PROBLEMA VIRA SOLUÇãO - Automotive Business

FÓRUM aUtoMotive bUsiness
PESQUISA COM
OS PARTICIPANTES
MOSTROU
QUE O NOVO
PACOTE DARÁ
APENAS FôLEgO
PROVISÓRIO à
INDúSTRIA
pesqUisa
Maílson da Nóbrega, ex-ministro da
Fazenda e sócio-diretor da Tendências
Consultoria, é um palestrante que empolga
a plateia. Com desembaraço,
transpira familiaridade com as nuances
da economia e credibilidade – a
mesma que sua empresa conquistou
ao fazer projeções vencedoras sobre o
comportamento da inflação, câmbio e
evolução do PIB. A apresentação no
fórum rendeu as melhores notas nas
avaliações da audiência, interessada
em compreender a evolução da economia
e a nova etapa do regime automotivo,
antecipada pelo governo em 4
de abril, cinco dias antes do encontro
promovido por Automotive Business.
O providencial anúncio,
conduzido com solenidade
em Brasília como
uma nova etapa do
Plano Brasil Maior, provocou
uma disparada
nas inscrições para o fórum
automotivo, atraindo
diferentes players da
cadeia de produção de
componentes e veículos.
Clayton Campanhola,
diretor da ABDI,
a Agência Brasileira
de Desenvolvimento
38 • AutomotiveBUSINESS
industrial, foi indicado pela cúpula do
Ministério do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio, para apresentar o novo
pacote durante o evento.
Na abertura do encontro, uma pesquisa
eletrônica em tempo real mobilizou
cerca de 380 votantes e apontou
as expectativas dos participantes em
relação à nova etapa do regime automotivo.
Para 64,8% deles, as soluções
para estimular a competitividade exigem
urgência, mas devem ser analisadas
sem precipitação e o governo
deve buscar consenso com empresas
e trabalhadores. As opiniões dividiram-
-se quanto à melhor forma de promover
esse diálogo: 34,9% aprovaram a
instalação dos conselhos de competiti-
PAulO CARDAmOne, diretor da IHS, e mARCOs
lutz, CEO da Cosan: cenários para a indústria e o etanol
letíCIA COstA, sócia-diretora da Prada: soluções
propostas pelo governo foram pontuais e insuficientes
vidade pelo governo, mas 45,6% acreditam
que seria melhor substituir esse
mecanismo por um diálogo direto do
governo com entidades do setor.
Para 71,2%, um maior grau de
competitividade só virá com a soma
de medidas conjunturais e uma reforma
estrutural e 56,1% consideraram
que o novo pacote dará apenas fôlego
provisório à indústria, sem garantir
maior poder de competir. Nem todos
concordaram que as restrições às
importações representam o melhor
caminho para o setor: 49,7% das
respostas aprovaram maior liberdade
nas importações e no conteúdo local
de autopeças.
O novo pacote tenta passar a limpo
o anterior, que resumia
tentativas de defender a
indústria local, sem mexer
na essência dos problemas
que travam o avanço do
setor e os ganhos de competitividade.
A segunda etapa
do regime automotivo,
contida na Medida Provisória
563 e no Decreto 7.716,
representa um passo avante,
mas não traz grandes
sacadas, não aponta soluções
efetivas em direção à
competitividade e não tem