente”, compara. aVanÇo com a mecanIZaÇÃo agrÍcola Em estreita ligação com o trabalho rural, a história da Agrale foi marcada pela forte participação nas fases de mecanização da agricultura, na década de 1970 e mais recentemente com a renovação da frota. “Esse processo é fundamental para que a produção no campo cresça e acompanhe a demanda por alimentos”, defende Zattera. A Agrale projeta para 2012 repetir a média de 1,9 mil tratores comercializada nos dois últimos anos. No segmento de baixa potência, a empresa detém mais de 50% de participação do mercado e oferece como vanta- gem competitiva o consumo médio de apenas um litro de diesel por hora trabalhada. O programa Mais Alimentos do governo federal, estimulado por uma linha de crédito subsidiada para incentivar a agricultura familiar na compra de novas máquinas e implementos agrícolas, teve impacto expressivo na produção de tratores e renovação da frota agrícola. “É um programa muito bem adequado ao produtor rural. Já conseguimos atingir os médios produtores, mas precisamos vencer a dificuldade para acessar os pequenos”, conclui Zattera, torcendo para o amadurecimento do projeto. AutomotiveBUSINESS • 65
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AS tRêS FáBRICAS dA AgRALE em Caxias do Sul, RS: a primeira, de 1975, abriga o centro<br />
administrativo, a produção de componentes e montagem de tratores e motores. A segunda, de<br />
1985, é dedicada à montagem de veículos. A terceira, de 1990, produz cabines e componentes.<br />
te de Caxias do Sul, porém, pretende<br />
elevar a participação em ambos os<br />
segmentos, perseguindo resultados<br />
equivalentes aos de 2011.<br />
O cenário econômico de 2012,<br />
com países desenvolvidos em crise<br />
querendo desovar seus produtos em<br />
mercados ainda não saturados, como<br />
o brasileiro, e o avanço da China<br />
alertam Zattera. Para ele, esses movimentos<br />
sugerem cuidados especiais<br />
com o nível de atividade do parque<br />
industrial brasileiro, que pode ser levado<br />
a pisar suavemente no freio. Medidas<br />
como o aumento de 30 pontos<br />
no IPI de veículos com menos de 65%<br />
de conteúdo nacional, na visão do<br />
presidente da montadora brasileira,<br />
servem como passo para a organização<br />
industrial do País. “Será preciso,<br />
no entanto, enfrentar os problemas<br />
internos, enquanto questões logísticas,<br />
burocracia e uma pesada cesta<br />
de custos ameaçam nossa competitividade<br />
aqui e lá fora”, analisa.<br />
Para se firmar em cenário com tais<br />
desafios, a Agrale repete a receita de<br />
crescer com ganhos de eficiência nas<br />
operações, como faz desde a fundação,<br />
e buscar a ocupação de nichos<br />
do mercado automotivo. Nascida a<br />
partir dos tratores de duas rodas, a<br />
empresa cresceu com o ingresso em<br />
segmentos como o de transporte de<br />
passageiros e cargas e motocicletas.<br />
“Somos rápidos em nossas decisões<br />
e essa é a força da Agrale. Quando<br />
não temos possibilidade de competir<br />
em campo aberto, exploramos nichos”,<br />
afirma.<br />
A Agrale é vista com orgulho na região<br />
de Caxias do Sul, que abriga uma<br />
indústria vigorosa de veículos comerciais<br />
e componentes para a indústria<br />
de transportes empenhada em valorizar<br />
produtos e serviços nacionais. Zattera<br />
avalia que 70% dos produtos de seu<br />
portfólio são resultado de trabalho interno.<br />
“Há espaço para uma empresa como<br />
a nossa crescer. Criamos produtos<br />
com uma engenharia muito atuante e<br />
alcançamos uma rapidez de decisão e<br />
entrega que outros não têm”, observa.<br />
Localizada no segundo maior polo<br />
metalmecânico do País, mas distante<br />
dos grandes centros de distribuição<br />
e consumo, a Agrale carrega traços<br />
importantes do DNA caxiense. “O isolamento<br />
levou os imigrantes italianos<br />
que colonizaram a Serra Gaúcha a<br />
buscar o desenvolvimento da região e<br />
a industrialização. Com a Agrale não<br />
foi diferente”, compara.<br />
aVanÇo com a mecanIZaÇÃo agrÍcola<br />
Em estreita ligação com o trabalho rural, a história<br />
da Agrale foi marcada pela forte participação nas fases<br />
de mecanização da agricultura, na década de 1970<br />
e mais recentemente com a renovação da frota. “Esse<br />
processo é fundamental para que a produção no campo<br />
cresça e acompanhe a demanda por alimentos”, defende<br />
Zattera.<br />
A Agrale projeta para 2012 repetir a média de 1,9<br />
mil tratores comercializada nos dois últimos anos. No<br />
segmento de baixa potência, a empresa detém mais de<br />
50% de participação do mercado e oferece como vanta-<br />
gem competitiva o consumo médio de apenas um litro<br />
de diesel por hora trabalhada.<br />
O programa Mais Alimentos do governo federal, estimulado<br />
por uma linha de crédito subsidiada para incentivar a<br />
agricultura familiar na compra de novas máquinas e implementos<br />
agrícolas, teve impacto expressivo na produção<br />
de tratores e renovação da frota agrícola. “É um programa<br />
muito bem adequado ao produtor rural. Já conseguimos<br />
atingir os médios produtores, mas precisamos vencer a<br />
dificuldade para acessar os pequenos”, conclui Zattera,<br />
torcendo para o amadurecimento do projeto.<br />
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