18.04.2013 Views

Francisca Carla - 'A santa sem corpo' de Tianguá-CE. - anpuh

Francisca Carla - 'A santa sem corpo' de Tianguá-CE. - anpuh

Francisca Carla - 'A santa sem corpo' de Tianguá-CE. - anpuh

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

santos, por que já estiveram na condição <strong>de</strong> seres humanos também, e conseguiram<br />

passar por todos os suplícios com muita resignação, confiando na divina providência.<br />

<strong>Francisca</strong> <strong>Carla</strong> foi uma mulher muito pobre, segundo relatos coletados <strong>de</strong> alguns<br />

<strong>de</strong>poentes que conviveram com ela, ou que “ouviram falar”, po<strong>de</strong>mos tecer alguns<br />

apontamentos sobre sua História, temos também por subsídio o livro <strong>de</strong> um autor da<br />

terra, Luiz Gonzaga Bezerra, tianguaense por naturalida<strong>de</strong>, escritor, poeta, professor e<br />

amante da literatura e cultura popular. Embasada nessas fontes posso fazer um breve<br />

relato sobre sua vida e morte para que possamos analisar o motivo do <strong>de</strong>vocionário<br />

popular.<br />

Nascida no ano <strong>de</strong> 1910 na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ubajara, distante 15 km <strong>de</strong> <strong>Tianguá</strong>, sua mãe<br />

legítima chamava-se Ana Quirina e o pai ignorado, foi adotada aos 8 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> pelo<br />

casal Joaquim Carlos <strong>de</strong> Vasconcelos e Maria Rodrigues <strong>de</strong> Vasconcelos, que já eram<br />

seus padrinhos <strong>de</strong> batismo, e agora seus pais adotivos, por falta <strong>de</strong> condições financeiras<br />

da mãe legítima.<br />

Segundo Bezerra: “ A menina <strong>Francisca</strong> <strong>Carla</strong> conhecida por ‘Chiquinha’, passou sua<br />

infância, adolescência e a fase adulta morando na casa do Sr. Adauto Damasceno,<br />

gran<strong>de</strong> empresário na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Tianguá</strong> à época, tendo uma casa no sítio olho D’água<br />

na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Tianguá</strong>.” ( BEZERRA, 2007: 57), lá os pais adotivos <strong>de</strong> <strong>Francisca</strong><br />

residiam e trabalhavam como meeiros, e <strong>Francisca</strong> ajudava nos serviços da casa<br />

eventualmente, quando havia necessida<strong>de</strong>.<br />

Não era a empregada doméstica da casa, mas ajudava por prazer, por gostar realmente<br />

dos ofícios do lar, no <strong>de</strong>poimento da senhora Estrela, irmã da Senhora Julity, resi<strong>de</strong>nte<br />

também na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Tianguá</strong>, que era esposa do Sr. Raimundo Damasceno, irmão <strong>de</strong><br />

Adauto Damasceno, disse em entrevista gravada:<br />

Minha irmã Julity viu a garotinha bem <strong>de</strong> perto, quando chegou na<br />

casa do Adauto, aos 08 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, foi criada com muita<br />

simplicida<strong>de</strong> pelos seus pais adotivos, mas com muito amor, todos na<br />

redon<strong>de</strong>za queriam ver a menina que se chamava <strong>Francisca</strong>,<br />

Chiquinha! Era morena, seus cabelos bem pretos, volumosos, <strong>sem</strong>pre<br />

feito um cocó segurado pelo um pentinho <strong>de</strong> chifre, Só tinha uma coisa<br />

estranha na pequena garota, que ia crescendo e se modificando, mas<br />

<strong>sem</strong>pre trazia uns paninhos amarrando as pontas dos <strong>de</strong>dos dos pés.<br />

Nunca ela se interessou por nenhum homem, vivia para as coisas do<br />

lar e para as orações, tinha até vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> ir para o convento, mas as<br />

condições da sua família não permitiam. ( Entrevista gravada em<br />

15/05/2009 às 14:00 hs)<br />

Uma menina pobre, mas cresceu em meio a muito carinho, sendo chamada <strong>de</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!