Investigação sobre 'Máfia da Merenda' chega a ... - ABCD Maior

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6 21 a 24 de janeiro de 2011 Dinheiro Vivo Luís Nassif s 50 anos da dinastia ennedy e Jango Ontem completaram 50 anos da posse de John Kennedy na residência dos Estados Unidos.Só os mais velhos podem ter ma ideia do que representou sua eleição para a imagem nortemericana no mundo. Um jovem presidente, herói de guerra, asado com uma belíssima primeira-dama e tendo um discurso iberal – ofuscado pela guerra do Vietnã. E aí entra algo pouco relatado na história do país: as fi nidades entre o presidente brasileiro João Goulart e o grupo ennedy. Jango dedicava a Kennedy uma admiração juvenil tão ntensa que, quando solicitou encontro com o colega americano, eixou de cabelo em pé seu ministro da Fazenda Walther Moeira Salles, e o embaixador brasileiro em Washington, Roberto ampos. Ambos tinham receio de que o encontro com Kennedy cirrasse ainda mais as tendências populistas de Jango. Por prevenção, Campos seguiu na frente da comitiva e ncontrou-se com Mike Mansfi eld, líder democrata no Senado seu amigo desde a primeira embaixada. Na inauguração de rasília, JK o incumbira de convidar o senador Mansfi eld. Em utros momentos, Walther o hospedara em sua casa, assim omo a sua mulher e fi lha. Tornara-se amigo de toda a família. Essa intimidade permitiu-lhe falar francamente com Manseld. Fê-lo entender que Jango mostrava tendências populistas ue às vezes atrapalhavam a gestão da economia. O governo á enfrentava difi culdades com a expansão de crédito do Banco o Brasil. Se Jango enveredasse pelo populismo, não haveria ossibilidade de cumprir as metas acertadas com o FMI. Mansfi eld acalmou-o: - Eu arranjo para você falar amanhã com Kennedy. O embaixador conhecia Kennedy desde seus tempos no Seado. No encontro com Kennedy, externou suas preocupações. ias depois, Jango chegou com a comitiva. Com ele vinham an Tiago Dantas, ministro das Relações Exteriores, e Herbert evy, líder da minoria na Câmara. Na audiência, Kennedy fi cou e frente a Jango. À sua direita, o secretário Dillon e o embaixaor no Brasil, Lincoln Gordon. À esquerda, Dean Rusk. À direita e Jango, San Tiago. À esquerda, Walther e Campos. S PALAVRAS DE KENNEDY Kennedy começou a falar tendo à frente pedaço de papel. - No ano passado o ministro Moreira Salles esteve por aqui m missão. Assinamos acordo de renegociação da dívida muito nteressante. Mas que interessou sobretudo aos banqueiros industriais do Brasil e dos Estados Unidos. Hoje gostaria de onversar sobre o que interessa aos trabalhadores. Walther e ampos entreolharam-se. Jango não falava inglês. RESPOSTA DE WALTHER Num momento de refl exo, Walther solicitou a Jango a possiilidade de responder em seu nome. Jango aquiesceu. - Presidente Kennedy, o presidente Goulart me autorizou a esponder em seu nome. Quero agradecer as boas vindas e ambém dizer que ele fi cou satisfeito em lembrar os acordos asinados no ano passado. Esses acordos foram muito úteis não ó para os banqueiros como também para os trabalhadores. PAPEL DE GOODWIN Saíram de lá e foram para o almoço. Kennedy abriu a porta quando Walther passou bateu-lhe no ombro: “Bom trabalho”, he disse. Na ante-sala estava Dick Goodwin, responsável ela Aliança para o Progresso, e possível inspirador da fala de ennedy. Walther o havia conhecido quando ele veio com Dillon ara a reunião de Punta Del Este. De fato, ele é que havia ncaminhado o papel para Kennedy. S CONSEQUÊNCIAS Walther abordou-o: - Porque você deu aquele papel para seu presidente? - Porque este deve ser o pensamento que deve ordenar ossas relações. Jango nunca soube o que Kennedy lhe dissera. Nem por sso, o populismo deixou de tomar conta do governo. Princialmente depois que manobras do Congresso derrubaram o gainete Tancredo, a última muralha que segurava o golpe militar. S ANOS SEGUINTES Kennedy foi assassinado em 22 de novembro de 1963. quela altura Jango tinha derrubado o parlamentarismo, asumido como presidente de um presidencialismo amplo. Mas, pesar da presença de fi guras racionais no seu governo, como elso Furtado, cada vez mais foi se perdendo em concessões olíticas, enquanto uma pesada campanha de mídia, mais moimentações da Igreja, criavam um clima de golpe em todo país. FIM DO REGIME Em março do ano seguinte, sobreveio o golpe militar. Na erdade, era o golpe que se tentou aplicar em Getúlio Vargas, e oi abortado por seu suicídio. Depois, tentou-se na posse de JK foi impedido pelo Marechal Henrique Lott. Com Jango, enconrou o campo propício. Não se tratava de nenhum golpista, nem e agitador. Era apenas um político medíocre, incapaz de levar diante a bandeira trabalhista de Vargas. Economia A operadora de telecomunicações GVT (Global Village Telecom) começou a operar com telefonia fi xa e internet banda larga no ABCD. Em breve, moradores de 15 bairros de São Bernardo poderão contar com os produtos da empresa. A cobertura representa, aproximadamente, 40% do território do município. Em Santo André, 43 bairros serão atendidos, o que signifi ca uma cobertura de aproximadamente 36% da área total da cidade. O investimento parcial feito para entrar na Região é estimado em R$ 80 milhões, mas a expectativa é de que o valor total possa chegar à casa dos R$ 130 milhões. A GVT passa a disputar o mercado regional dominado pela Net e pela Telefonica e já estuda disponibilizar internet com velocidade de 35 Mbps Centro de pesquisas da Saab no ABCD deve ficar pronto até maio Indústria que disputa licitação para compra de caças avalia adiamento da decisão O centro de pesquisas aeroespaciais que a indústria sueca Saab instalará em São Bernardo deverá fi car pronto até o mês de maio deste ano. O local para a instalação do complexo segue indefi nido, mas a tendência é de que as instalações sejam localizadas em um lugar que tenha fácil acesso para as empresas. De acordo com o diretorgeral da Saab no Brasil, Bengt Janér, o processo para a criação da Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) que administrará o complexo está próximo de ser fi nalizado. O objetivo agora é atrair mais empreendedores interessados em atuar no centro. Janér destacou que duas empresas já formalizaram sua participação e que empresários da Capital, do interior de São Paulo e de fora do Estado deverão integrar a iniciativa. Serão investidos, aproximadamente, US$ 50 milhões no centro nos próximos cinco anos. A expectativa da Saab é que até o fi m de 2011 o centro tenha pelo menos cinco projetos em atividade, que deverão movimentar cerca de U$S 10 milhões. A Saab disputa a licitação do governo federal FX-2, para a renovação da frota da FAB (Força Aérea Brasileira). A indústria já prometeu que instalará um polo aeronáutico em São Bernardo caso vença a disputa. O polo produziria as fuselagens traseira, central, das asas e das portas principais do trem de aterrissagem do caça Gripen NG. Além disso, a Saab propôs a transferência total de tecnologia para o Brasil, um dos principais requisitos para a defi nição do vencedor da licitação. A operação do centro de pesquisas em São Bernardo independe do resultado da licitação. Concorrência A presidente da República Dilma Rousseff defi niu que a compra dos 36 caças supersônicos para a FAB deve fi car somente para 2012. O motivo para o adiamento se deve à preocupação com a situação fi scal do País e de dúvidas quanto a melhor opção entre os concorrentes. A escolha da aeronave, no entanto, deve acontecer ainda neste ano. Antes, Dilma planeja ouvir setores de fora do governo, especialmente a Embraer, e criar um grupo interministerial para que sejam Janér: adiamento da decisão benefi ciará projeto sueco realizados estudos sobre a melhor opção entre os caças. Apesar do pedido do senador dos Estados Unidos John McCain, durante visita na semana passada à presidente, para que o governo reconsiderasse a proposta da norte-americana Boeing, a disputa deve fi car entre a sueca Saab, que é a preferida da FAB, e a francesa Dassault, preferida pelo Ministério da Defesa. A decisão de adiar o fechamento do negócio estaria atrelada a um possível corte de R$ 40 bilhões no Orçamento da União. Na avaliação do executivo da Saab no Brasil, Bengt Janér, ABCD MAIOR Consumidor do ABCD tem alternativa de telefonia Preços acessíveis e produtos diferenciados são as estratégias da GVT que já está operando em São Bernardo e Santo André FeLIPe RODRIGUes felipe@abcdmaior.com.br (Megabits por segundo) por menos de R$ 100 por mês. O produto considerado carrochefe da empresa é o plano premium 25, que consiste num pacote de 11 mil minutos de ligação local para telefones fi xos, 25 minutos para celulares, 25 minutos para longa distância e banda larga 5 megas por apenas R$109,90. “São Bernardo e Santo André são duas cidades de muita importância para a Região e o nosso objetivo é oferecer produtos de qualidade e com preços mais acessíveis aos consumidores do ABCD”, afi rma o vice-presidente executivo da GVT, Alcides Troller Pinto. O executivo ressalta que um dos diferenciais da empresa está relacionado ao sistema do serviço que será oferecido. “Basicamente estamos utilizando um material de fi bra ótica, o que possibilita uma qualidade maior. Nossa equipe de Chegada da empresa gerará 600 empregos na Região Troller: GVT se prepara para atuar também em S. Caetano engenharia esteve presente nas obras de instalação da estrutura nas cidades e acompanhou tudo de perto para que a implantação do sistema ocorresse da melhor forma possível”, pontua. Troller destaca que a instalação da empresa na Região criará aproximadamente 600 empregos no ABCD, sendo 300 em São Bernardo e Santo André. As oportunidades devem ocorrer nos setores de manutenção de rede, telecomunicações, engenharia, vendas, marketing e administração. “Nosso objetivo sempre foi começar nestas duas cidades. Vamos trabalhar para oferecer um serviço de alta qualidade e tecnologia para os consumidores. A entrada da GVT no mercado Amanda Perobelli o adiamento é uma boa notícia e signifi ca que a presidente quer estudar melhor as propostas antes de ‘bater o martelo’. “Acredito que nosso projeto também poderá ser melhor analisado. Um dos objetivos da Saab é trabalhar em conjunto com as empresas brasileiras e produzir um caça sueco-brasileiro”, fi nalizou. Durante a semana circularam especulações de que o governo reabriria a licitação do FX-2 para outros concorrentes. A possibilidade foi rechaçada por fontes ligadas ao setor. y FeLIPe RODRIGUes felipe@abcdmaior.com.br Fotos: Divulgação do ABCD vai contribuir para o crescimento da Região, o aquecimento da atividade econômica e a ampliação de postos de trabalho no futuro”, pondera. De acordo com o vice-presidente da empresa, a próxima cidade que a GVT deve atuar é em São Caetano. “Estamos ainda na primeira fase que, basicamente, consiste em conseguir a licença para operar na cidade. Mas estamos confi antes e a nossa expectativa é de que em breve ocorra a liberação para atuar no município”, disse. Os consumidores interessados em migrar para a nova empresa de telefonia podem entrar em contato com a operadora através do telefone 10325 ou pelo site www.gvtemsaopaulo.com.br. y

ABCD MAIOR Cultura 21 a 24 de janeiro de 2011 7 O Velho Gê lança ‘Ausência de DNA’ MARINA BAstOs marina@abcdmaior.com.br Indo e vindo de São Bernardo a Santo André todos os dias, sentado no banco do cobrador, Geraldo Lopes, o “Velho Gê”, gostava de reparar no que os passageiros liam. Quando podia, abria seus romances e viajava por inúmeras histórias e fantasias que balançavam diante de seus olhos ao sabor das lombadas do caminho. Em seu inseparável caderno de espiral, anotava inspirações, e lembranças se misturavam à imaginação. Seu ídolo do futebol fazia embaixadinhas ao lado da página em que a mocinha idealizada decide se casar com o grande amor de sua vida. Na página seguinte, a história de um garoto pobre e boleiro amarelava no tempo ao lado de trechos do que um dia poderia se tornar um conto. E quem sabe alguém lesse... Quem sabe alguém gostasse... Quem sabe alguém pudesse fi nalmente imaginar o que se passava na cabeça do cobrador que sonhava se tornar escritor. Vinte anos se passaram até que o Velho Gê, já aposentado, tomou coragem e sentou em frente à máquina de escrever. Um cafezinho recém passado por sua companheira Dirce, e aos poucos o som do toque dos dedos nas teclas se O prefeito Aidan Ravin recepcionado por Patrick Dimon e seu instrumentista Imaginação e experiência pessoal se unem em romance nascido na periferia do ABCD misturava às batidas rap de seu único fi lho, Walter Limonada. Anos de impressões tomavam as folhas de sulfi te, e o primeiro romance de Geraldo Lopes tomava forma. “Ausência de DNA” conta o drama de um garoto que cresceu em um abrigo para menores abandonados e que em certo momento da vida resolve resgatar suas raízes, buscar seu “DNA”, perdido num vasto mundo de desencontros. Mas como nem tudo nessa vida é drama - e o Velho Gê sabe disso -, a história traz o que torna os momentos de qualquer moleque mais coloridos, o futebol. Com muita pesquisa, o autor mencionou nomes de jogadores e times históricos de São Bernardo: Esporte São Bernardo, Palestra, Meninos, Olaria... Foi uma maneira de homenagear aqueles que em tantas tardes de “pelada” em campinhos da periferia do ABCD tiveram seus gestos imitados por garotos de tantos sonhos. Um desses garotos cresceu, continuou batendo bola, e hoje, aos 68 anos, não perdeu o costume, talvez com um pouco menos de desenvoltura, um pouco mais de cabelos brancos e uma resposta na ponta da língua, “Vinte e sete”, se alguém pergunta a idade. E ri com simplicidade. Reinaldo Abud, presidente da APAE Santo André, e os amigos do Rotary Centro, Sergio Stanziani e Laurindo Lopes Rafael Daniel e Luiz Zacarias, ex-vereador de Santo André Desafi o Com um calhamaço embaixo do braço, surgiu um desafi o para o escritor, lidar com o computador, já que as gráfi cas exigiam um arquivo. E o velho Gê não baixou a bola. Depois, era preciso pensar numa capa para o livro. Sem problemas. Com uma caixa de lápis de cor, pintou o que seria o cenário ideal para sua história, árvores, nuvens, um rio e um caminho. Um designer transformou a ideia numa ilustração e, agora sim, a obra estava completa. E o primeiro a ler as palavras do Velho Gê foi o escritor Amílcar Maltez, que assinou o prefácio do livro. “Ausência de DNA” foi feito de forma independente do começo ao fi m. Foi lançado pelo selo Limonada Imprensa Alternativa e hoje é comercializado através de contato com o próprio escritor e também na livraria Suburbano Convicto, no bairro do Bixiga, em São Paulo. Para Walter Limonada, grande incentivador e quase um “empresário” de Geraldo Lopes, o lançamento do livro quebra alguns paradigmas, como o de que apenas acadêmicos têm oportunidade de escrever. “Ausência de DNA faz parte de uma explosão de escritores periféricos. As pessoas mais humildes acabavam engavetando suas obras por achar que aquilo não era pra Geraldo Lopes, o Velho Gê: sensibilidade e experiência de vida impressas no primeiro livro elas. Agora essa ideia de que povão não gosta de ler é quebrada. Não só gostamos de ler como estamos escrevendo”. E ponto fi nal. Para adquirir o livro, entre em contato pelo blog: ovelhoge.blogspot.com. Ou então pelo email: ovelhoge@gmail. com. y Antonio Ledes LIMONADA IMPRENSA ALTERNATIVA O rapper, compositor e escritor Walter Limonada criou o selo independente em 2001 e através dele lançou o fanzine periódico “Folhas de Attittudes”. Em 2003 veio seu primeiro CD, “Mente Poderosa”; em 2005 foi lançado o álbum “Teimosia- É defeito ou qualidade??”; em 2007 Limonada lançou o livro “Trokando Umas Idéias e Rimando Outras” (Com apoio cultural da Ação Educativa). “Ausência de DNA” é o segundo livro da editora e, de acordo com Limonada, já tem mostrado uma ótima repercussão. “É o best seller da Limonada Imprensa Alternativa!”, comemora. por Margarete Suzano realce@abcdmaior.com.br Confraternização Antonio Feijó, assessor de Gabinete Marco A. da Silva e Luiz Lucenti, o “Lulu” da Casa de Tintas Hortências Programa Bairros Mais Fortes Uma festa de confraternização do “Programa Bairros Mais Fortes” foi realizada no salão do Clube Atlético Aramaçan. O encontro contou com a presença do prefeito de Santo André, Aidan Ravin, munícipes e autoridades. Na ocasião foi servido coquetel com a participação do cantor grego Patrick Dimon. Com uma carreira de sucesso no mundo inteiro, Dimon já gravou mais de 30 discos em seis línguas diferentes: grego, espanhol, português, inglês, francês e italiano. No Brasil seu maior sucesso foi “Pigeon Without a Dove”, uma adaptação do clássico “O Guarani”, de Carlos Gomes, tema da novela “Pai Herói”, de 1979. Gabriela G. Fernandes Barcelos, coordenadora de Fomento ao Comércio da Prefeitura de Santo André

6 21 a 24 de janeiro de 2011<br />

Dinheiro Vivo<br />

Luís Nassif<br />

s 50 anos <strong>da</strong> dinastia<br />

ennedy e Jango<br />

Ontem completaram 50 anos <strong>da</strong> posse de John Kennedy na<br />

residência dos Estados Unidos.Só os mais velhos podem ter<br />

ma ideia do que representou sua eleição para a imagem nortemericana<br />

no mundo. Um jovem presidente, herói de guerra,<br />

asado com uma belíssima primeira-<strong>da</strong>ma e tendo um discurso<br />

iberal – ofuscado pela guerra do Vietnã.<br />

E aí entra algo pouco relatado na história do país: as<br />

fi ni<strong>da</strong>des entre o presidente brasileiro João Goulart e o grupo<br />

ennedy. Jango dedicava a Kennedy uma admiração juvenil tão<br />

ntensa que, quando solicitou encontro com o colega americano,<br />

eixou de cabelo em pé seu ministro <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> Walther Moeira<br />

Salles, e o embaixador brasileiro em Washington, Roberto<br />

ampos. Ambos tinham receio de que o encontro com Kennedy<br />

cirrasse ain<strong>da</strong> mais as tendências populistas de Jango.<br />

Por prevenção, Campos seguiu na frente <strong>da</strong> comitiva e<br />

ncontrou-se com Mike Mansfi eld, líder democrata no Senado<br />

seu amigo desde a primeira embaixa<strong>da</strong>. Na inauguração de<br />

rasília, JK o incumbira de convi<strong>da</strong>r o senador Mansfi eld. Em<br />

utros momentos, Walther o hospe<strong>da</strong>ra em sua casa, assim<br />

omo a sua mulher e fi lha. Tornara-se amigo de to<strong>da</strong> a família.<br />

Essa intimi<strong>da</strong>de permitiu-lhe falar francamente com Manseld.<br />

Fê-lo entender que Jango mostrava tendências populistas<br />

ue às vezes atrapalhavam a gestão <strong>da</strong> economia. O governo<br />

á enfrentava difi cul<strong>da</strong>des com a expansão de crédito do Banco<br />

o Brasil. Se Jango envere<strong>da</strong>sse pelo populismo, não haveria<br />

ossibili<strong>da</strong>de de cumprir as metas acerta<strong>da</strong>s com o FMI.<br />

Mansfi eld acalmou-o:<br />

- Eu arranjo para você falar amanhã com Kennedy.<br />

O embaixador conhecia Kennedy desde seus tempos no Seado.<br />

No encontro com Kennedy, externou suas preocupações.<br />

ias depois, Jango chegou com a comitiva. Com ele vinham<br />

an Tiago Dantas, ministro <strong>da</strong>s Relações Exteriores, e Herbert<br />

evy, líder <strong>da</strong> minoria na Câmara. Na audiência, Kennedy fi cou<br />

e frente a Jango. À sua direita, o secretário Dillon e o embaixaor<br />

no Brasil, Lincoln Gordon. À esquer<strong>da</strong>, Dean Rusk. À direita<br />

e Jango, San Tiago. À esquer<strong>da</strong>, Walther e Campos.<br />

S PALAVRAS DE KENNEDY<br />

Kennedy começou a falar tendo à frente pe<strong>da</strong>ço de papel.<br />

- No ano passado o ministro Moreira Salles esteve por aqui<br />

m missão. Assinamos acordo de renegociação <strong>da</strong> dívi<strong>da</strong> muito<br />

nteressante. Mas que interessou <strong>sobre</strong>tudo aos banqueiros<br />

industriais do Brasil e dos Estados Unidos. Hoje gostaria de<br />

onversar <strong>sobre</strong> o que interessa aos trabalhadores. Walther e<br />

ampos entreolharam-se. Jango não falava inglês.<br />

RESPOSTA DE WALTHER<br />

Num momento de refl exo, Walther solicitou a Jango a possiili<strong>da</strong>de<br />

de responder em seu nome. Jango aquiesceu.<br />

- Presidente Kennedy, o presidente Goulart me autorizou a<br />

esponder em seu nome. Quero agradecer as boas vin<strong>da</strong>s e<br />

ambém dizer que ele fi cou satisfeito em lembrar os acordos asinados<br />

no ano passado. Esses acordos foram muito úteis não<br />

ó para os banqueiros como também para os trabalhadores.<br />

PAPEL DE GOODWIN<br />

Saíram de lá e foram para o almoço. Kennedy abriu a porta<br />

quando Walther passou bateu-lhe no ombro: “Bom trabalho”,<br />

he disse. Na ante-sala estava Dick Goodwin, responsável<br />

ela Aliança para o Progresso, e possível inspirador <strong>da</strong> fala de<br />

ennedy. Walther o havia conhecido quando ele veio com Dillon<br />

ara a reunião de Punta Del Este. De fato, ele é que havia<br />

ncaminhado o papel para Kennedy.<br />

S CONSEQUÊNCIAS<br />

Walther abordou-o:<br />

- Porque você deu aquele papel para seu presidente?<br />

- Porque este deve ser o pensamento que deve ordenar<br />

ossas relações.<br />

Jango nunca soube o que Kennedy lhe dissera. Nem por<br />

sso, o populismo deixou de tomar conta do governo. Princialmente<br />

depois que manobras do Congresso derrubaram o gainete<br />

Tancredo, a última muralha que segurava o golpe militar.<br />

S ANOS SEGUINTES<br />

Kennedy foi assassinado em 22 de novembro de 1963.<br />

quela altura Jango tinha derrubado o parlamentarismo, asumido<br />

como presidente de um presidencialismo amplo. Mas,<br />

pesar <strong>da</strong> presença de fi guras racionais no seu governo, como<br />

elso Furtado, ca<strong>da</strong> vez mais foi se perdendo em concessões<br />

olíticas, enquanto uma pesa<strong>da</strong> campanha de mídia, mais moimentações<br />

<strong>da</strong> Igreja, criavam um clima de golpe em todo país.<br />

FIM DO REGIME<br />

Em março do ano seguinte, <strong>sobre</strong>veio o golpe militar. Na<br />

er<strong>da</strong>de, era o golpe que se tentou aplicar em Getúlio Vargas, e<br />

oi abortado por seu suicídio. Depois, tentou-se na posse de JK<br />

foi impedido pelo Marechal Henrique Lott. Com Jango, enconrou<br />

o campo propício. Não se tratava de nenhum golpista, nem<br />

e agitador. Era apenas um político medíocre, incapaz de levar<br />

diante a bandeira trabalhista de Vargas.<br />

Economia<br />

A operadora de telecomunicações<br />

GVT (Global Village<br />

Telecom) começou a operar<br />

com telefonia fi xa e internet<br />

ban<strong>da</strong> larga no <strong>ABCD</strong>. Em breve,<br />

moradores de 15 bairros de<br />

São Bernardo poderão contar<br />

com os produtos <strong>da</strong> empresa.<br />

A cobertura representa, aproxima<strong>da</strong>mente,<br />

40% do território<br />

do município. Em Santo André,<br />

43 bairros serão atendidos, o<br />

que signifi ca uma cobertura de<br />

aproxima<strong>da</strong>mente 36% <strong>da</strong> área<br />

total <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de.<br />

O investimento parcial feito<br />

para entrar na Região é estimado<br />

em R$ 80 milhões, mas a expectativa<br />

é de que o valor total<br />

possa <strong>chega</strong>r à casa dos R$ 130<br />

milhões.<br />

A GVT passa a disputar o<br />

mercado regional dominado<br />

pela Net e pela Telefonica e já<br />

estu<strong>da</strong> disponibilizar internet<br />

com veloci<strong>da</strong>de de 35 Mbps<br />

Centro de pesquisas <strong>da</strong> Saab no<br />

<strong>ABCD</strong> deve ficar pronto até maio<br />

Indústria que disputa licitação para compra de caças avalia adiamento <strong>da</strong> decisão<br />

O centro de pesquisas aeroespaciais<br />

que a indústria sueca<br />

Saab instalará em São Bernardo<br />

deverá fi car pronto até o<br />

mês de maio deste ano. O local<br />

para a instalação do complexo<br />

segue indefi nido, mas a tendência<br />

é de que as instalações<br />

sejam localiza<strong>da</strong>s em um lugar<br />

que tenha fácil acesso para as<br />

empresas.<br />

De acordo com o diretorgeral<br />

<strong>da</strong> Saab no Brasil, Bengt<br />

Janér, o processo para a criação<br />

<strong>da</strong> Oscip (Organização <strong>da</strong><br />

Socie<strong>da</strong>de Civil de Interesse<br />

Público) que administrará o<br />

complexo está próximo de ser<br />

fi nalizado. O objetivo agora é<br />

atrair mais empreendedores<br />

interessados em atuar no centro.<br />

Janér destacou que duas<br />

empresas já formalizaram sua<br />

participação e que empresários<br />

<strong>da</strong> Capital, do interior de<br />

São Paulo e de fora do Estado<br />

deverão integrar a iniciativa.<br />

Serão investidos, aproxima<strong>da</strong>mente,<br />

US$ 50 milhões<br />

no centro nos próximos cinco<br />

anos. A expectativa <strong>da</strong> Saab é<br />

que até o fi m de 2011 o centro<br />

tenha pelo menos cinco projetos<br />

em ativi<strong>da</strong>de, que deverão<br />

movimentar cerca de U$S 10<br />

milhões.<br />

A Saab disputa a licitação<br />

do governo federal FX-2, para<br />

a renovação <strong>da</strong> frota <strong>da</strong> FAB<br />

(Força Aérea Brasileira). A indústria<br />

já prometeu que instalará<br />

um polo aeronáutico<br />

em São Bernardo caso vença a<br />

disputa. O polo produziria as<br />

fuselagens traseira, central, <strong>da</strong>s<br />

asas e <strong>da</strong>s portas principais do<br />

trem de aterrissagem do caça<br />

Gripen NG.<br />

Além disso, a Saab propôs a<br />

transferência total de tecnologia<br />

para o Brasil, um dos principais<br />

requisitos para a defi nição<br />

do vencedor <strong>da</strong> licitação. A<br />

operação do centro de pesquisas<br />

em São Bernardo independe<br />

do resultado <strong>da</strong> licitação.<br />

Concorrência<br />

A presidente <strong>da</strong> República<br />

Dilma Rousseff defi niu que a<br />

compra dos 36 caças supersônicos<br />

para a FAB deve fi car<br />

somente para 2012. O motivo<br />

para o adiamento se deve à preocupação<br />

com a situação fi scal<br />

do País e de dúvi<strong>da</strong>s quanto a<br />

melhor opção entre os concorrentes.<br />

A escolha <strong>da</strong> aeronave,<br />

no entanto, deve acontecer<br />

ain<strong>da</strong> neste ano. Antes, Dilma<br />

planeja ouvir setores de fora<br />

do governo, especialmente a<br />

Embraer, e criar um grupo interministerial<br />

para que sejam<br />

Janér: adiamento <strong>da</strong> decisão benefi ciará projeto sueco<br />

realizados estudos <strong>sobre</strong> a melhor<br />

opção entre os caças.<br />

Apesar do pedido do senador<br />

dos Estados Unidos John<br />

McCain, durante visita na semana<br />

passa<strong>da</strong> à presidente,<br />

para que o governo reconsiderasse<br />

a proposta <strong>da</strong> norte-americana<br />

Boeing, a disputa deve<br />

fi car entre a sueca Saab, que é<br />

a preferi<strong>da</strong> <strong>da</strong> FAB, e a francesa<br />

Dassault, preferi<strong>da</strong> pelo Ministério<br />

<strong>da</strong> Defesa. A decisão de<br />

adiar o fechamento do negócio<br />

estaria atrela<strong>da</strong> a um possível<br />

corte de R$ 40 bilhões no Orçamento<br />

<strong>da</strong> União.<br />

Na avaliação do executivo<br />

<strong>da</strong> Saab no Brasil, Bengt Janér,<br />

<strong>ABCD</strong> MAIOR<br />

Consumidor do <strong>ABCD</strong> tem<br />

alternativa de telefonia<br />

Preços acessíveis e produtos diferenciados são as estratégias <strong>da</strong> GVT que já<br />

está operando em São Bernardo e Santo André<br />

FeLIPe RODRIGUes<br />

felipe@abcdmaior.com.br<br />

(Megabits por segundo) por<br />

menos de R$ 100 por mês. O<br />

produto considerado carrochefe<br />

<strong>da</strong> empresa é o plano<br />

premium 25, que consiste num<br />

pacote de 11 mil minutos de ligação<br />

local para telefones fi xos,<br />

25 minutos para celulares, 25<br />

minutos para longa distância e<br />

ban<strong>da</strong> larga 5 megas por apenas<br />

R$109,90.<br />

“São Bernardo e Santo André<br />

são duas ci<strong>da</strong>des de muita<br />

importância para a Região<br />

e o nosso objetivo é oferecer<br />

produtos de quali<strong>da</strong>de e com<br />

preços mais acessíveis aos consumidores<br />

do <strong>ABCD</strong>”, afi rma<br />

o vice-presidente executivo <strong>da</strong><br />

GVT, Alcides Troller Pinto.<br />

O executivo ressalta que<br />

um dos diferenciais <strong>da</strong> empresa<br />

está relacionado ao sistema<br />

do serviço que será oferecido.<br />

“Basicamente estamos utilizando<br />

um material de fi bra ótica,<br />

o que possibilita uma quali<strong>da</strong>de<br />

maior. Nossa equipe de<br />

Chega<strong>da</strong> <strong>da</strong> empresa gerará 600 empregos na Região<br />

Troller: GVT se prepara para atuar também em S. Caetano<br />

engenharia esteve presente nas<br />

obras de instalação <strong>da</strong> estrutura<br />

nas ci<strong>da</strong>des e acompanhou<br />

tudo de perto para que a implantação<br />

do sistema ocorresse<br />

<strong>da</strong> melhor forma possível”,<br />

pontua.<br />

Troller destaca que a instalação<br />

<strong>da</strong> empresa na Região<br />

criará aproxima<strong>da</strong>mente 600<br />

empregos no <strong>ABCD</strong>, sendo 300<br />

em São Bernardo e Santo André.<br />

As oportuni<strong>da</strong>des devem<br />

ocorrer nos setores de manutenção<br />

de rede, telecomunicações,<br />

engenharia, ven<strong>da</strong>s,<br />

marketing e administração.<br />

“Nosso objetivo sempre foi começar<br />

nestas duas ci<strong>da</strong>des. Vamos<br />

trabalhar para oferecer um<br />

serviço de alta quali<strong>da</strong>de e tecnologia<br />

para os consumidores.<br />

A entra<strong>da</strong> <strong>da</strong> GVT no mercado<br />

Aman<strong>da</strong> Perobelli<br />

o adiamento é uma boa notícia<br />

e signifi ca que a presidente<br />

quer estu<strong>da</strong>r melhor as propostas<br />

antes de ‘bater o martelo’.<br />

“Acredito que nosso projeto<br />

também poderá ser melhor<br />

analisado. Um dos objetivos <strong>da</strong><br />

Saab é trabalhar em conjunto<br />

com as empresas brasileiras e<br />

produzir um caça sueco-brasileiro”,<br />

fi nalizou.<br />

Durante a semana circularam<br />

especulações de que o<br />

governo reabriria a licitação do<br />

FX-2 para outros concorrentes.<br />

A possibili<strong>da</strong>de foi rechaça<strong>da</strong><br />

por fontes liga<strong>da</strong>s ao setor. y<br />

FeLIPe RODRIGUes<br />

felipe@abcdmaior.com.br<br />

Fotos: Divulgação<br />

do <strong>ABCD</strong> vai contribuir para o<br />

crescimento <strong>da</strong> Região, o aquecimento<br />

<strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de econômica<br />

e a ampliação de postos de<br />

trabalho no futuro”, pondera.<br />

De acordo com o vice-presidente<br />

<strong>da</strong> empresa, a próxima<br />

ci<strong>da</strong>de que a GVT deve atuar é<br />

em São Caetano. “Estamos ain<strong>da</strong><br />

na primeira fase que, basicamente,<br />

consiste em conseguir a<br />

licença para operar na ci<strong>da</strong>de.<br />

Mas estamos confi antes e a<br />

nossa expectativa é de que em<br />

breve ocorra a liberação para<br />

atuar no município”, disse.<br />

Os consumidores interessados<br />

em migrar para a nova<br />

empresa de telefonia podem<br />

entrar em contato com a operadora<br />

através do telefone 10325<br />

ou pelo site www.gvtemsaopaulo.com.br.<br />

y

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