PROBLEMA VIRA SOLUÇãO - Automotive Business
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tal para sua indústria: protecionismo.<br />
Para provar<br />
meu ponto, vamos analisar<br />
os principais objetivos<br />
e critérios do novo decreto<br />
do regime automotivo.<br />
Com certeza, um dos<br />
objetivos é fortalecer a indústria<br />
local e incentivar<br />
o consumidor a comprar<br />
veículos brasileiros. Para<br />
isto, o governo elevou o IPI<br />
em 30 pontos porcentuais<br />
e concedeu uma redução<br />
para veículos que sejam<br />
produzidos atendendo<br />
cinco diferentes critérios –<br />
cuja maioria força as montadoras<br />
a atingir nível de<br />
conteúdo local muito alto,<br />
presumidamente 50-55%<br />
medidos sobre o total de<br />
despesas com materiais.<br />
escala<br />
Este fator vai em direção<br />
completamente oposta às<br />
práticas atuais da indústria<br />
automotiva, que busca<br />
fornecedores globais<br />
para alavancar vantagens<br />
de custos nacionais e,<br />
mais importante, ampliar<br />
as economias de escala.<br />
O Brasil é um país caro<br />
para produzir, considerando<br />
o crescente custo da<br />
mão de obra, o alto custo<br />
de matéria-prima, de energia<br />
e logística e um complexo<br />
e caro sistema tributário,<br />
além de uma pesada<br />
burocracia. A única consequência<br />
lógica de um<br />
elevado nível de conteúdo<br />
local em um país com<br />
altos custos é o progresso<br />
do preço dos componentes<br />
e, ao final, avanço<br />
do custo do produto final.<br />
Com o aumento do preço<br />
dos veículos, a indústria<br />
automotiva deverá repensar<br />
seu sonho de vender<br />
5 milhões ou 6 milhões de<br />
unidades por ano.<br />
O segundo objetivo das<br />
novas medidas é o estímulo<br />
a investimentos. Para incentivar<br />
as montadoras a<br />
produzir localmente, pelo<br />
novo decreto, o governo demanda<br />
que dez de 12 processos<br />
sejam realizados localmente<br />
– o que implica<br />
que praticamente todo o<br />
veículo precisa ser fabricado<br />
no Brasil, incluindo a estamparia,<br />
a soldagem e a<br />
montagem do próprio veículo,<br />
do motor, do chassi e<br />
até mesmo da transmissão.<br />
Estas demandas até poderão<br />
ser facilmente atingidas<br />
pelas líderes do mercado,<br />
em virtude dos significativos<br />
volumes de produção,<br />
mas para uma nova montadora<br />
é praticamente impossível<br />
desenvolver um<br />
plano de negócios que suporte<br />
o investimento em uma<br />
nova fábrica.<br />
Vamos assumir que uma<br />
montadora premium muito<br />
conhecida esteja interessada<br />
em investir no<br />
País com a produção, em<br />
longo prazo, de 50 mil unidades<br />
por ano. Para este<br />
volume, não é economicamente<br />
viável localizar nem<br />
o motor, nem a (complexa)<br />
transmissão, nem a<br />
estamparia. A localização<br />
de todos estes processos<br />
tornaria os veículos muito<br />
mais caros do que os atuais<br />
importados, mesmo<br />
Critério de Conteúdo regional<br />
considerando o aumento<br />
do IPI. Consequentemente,<br />
este critério impede<br />
investimentos adicionais<br />
que não apenas trariam<br />
tecnologias de ponta ao<br />
Brasil, mas também criariam<br />
empregos adicionais.<br />
Pelo mesmo raciocínio,<br />
até montadoras muito<br />
maiores enfrentarão problemas<br />
para atender ao<br />
requisito de localizar uma<br />
parte significativa de seus<br />
investimentos em pesquisa<br />
e desenvolvimen-<br />
, regulação automotiva no BraSil<br />
Fonte: Roland Berger<br />
1) De acordo com as expectativas Sindipeças (associação de fornecedores)<br />
Fonte: Roland Berger<br />
<strong>Automotive</strong>BUSINESS • 13