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PROBLEMA VIRA SOLUÇãO - Automotive Business

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CAMINHÕES | MERCEDES-BENZ<br />

ZiEgLER e Linsmayer: em Juiz de<br />

Fora, o fôlego que faltava à marca<br />

A<br />

fábrica da Mercedes-Benz em<br />

Juiz de Fora (MG) é hoje um<br />

curioso exemplo de green field<br />

(planta que nasce do zero) criada em<br />

cima de uma brown field (unidade já<br />

construída). Isso porque fazer caminhões<br />

é bastante diferente de produzir carros.<br />

Assim, com exceção de paredes e tetos,<br />

tudo teve de ser reconstruído. Alguns<br />

dos equipamentos de pintura (principalmente<br />

o prédio, a parte mais cara dessa<br />

instalação) e robôs de soldagem foram<br />

reaproveitados, mas a maior parte do<br />

maquinário foi trocada. Com isso, as<br />

mais modernas e eficientes tecnologias<br />

de manufatura puderam ser introduzidas.<br />

Ronald Linsmayer, vice-presidente de<br />

operações no Brasil e COO da Daimler<br />

América Latina, ao falar da nova linha de<br />

produção, não esconde o sorriso de engenheiro<br />

que ganhou todos os “brinquedos”<br />

que queria. “Começamos do zero<br />

um projeto que agora serve de referência<br />

global para o grupo. Em 18 meses<br />

criamos aqui a mais moderna fábrica<br />

de caminhões do mundo”, comemora.<br />

“Quando decidimos transformar Juiz de<br />

Fora em fábrica de caminhões (2010),<br />

começamos a buscar as melhores práticas<br />

mundiais nas melhores unidades de<br />

produção, os benchmarks.”<br />

Segundo o executivo, foram avaliados<br />

e comparados, em cada planta visitada,<br />

conceitos de logística, tecnologia,<br />

manutenção, verticalização, produção e<br />

até custos fixos e remuneração dos empregados.<br />

“Analisamos tudo, juntamos<br />

28 • <strong>Automotive</strong>BUSINESS<br />

e adaptamos para criar aqui o melhor<br />

dos mundos em uma fábrica limpa”,<br />

conta. Ainda não está tudo pronto em<br />

Juiz de Fora: a pintura começa a funcionar<br />

no segundo semestre e a linha<br />

de armação (soldagem), com alto grau<br />

de robotização, deve ficar pronta no<br />

começo de 2013. A planta só não terá<br />

estamparia – essas partes continuam a<br />

ser feitas em São Bernardo do Campo,<br />

SP, na Alemanha ou por fornecedores.<br />

Por enquanto, as cabines do leve Accelo<br />

e do pesado Actros chegam inteiras<br />

e já pintadas, entrando diretamente na<br />

montagem final, única etapa do processo<br />

que funciona plenamente até agora.<br />

No horizonte de nove meses à frente,<br />

a produção será acelerada substancialmente<br />

com a chegada das carrocerias<br />

completamente desmontadas.<br />

“Hoje, transportamos muito ar dentro<br />

das cabines inteiras (são acomodadas<br />

seis por carreta no caso do Accelo).<br />

Um caminhão poderá trazer muito<br />

mais suprimento acomodando as peças<br />

soltas”, diz Linsmayer.<br />

Quando as desvantagens logísticas<br />

tiverem sido superadas, a Mercedes-<br />

-Benz terá uma das mais eficientes<br />

fábricas do mundo. “Ainda não conseguimos<br />

fechar todas as contas, estamos<br />

analisando, mas com todos os<br />

processos mais produtivos que introduzimos<br />

já dá para dizer que os custos<br />

de produção em Juiz de Fora são dois<br />

dígitos porcentuais menores do que<br />

em São Bernardo”, diz o executivo.<br />

A MATRiZ alemã endossou soluções<br />

inéditas, com sistema puxado just in<br />

sequence, surpreendente organização da<br />

manufatura e AGVs na linha de montagem<br />

JUIZ DE FORA,<br />

O MELHOR DOs MuNDOs<br />

No caso do Actros, o modelo só<br />

tem 25% de nacionalização e quase<br />

tudo vem da Alemanha. O objetivo é<br />

atingir o índice de 60% até 2014, fundamental<br />

para que possa ser financiado<br />

no Brasil com as taxas atrativas<br />

do BNDES Finame. Enquanto isso não<br />

acontece, as partes desmontadas do<br />

modelo extrapesado chegam ao porto<br />

do Rio de Janeiro e seguem de trem para<br />

um porto seco perto da fábrica, onde<br />

são desembaraçadas e vão para a montagem.<br />

No futuro, essa linha de trem<br />

poderá ter um ramal dentro da unidade<br />

industrial, facilitando a logística.<br />

Já o Accelo é quase 90% nacional,<br />

mas por enquanto a maioria dos itens<br />

vem de São Bernardo, a 500 quilômetros<br />

de distância por rodovia. Portanto,<br />

parece mais difícil trazer os componentes<br />

nacionais do Accelo do que os importados<br />

do Actros.<br />

SOLUÇÕES INÉDITAS<br />

Ao avaliar só o que já funciona, é notória<br />

a modernidade da fábrica mineira da<br />

Mercedes-Benz. Tudo é muito limpo e<br />

claro, não há estoques e sobra espaço<br />

para futuras expansões. Os componentes<br />

chegam “puxados” por sistema computadorizado<br />

de pedidos, just in time e<br />

just in sequence, no momento certo e<br />

na quantidade/especificação exatas. As<br />

peças chegam às linhas de maneira sequenciada<br />

em bandejas para o operador,<br />

o que evita perda de tempo ou erros na<br />

escolha do componente a montar.

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