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Francisca Carla - 'A santa sem corpo' de Tianguá-CE. - anpuh

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período que surge a romanização, que vai trazer a i<strong>de</strong>ia da autorida<strong>de</strong> máxima do papa,<br />

até mesmo maior que a do estado, a Igreja vai se <strong>de</strong>svincular do Estado, alegando ter<br />

<strong>de</strong>veres apenas com Roma, como ressalta Andra<strong>de</strong>:<br />

A igreja já teria cumprido sua missão <strong>de</strong> catequese, porém ao tornar-se<br />

coadjuvante no processo <strong>de</strong> colonização veio a ser uma rival no campo das<br />

iniciativas privadas e governamentais <strong>de</strong> colonização. A aquisição <strong>de</strong> um<br />

patrimônio invejável por parte da igreja, possuidora <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s porções <strong>de</strong><br />

terra, fazendas e engenhos com milhares <strong>de</strong> escravos, para além <strong>de</strong> outros<br />

imóveis urbanos construídos, como igrejas, conventos, colégios, hospitais<br />

entre outros, que <strong>de</strong>spertaram a ganância do estado e a busca <strong>de</strong> artifícios<br />

para expropriá-la. ( ANDRADE, 2002: 138)<br />

Essa realida<strong>de</strong> era válida em todo o território brasileiro, mas se fez presente com mais<br />

força nas cida<strong>de</strong>s interioranas dos Estados on<strong>de</strong> a Igreja <strong>de</strong>tinha uma influência muito<br />

gran<strong>de</strong> entre os fiéis, Carvalho nos diz que:<br />

Essa ação dos bispos reformadores no campo religioso, também<br />

conhecida como catolicismo ultramontano, recheado <strong>de</strong><br />

autoritarismo, baseado na ortodoxia tri<strong>de</strong>ntina e romanizadora,<br />

assim se po<strong>de</strong> chamar porque contava com a autorida<strong>de</strong> maior<br />

do papa e em seguida dos bispos e padres e realmente penetrou<br />

com força em terras tianguaenses e se consolidou nas primeiras<br />

décadas do século XX com a implantação <strong>de</strong> associações e<br />

congregações <strong>de</strong> <strong>de</strong>voções em voga na Europa, como a criação<br />

das filhas <strong>de</strong> Maria, Sagrado coração <strong>de</strong> Jesus, Confraria da<br />

or<strong>de</strong>m terceira Nossa Senhora do Carmo, Associação da Obra<br />

Pontifica <strong>de</strong> Preparação da fé e Legião Operária Católica e<br />

entre outras, cuja finalida<strong>de</strong> era a <strong>de</strong> auxiliar o vigário no<br />

<strong>de</strong><strong>sem</strong>penho das ativida<strong>de</strong>s na igreja. ( CARVALHO, 2007: 35)<br />

Analisamos a partir da citação acima que o processo <strong>de</strong> romanização também chegou à<br />

<strong>Tianguá</strong>, porém um pouco mais tar<strong>de</strong> que o contexto nacional, nas primeiras décadas do<br />

século XX, a partir <strong>de</strong> então observamos este monopólio da Igreja católica como força<br />

dominante na cida<strong>de</strong>, as construções que foram edificadas como o Colégio IET (<br />

Instituto Educacional <strong>de</strong> <strong>Tianguá</strong>), em 1948, também o colégio Regina Coeli, no mesmo<br />

período <strong>de</strong> fundação do IET, este <strong>de</strong>stinado ao ensino primário das crianças <strong>de</strong> famílias<br />

mais abastadas da cida<strong>de</strong>, numa educação moral e religiosa, <strong>de</strong>ntro totalmente dos<br />

preceitos religiosos da época, e aquele <strong>de</strong>stinado aos jovens do ensino médio, também<br />

<strong>de</strong> famílias <strong>de</strong> posses, pois não era muito barato manter um filho em uma escola <strong>de</strong> tal<br />

nível em uma cida<strong>de</strong> que vivia basicamente dos engenhos e plantações, só quem tinha<br />

condições na época eram os gran<strong>de</strong>s proprietários <strong>de</strong> terras ou empresários.

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