PROBLEMA VIRA SOLUÇãO - Automotive Business

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18.04.2013 Views

MÁQUINAS AGRÍCOLAS MUDANÇAS NOS VeNTOs CENÁRIO É DE CRESCIMENTO ZERO NAS VENDAS EM 2012 Os bons ventos que pairavam sobre o campo do mercado brasileiro de máquinas agrícolas parecem agora soprar com menos intensidade. Após registrar em 2010 o segundo melhor ano em vendas ao atacado, com 68,4 mil unidades, perdendo apenas para o desempenho de 1976 (80,2 mil), as primeiras projeções da Anfavea para 2012 apontam que o mercado deve consumir em princípio, o mesmo volume de 2011, que ficou em 65,3 mil novas máquinas. O cenário de crescimento zero nas vendas ainda assim seria positivo, segundo Milton Rego, vice-presidente da entidade. O resultado negativo no primeiro trimestre, cuja queda foi de 3,3% sobre mesmo período de 2011, não desanimou o setor. “Apesar de negativo, é um desempenho dentro do esperado para este ano. A partir de abril começam as vendas mais acentuadas em tratores, o que geralmente ocorre até outubro, por causa da sazonalidade”, explica. milTON regO, vice-presidente da Anfavea na área de máquinas agrícolas 16 • AutomotiveBUSINESS sueli reis O segmento de tratores continuará impulsionando o mercado, mesmo com o menor ritmo das vendas por meio dos programas de fomento à agricultura familiar, como o Mais Alimentos, observado principalmente nas regiões Sul e Sudeste. A AGCO, grupo líder no mercado de tratores e dona das marcas Massey Ferguson e Valtra, espera repetir o patamar do ano passado. O diretor comercial da Massey Ferguson, Carlito Eckert, projeta encerrar 2012 com os mesmos 30% de participação, com vendas semelhantes a 14 mil tratores e 700 colheitadeiras de 2011. O gerente comercial da Valtra, Luiz Cambuhy, informa que a expectativa é positiva, apesar de a forte estiagem na região Sul ter atingido as vendas no primeiro trimestre, mas aposta no potencial das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do País. A marca projeta entregar 12 mil tratores este ano e ampliar sua participação de 5% para 7% no mercado de colheitadeiras, algo como 265 unidades. Já para o segmento de pesados do setor, Eckert lembra do impulso das linhas de financiamento para os médios e grandes produtores, como o programa PSI Agrícola, que tem mobilizado a maior parte dos negócios do setor. “Com a recente renovação do programa até dezembro de 2013, anunciado pelo governo no pacote do Brasil Maior, o produtor rural poderá programar seus investimentos e viabilizar um crescimento em produtividade fomentado por máquinas mais modernas e que propiciem menores índices de perda.” EXPORTAÇÕES Enquanto o mercado interno torce para que tudo continue como está, o cenário para as exportações se revela ainda mais desafiador. Por enquanto, a Anfavea estima que as vendas externas também encerrem 2012 com mesmo volume do ano passado, 18,4 mil unidades. Contudo, Rego alertou que o País continua enfrentando dificuldades com a Argentina, por causa das restrições às importações e liberação das licenças. No ano passado, o país vizinho foi responsável por 57% da queda das vendas ao exterior, revelou o vice-presidente da Anfavea. “Nossa previsão inicial é de que não haverá queda nas exportações este ano. Entretanto, se a situação com a Argentina não se regularizar, vamos ter de trabalhar com um cenário de queda para 2012.” O gerente de exportações da Valtra, Roberto Mauro Marques, aponta outros fatores que devem afetar os negócios além das fronteiras, principalmente na América Latina, região que ocupa a pri

meira posição em importância para as exportações do segmento. “Existe um reflexo da seca, que atingiu as regiões brasileiras e os países vizinhos como Uruguai, Bolívia e especialmente o Paraguai, que deve ter uma redução de até 40% em seu mercado de tratores. Vemos também o Chile com redução no seu mercado de tratores pela crise europeia, por ter uma economia totalmente aberta. Com isto deve ocorrer uma redução do mercado com relação a 2011, mas esperamos manter o patamar de volume de 2011 auxiliado pelas possibilidades na Venezuela.” Fora da América Latina, o País também enfrenta problemas, conforme relata Milton Rego. As máquinas nacionais vêm perdendo espaço nos Estados Unidos, segundo mercado em importância. “Nossa falta de competitividade tem re- duzido o porcentual de participação no mercado norte-americano pelo menos nos últimos seis anos, e perdemos para matrizes europeias e para empresas instaladas na Índia e Turquia.” Também por falta de competitividade, as vendas têm caído na África, terceiro principal mercado consumidor de máquinas agrícolas produzidas no Brasil. Porém, segundo o representante da Anfavea, ainda há alguma expectativa positiva com relação ao continente, que está aderindo ao programa Mais Alimentos, numa iniciativa do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) brasileiro com países como Gana, Zimbábue, Moçambique, Senegal e Quênia. “Esperamos que esta seja a oportunidade para a retomada dos produtos brasileiros na África”, conclui. n AutomotiveBUSINESS • 17

MÁQUINAS AGRÍCOLAS<br />

MUDANÇAS NOS VeNTOs<br />

CENÁRIO É DE CRESCIMENTO ZERO NAS VENDAS EM 2012<br />

Os bons ventos que pairavam<br />

sobre o campo do mercado<br />

brasileiro de máquinas<br />

agrícolas parecem agora soprar com<br />

menos intensidade. Após registrar em<br />

2010 o segundo melhor ano em vendas<br />

ao atacado, com 68,4 mil unidades,<br />

perdendo apenas para o desempenho<br />

de 1976 (80,2 mil), as primeiras projeções<br />

da Anfavea para 2012 apontam<br />

que o mercado deve consumir em princípio,<br />

o mesmo volume de 2011, que<br />

ficou em 65,3 mil novas máquinas. O<br />

cenário de crescimento zero nas vendas<br />

ainda assim seria positivo, segundo Milton<br />

Rego, vice-presidente da entidade.<br />

O resultado negativo no primeiro trimestre,<br />

cuja queda foi de 3,3% sobre<br />

mesmo período de 2011, não desanimou<br />

o setor. “Apesar de negativo, é um<br />

desempenho dentro do esperado para<br />

este ano. A partir de abril começam as<br />

vendas mais acentuadas em tratores, o<br />

que geralmente ocorre até outubro, por<br />

causa da sazonalidade”, explica.<br />

milTON regO, vice-presidente da<br />

Anfavea na área de máquinas agrícolas<br />

16 • <strong>Automotive</strong>BUSINESS<br />

sueli reis<br />

O segmento de tratores continuará<br />

impulsionando o mercado, mesmo<br />

com o menor ritmo das vendas por<br />

meio dos programas de fomento à<br />

agricultura familiar, como o Mais Alimentos,<br />

observado principalmente nas<br />

regiões Sul e Sudeste.<br />

A AGCO, grupo líder no mercado<br />

de tratores e dona das marcas Massey<br />

Ferguson e Valtra, espera repetir<br />

o patamar do ano passado. O diretor<br />

comercial da Massey Ferguson,<br />

Carlito Eckert, projeta encerrar 2012<br />

com os mesmos 30% de participação,<br />

com vendas semelhantes a 14 mil tratores<br />

e 700 colheitadeiras de 2011.<br />

O gerente comercial da Valtra, Luiz<br />

Cambuhy, informa que a expectativa<br />

é positiva, apesar de a forte estiagem<br />

na região Sul ter atingido as vendas<br />

no primeiro trimestre, mas aposta no<br />

potencial das regiões Norte, Nordeste<br />

e Centro-Oeste do País. A marca projeta<br />

entregar 12 mil tratores este ano<br />

e ampliar sua participação de 5% para<br />

7% no mercado de colheitadeiras,<br />

algo como 265 unidades.<br />

Já para o segmento de pesados do<br />

setor, Eckert lembra do impulso das linhas<br />

de financiamento para os médios<br />

e grandes produtores, como o programa<br />

PSI Agrícola, que tem mobilizado<br />

a maior parte dos negócios do setor.<br />

“Com a recente renovação do programa<br />

até dezembro de 2013, anunciado<br />

pelo governo no pacote do Brasil Maior,<br />

o produtor rural poderá programar seus<br />

investimentos e viabilizar um crescimento<br />

em produtividade fomentado<br />

por máquinas mais modernas e que<br />

propiciem menores índices de perda.”<br />

EXPORTAÇÕES<br />

Enquanto o mercado interno torce para<br />

que tudo continue como está, o cenário<br />

para as exportações se revela ainda<br />

mais desafiador. Por enquanto, a Anfavea<br />

estima que as vendas externas também<br />

encerrem 2012 com mesmo volume<br />

do ano passado, 18,4 mil unidades.<br />

Contudo, Rego alertou que o País continua<br />

enfrentando dificuldades com a<br />

Argentina, por causa das restrições às<br />

importações e liberação das licenças.<br />

No ano passado, o país vizinho foi responsável<br />

por 57% da queda das vendas<br />

ao exterior, revelou o vice-presidente da<br />

Anfavea. “Nossa previsão inicial é de<br />

que não haverá queda nas exportações<br />

este ano. Entretanto, se a situação com<br />

a Argentina não se regularizar, vamos<br />

ter de trabalhar com um cenário de<br />

queda para 2012.”<br />

O gerente de exportações da Valtra,<br />

Roberto Mauro Marques, aponta outros<br />

fatores que devem afetar os negócios<br />

além das fronteiras, principalmente na<br />

América Latina, região que ocupa a pri

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