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Unidade I - Ministério da Educação

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I M P O R T A N T E<br />

<strong>Uni<strong>da</strong>de</strong> VII – Funcionários: profissionais valorizados ou servidores descartáveis? 68<br />

Nesta uni<strong>da</strong>de vamos discutir a questão <strong>da</strong> profissionalização<br />

dos funcionários no contexto <strong>da</strong>s tendências de terceirização.<br />

Comecemos pela terceirização. Para entendê-la, precisamos<br />

escutar alguns teóricos que classificam as ativi<strong>da</strong>des de trabalho<br />

em “ativi<strong>da</strong>des-fim” e “ativi<strong>da</strong>de-meio”. Para que serve um<br />

hospital? Para curar os doentes? Se você responder que sim,<br />

então as ativi<strong>da</strong>des de médicos e enfermeiros serão “ativi<strong>da</strong>des-fim”<br />

e praticamente to<strong>da</strong>s as outras (preparo dos alimentos,<br />

conservação dos equipamentos, limpeza do ambiente<br />

etc.) serão “ativi<strong>da</strong>des-meio”, que só existem como condições<br />

ou pré-requisitos <strong>da</strong> cura dos doentes. Uma administração eficiente<br />

e eficaz se concentraria nas “ativi<strong>da</strong>des-fim” e poderia<br />

confiar as “ativi<strong>da</strong>des-meio” a “terceiros”, ou seja, a pessoas<br />

ou empresas que prestariam serviços ao hospital mas não fariam<br />

parte de seu quadro permanente de funcionários.<br />

Vamos a uma fábrica de sapatos. Qual é a finali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> fábrica?<br />

Produzir sapatos? Então a ativi<strong>da</strong>de-fim resume-se aos desenhistas<br />

de novos modelos e aos operários especializados <strong>da</strong><br />

produção, que ca<strong>da</strong> vez são em menor número, por conta <strong>da</strong><br />

mecanização e <strong>da</strong> automação. Se a ven<strong>da</strong> dos sapatos também<br />

for incluí<strong>da</strong> como finali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> fábrica, os altos funcionários do<br />

marketing também serão considerados de ativi<strong>da</strong>des-fim. Os<br />

outros, todos os outros, serão outros, e, portanto, passíveis de<br />

ser terceirizados, substituídos por “terceiros” contratados.<br />

E a escola, também ela tem ativi<strong>da</strong>des-fim e ativi<strong>da</strong>des-meio?<br />

Aqui existe grande polêmica. Na visão tradicional e na concepção<br />

tecnicista, sim. O ensino seria a ativi<strong>da</strong>de-fim, e todo<br />

o resto, ativi<strong>da</strong>des-meio, de suporte ou de apoio. Entre essas<br />

últimas, haveria as ativi<strong>da</strong>des de suporte pe<strong>da</strong>gógico (supervisão,<br />

orientação, administração, inspeção e planejamento) e as<br />

de apoio não-pe<strong>da</strong>gógico (alimentação, conservação, vigilância<br />

e outras). Nesse caso, seria plausível terceirizar a meren<strong>da</strong>,<br />

os serviços de manutenção e limpeza, até mesmo a biblioteca,<br />

os laboratórios. Estas seriam considera<strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des periféricas<br />

a um núcleo que constituiria a proposta pe<strong>da</strong>gógica <strong>da</strong><br />

escola.<br />

Em nossa forma de conceber a escola, não existem<br />

ativi<strong>da</strong>des-fim e ativi<strong>da</strong>des-meio, porque o objetivo <strong>da</strong> escola<br />

não é o ensino, mas a educação em sua totali<strong>da</strong>de.

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