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PROBLEMA VIRA SOLUÇãO - Automotive Business

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PONTO DE VISTA | Stephan keeSe<br />

A INDÚSTRIA<br />

GANHA<br />

TEMPO PARA<br />

SE REINVENTAR<br />

E ATINGIR<br />

CAPACIDADE<br />

DE COMPETIR<br />

SUPERIOR<br />

À ATUAL<br />

Stephan KeeSe é<br />

sócio-diretor da Roland Berger<br />

www.automotivebusiness.com.br/<br />

rolandberger_abril2012.pdf<br />

12 • <strong>Automotive</strong>BUSINESS<br />

NOVO REGIME<br />

AUTOMOTIVO. BOAS<br />

INTENÇÕES, MAS COM<br />

BONS RESULTADOS?<br />

Nos últimos anos<br />

ocorreu um boom<br />

na indústria automotiva<br />

brasileira com o<br />

qual muitos sonharam por<br />

décadas, mas que poucos<br />

realmente acreditaram<br />

que ocorreria. Apenas<br />

entre 2008 e 2011, o crescimento<br />

do mercado chegou<br />

a incríveis 25%, de 2,7<br />

milhões para 3,5 milhões<br />

de veículos. Mas, infelizmente,<br />

a produção local<br />

não foi capaz de avançar<br />

na mesma velocidade.<br />

O aumento dos custos<br />

de produção, combinado<br />

ao fortalecimento do real,<br />

tornou as exportações<br />

para fora do Mercosul virtualmente<br />

impossíveis ou,<br />

ao menos, muito pouco<br />

lucrativas. Enquanto<br />

a produção local para exportação<br />

diminuiu, montadoras<br />

globais começaram<br />

a aproveitar os baixos<br />

custos de produção de algumas<br />

regiões para satisfazer<br />

o grande apetite dos<br />

consumidores brasileiros<br />

por novos veículos. Ao final,<br />

a evolução da produção<br />

local não chegou a alcançar<br />

nem metade do<br />

aumento das vendas, com<br />

uma média de 10% entre<br />

2008 e 2010, de 2,9 milhões<br />

para 3,2 milhões de<br />

veículos.<br />

Quando as montadoras<br />

chinesas e coreanas,<br />

suportadas por seus governos,<br />

começaram a aumentar<br />

o foco no Brasil,<br />

o novo regime automotivo<br />

foi implementado para<br />

fortalecer a indústria automotiva<br />

brasileira e impedir<br />

a crescente quantidade de<br />

veículos importados, que<br />

em 2011 corresponderam<br />

a 24% do volume de emplacamentos<br />

no País.<br />

O fortalecimento da indústria<br />

nacional em relação<br />

aos demais países é a<br />

ideia-chave por trás do capitalismo<br />

e de economias<br />

modernas. Como exemplo,<br />

a indústria automotiva<br />

coreana baseou-se em um<br />

esforço simultâneo de um<br />

seleto grupo de empresas<br />

locais e do governo. Esse<br />

arranjo foi claramente suportado<br />

por uma agenda<br />

conjunta e um plano estratégico.<br />

Acompanhada<br />

de pesadas barreiras comerciais<br />

para proteger as<br />

então frágeis empresas locais,<br />

essa cooperação fo-<br />

cou em investimentos tecnológicos<br />

de longo prazo<br />

para fortalecer a capacidade<br />

local e elevar a competitividade<br />

global da recémnascida<br />

indústria.<br />

A situação atual no Brasil<br />

é muito diferente, já<br />

que a indústria é madura<br />

e as empresas, globais.<br />

E, com certeza, nenhuma<br />

das montadoras<br />

presentes no País necessita<br />

de proteção para desenvolver<br />

novas tecnologias<br />

automotivas. Estas<br />

companhias apenas têm<br />

pouco interesse ou incentivo<br />

para oferecer tecnologias<br />

e equipamentos de<br />

ponta nos veículos brasileiros<br />

a preços competitivos.<br />

Por que não? Bom, a<br />

existência de barreiras comerciais<br />

e de altas taxas<br />

de importação auxiliando<br />

a manter afastadas modernas<br />

e bem equipadas<br />

plataformas globais vêm à<br />

mente. Esta situação soa<br />

familiar?<br />

Com o novo regime automotivo,<br />

o governo brasileiro<br />

está retomando um<br />

modelo ultrapassado que,<br />

por si só, pode ser prejudicial<br />

ou até mesmo fa-

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